Dia desses conversando com um amigo tive um pensamento sobre a música brasileira, presenciei algumas escolas importantes da MPB, como a Bossa Nova e a Tropicália, que foram muito importantes na formação de nosso caráter musical.
A Bossa Nova ficou datada, sem crescer e se modificar, ficando presa em seu minimalismo.
A Tropicália diferentemente tinha uma exuberância que talvez nunca seja mais seja atingida, tanto nos arranjos, como na execução e letras subvertendo o que até então eram dogmas na nossa música. Tendo seus integrantes partido para suas carreiras solos, quase sempre brilhantemente, sendo até hoje referência às novas gerações.
Mas o que sempre mais me agradou foi o Clube da Esquina, da turma de Belo Horizonte, com músicos excepcionais, que também subverteram princípios intocáveis na forma de se fazer música. Todos eles são reconhecidos mundialmente, tendo às vezes mais sucesso no exterior do que aqui. Poderia citar uma extensa lista deles, mas ficarei só nos principais, Milton Nascimento, Wagner Tiso, os irmãos Borges, Beto Gudes, Flávio Venturini, entre outros.
Clube da Esquina
Essa semana vi duas manchetes citando o nome de uma cantora que é o sucesso instantâneo da estação, Paula Fernandes, mas não é que minha curiosidade acabou na terceira linha da matéria?
Quando li que ela canta música sertaneja foi um balde de água fria, e ao mesmo tempo um alívio, pois pensei que como seria possível não conhecer uma cantora com tal sucesso? Só sendo ela cantora deste tipo de música, que não me traz o menor interesse, pois não consigo perceber o menor valor artístico nestas obras, apesar das grandes bandas de apoio, do volume sonoro e da pretensão dos mesmos.
Já me disseram, citando Caetano, que quem vende 20 milhões de discos no merece crítica. Minha resposta veio com uma pergunta:-"Quantos discos destes artistas você tem em sua discoteca?" Sabem a resposta? - "Nenhum!"
Mas não é só os novos sertanejos, estas bandas baianas, que tocam em cima de caminhões ou em grandes espaços, também não me dizem nada.