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sábado, 23 de julho de 2016

Raimundo Cela – um mestre brasileiro

Nestes últimos tempos em que somos diariamente bombardeados com más notícias de todos os matizes uma surpresa como essa aquece o coração.

Conhecer Raimundo Cela pela sempre competente curadoria de Denise Matar transforma uma experiência cotidiana numa ocasião deslumbrante.

Uma magnífica exposição num espaço expositivo suntuoso, nos apresenta um grande artista brasileiro que não tem o merecido destaque no universo das artes plásticas mundial, até porque, imagino, a maioria de seus trabalhos estão em posse de colecionadores particulares, que com absoluta razão devem ter ciúmes de seus tesouros.

As obras apresentadas cobrem todas as fases de sua produção nos mostrando sua genial capacidade de criar maravilhas através da observação de cenas comuns.





Jangada - Edu Lobo

Abaixo das imagens o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do evento.


















EXPOSIÇÃO DE RAIMUNDO CELA TRAZ A MEMÓRIA DE UM DOS MAIS IMPORTANTES ARTISTAS CEARENSES

Individual reúne, no MAB-FAAP, 120 obras do artista, apresentando suas diversas facetas

O Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (MAB-FAAP) recebe a partir de 12 de junho a exposição de Raimundo Cela (1890-1954), principal artista cearense de sua geração. Reunindo 120 obras, a retrospectiva apresenta o percurso do artista desde suas obras acadêmicas até os últimos trabalhos, plenos de ritmo e emoção.

Com curadoria de Denise Mattar, que tem como proposta resgatar artistas de qualidade que ficaram à margem da história oficial da arte brasileira, a mostra “Raimundo Cela – um mestre brasileiro” apresenta a obra de um realizador muito  respeitado entre os estudiosos, mas pouco conhecido do público em geral. 

A exposição
Maior retrospectiva já realizada do pintor cearense, a mostra abarca sua trajetória, a partir de momentos-chave que representam o início de um novo ciclo em sua obra.

A exposição inicia com seus primeiros trabalhos, marcados pela influência do academicismo. São obras determinadas pelo perfeito domínio da técnica clássica, na composição de telas figurativas, evocações à Antiguidade Clássica e à paisagem brasileira. Nesse setor, destacam-se, entre outras, obras como Último diálogo de Sócrates (1917), premiada no Salão Nacional de Belas Artes e que garantiu ao artista uma viagem a Paris, na França.

Devido à Primeira Guerra, a viagem é realizada apenas em 1920, justamente o princípio dos anos loucos da capital francesa, onde Cela dedica-se aos estudos da gravura em metal, dando uma nova perspectiva à sua obra, não apenas na técnica, mas também na temática.

Ao longo dos anos em que permanece em Paris, o artista retratou em seus desenhos, óleos e gravuras, cenas da paisagem francesa, como na tela Paisagem de Saint-Agrève (1921), e da realidade parisiense e de seus tipos, em estudos de nus e nos desenhos Ferreiro e Funileiro (1921).

Um dos grandes destaques da exposição, e da obra de Cela, o painel Abolição (1938), estará reproduzido na mostra em seu tamanho original. Primeiro estado brasileiro a abolir a escravatura, em 25 de Março de 1884, o Ceará, terra-natal de Cela, encomenda a ele, em 1938, um painel que simboliza o momento histórico tão marcante na história do Ceará e do Brasil.






Na individual, o público poderá ter acesso a uma visão única do Ceará. Em seus quadros está a melhor tradução dessa paisagem nordestina, como na série Pinturas Brancas, de marinas e paisagens. Cela também foi um caçador de almas e dos tipos cearenses, com destaque para as figuras populares, como pescadores, vaqueiros, rendeiras e os jangadeiros, estes representados em uma série de obras criadas entre 1940 e 1946. Na mostra, essas produções estarão dispostas de modo narrativo, representando a sequência de ações que levam a jangada ao mar.

Vida e obra
Raimundo Cela nasceu em 1890, em Sobral, no interior do Ceará, mas cresceu em uma cidade litorânea próxima: Camocim. O artista - criado em um meio familiar culto - foi para o Rio de Janeiro em 1910 estudar engenharia, desejo de seu pai, e pintura, por ambição própria. Formou-se sob orientação dos maiores mestres do começo do século, tendo contato especial com Eliseu Visconti.

A pintura de Cela inicia-se totalmente acadêmica, tendo ele recebido, em 1917, como prêmio, uma viagem à Paris do Salão Nacional de Belas Artes, pela obra clássica “Último Diálogo de Sócrates”. A viagem só ocorreu em 1920, devido à guerra.

