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segunda-feira, 19 de março de 2018

Imagens do Aleijadinho

O que dizer ao contemplar tão magníficas obras, de um artista que considero o precursor e inspirador da arte genuinamente brasileira.

Seus magníficos trabalhos espalhados por Minas Gerais nos dão a dimensão exata de sua importância.

Usava os trabalhos sacros, em sua grande maioria já que a igreja era praticamente o único mecenas de sua época, para homenagear os amigos, com suas faces esculpidas nos santos e humilhar seus detratores imortalizando-os como algozes das cenas.

Um detalhe que sempre me chamou a atenção e imagino que seja uma facilidade em determinar a autoria de suas obras, são os narizes de suas esculturas, sempre muito parecidos entre si e imagino que isso possa ser considerado sua assinatura.

A nova diretoria do MASP prima em nos brindar com maravilhosas exposições que entraram para a história, reafirmando que São Paulo é a capital cultural da América Latina.




 Et in terra pax hominibus - Padre José Mauricio Nunes Garcia  
James Morrow - University of Texas at Austin Chambers Singers


Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do MASP.







OBRA DE ALEIJADINHO ABRE O CICLO DE HISTÓRIAS AFRO-ATLÂNTICAS NO MASP

Imagens do Aleijadinho traz esculturas devocionais do artífice mineiro, junto a mapas, gravuras, fotografias e pinturas que contextualizam sua obra.

O MASP inaugura o ciclo de 2018, dedicado às histórias afro-atlânticas, com as exposições de Aleijadinho e Maria Auxiliadora, no dia 9 de março. Imagens do Aleijadinho apresenta a obra de Antônio Francisco Lisboa (1738-1814), uma das principais referências da arte sacra, do barroco e do rococó no Brasil, ativo em Minas Gerais de meados do século 18 ao início do século 19. A mostra apresenta cerca de 50 obras, que incluem esculturas devocionais de Aleijadinho, além de mapas, gravuras, fotografias, pinturas e esculturas de viajantes e outros aristas, que contribuem para a compreensão do contexto e da influência do artífice mineiro na história da arte brasileira.

O nome de Aleijadinho é comumente associado à arte produzida durante o Ciclo do Ouro em Minas Gerais, acompanhando seu apogeu e decadência e incorporando influências do barroco e do rococó. Com a proibição da Coroa portuguesa contra o estabelecimento de ordens religiosas na Capitania, o mecenato à época coube principalmente às ordens terceiras leigas, que encomendaram boa parte da sua produção. A obra de Aleijadinho é, assim, um importante testemunho dos hábitos religiosos e culturais da sociedade mineira durante o período colonial, incluindo a religiosidade popular e as separações raciais em torno das diferentes irmandades e ordens terceiras.

Dessa forma, Imagens do Aleijadinho tem seu foco no acervo de esculturas devocionais produzido por Aleijadinho e sua oficina e reúne imagens atribuídas ao artífice mineiro e executadas em diferentes etapas de sua produção, incluindo obras pertencentes a museus públicos brasileiros, igrejas barrocas mineiras e coleções particulares. Diferentemente do que acontece com as esculturas monumentais em pedra e as talhas retabulares em madeira de sua autoria, suas imagens devocionais foram criadas com relativa autonomia funcional, para altares de igreja, oratórios privados e uso processional, tendo sido, ao longo dos anos, incorporadas a acervos públicos e privados. Essa condição é o que permite reunir numa exposição uma parcela significativa das esculturas produzidas por Aleijadinho.

Além do conjunto de esculturas atribuídas ao artista, uma seção iconográfica foi incorporada à exposição – incluindo mapas da capitania de Minas Gerais e suas comarcas; gravuras de viajantes do início do século 19, que retratam o modo de vida e a paisagem nas Minas de Ouro; imagens de fotógrafos que documentaram sua obra ao longo do século 20, como Horacio Coppola e Marcel Gautherot; e obras de artistas visuais que fazem referência à arte de Aleijadinho e seus contextos de produção e recepção, como Alberto da Veiga Guignard, Henrique Bernardelli, Tarsila do Amaral, Aloísio Magalhães e Juan Araujo, entre outros. Essas imagens ecoam o legado de Aleijadinho e atestam sua centralidade na construção de uma história da arte brasileira.

