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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Tesouros Paulistas - Coleção de arte dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo

Essa é mais uma das grandes exposições, não pelo tamanho e quantidade de peças e sim pela excelência dos itens apresentados, que nos brinda o Centro Cultural Ruth Cardoso.

Com um a ínfima parte do acervo de arte do Governo de São Paulo, é possível percebermos a força e a exuberância de nosso estado através do tempo pelas aquisições desses tesouros, peças cotidianas de cada época, quase sempre adquiridas como objetos de decoração que com o tempo tornaram-se preciosidades.

A mostra nos traz além do que de melhor temos em nossas artes plásticas como obras de Aldemir Martins, Aleijadinho, Alfredo Volpi, Anita Malfatti, Antonio Gomide, Antonio Rocco, Arnaldo Pedroso D’Horta, Bonadei, Bruno Giorgi, Caciporé Torres, Candido Portinari, Cícero Dias, Claudio Tozzi, Clóvis Graciano, Danilo Di Prete, Darel, Di Cavalcanti, Djanira, Eliseu Visconti, Flávio de Carvalho, Francisco Rebolo, Francisco Vieira Servas, Frei Agostinho de Jesus, Fulvio Pennacchi, Galileo Emendabili, Ismael Nery, Jaime Fonseca Rodrigues, Joaquim Machado de Castro, John Graz, José Cláudio, José Pancetti, Lívio Abramo, Manoel da Costa Ataíde, Marcelo Grassmann, Maria Leontina, Mário Gruber, Mestre Valentim, Nicola de Corsi, Oswaldo Goeldi, Regina Graz, Rossi Osir, Samson Flexor, Tarsila do Amaral, Tomás Santa Rosa, Tomie Ohtake, Vicente do Rego Monteiro, Victor Brecheret e Wesley Duke Lee, magníficas faianças, móveis, oratórios, cerâmicas e adornos.

Senti falta na legenda das peças as informações do local de abrigo e de como foram adquiridas ( compra, doação, herança vacante ou confisco), que seriam úteis como complemento de nosso deleite.

Um lindo passeio num local de fácil acesso com uma bela sala de exposições, que já é há muito tempo referência em cultura paulista.






 Samba Italiano - Adoniran Barbosa

Abaixo das imagens, fornecidas pela assessoria de imprensa da FIESP, o release do site do evento.













O Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo apresenta um panorama  eclético, tanto do ponto de vista da diversidade de tipologias quanto de escolas artísticas. O conjunto apresentado na Galeria de Arte do SESI-SP reúne mobiliário, louçaria, prataria, tapeçaria, pintura e escultura, com destaque para alguns ícones da História da Arte brasileira, do período colonial ao Modernismo, com obras produzidas até a década de 1970. A seleção inédita traz peças do cotidiano dos Palácios dos Bandeirantes (São Paulo) e Boa Vista (Campos do Jordão).
Dividida em três núcleos temáticos – Memória das ColeçõesO objeto como crônica de costumes e A figura como expressão –, a exposição apresenta 322 obras, algumas reconhecidas por instituições internacionais, como é o caso do Museu de Arte Moderna (MoMA). Prestigiado, o museu nova-iorquino já fechou um acordo para que os quadros de Tarsila do Amaral, que estarão expostos primeiramente na exposição Tesouros Paulistas, sigam para uma temporada em solo norte-americano em 2018.
Outro destaque da mostra é a série de 100 pinturas do artista pernambucano José Cláudio da Silva. As telas são resultado de uma expedição à região amazônica, liderada pelo zoólogo e compositor brasileiro Paulo Vanzolini, em 1975. Durante a viagem, o pintor retratou o dia a dia dos povos ribeirinhos e as paisagens exuberantes da região. Durante a visita, será possível ouvir os detalhes da viagem e curiosidades da produção das telas expostas contados em áudio pelo próprio artista.
Elencamos alguns ícones da história da arte brasileira presentes na exposição: Aldemir Martins, Aleijadinho, Alfredo Volpi, Anita Malfatti, Antonio Gomide, Antonio Rocco, Arnaldo Pedroso D’Horta, Bonadei, Bruno Giorgi, Caciporé Torres, Candido Portinari, Cícero Dias, Claudio Tozzi, Clóvis Graciano, Danilo Di Prete, Darel, Di Cavalcanti, Djanira, Eliseu Visconti, Flávio de Carvalho, Francisco Rebolo, Francisco Vieira Servas, Frei Agostinho de Jesus, Fulvio Pennacchi, Galileo Emendabili, Ismael Nery, Jaime Fonseca Rodrigues, Joaquim Machado de Castro, John Graz, José Cláudio, José Pancetti, Lívio Abramo, Manoel da Costa Ataíde, Marcelo Grassmann, Maria Leontina, Mário Gruber, Mestre Valentim, Nicola de Corsi, Oswaldo Goeldi, Regina Graz, Rossi Osir, Samson Flexor, Tarsila do Amaral, Tomás Santa Rosa, Tomie Ohtake, Vicente do Rego Monteiro, Victor Brecheret e Wesley Duke Lee.

