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sexta-feira, 28 de maio de 2010

O Bruxo Hermeto Pascoal




Dando seqüencia ao revirar do baú, agora buscando outros clássicos e já com alvo certo, fui atrás deste tesouro de nossa música de outro gênio que é mais respeitado no exterior que aqui.

É chamado de bruxo por tirar acordes de utensílios dos mais improváveis, como tanque de lavar roupas ou calotas de automóveis, e transformando-os em peças fundamentais dentro de sua obra.

Agora...

Esta música é muito boa, e está no subconsciente de muita gente.




Bebê - Hermeto Pascoal








quinta-feira, 27 de maio de 2010

Serendipity



Estava hoje "fuçando nos meus guardados", quando escutei esta música de um disco de Eumir Deodato de 1972 - Percepção -, e me pus a pensar sobre a sutileza e a beleza da arte bem executada, conseguida, claro, através de muito estudo e aprimoramento numa busca de sempre fazer melhor, tentando alcançar a perfeição dentro do universo de seu talento.
Este é um dos muitos brasileiros que tiveram que sair do país, talvez até por que o país naquela época não fosse tão grande para entender seu talento, para conquistar o respeito pelo seu trabalho.

Sem mais delongas, quem gostar me avise.



Serendipity - Eumir Deodato


terça-feira, 25 de maio de 2010

Aguilar no CCBB - SP

Uma grande exposição, que de tão grande escapou à minha compreensão.

Sinto muita dificuldade em entender este tipo de "arte", onde um artista com 50 anos de carreira não procurou aprimorar a técnica de confecção de seus trabalhos, apresentando sempre telas infantilóides, de uma apresentação primária, desde o começo da carreira.

Os trabalhos dos anos 60 pelo menos nasceram de uma idéia que, de alguma maneira, foram fixadas em tela, apesar da tosca execução.

Nas décadas subsequentes percebi uma tentativa de aprofundamento nas tendências vanguardistas, seja lá o que isto signifique.

Será arte telas pintadas com um desenho básico e depois coberta de respingos de tinta ou rabiscos? Telas todas cobertas de tinta derramada ou aspergida, como as de Jackson Pollock, repetidas à exaustão? Telas cobertas de garranchos desenhados ou escritos?

As instalações e as vídeos instalações, infelizmente para qualquer artista, nunca me disseram nada, causando somente um grande enfado, sem me estimular; e estas não foram diferentes apesar de tê-las visto com atenção.

Perguntei a um dos monitores da mostra se ele havia gostado das obras, ele muito diplomaticamente me disse que gosta da polêmica, das discussões que possam surgir durante o evento, e que prefere música às artes plásticas. Deveria dar umas aulas no Instituto Rio Branco.

Como sempre uma exposição no CCBB - SP é sempre feita com uma linda montagem, realçadas pelo magnífico prédio.


Escolhi esta música de Caetano e Jorge Mautner por terem convivido com Aguilar em Londres durante seus exílios.




Eu não peço desculpas - Caetano Veloso e Jorge Mautner

Abaixo das imagens fornecidas pela Assessoria de Imprensa do CCBB, publicadas em alta definição o press release dos curadores.
















Centro Cultural Banco do Brasil apresenta a exposição “Aguilar 50 Anos”, de 11 maio a 18 de julho, em São Paulo

A primeira grande retrospectiva do artista apresenta trabalhos produzidos entre os anos 1960 e 2000

Com curadoria de Haron Cohen e produção da Arte 3, a mostra traz cerca de 75 pinturas e uma coletânea de gravuras, desenhos, filmes, videoarte e instalações, incluindo a inédita “Vestidos de Noiva”, que ocupará o hall central do CCBB

Décadas de 1960 e 1970 representadas nas telas ‘Anima’ e ‘Paisagem’

O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) apresenta em São Paulo, de 11 de maio a 18 de julho de 2010, a exposição “Aguilar 50 Anos”. Trata-se da maior retrospectiva já realizada do multiperformático artista paulistano José Roberto Aguilar, 69 anos, reunindo trabalhos produzidos ao longo de suas cinco décadas de carreira.

Com curadoria do arquiteto Haron Cohen, colecionador das obras de Aguilar desde os anos 1960, e produção da Arte 3, a mostra ocupará todos os andares do CCBB (exceto o subsolo), exibindo cerca de 75 pinturas do artista, divididas de forma cronológica.