A atribuição autoral e o levantamento das obras de Aleijadinho foram consolidados ao longo do século 20, merecendo estudos de especialistas como Germain Bazin, Lucio Costa e Mario de Andrade, oferecendo um original modelo para pensar a arte produzida no Brasil e sua relação com os modelos europeus, indígenas e africanos. Com a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, tendo à frente Rodrigo Mello Franco de Andrade, a obra de Aleijadinho passou a ser redimensionada, com o intuito de desfazer uma série de lendas em torno de sua figura, que chegavam a contestar-lhe a existência.

À ocasião da exposição, o MASP publica um catálogo com reprodução das obras expostas, imagens de obras arquitetônicas monumentais de Aleijadinho e textos de Carlos Eduardo Riccioppo, Angelo Oswaldo de Araujo Santos, Fabio Magalhães, Ricardo Giannetti e Rodrigo Moura, que analisam diferentes aspectos da sua produção. Além dos estudos inéditos, serão republicados textos de Mariano Carneiro da Cunha, sobre a presença africana na obra do artista, Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira, sobre o conjunto das esculturas dos Passos de Congonhas, e o clássico ensaio de Mário de Andrade de 1928, em que o poeta e crítico paulista aponta para o caráter mestiço e singular de sua obra.

Coincidindo com o 130o aniversário da chamada Lei Áurea, uma das últimas leis do Império Brasileiro, que aboliu oficialmente a escravidão no país, Imagens do Aleijadinho acontece no contexto do ano de exposições, atividades e publicações em torno das chamadas histórias afro-atlânticas, histórias que unem a África às Américas. A programação inclui ainda uma série de mostras monográficas, sobre a obra dos artistas Maria Auxiliadora, Emanoel Araújo, Melvin Edwards, Rubem Valentim, Sônia Gomes, Pedro Figari e Lucia Laguna. O programa está inserido em um projeto mais amplo, que atenta para histórias plurais e vão além das narrativas tradicionais, tais como Histórias da loucura e Histórias feministas (iniciadas em 2015), Histórias da infância (em 2016) e Histórias da sexualidade (em 2017).

A exposição e o catálogo têm organização de Rodrigo Moura, curador-adjunto de arte brasileira do MASP, e expografia do escritório de arquitetura METRO Arquitetos Associados.

SOBRE ALEIJADINHO
Antônio Francisco Lisboa (1738-1814) nasceu na freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Antonio Dias, em Ouro Preto (então Vila Rica), filho do arquiteto português Manoel Francisco Lisboa e de uma de suas escravas, Isabel. Iniciou-se na arquitetura e na escultura com seu pai e outros artífices atuantes em Minas Gerais, como Francisco Xavier de Brito e José Coelho de Noronha. Trabalhou em diversas localidades da região mineradora, como Caeté, Sabará e São João del Rei, além de Congonhas, onde deixou sua obra máxima no Santuário do Bom Jesus do Matosinhos – doze profetas esculpidos em pedra sabão no adro da igreja e os Passos da Paixão, 64 esculturas em madeira, distribuídas em seis pequenas capelas. Em Ouro Preto, tem sua obra mais completa na igreja de São Francisco de Assis, onde assina o risco e a decoração do interior e da fachada do templo. Ganhou a alcunha de Aleijadinho devido às deformidades físicas que lhe acometeram e obrigavam que trabalhasse, segundo a tradição, com as ferramentas amarradas às mãos. A maior parte das informações sobre sua vida foi publicada em 1858, em um estudo biográfico de Rodrigo José Ferreira Bretas, que ainda hoje serve como importante fonte de estudo sobre o artista.