Sobre o Acervo de arte dos Palácios do Governo do Estado de São PauloO acervo de arte dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo reúne peças que acompanham a história dos edifícios, desde a primeira sede de governo, no Pateo do Collegio (1765 a 1932), aos palácios dos Campos Elíseos (1911 a 1965), do Horto (1949 a 2012), dos Bandeirantes e Boa Vista (ambos desde 1964).

sábado, 3 de dezembro de 2016

Como é possível formar leitores?

Este post foi originalmente publicado em 03/12/2010, não sei porque o blogger não mais o apresenta nessa data.


A foto abaixo, tirada ontem de uma vitrine da Saraiva, ilustra bem o contra senso entre o discurso e a prática dos gestores de nossa política cultural.

O mesmo livro, impresso no exterior, em luxuosa encadernação de capa dura, sendo vendido a R$ 37,90, e a edição brasileira, encadernada modestamente, vendida a R$ 59,00.

A obra importada, feita com maior requinte, custa 35% menos do que a impressa aqui, mesmo tendo pagado todos os encargos inerentes a este processo.

Também já tinha reparado que as obras de escritores nacionais, em edições similares, são vendidas a um preço maior do que as de autores estrangeiros.

Porque isto?


A música que acompanha o texto é mais um clássico de nosso maestro soberano, também muito cultuada e pouco executada.



Surfboard - Antônio Carlos Jobim



sábado, 19 de novembro de 2016

Gaudí: Barcelona, 1900

Sabe aqueles eventos a que você comparece com expectativas modestas e é surpreendido agradavelmente pela beleza do acervo e competência da curadoria em mostrá-los? 

É esse, normalmente exposições relativas a arquitetura são planas, bi-dimensionais, apresentando tão somente fotos e plantas das obras, o que também acontece com esse, com o propósito mais de ilustrar os riquíssimos detalhes de cada uma delas usados pelo artista como enfeites em suas soluções estruturais.

Essa mostra nos traz peças de outros artistas modernistas catalães contemporâneos a Gaudí.

Um magnífico passeio que pode se complementar com as outras exposições apresentadas pelo Instituto Tomie Ohtake.




Les flors de Maig del compositor Anselm Clave, interpretada per l' Orfeò Català. Disc original de l'epoca. Aproximadament anys 1915-1920. Sota la direcciò del mestre Lluis Millet.Enregistrament de 78rpm.



Abaixo das imagens, o "press-reelase", fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Tomie Ohtake.
