No 3º andar estarão as obras da década de 1960, época em que Aguilar participa da 7ª Bienal Internacional de São Paulo e da mostra Opinião - 65, no MAM do Rio de Janeiro. Desta fase, serão vistas telas como ‘Anima’ (1963) e Conversa’ (1965). No mesmo piso, serão apresentadas as obras dos anos 1970, quando o artista vai morar fora do Brasil e começa a se dedicar à videoarte. Entre os destaques que estarão na mostra, ‘Paisagem’ (1971), da série Londres, ‘Macunaíma’ (1974), da série Transformação do Tabu em Tókio, e I Ching’ (1975), da série Nova York.

Na sala do 2º andar, serão expostas pinturas da década de 1980, marcada pela participação de Aguilar em diversas mostras, no Brasil e exterior, e pela criação de sua Banda Performática. Entre as mais de 20 telas, estarão ‘Homenagem a Bukowski’ (1982), ‘The Most Beautiful Cup of Tea’ (1984), da série Japão, e ‘Einstein’s Dreams’ (1983). Também neste piso, as obras dos anos 1990, como ‘O Papa Iluminado’ (1992).

Os anos 2000 serão lembrados no 1º andar, onde além de telas, como ‘O Circo de Calder’ (2000), da série Rio de Poesias, e ‘Bandeira dos Visionários (Getúlio)’ (2003), da série Brasil de Aguilar, haverá cinco instalações do artista: ‘Jardim de Alice’ e uma série de quatro trabalhos - apresentados pela primeira vez em 2005, no Instituto Tomei Ohtake - em que uma figura feminina projetada interage com objetos reais, como uma ducha e uma poltrona.

No térreo, ao entrar no CCBB, o visitante irá se deparar com ‘Estrela Senna’ (2001), uma gigante pintura de Aguilar, com mais de 10 metros de comprimento e dois de altura. Também verá uma instalação construída a partir de esculturas de vidro denominadas “espadas de luz” e a inédita ‘Vestidos de Noiva’, que foi criada especialmente para esta mostra e ocupará o hall central do CCBB.

Outras artes - Além das pinturas selecionadas, “Aguilar 50 Anos” abordará a videoarte - técnica em que o artista é considerado um dos pioneiros -, exibindo trabalhos célebres, como ‘Divina Comédia Brasileira’ (1980) e ‘Sonho e Contra Sonho’ (1981). A mostra terá ainda gravuras, cartazes, desenhos e livros produzidos por Aguilar e discos da Banda Performática.

O multiperformático Aguilar - Pintor, videomaker, performer, escultor, músico e escritor, José Roberto Aguilar nasceu em São Paulo, em 1941. Estudou economia, mas, autodidata, em 1958, já participava da vida cultural paulistana, integrando o movimento performático-literário Kaos, de Jorge Mautner.

Em 1961, realizou sua primeira exposição e em 1963, foi selecionado para participar da 7ª Bienal Internacional de São Paulo. Considerado um dos pioneiros da nova figuração no Brasil, participa da mostra Opinião - 65 no MAM, em 1965. Durante a agitada década, mantém um ateliê da R. Frei Caneca, que é freqüentado por alguns dos principais responsáveis pela renovação política e cultural por que passava a vida brasileira.

Na virada dos anos 1970, deixa o Brasil. Vive em Londres, de 1969 a 1972, e realiza exposição em Birmingham. Entre 1974 e 1975, mora em Nova York, onde começa a realizar um trabalho pioneiro de videoarte. Volta ao país e em 1977 participa da 14ª Bienal Internacional de São Paulo com a instalação Circo Antropofágico, em que expõe 12 monitores de TV, e ganha o Prêmio Governador do Estado. No ano seguinte, participa de videoperformance no Centro Georges Pompidou, em Paris, e no Festival de Videoarte de Tóquio.

Na década de 1980, participa de diversas exposições, sendo um dos artistas brasileiros mais presentes em mostras no exterior, sobretudo nos Estados Unidos e Alemanha. Cria a Banda Performática, que realiza espetáculos em praças públicas, com destaque para o grande evento da Revolução Francesa, em 1989, em que coloca 300 artistas em cena na frente do estádio do Pacaembu e é visto por 10 mil pessoas. Compõe músicas, grava discos e lança o livro “A Divina Comédia Brasileira”.