SERVIÇO
IMAGENS DO ALEIJADINHO
Abertura: 9 de março, 20h
Data: 10 de março a 10 de junho de 2018
Local: primeiro andar
Endereço: Avenida Paulista, 1578, São Paulo, SP
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terça a domingo: das 10h às 18h (bilheteria aberta até as 17h30); quinta-feira: das 10h às 20h (bilheteria até 19h30)
Ingressos: R$35,00 (entrada); R$17,00 (meia-entrada)
O MASP tem entrada gratuita às terças-feiras, durante o dia todo.
AMIGO MASP tem acesso ilimitado e sem filas todos os dias em que o museu está aberto.
O ingresso dá direito a visitar todas as exposições em cartaz no dia da visita.
Estudantes, professores e maiores de 60 anos pagam R$17,00 (meia-entrada).
Menores de 10 anos de idade não pagam ingresso.
O MASP aceita todos os cartões de crédito.

Estacionamento: Convênios para visitante MASP, período de até 3h. É preciso carimbar o ticket do estacionamento na bilheteria ou recepção do museu.
CAR PARK (Alameda Casa Branca, 41)
Segunda a sexta-feira, 6h-23h: R$ 14,00
Sábado, domingo e feriado, 8h-20h: R$ 13,00
PROGRESS PARK (Avenida Paulista, 1636)
Segunda a sexta-feira, 7h-23h: R$ 20,00
Sábado, domingo e feriado, 7h-18h: R$ 20,00

Acessível a deficientes físicos, ar condicionado, classificação livre

Contato de imprensa:
telefones: 3149-5898 / 3149-5899 

quarta-feira, 14 de março de 2018

Chichico Alkmim, fotógrafo

Finalmente o IMS nos brinda com uma grande mostra de uma das magníficas coleções de seu acervo. Não me lembro, desde a inauguração de sua nova e linda sede paulistana de um evento como esse.

Penso que a instituição devesse reservar pelo menos um de seus imensos salões aos seus tesouros, nos possibilitando assim, além da apreciação de magníficas fotografias, conhecer como eram os usos, costumes, construções e a vida em épocas remotas de nossa história.

A restauração e novas ampliações dos negativos sob a responsabilidade do IMS revelam um esplendor de, às vezes, tirar o folego.

Esta mostra nos traz trabalhos de Chichico Alkmim, feitos em Diamantina, de fotos de estúdio e registros externos que nos mostram bem a vida naquela época.

Como sempre um lindo passeio a um lugar que rapidamente se transformou em referência na vida cultural paulistana.

Como acompanhamento, Brejeiro de Ernesto Nazareth, que faz parte da instalação interativa da mostra com gravações de época.




Brejeiro - Arthur Moreira Lima - Ernesto Nazareth

Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do IMS.












Exposição no IMS Paulista mostra Minas Gerais do começo do século XX nas fotografias de Chichico Alkmim


Após o sucesso no IMS Rio, o Instituto Moreira Salles de São Paulo inaugura, no próximo dia 23 de janeiro, a exposição Chichico Alkmim, fotógrafo. Com curadoria de Eucanaã Ferraz, poeta e consultor de literatura do IMS, a mostra apresenta cerca de 300 imagens produzidas pelo fotógrafo mineiro na primeira metade do século XX. Por ocasião da abertura, no dia 23, às 19h30, acontece uma visita guiada com o curador.

Francisco Augusto Alkmim (1886-1978) estabeleceu-se em Diamantina depois de viajar por Minas Gerais vendendo joias com seu pai. Ao chegar, encontrou uma cidade que já se distanciava dos dias de glória do período da farta exploração de diamantes. Chichico registrou as mudanças nesse universo, que flutuava entre a modernização e a tradição, fotografando a paisagem e seus habitantes. Sua atividade chegou até meados dos anos 1950.

Ao contrário de muitos fotógrafos com estúdios pelo interior do Brasil nesse período, Chichico nunca se limitou a retratar apenas a burguesia diamantinense. Teve como frequentadores de seu estúdio os trabalhadores ligados ao pequeno garimpo, ao comércio e à indústria e também fotografou casamentos, batizados, funerais, festas populares e religiosas, paisagens e cenas de rua.

Segundo Eucanaã Ferraz, no texto que abre o catálogo da exposição, “Chichico é daqueles fotógrafos que parecem ter o poder de fazer vir ao primeiro plano a vida de seus modelos. E é patente a densidade existencial que se expressa no conjunto de características físicas que chamamos fisionomia, compreendida como a realização momentânea de um destino.”

