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quarta-feira, 25 de junho de 2014

Canalha - Walter Franco X Titãs ( ou "E a nova MPB? II")

Tive que escutar pela segunda vez o novo disco dos Titãs, lançado agora neste semestre para poder escrever esse comentário sobre a regravação desse clássico de Walter Franco lançado no início dos anos 80.

Como sempre tenho dito e escrito sempre prefiro os arranjos originais às regravações que mudam o conceito original do autor.

Apesar deste arranjo dos Titãs não ser de todo ruim, perde em muito para a gravação original, mantendo assim meu dogma; tudo bem sei que posso às vezes parecer pernóstico, mas essa minha regrinha sofreu pouquíssimas exceções.

O disco foi  elogiado pela mídia como um retorno da banda às origens, me pareceu mais, isso sim, uma patética tentativa de recuperar o vigor e o inconformismo com o qual eles se fizeram notar. As letras e os arranjos e os solos de guitarra  parecem já datados e o pior, empoeirados. Hoje os integrantes são senhores burgueses, perfeitamente adaptados ao "mainstream", que soam desafinados ao tentar recuperar seu vigor juvenil.

Ouçam as duas versões e tirem suas próprias conclusões.








Canalha - Titãs

Canalha - Walter Franco

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Oscar Niemeyer: Clássicos e Inéditos

O poeta dos balanços e alavancas impossíveis, das curvas suaves e dos poucos pontos de apoio que criam a sensação de leveza e até mesmo de flutuação em edifícios magníficos, de traços tão instigantes que serão sempre de vanguarda. Algumas de suas obras, já com mais de cinquenta anos ainda nos encantam por sua ousadia e ineditismo.

Nesta exposição o Itaú Cultural nos apresenta, além das já conhecidas maravilhas do arquiteto, projetos inéditos que não foram realizados, mas que contém todas as características de seu trabalho. Alguns singelos, como o projeto de casa na praia para seu uso pessoal, outros como o do monumental prédio da sede da CESP, que possui linda uma maquete digital que nos mostra que São Paulo perdeu um ponto de referência e um cartão postal.

Os traços dos desenhos apresentados, sejam nas pranchas ou no rolo de papel com quinze metros de comprimento utilizado na gravação de um documentário, nos mostram que Oscar, mesmo com um rabisco consegue nos transmitir a beleza de suas idéias e pensamentos, arrancando do papel uma sensação tridimensional.

Oscar Niemeyer, junto com Heitor Villa-Lobos e Cândido Portinari formam a troika que representa o que de melhor se produziu nas artes brasileiras em todos os tempos. Podem não ser uma unanimidade, mas nunca serão esquecidos ou ignorados.

Esta mostra, além dos belíssimos trabalhos apresentados, é em si um evento digno de nota, pois sua distribuição em um espaço todo branco, mistura sem confundir as maquetes, os desenhos e os áudio-visuais tornando sua visita um passeio agradável e instrutivo.

A música abaixo é de autoria de Oscar Niemeyer, Edu Krieger e Caio Almeida (seu enfermeiro quando de sua internação em 2010, às vésperas de seu centésimo terceiro aniversário).



Tranqüilo com a vida

Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do Itaú Cultural.





















O pensamento de Oscar Niemeyer da prancheta

para o espaço expositivo do Itaú Cultural


A mostra, que tem como extensão ao nome do arquiteto Clássicos e Inéditos, apresenta
pela primeira vez o conjunto de sua obra ao exibir  projetos que registram o seu percurso,
mas, sobretudo, ao expor outros que nunca saíram do papel e ganharam luz graças à pesquisa
e digitalização de seus originais realizados em parceria  entre a Fundação Oscar Niemeyer
e o Itaú Cultural



De 5 de junho, com coquetel de inauguração para convidados um dia antes, a 27 de julho, o público pode acompanhar o pensamento de Oscar Niemeyer (1907-2012) quando se debruçava em sua prancheta de trabalho. Os traços do arquiteto que revolucionaram a forma, ao fundir estrutura e arquitetura, estão nas mais de 300 obras exibidas na exposição Oscar Niemeyer: Clássicos e Inéditos e ocupam os três andares do espaço expositivo do Itaú Cultural. São plantas, croquis e desenhos originais, maquetes, filmes e fotos.