INSTITUTO TOMIE OHTAKE
apresenta
Gaudí: Barcelona, 1900
De 19 de novembro de 2016 a 05 de fevereiro de 2017


Depois de passar pelo MASC em Florianópolis, o Instituto Tomie Ohtake traz à São Paulo a obra universal do arquiteto Antoni Gaudí, com patrocínio do Aché Laboratórios Farmacêuticos, Arteris e Bradesco, apoio da AkzoNobel, Machado Meyer Advogados e Prosegur, e coordenada por Fen-Ian Hsu, da CHI-ZHI. Com trabalhos oriundos do Museu Nacional de Arte da Catalunha, Museu do Templo Expiatório da Sagrada Família e da Fundação Catalunya-La Pedrera, Gaudí: Barcelona, 1900 reúne 46 maquetes, quatro delas em escalas monumentais, e 25 peças entre objetos e mobiliário criados pelo mestre catalão. Completam a mostra cerca de 40 trabalhos de outros artistas e artesãos que compunham a avançada cena de Barcelona nos anos 1900.

Os curadores da exposição, Raimon Ramis e Pepe Serra Villalba, destacam os processos construtivos dos projetos de Gaudí por meio de modelos tridimensionais que ressaltam detalhes de sua arquitetura. No design, móveis e objetos, que vão de maçanetas de metal a peças em cerâmica e madeira, dão conta de como a criação artesanal conseguiu fundamentar a indústria. O conjunto das obras reunidas do consagrado arquiteto catalão testemunha a invenção de uma original geometria, calculada a partir da observação e estudo dos movimentos da natureza. Com este princípio racionalista protagonizado pelo orgânico, Gaudí instaura uma estética moderna única que marcou definitivamente a cidade de Barcelona.

Para ilustrar ainda a pujança de um período em que a capital da Catalunha surge como projeto moderno de cidade, os curadores selecionaram 26 trabalhos entre objetos e elementos decorativos concebidos pelos chamados ensembliers (artesãos de alto nível), além de 16 pinturas. São artistas contemporâneos a Gaudí, que desenvolveram suas obras conforme os preceitos do modernismo catalão. Entre eles destacam-se os pintores Ramón Casas e Santiago Rusiñol, e ensembliers como Gaspar Homar ou Joan Busquets, que decoraram e mobiliaram as casas da burguesia catalã do período.

Trata-se da mesma burguesia que colaborou para a inovação e processo de integração entre urbanismo, arquitetura, arte, design e indústria, atuando como mecenas dessa importante geração de artistas e artesãos que configuraram um dos movimentos mais férteis e representativos da cultura catalã. “Um momento em que foram construídos os fundamentos culturais da Catalunha atual, em que o processo industrial, o lado íntimo, o momento, o acaso, a mecanização etc. vão ganhando espaço, e a atividade artística vai se abrindo a novas propostas”, explicam os curadores. Neste panorama, sugere ainda a dupla, a obra de Gaudí condensa o debate técnico, estético, ideológico e social da virada do século.

Raimon Ramis (Barcelona 1961) é historiador em arte pela Universidade Autônoma de Barcelona e estudou fotografia no Instituto de Estudos Fotográficos da Catalunha e foi fotógrafo de arquitetura. Trabalhou na Fundação La Caixa, Fundação Antoni Tàpies, entre outras entidades. Foi professor da Escola Superior de Desenho de Barcelona e do Centro de Imagens e Tecnologia Multimídia da FPC/UPC, também na capital catalã, onde criou o departamento de recuperação do patrimônio fotográfico Memoria de la image. Ocupou ainda a subdireção do Museu Bariber-Mueller de Arte Pré-colombiana de Barcelona (2004 a 2007), dirigiu o Acampamento da Paz do Fórum Universal das Culturas (2008 a 2011) e supervisionou o III Fórum Universal das Culturas Valparaíso (2010).
Desde 2013, mora em Santiago do Chile, onde é gestor cultural e diretor de Projetos da Fundação MediaBus. Assessora a direção de arquitetura para a construção da capela de Santa María de los Ángeles de Rancagua (Chile), idealizada por Gaudí em 1922, a única obra do arquiteto catalão fora da Espanha. Ramis é ainda curador e colaborador do Centro de Extensão da Pontifícia Universidade Católica do Chile, onde foi curador das exposições Joan Fontcuberta: metabolismos de la imagen (2014) e Gaudí el arquitecto y la forma (2014-2015). Ao longo de sua trajetória participou de diferentes seminários sobre Gaudí, fotografia, arte e educação.