A exposição cobre cronologicamente e sintetiza as fases do trabalho do fotógrafo. Além das fotografias, será possível consultar mais de uma centena de negativos de vidro iluminados, que formam uma espécie de vitral, como também objetos originais do laboratório de Chichico e uma máquina de fole semelhante à utilizada pelo fotógrafo.

A intensa vida musical – um dos traços mais marcantes de Diamantina, e também registrado pelo fotógrafo – terá destaque na mostra. Como escreveu Carlos Drummond de Andrade, “entre outras excelências, povo de Diamantina é povo que canta, e isto significa riqueza de coração”. Em Chichico Alkmim, fotógrafo, serão expostos cinco discos 78 rpm, com as obras de Ernesto Nazareth e de Catulo da Paixão Cearense, além dos registros de seresteiros, grupos de jazz, estudantes de música, bandas escolares e militares fotografados por Chichico.

Também por ocasião da abertura, o cinema do IMS fará uma exibição especial de Terra deu, terra come (Brasil, 2010. 88’), de Rodrigo Siqueira, que se passa no quilombo Quartel do Indaiá, em Diamantina, na região onde Chichico Alkmim passou sua infância e juventude. No filme, Pedro de Almeida, garimpeiro de 81 anos, comanda como mestre de cerimônias o velório, o cortejo fúnebre e o enterro de João Batista, que morreu com 120 anos, num ritual em que vêm à tona as raízes africanas de Minas Gerais. O filme será exibido no dia 23 de janeiro, às 18h.

A obra de Chichico Alkmim é composta por mais de cinco mil negativos em vidro e algumas dezenas de fotografias originais de época. Desde 2015, seu acervo está depositado em comodato no Instituto Moreira Salles.

Acompanha a mostra um catálogo organizado pelo curador.



Chichico Alkmim, fotógrafo
ISBN: 978-85-8346-040-4
Páginas: 176
R$ 114,50



Chichico Alkmim, fotógrafo
Curadoria: Eucanaã Ferraz
Abertura: 23 de janeiro, às 19h30, visita guiada com o curador
Visitação: de 24 de janeiro a 15 de abril

Exibição do filme Terra deu, terra come, de Rodrigo Siqueira, ambientado na região de Diamantina, por ocasião da abertura da exposição Chichico Alkmim, fotógrafo.
23 de janeiro, às 18h
Cineteatro
Evento gratuito. Distribuição de senhas 30 minutos antes do evento.

Horário de funcionamento: de terça a domingo e feriados (exceto segunda), das 10h às 20h. Nas quintas, até as 22h.

IMS Paulista
Avenida Paulista, 2424
São Paulo
Tel.: 11 2842-9120


Informações para a imprensa IMS:
Bárbara Giacomet de Aguiar – (11) 3371-4490

Giovanna Querido- (11) 3371-4424

quinta-feira, 8 de março de 2018

Universo Feminino - Curadoria de Elisa Mondè

Essa é uma das melhores exposições que tenho visto nos últimos tempos, com belíssima  curadoria de Elisa Mondè, ela mesmo com obras no evento, que soube escolher e dispor as magníficas peças num espaço que não é dos mais favoráveis a este fim.

Com um acervo eclético das artistas ADINA WORCMAN, BIA BLACK, CAROLINA SAIDENBERG, FE MOTTA, HELOIZE ROZA, JULIANE MAI, LENICE TOCHA, LE BUZATO, NORMA AMARAL e MOARA BRASIL, consegue encher-nos os olhos de pura beleza e encanto, fazendo com que nos deleitemos com vagar e atenção.

A grande vantagem da curadora foi a de não procurar o protagonismo de suas obras, deixando-as conversar amigavelmente com as demais criando assim uma fantástica sinfonia visual.

Em cartaz na Piola Jardins, na Alameda Lorena, 1765, até dia 18/03/2018, é um belo passeio por si só.

Trem das Cores - Caetano Veloso