Nos anos 1990, faz pinturas em telas gigantes e esculturas em vidro e cerâmica. Expõe no MASP e no MAM-SP. De 1995 a 2002, é diretor do espaço cultural Casa das Rosas, em São Paulo, em 2003, é nomeado representante do Ministério da Cultura na capital paulista. Em 2005, realiza uma individual no Instituto Tomie Ohtake. Atualmente também está em cartaz a produção mais recente de José Roberto Aguilar, com pinturas realizadas em 2010, na Galeria Millan".

Dos anos 1980, ‘Homenagem a Bukowski’, e dos 2000, ‘Bandeira dos Visionários (Getúlio)’ e ‘O Circo de Calder’

EXPOSIÇÃO “AGUILAR 50 ANOS”

Classificação Indicativa: livre – Ingresso: entrada franca

Abertura: 10 de maio

Período: 11 de maio a 18 de julho – terça a domingo, das 10h às 20h

Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo - R. Álvares Penteado, 112, Centro

Telefone: 3113-3651 e 3113-3652

Site: www.bb.com.br/cultura | www.twitter.com/ccbb_sp

Visita Mediada à Exposição:

Diariamente são realizadas visitas orientadas por arte-educadores em português e inglês. Para visitas de terça a sábado é necessário agendamento prévio pelo tel. (11) 3113-3649, de segunda a sexta, das 10h às 18h (máx. 45 pessoas por horário). Aos domingos, não há necessidade de agendamento e o atendimento é realizado mediante solicitação na bilheteria, no térreo, das 10h às 19h.

Transporte para Estudantes:

Serviço de transporte gratuito, de terça a sábado, para visitas de estudantes e grupos. Agendamento de acordo com ordem de solicitação, prioritariamente para escolas públicas, de segunda a sexta, das 10h às 18h, pelo tel. (11) 3113-3649.

Acessos:

Estações Sé e São Bento do Metrô. Praças do Patriarca e da Sé.

Acesso e facilidades para pessoas com deficiência física// Ar-condicionado // Loja // Cafeteria Cafezal

Estacionamentos:

Opções de estacionamentos particulares na Rua Boa Vista, Rua Senador Feijó e Rua Libero Badaró. Confirmar dias e horários de funcionamento.

Estacionamento Conveniado:

Estapar Estacionamentos - Rua da Consolação, 228, Edifícos Zarvos (R$ 10,00 pelo período de 5 horas. Necessário carimbar o ticket na bilheteria do CCBB). Informações: (11) 3256-8935

Van faz o transporte gratuito até as proximidades do CCBB – embarque e desembarque na Rua da Consolação, 228 (Edifício Zarvos) e na XV de novembro, esquina com a Rua da Quitanda, a vinte metros da entrada do CCBB.

Assessoria de imprensa

Sofia Carvalhosa, Viva Kauffmann e Renata Martins

Tel.: (11) 3083 5024

E-mail: sofiahc@uol.com.br

Assessoria de imprensa CCBB

Camila Val

Tel.: (11) 3113-3623

E-mail: camila.val@bb.com.br

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Roubo no Museu de Arte Moderna de Paris

Começamos o dia com a notícia do roubo ao Museu de Arte Moderna de Paris, de onde foram levadas as pinturas abaixo, obras primas das artes plásticas mundial, que dificilmente serão vendidas.
São peças que de tão famosas, não poderão ser expostas, pois seriam rapidamente recuperadas, voltando ao seu lugar original.
O que leva alguém a cometer tal desatino? Ter em seu poder, para seu próprio e solitário deleite, peças desta magnitude.
Pela beleza das telas, o ladrão deve ter um profundo conhecimento em pintura ou foi um roubo encomendado, que recolheu as melhores peças do museu.
Esperemos o rápido retorno destas maravilhas, que são mais do que do museu, da humanidade.


Sagração da Primavera - Igor Stravinsky - Trecho Final








terça-feira, 18 de maio de 2010

Sacilotto e Barsotti na BMF&BOVESPA

Estive no saguão da BMF, agora transformado eventualmente em um espaço de exposições, que já nos apresentaram grandes mostras que entraram para os anais da cultura paulistana.