A curadoria é de Lauro Cavalcanti e a expografia é de Pedro Mendes da Rocha. A organização é do Núcleo de Artes Visuais do instituto que trabalha em parceria com a Fundação Oscar Niemeyer a qual, com patrocínio do Itaú Unibanco, realizaram a digitalização de 4800 desenhos e croquis originais do acervo da fundação já catalogados e parte desse material está presente na mostra.

O Itaú Cultural tem uma forte preocupação e atuação no resgate de ícones da cultura brasileira.”, comenta Eduardo Saron, diretor da instituição. “O apoio do instituto para a digitalização de todo o acervo deste arquiteto primordial para o país e o mundo, se insere nesse caminho que seguimos para a preservação do legado cultural produzido aqui.”

Também por esta razão, o Itaú Cultural procura aprofundar a exibição de trabalhos de Niemeyer raramente vistos. “Várias exposições sobre a obra construída de Oscar Niemeyer foram feitas por ele próprio ou por outros curadores”, comenta Cavalcanti apontando o diferencial da proposta desta mostra: “Sem descartar o registro de um percurso que, por vezes, se confunde com aquele da arquitetura do século XX, o objetivo desta mostra é revelar projetos inéditos que, por vários motivos, permaneceram no papel.”

Divididos tematicamente em cada um dos três andares – Clássicos, no 1º piso; Inéditos, no piso -1 , e São Paulo, no piso -2 – são apresentados 70 projetos, sendo 51 deles inéditos e 19 construídos, disponibilizados também em formato digital para consulta do público. Eles se desdobram em 309 plantas, desenhos e croquis originais. Também faz parte da mostra, um rolo de 16 metros de comprimento, praticamente desconhecido, desenhado por Niemeyer durante a gravação do documentário Oscar Niemeyer - O Filho das Estrelas, dirigido por Henri Raillard em 2001.

Completam o circuito, sete maquetes – quatro delas inéditas e uma eletrônica, que apresenta o projeto para sede da Companhia Energética de São Paulo (CESP) em dois terrenos na confluência da Alameda Ministro Rocha Azevedo e São Carlos do Pinhal. “Nela podemos acompanhar seu raciocínio no sentido de recriar um espaço urbano com menor adensamento e maior incidência de ar e luz”, observa o curador. A projeção contínua de dois documentários sobre ele, exibidos na íntegra, aprofundam o conhecimento não somente do profissional como do homem Niemeyer: o citado acima, e Oscar Niemeyer – A Vida é um Sopro, com direção e roteiro de Fabiano Maciel.  E, ainda, depoimentos gravados em vídeo de outros arquitetos como Paulo Mendes da Rocha, Ciro Pirondi e Ruy Ohtake. Some-se, 179 imagens de célebres fotógrafos como Thomas Farkas, Marcel Gautherot, Leonardo Finotti, Chico Albuquerque, Domingos de Miranda Ribeiro, Michel Moch, Mauricio Simonetti e Kadu Niemeyer.

Outros destaques
Ainda entre os destaques a serem exibidos na mostra deste arquiteto está a maquete do Ministério da Educação e Saúde, famoso edifício projetado por Niemeyer e Lucio Costa no Rio de Janeiro em 1936. Entre os projetos para residências está a planta para a família Buarque de Hollanda em São Paulo, de 1953.

O visitante também pode ver o projeto para Cidade do Futuro, mais um nunca realizado, assim como o plano da Cidade de Negev projetado em 1964 para a construção de uma cidade no deserto de Negev, em Israel.

