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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Ron Mueck na Pinacoteca

Demorei bastante até conseguir ir a esta exposição, mas a espera compensou plenamente minha curiosidade e o tempo que perdi na fila, apesar de ter chegado quarenta minutos antes da abertura da bilheteria.

É uma exposição magnífica, tanto pelas obras como pela montagem dentro do grande salão de exposições temporárias da Pinacoteca, que prevendo o enorme afluxo de pessoas está muito bem espalhada pelas salas, nos permitido desfrutar com o vagar necessário este evento.

As obras todas com o preciosismo  já muito falado e comentado, trazem em si uma característica comum a todas, que não sei se as pessoas percebem, que é a profunda melancolia dos personagens. Não há nenhum que não transmita uma enorme tristeza e desesperança nos olhares perdidos.

Cada peça mostrada nos reserva uma surpresa, pois suas dimensões nunca são as esperadas, quando imaginamos gigantescas elas se apresentam diminutas e vice-versa.

Um passeio imperdível, até para quem ainda não gosta de visitar museus e exposições. 



Gema - Caetano Veloso

Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa da Pinacoteca.









De 20 de Novembro de 2014 a 22 de Fevereiro 2015 a Pinacoteca do Estado de São Paulo, Instituição da Secretaria da Cultura, apresenta a exposição do artista Ron Mueck. Com patrocínio do Bradesco, concebida pela Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris, com curadoria de seu diretor, Hervé Chandès, e de sua curadora associada Grazia Quaroni, a mostra vem a São Paulo após exposição no Museu de Arte do Rio de Janeiro e na Fundación PROA, Buenos Aires. Ron Mueck se inscreve na tradição escultórica de representação da figura humana. Os temas, materiais e técnicas utilizados fazem dele um autor original, inovador e contemporâneo. Suas esculturas cativam pela mudança nas dimensões de escala e realismo dos personagens, cujos gestos sutilmente expressam situações cheias de vida e mistério. 

Uma exposição de Ron Mueck é um evento incomum e fez sucesso por onde passou, Japão, Austrália, Nova Zelândia, México, Buenos Aires e Rio de Janeiro. Mueck trabalha lentamente seu pequeno estúdio no norte de Londres, onde o tempo é um importante elemento para o seu processo criativo. O detalhe de suas figuras humanas é meticuloso, com mudanças surpreendentes de escala que estão longe do realismo acadêmico, hiper-realismo ou da pop art. Suas obras não descrevem pessoas reais ou situações, mas a obsessão com a verdade falada de um artista que busca a perfeição e é extremamente sensível com a forma e a matéria. Empurrando a verossimilidade ao limite, Mueck cria obras secretas, meditativas e fascinantes. Uma mãe com seu filho, casais jovens ou adultos que variam entre estados de tensão e calma e um homem nu em um barco à deriva, são algumas das imagens que fazem parte da exposição. Obras que encerram uma interioridade vital e profunda, capazes ao mesmo tempo de expressar a perfeição técnica do artista e sua obsessão com a verdade.

Mueck utiliza materiais como resina, fibra de vidro, silicone e acrílico para reproduzir fielmente cada detalhe da anatomia humana e construir esculturas que tematizam pinturas de vida e morte. Suas obras evocam uma espécie de realismo que é ao mesmo tempo íntimo e monumental. Em diferentes escalas, o artista amplia ou reduz muito o tamanho dos corpos para criar situações que movimentam o espectador.

Dentre as obras apresentadas, Still Life (Natureza morta, 2009) faz parte da tradição clássica do gênero, Woman with sticks (Mulher com galhos, 2008) se inclina para trás em um feixe de lenha e nos lembra contos de bruxas. Drift (A deriva, 2009) e Youth (Juventude, 2009) parecem inspirados por manchetes, mas também evocam obras passadas. Outras esculturas de Ron Mueck, como o grande auto-retrato adormecido Mask II (Máscara II, 2002), chocam os sonhos em realidade.  Jovem casal, 2013, Mulher com as compras, 2013 e Casal debaixo do guarda-sol, 2013, completam a mostra.


Seu reservado processo criativo é revelado no documentário apresentado na mostra. Still life: Ron Mueck at work (Natureza Morta: Ron Mueck no Trabalho). Produzido para a exposição na Fundação Cartier. Foi filmado no estúdio de Ron Mueck enquanto produzia suas obras. É uma oportunidade única para observar o artista mergulhado em seu muito pessoal processo criativo.  A exposição terá ainda o catálogo Ron Mueck, livro referencial sobre seu trabalho artístico. Concentrando-se nas obras que compõe a mostra, revê em seus textos 20 anos da produção, as origens e trajetória do artista. Esta publicação poderá ser adquirida na loja física e virtual da Pinacoteca.

SOBRE O ARTISTA

Ron Mueck nasceu em Melbourne, Austrália, em 1958. A partir do ano de 1996, em colaboração com sua sogra Paula Rego, produz uma série de pequenas figuras como parte de uma exposição que ela estava realizando na Galeria Hayward de Londres. Começa a abandonar gradativamente a produção de maquetes e modelos para o cinema e a televisão. A transição de artesão a artista se completa quando é descoberto por Charles Saatchi, que começa a colecionar suas obras e o consagra com grande valor no mercado de arte. Saatchi elege Dead Dad, uma escultura de pequena escala do pai morto e desnudo de Mueck para a exposição Sensation en el Royal Academy em 1997. Essa exposição inclui também outros novos artistas britanicos como Damien Hirst e os irmãos Jake y Dinos Chapman.
Em 2001, Mueck obtém grande aceitação internacional e se destaca como um dos artistas mas originais da arte contemporânea com Boy, um enorme menino agachado de 5 metros de altura que foi exibido no Milenium Dome e na 49 ª Bienal de Veneza.
Ron Mueck não concede entrevista, nem mesmo antes de novas exposições. Vive e trabalha em Londres

Clique aqui e tire suas dúvidas sobre a exposição.