Pena que ultimamente o horário de visitação está limitado ao expediente do pregão da Bolsa, não abrindo mais aos fins de semana, possibilitando assim que mais pessoas possam desfrutar das obras ali expostas.

Com esta exposição pude finalmente começar a perceber as diferenças entre a Arte Concreta e a Neoconcreta, que já tinha pesquisado quando dos meus comentários sobre as exposições de Lothar Charoux e de Amilcar de Castro e não tinha conseguido compreender a ruptura entre estas duas estéticas de expressão.

Nesta visita comecei a perceber que a arte concreta, além de ser monocromática, se prende mais à rigidez cartesiana onde as obras são todas feitas com traços precisos, que além de poderem ser traduzidos em fórmulas matemáticas, nos proporcionam ilusões cinéticas de curvas e movimentos, quando só há retas com início e fim. Como a toda regra existem exceções, Sacilotto apresenta algumas obras em duas cores.

Já no neoconcretismo percebi uma maior liberdade de traçados, onde estão dispostos com menor formalismo sem estarem presos a regras preconcebidas, e se utilizando das cores em profusão.

As obras de Luiz Sacilotto são Concretas e a de Hércules Barsotti Neoconcretas.

Ainda nas pesquisas para este comentário, encontrei esta entrevista de Luiz Sacilotto na revista E do portal SESCSP, onde é dito que a ruptura entre os artistas e a criação de uma nova estética, se deu mais por uma guerra de vaidades do que o nascimento de uma nova escola com valores diferentes dos então aplicados ao Concretismo.




Para acompanhar este comentário a música Focus II, de um conjunto holandês ícone do rock progressivo, Focus, que me parece fazer uma composição concreta.




Focus II -Focus

Abaixo das imagens, texto de apresentação da exposição, publicado no seu catálogo.














SACILOTTO E BARSOTTI na BMF&BOVESPA

Há encontros que mudam a vida de qualquer pessoa. São capazes de reinventar conceitos e reescrever a história da arte brasileira. Um desses encontros, que parecia improvável, tornou-se possível no Espaço Cultural BM&FBOVESPA, que abre suas portas para receber dois mestres da arte concreta e neoconcreta do País: Luiz Sacilotto e Hércules Barsotti. Eles são protagonistas da exposição “Sacilotto e Barsotti – Diálogo entre o Concretismo e o Neoconcretismo”.

O que os menos impiedosos poderiam conceituar de rivalidade, os amantes da cultura
preferem chamar de uma verdadeira e inédita oportunidade. Amigos pessoais, Sacilotto
e Barsotti fizeram parte de grupos antagônicos. Por isso, presenciar esse encontro da arte concreta com a arte neoconcreta é, sem dúvida, um privilégio para poucos. O concretista Luiz Sacilotto defendia a renovação dos valores essenciais das artes visuais por meio das pesquisas geométricas, pela proximidade entre trabalho artístico e produção industrial e pelo corte com a tradição abstracionista hedonista. Repudiava qualquer referência figurativa ao defender o uso de formas geométricas puras.

Enquanto isso, a cor, recusada no início por parte do concretismo, invade as pesquisas neoconcretistas de Hércules Barsotti. Mas as diferenças não param por aí: os neoconcretistas, com raízes fincadas no Rio de Janeiro, consideravam o concretismo dos artistas de São Paulo racional à exaustão, por isso defendiam um trabalho mais solto e intuitivo.

Falar de concretismo no Brasil é prestar uma homenagem à obra de Sacilotto. Em Santo André, ele cresceu ouvindo o barulho compassado e intermitente das fábricas,verdadeiras engrenagens do Brasil nas primeiras décadas do século XX. De alguma forma, a sistematização do movimento, a repetição e os jogos ópticos (legados do olhar de Sacilotto menino) marcaram a produção do artista, seja por meio de suas célebres “concreções” ou pelas telas, desenhos e esculturas que expressam a fase mais madura e conhecida de sua criação geométrica. “Sacilotto sempre teve uma pintura muito boa. Acho que era o melhor do grupo”, afirmou, certa vez, Barsotti sobre o amigo.