Sobre os inéditos
Os originais inéditos provém, em sua grande maioria, de cadernos de trabalhos não executados.  De acordo com o curador, eles permitem ver a metodologia de Niemeyer, assim como seguir o seu modo de conceber, desenhar, escrever e, em alguns casos, acompanhar o desenvolvimento dos projetos. Ele colocava suas opções visuais por escrito, em textos que chamava de “explicações necessárias”, caso tivesse dificuldade de clareza ou síntese voltava para a prancheta para redesenhá-lo.

A monumentalidade de sua obra está patente, entre outras, no desenho de mansões projetadas para Bruxelas, Jeddah e Brasília. Ao contrário, o domínio da pequena escala foi exercido na casa projetada para Oswald, assim como na residência circular, sobre pilotis, concebida para ele próprio nos anos 1980, e na pequena habitação, de 1979, presenteada a um amigo seu, do qual só se sabe o prenome Salim.

Também de acordo com o curador, a mostra permite perceber uma linha de coerência entre, por exemplo, a casca proposta em décadas distintas para a sede social do Jockey Clube Brasileiro no Rio (1973).

Clássicos
O setor dedicado aos clássicos reúne fotografias e maquetes de suas obras emblemáticas e, também, traz novidades. Pela primeira vez são mostrados os originais do conjunto de 20 croquis preparados pelo arquiteto, em 1997, denominados Aula. O objetivo de Niemeyer era que fossem multiplicados, percorrendo universidades de todo país, de modo a transmitir seu pensamento plástico, político e existencial.

Chamam à atenção, ainda, as cópias heliográficas da sede da Organização das Nações Unidas (ONU), interferidas por traços de lápis de cor. Elas registram um momento histórico de Niemeyer, quando ele, cedendo às argumentações do mestre, abdicou de ter seu projeto individual escolhido, propondo uma fusão com a proposta de Le Corbusier.

Em São Paulo
Clássicos e Inéditos reserva todo um andar aos projetos para o estado de São Paulo. Um mapa eletrônico localiza os projetos de Niemeyer para a cidade. “Um vínculo muito especial liga Oscar Niemeyer a São Paulo”, observa o curador. “Conjunto da Pampulha à parte, foram executadas em terras paulistanas, em 1951, as suas primeiras grandes obras públicas, o conjunto do Ibirapuera e a primeira mega estrutura dentro do tecido urbano, o Edifício Copan.” Para ele, esses projetos foram fundamentais no sentido de exercitar uma linguagem de grandes escalas, aplicada depois em Brasília.

Este andar reúne uma série de projetos para o estado de São Paulo, no período de 1938 a 1990. Entre os inéditos que permeiam toda a mostra neste piso encontra-se uma versão de 1989, para o Auditório do Ibirapuera, muito diversa da construída em 2002.

Digitalização do acervo
A digitalização do acervo do arquiteto pela Fundação Oscar Niemeyer, com o patrocínio do Itaú Unibanco, contempla aproximadamente cinco mil documentos e ainda o tratamento e catalogação de parte dos arquivos da Instituição. Com o início dos trabalhos no ano passado, até agora foram catalogados mais de 500 projetos.

A coleção da instituição consiste em quase 9 mil documentos produzidos entre 1938 e 2005, entre álbuns, croquis e desenhos técnicos. Representando 342 projetos dos mais de 600 criados por Niemeyer, os documentos são um valioso registro do trabalho de um artista que marcou a arquitetura do século XX. Um acervo importante pela quantidade de documentos reunidos e pelo fato de serem, em grande parte, sobre projetos que não foram construídos, muitas vezes sendo a única referência existente sobre eles.


SERVIÇO
Oscar Niemeyer: Clássicos e Inéditos
Abertura para convidados: 4 de junho, quarta-feira, às 20h
Visitação: de 5 de junho a 27 de julho de 2014
De terça-feira a sexta-feira, das 9h às 20h
Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h
Pisos 1, -1 e -2

Estacionamento com manobrista: R$ 14 uma hora; R$ 6 a segunda hora;
mais R$ 4 p/ hora adicional
Estacionamento gratuito para bicicletas
Acesso para deficientes físicos
Ar condicionado

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