Pepe Serra Villalba (Barcelona, 1969) é diretor do Museu Nacional da Catalunha, desde 2012, depois de ter dirigido o Museu Picasso de Barcelona (2006 a 2012). Focado em patrimônio e gerenciamento de museus de arte, tanto em instituições públicas quanto privadas, Serra ocupou ainda a direção de Museus e Patrimônio Cultural no Departamento de Cultura do Governo da Catalunha (2005 a 2006); foi Coordenador do Programa Públicos e Serviços Culturais da Fundação Caixa Catalunha (2001 a 2005); e coordenador do departamento de exposição do MACBA – Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (1996 a 2000).

Entre as exposições com sua curadoria, destacam-se Posters in Catalonia (Tinell Hall, Barcelona, 1995), Eudald Serra Signs of Life (La Virreina, Barcelona, 1999), The Body and the Cosmos (La Pedrera Casa Milà, Barcelona, 2004) e Kees Van Dongen (Museu Picasso, Barcelona, 2009). Na academia, atua como co-diretor e professor na Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, e professor na Universidade de Barcelona, entre outras atividades.

Exposição Gaudí: Barcelona, 1900
Abertura: 19 de novembro
Visitação: 20 de novembro de 2016 a 05 de fevereiro de 2017
De terça a domingo, das 11h às 20h
Ingressos
R$12,00 e R$6,00 (meia-entrada)
-Têm direito à meia-entrada estudantes, idosos com  idade superior a 60 anos e professores da rede pública, mediante apresentação de documento comprobatório.

-Crianças até 10 anos, cadeirantes e deficientes físicos têm entrada gratuita todos os dias da exposição.

-Às terças-feiras a entrada é gratuita mediante retirada de senhas na bilheteria do Instituto Tomie Ohtake


Os ingressos podem ser adquiridos no site www.ingresse.com a partir do dia 8 de novembro às 8h, ou na bilheteria do Instituto Tomie Ohtake a partir do dia 19 de novembro às 10h.

A venda de ingressos será realizada em três lotes:
1º lote: 20 de novembro a 15 de dezembro
2º lote: 16 de dezembro a 11 de janeiro de 2017
3º lote: 12 de janeiro a 5 de fevereiro

Sessões
Ao comprar o ingresso, o visitante deve escolher o período de visitação desejado. Dentro de cada período, a entrada dos visitantes na exposição será organizada por ordem de chegada. O ingresso permite que o visitante entre na exposição ao longo do período indicado, não sendo necessário chegar no horário inicial.

Das 11h às 13h (entrada até às 13h)
Das 13h às 15h (entrada até às 15h)
Das 15h às 17h (entrada até às 17h)
Das 17h às 19h (entrada até às 19h)

Patrocínio: Aché Laboratórios Farmacêuticos, Arteris e Bradesco
Apoio: AkzoNobel, Machado Meyer Advogados e Prosegur

Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima 201 (Entrada pela Rua Coropés 88) - Pinheiros SP
Metrô mais próximo - Estação Faria Lima/Linha 4 - amarela
De terça a domingo, das 11h às 20h

Informações à Imprensa
Pool de Comunicação – Marcy Junqueira
Atendimento: Martim Pelisson e Luana Ferrari
Fone: 11 3032 1599

sábado, 23 de julho de 2016

Raimundo Cela – um mestre brasileiro

Nestes últimos tempos em que somos diariamente bombardeados com más notícias de todos os matizes uma surpresa como essa aquece o coração.