Já Barsotti trabalhava a dinâmica das possibilidades da forma, com destaque para a espacialidade que salta de seus quadros, como podemos observar em Branco/Preto, da coleção do MAC – Museu de Arte Contemporânea da USP. As cores de seus trabalhos produzidos a partir da primeira metade dos anos 1960 são intensas. Os azuis são veementes, os amarelos vibrantes, os vermelhos apaixonantes – todos contrastando em formatos de triângulos, losangos, quadrados e círculos.

Ao procurar um equilíbrio entre razão e emoção, Barsotti reinventa o conceito tradicional
da arte: suas formas flutuam, giram, correm para fora da moldura e hipnotizam. Seus significados são imprevistos, infinitos, lúdicos. Barsotti afirma que seus pensamentos são arquitetônicos:
O projeto já é a coisa pronta. Quando o assunto são as cores, ele não esconde:
Quando encosto uma cor na outra é que percebo a relação entre elas. Nesse momento, é meu
olho e não minha cabeça que decide.

A exposição “Sacilotto e Barsotti – Diálogo entre o Concretismo e o Neoconcretismo” é
a reunião de um legado de obras-primas. Aberta ao público até 7 de maio de 2010, a
mostra apresenta um total de 24 obras, sendo 12 pinturas de Barsotti e outros 10 quadros e duas esculturas de Sacilotto, que cobrem seis décadas de produção artística brasileira.
Ao produzir esculturas de corte-e-dobra nos anos 1950, representadas nesta mostra por
Concreção 5816 e Concreção 5949, Sacilotto tornou-se precursor da escultura brasileira de vanguarda.

Ao abrir suas portas para perpetuar esse encontro de grandes artistas, a BM&FBOVESPA convida o público a refletir sobre o que a arte é capaz de dizer e fazer sentir em meio aos quadrados, losangos e círculos geométricos, dosados de intenso volume, cor e espacialidade.
É também uma homenagem aos artistas brasileiros, uma vez que o concretismo produziu alguns dos nomes mais importantes da arte brasileira na segunda metade do século XX, entre eles Sacilotto (que faleceu em 2003) e Barsotti que, com seus 96 anos de idade, sendo 70 deles dedicado às artes, é um dos mais importantes artistas vivos do Brasil.
É com imenso prazer que a BM&FBOVESPA promove este encontro surpreendente entre
Sacilotto e Barsotti, uma verdadeira conquista para a arte brasileira.

Edemir Pinto - Diretor Presidente da BMF&BOVESPA

sábado, 15 de maio de 2010

Influências

No post "Os Anos JK" escrevi que Johnny Alf foi de forte influência aos músicos que vieram depois dele, tanto na maneira de tocar como na construção das melodias.

Quando escutei a primeira vez o início desta música cheguei a cantarolar a música do Ivan Lins , pensando ser a mesma.


Um gosto de fim - Johnny Alf

É claro que o desenvolvimento das melodias seguem caminhos completamente diferentes, e prefiro achar que o subconsciente do Ivan tenha prestado uma homenagem ao mestre.

Abre alas - Ivan Lins

Por muito menos o Rod Stewart foi condenado por plágio ao inserir acordes de Taj Mahal, do Jorge Ben, em Do You Think I'n Sexy.

Esta gravação de Um Gosto de Fim é de 1958 e a de Abre Alas é de 1974, portanto com uma diferença de 16 anos, que em nada desmerece e diminui a importância da música do Ivan Lins, para mim, um dos gênios da MPB.


sexta-feira, 14 de maio de 2010

O Circo do Seu Lé

São Paulo tem tido uma excelente safra de espetáculos infantis, quase todos de uma qualidade excepcional, tanto nas estórias, como na cenografia e trilha sonora.

Tive a felicidade de levar minha filha, que está com 2 anos 8 meses, a esta peça; pois não é que ela adorou se divertiu muito, interessada e interagindo, atenta às cenas e músicas.

Foi a primeira vez que assisti a um espetáculo com música ao vivo com esta qualidade, pois além de uma trilha sonora empolgante, a competência com que foi executada chegou a entusiasmar tanto aos adultos quanto as crianças.

Saí do teatro me sentindo mais leve e muito contente, pois tive momentos de grande alegria e deslumbramento.