O artista permaneceu na França por dois anos, quando dedicou-se ao aprendizado da gravura em metal com Frane Brangwyn, pintor, gravador e litógrafo inglês. Seu trabalho nessa técnica é de excepcional qualidade. Suas gravuras, segundo Adir Botelho, não são apenas registros gráficos, históricos, são obras universais no sentido e na expressão. Foi o pioneiro do ensino da gravura em metal na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, lecionando durante nove anos.

De volta ao Brasil, foi viver em Camocim, onde trabalhou durante dez anos como engenheiro de uma pequena usina elétrica. Em 1938, a pintura de um painel para o governo do Estado, representando a libertação dos escravos do Ceará o trouxe de volta à vida artística. Pouco depois, em 1940, estabeleceu-se em Fortaleza. O artista francês Jean Pierre Chabloz o conheceu nessa fase e encantou-se com sua obra.

Raimundo Cela, sendo um moderno, nunca foi um modernista. Ele apareceu justamente no momento da história cultural em que as artes iam ser atingidas pelo radicalismo de 1922. Criou-se, então, o mito, que hoje vem sendo revisto pelos estudos sobre o pré-modernismo, de que aconteceu um hiato entre os mestres do século XIX e a Semana de Arte Moderna. Neste período nada teria sido produzido de interessante e criativo. Os que surgiram naquela fase foram mantidos numa espécie de limbo cultural. Mas o valor da arte de Raimundo Cela deve-se ao fato de ter sido concebida à margem das escolas, de não ter sido contaminada pelos modismos passageiros.

“Na obra de Cela nada é inocência, tudo é fruto de planejamento, economia e técnica. Mas tudo é também movimento, força, agilidade e graça. Sua arte não procura simplesmente imitar as coisas representadas, é de uma beleza solene, meio melancólica, mas luminosa”, ressalta Cláudio Valério Teixeira, artista plástico, restaurador e crítico de arte.



Raimundo Cela retornou ao Rio de Janeiro em 1945. Tornou-se professor de gravura em metal da Escola Nacional de Belas Artes, cargo que ocuparia até a sua morte, em 1954. Nesta última fase da carreira, o pintor foi duas vezes premiado com a medalha de ouro do Salão Nacional de Belas Artes.

A exposição conta com patrocínio da Minalba e, depois da temporada no MAB-FAAP, segue para o Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.


Exposição “Raimundo Cela – um mestre brasileiro”
Período de visitação: de 12 de junho a 18 de setembro
Atenção para os novos horários do MAB-FAAP:
De segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, com permanência até às 19h.
Aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h, com permanência até às 18h.
(Fechado às terças-feiras, inclusive quando feriado)
Local: MAB-FAAP
Endereço: Rua Alagoas, 903 – Higienópolis
Informações: (11) 3662-7198 
Agendamento de visitas educativas: (11) 3662-7200  ou museu.educativo@faap.br
Entrada franca


Sobre o MAB-FAAP
Criado em 1960, o Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (MAB-FAAP) tem abrigado exposições marcantes, tanto de arte brasileira como internacional, provenientes dos principais museus do mundo. O MAB-FAAP já foi contemplado com importantes prêmios do setor, como o concedido em 2010 pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) às exposições ‘Memórias Reveladas’ e ‘Tékhne’.

O MAB-FAAP possui dois espaços expositivos: Sala MAB, onde atualmente está em cartaz a mostra ‘Elas - Mulheres Artistas no Acervo do MAB’, e o Salão Cultural, que a partir de 5 de junho abrigará a mostra Raimundo Cela.
Com um acervo próprio de cerca de três mil obras de arte brasileira, o MAB-FAAP reúne fotos, esculturas, gravuras, pinturas, entre outras, datadas a partir do final do século XIX. Entre os principais artistas estão Anita Malfatti, Victor Brecheret, Di Cavalcanti, Oswaldo Goeldi, Lasar Segall, Pancetti, Portinari, Alfredo Volpi, Cícero Dias, Tomie Ohtake, Arcângelo Ianelli, Flávio de Carvalho, Lygia Clark, Burle Marx, entre outros. Um painel de vitrais de 350 metros quadrados também integra o acervo de obras do MAB-FAAP.

Informações para a imprensa:

FAAP - WN&P COMUNICAÇÃO
Tel: (11) 3662-7270/ 7271 / 9-5329-1654
Fabiana Dourado (
fabiana.dourado@wnp.com.br)
Iracema Carvalho (iracema.carvalho@wnp.com.br)
Sala de Imprensa: www.faap.br/imprensa


 



Curadora Denise Mattar - A4 e Holofote
+55 (11) 3897-4122