Este é um ótimo programa para ser fazer com os filhos, pois com certeza eles irão adorar. Fica em cartaz até o fim de maio, sempre aos sábados às 11:00 hs, no SESC Consolação, Teatro Anchieta.

Como não consegui com a companhia um pedaço da trilha sonora para acompanhar o comentário, ofereço esta música do Jorge Ben, da época que ele era um grande nome da MPB.




O Circo Chegou - Jorge Ben


Abaixo das fotos colhidas na internet, resenha publicada no site da Veja SP








Locais e horários

Teatro Sesc Anchieta

Endereço:Rua Doutor Vila Nova, 245
Tel.:(11) 3234-3000

Quando:(Sáb e Sáb) sábado, 11h00 (Grátis).Ingressos distribuídos uma hora antes.

Resenha por Luiz FukushiroResenha por Luiz Fukushiro:

De Marcelo Zurawski. Músico de primeira, o ator e dramaturgo Marcelo Zurawski, da Cia. Furunfunfum, faz um preciso salto-mortal no mundo dos picadeiros. Na montagem — cujo nome, só o nome, lembra o Cirque du Soleil —, ele prova que a tradição do improviso tem lugar cativo na preferência do público. Embalado por uma ótima trilha sonora executada ao vivo por três músicos, Zurawski vive o domador Seu Lé, dono de um circo em dificuldades. Sob a lona surgem então dois meninos de rua prontos para trabalhar como palhaços. Ao lado dos artistas, Zedim (José Eduardo Rennó) e Frussi (o inspirado Tucci Fattore) dão um duro danado em quadros de acrobacia, malabarismo e arco e fl echa, além do famoso número do homem-bala. Quem não gosta da folia é o Inspetor Corta-Onda (Fattore e Rennó revezam-se no papel), espécie de fiscal determinado a usar seu estridente apito para acabar com o riso.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Max Ernst no MASP

Um murro no plexo solar, foi a sensação que tive ao sair desta exposição, pois as ilustrações que serviram de base às colagens, me lembraram os livros que li na infância e início da adolescência, como O Conde de Monte Cristo, Os Três Mosqueteiros, O Corcunda de Notre Dame, etc. Foram também usadas figuras de livros com seres mitológicos e de literatura erótica, que na época talvez fossem considerados pornografia.

As obras desta mostra me pareceram de um surrealismo alucinado, que me fez pesquisar outras obras do artista para saber se a impressão ficaria, e ficou. Estas imagens me fizeram reviver alguns pesadelos que tive, povoados de seres fantásticos em situações aflitivas.

Me encantou o cuidado que Max Ernst teve para a criação destas peças, pois as figuras escolhidas para completar suas cenas obedeceram o tamanho e a perspectiva do desenho de base, só tornando possível a percepção da montagem pela diferença de tonalidade dos papéis; quando foi necessário algum recorte no original, os brancos foram preenchidos seguindo as linhas iniciais.

A música escolhida para acompanhar este comentário é do Focus, um conjunto holandês de rock progressivo que teve enorme sucesso nos anos 60/70, e cujo nome, Hocus Pocus, e a melodia me lembram a magia de situações fantasiosas.




Hocus Pocus - Focus

Abaixo das imagens, carregadas em alta definição, o "press-release" dos curadores.





















Guardadas por mais de 70 anos, obras completas do Gênesis de Max Ernst visitam

D´Orsay, Albertina, Kunsthalle e Fundación Mapfre e chegam à América pelo MASP

Sensação na Europa em 2008 e 2009, Max Ernst – Uma semana de bondade inicia em 23 de abril no MASP sua itinerância pela América. Conservada por mais de 70 anos pelo colecionador francês Daniel Fillipacchi, coleção completa do Gênesis de Ernst traz 184 colagens, cinco delas não exibidas sob alegação de blasfêmia em exposição realizada em Madri, em 1936 - a primeira e única a atual turnê. Nas imagens, a crítica cáustica e surrealista às convenções sociais da Europa do período entre guerras.

Após uma sequência de cinco exposições de arte vindas da Espanha – entre elas as gravuras de Goya, em 2007; Desenhos Espanhóis do Século 20, em 2008; e Walker Evans, em 2009 – o MASP traz ao Brasil em parceria com a Fundación MAPFRE uma das exposições de maior repercussão na Europa nos dois últimos anos: Max Ernst – Uma semana de bondade, que fica de 23 de abril a 18 de julho, na Galeria Horácio Lafer, 1º andar do Museu.

A mostra - que iniciou em 2008 sua itinerância inédita após mais de 70 anos - passou pelos museus Albertina (Viena), Max Ernst (Brühl), Kunsthalle (Hamburgo), Fundación MAPFRE (Madri) e D'Orsay (Paris) e debuta na América pelo MASP, trazendo suas provocações e preciosidades: entre as 184 colagens originais e de extrema fragilidade estão cinco obras jamais expostas ao público. Sob alegação de blasfêmia, elas não participaram da única exposição realizada com as colagens, em 1936 em Madri, na Biblioteca Nacional, atual sede do Museu Nacional de Arte Moderna.

Terceiro romance-colagem de Ernst - que já havia produzido La femme 100 têtes (1929) e Rêve d’une petite fille qui voulut entrer au Carmel (1930) -, Uma semana de bondade foi criada em 1933, auge do movimento surrealista, durante uma viagem de três semanas à Itália, precisamente ao Castelo de Vigoleno, cidade medieval da Emilia-Romagna. Recortando uma série de imagens de livros, jornais, romances e revistas populares na Europa desde 1850, o artista transformou entretenimento em uma ação de alerta e revolta contra os valores da época.

No entanto, o processo de “colagem” da série já começou bem antes, pela escolha do nome: La semaine de la bonté foi uma associação de ajuda mútua fundada em 1927 para promover o bem-estar social em Paris. Neste período, a capital francesa foi inundada por cartazes da organização buscando apoio da sociedade. Ernst pegou “emprestado” o nome e fez de Uma semana de bondade uma alusão ao relato bíblico da criação da Terra.

A gênese surrealista

A coleção é divida pelos dias da semana e deu origem a cinco livros lançados em 1934 (os três últimos dias – Quinta-feira, Sexta e Sábado - reunidos em um único por não ter a coleção alcançado as expectativas comercias). Nas colagens Ernst afastou-se da concepção bíblica, criando seu próprio Gênesis: o Domingo surrealista é recheado de orgias, violência, blasfêmia e morte, primeiro contraponto significativo ao “dia de descanso”. Homens com cabeças de leão, símbolo do poder, é ironia recorrente nas 35 colagens intituladas O leão de Belfort, na qual as obras são individualizas por sequência numérica, recurso utilizado em todos os dias da coleção, além de obedecerem a um elemento chave, neste caso, a “Lama”.

Composta por 27 trabalhos, Segunda-feira, cujo nome e elemento são denominados “Água”, narra quão insignificante é o poder das autoridades diante a força da natureza: águas invadem e arrasam toda a cidade de Paris, questionando os valores exercidos pela burguesia da época, em críticas ainda coerentes aos dias de hoje. A sequência se mantém na mesma esfera: homens com asas de dragões e serpentes presentes em situações da rotina da classe privilegiada compõem as 45 obras da irônica Terça-feira, representada pela série A corte do dragão dentro do elemento “Fogo”.

O caráter mítico de Édipo é abordado sob o elemento “Sangue” nas 29 colagens de Quarta-feira, batizada com o nome do mito grego. O episódio em que Édipo teve o pé ferido por seu próprio pai, seu reencontro fatídico no qual assassina seu progenitor e posteriormente o enigma proposto pela Esfinge, são simbolizados por homens com cabeças de pássaros nas mais diversas situações, num triste sarcasmo que escancara o eterno receio da tragédia por vezes imposto pelo destino, inerente às escolhas.

A Quinta-feira é subdividida em O riso do galo, que conta com 16 colagens, e A Ilha de Páscoa, formada por outras dez. Ambas sob o elemento “Escuridão” abordam as diferentes formas de poder: na primeira, o galo gaulês, símbolo do estado francês, é presente em todas as imagens, inclusive como parte do corpo dos protagonistas da cena. Em A Ilha de Páscoa, situações de intimidade são exibidas sempre com um de seus personagens usando máscaras. Nestas duas séries, Ernst preenche o espaço intermediário das colagens com tinta ou lápis, criando uma cena que evoca paisagem ampla.

Representada por Um poema visível, Dois poemas visíveis e Três poemas visíveis (compostos por seis, quatro e duas colagens, respectivamente), a Sexta-feira obedece ao elemento “Visão”. Aqui imagens emblemáticas abordam o interior, a estrutura do humano e do ambiente que o cerca: corvos, caveiras e uma série de símbolos são utilizados nas três divisões. Neste “dia” Ernst retoma o uso da colagem sintética, método utilizado por ele no início de sua carreira, no qual elementos heterogêneos são colocados sobre uma folha de papel branco.

O Sábado, último dia da semana, batizado A chave das canções, referencia ao elemento “Desconhecido”, onde toda a preocupação com a realidade é abolida. Mulheres em transe deixam suas camas e quartos para voar, cenas retratadas nas dez obras em que Max Ernst ilustra o fascínio surrealista com a histeria libertadora e inspiradora.

A narrativa da coleção se apoia unicamente na imagem, convertendo-se no ponto máximo do chamado romance-colagem e num dos maiores expoentes do surrealismo. A técnica empregada por Ernst nesta coleção cuidou para que os pontos de união, onde usou a colagem, fossem imperceptíveis com o objetivo de que a ilusão ótica criada pela colagem fosse completa, dando lugar a uma “nova” realidade.

Com este trabalho, Max Ernst rompeu as fronteiras entre gêneros e técnicas e transformou Uma semana de bondade em um dos temas principais do surrealismo - e ataca reservadamente àqueles que consideravam, naquela ocasião, este um movimento essencialmente literário.

Sobre o artista

Max Ernst (2 de abril de 1891, Brühl, Alemanha — 1 de abril de 1976, Paris, França) é provavelmente um dos poucos artistas que reinventou a si mesmo ao longo de toda sua vida. Ao lado de Picasso, fez parte de alguns dos grupos e movimentos de vanguarda mais importantes do século 20. Porém o que caracterizou em todo momento sua trajetória foi a capacidade de seguir adiante, sempre à frente destes movimentos, convertendo-se assim em referência e influência não só para seus contemporâneos mas também para os artistas atuais, entre eles artistas díspares como Cindy Sherman, Neo Rauch e Julie Nord.

A capacidade de Max Ernst criar um universo e um olhar próprio, diferente e singular, o transforma em um dos artistas de referência no século 20 e também em um dos mais complexos e mutáveis. Dadaísta, surrealista, poliglota e ávido leitor, Ernst desenvolveu um universo absolutamente particular e pessoal. Por conta de sua deslumbrante e afiada inteligência, além da sensibilidade e senso de humor ácido e irônico, é possível encontrar influências de Ernst em toda a história do século. Essa mistura de curiosidade e constância que encaixa o discurso do artista é a base sobre a qual foi construído o olhar de Ernst: uma busca incansável, onde, como diziam os sábios gregos, é muito mais importante o caminho que a chegada.

Serviço Educativo

Como nas mostras compostas por obras do acervo e nas exposições temporárias realizadas pelo MASP, Max Ernst – Uma semana de bondade terá um programa educativo elaborado especialmente para atender aos visitantes, professores e alunos de escolas das redes pública e privada. As visitas orientadas são realizadas por uma equipe de profissionais especializados. Informações ao público: 3251-5644, r 2112.

Max Ernst Uma semana de bondade

Exposição com 184 colagens do artista alemão, cinco delas inéditas.

Realização e coordenação: MASP e Fundacíon MAPFRE

Em exposição: De 23 de abril a 18 de julho de 2010

Vernissage: 22 de abril, quinta-feira, às 19h30

Patrocínio: Fundacíon MAPFRE

Montagem: MASP

Horários: De terças a domingos e feriados, das 11h às 18h. Às quintas das 11h às 20h.

Ingressos: R$ 15,00. Estudantes: R$ 7,00. Gratuito até 10 anos e acima de 60 anos.

Às terças-feiras a entrada é gratuita para todos.

MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand

Av. Paulista, 1578. Informações ao público: Fone (11) 3251 5644.

Acesso a deficientes. Estacionamento ao lado, na Av. Paulista: R$ 10,00.

Novo site do MASP: www.masp.art.br. No Twitter: http://twitter.com/maspmuseu