Conhecer Raimundo Cela pela sempre competente curadoria de Denise Matar transforma uma experiência cotidiana numa ocasião deslumbrante.

Uma magnífica exposição num espaço expositivo suntuoso, nos apresenta um grande artista brasileiro que não tem o merecido destaque no universo das artes plásticas mundial, até porque, imagino, a maioria de seus trabalhos estão em posse de colecionadores particulares, que com absoluta razão devem ter ciúmes de seus tesouros.

As obras apresentadas cobrem todas as fases de sua produção nos mostrando sua genial capacidade de criar maravilhas através da observação de cenas comuns.





Jangada - Edu Lobo

Abaixo das imagens o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do evento.


















EXPOSIÇÃO DE RAIMUNDO CELA TRAZ A MEMÓRIA DE UM DOS MAIS IMPORTANTES ARTISTAS CEARENSES

Individual reúne, no MAB-FAAP, 120 obras do artista, apresentando suas diversas facetas

O Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (MAB-FAAP) recebe a partir de 12 de junho a exposição de Raimundo Cela (1890-1954), principal artista cearense de sua geração. Reunindo 120 obras, a retrospectiva apresenta o percurso do artista desde suas obras acadêmicas até os últimos trabalhos, plenos de ritmo e emoção.

Com curadoria de Denise Mattar, que tem como proposta resgatar artistas de qualidade que ficaram à margem da história oficial da arte brasileira, a mostra “Raimundo Cela – um mestre brasileiro” apresenta a obra de um realizador muito  respeitado entre os estudiosos, mas pouco conhecido do público em geral. 

A exposição
Maior retrospectiva já realizada do pintor cearense, a mostra abarca sua trajetória, a partir de momentos-chave que representam o início de um novo ciclo em sua obra.

A exposição inicia com seus primeiros trabalhos, marcados pela influência do academicismo. São obras determinadas pelo perfeito domínio da técnica clássica, na composição de telas figurativas, evocações à Antiguidade Clássica e à paisagem brasileira. Nesse setor, destacam-se, entre outras, obras como Último diálogo de Sócrates (1917), premiada no Salão Nacional de Belas Artes e que garantiu ao artista uma viagem a Paris, na França.

Devido à Primeira Guerra, a viagem é realizada apenas em 1920, justamente o princípio dos anos loucos da capital francesa, onde Cela dedica-se aos estudos da gravura em metal, dando uma nova perspectiva à sua obra, não apenas na técnica, mas também na temática.

Ao longo dos anos em que permanece em Paris, o artista retratou em seus desenhos, óleos e gravuras, cenas da paisagem francesa, como na tela Paisagem de Saint-Agrève (1921), e da realidade parisiense e de seus tipos, em estudos de nus e nos desenhos Ferreiro e Funileiro (1921).

Um dos grandes destaques da exposição, e da obra de Cela, o painel Abolição (1938), estará reproduzido na mostra em seu tamanho original. Primeiro estado brasileiro a abolir a escravatura, em 25 de Março de 1884, o Ceará, terra-natal de Cela, encomenda a ele, em 1938, um painel que simboliza o momento histórico tão marcante na história do Ceará e do Brasil.






Na individual, o público poderá ter acesso a uma visão única do Ceará. Em seus quadros está a melhor tradução dessa paisagem nordestina, como na série Pinturas Brancas, de marinas e paisagens. Cela também foi um caçador de almas e dos tipos cearenses, com destaque para as figuras populares, como pescadores, vaqueiros, rendeiras e os jangadeiros, estes representados em uma série de obras criadas entre 1940 e 1946. Na mostra, essas produções estarão dispostas de modo narrativo, representando a sequência de ações que levam a jangada ao mar.

Vida e obra
Raimundo Cela nasceu em 1890, em Sobral, no interior do Ceará, mas cresceu em uma cidade litorânea próxima: Camocim. O artista - criado em um meio familiar culto - foi para o Rio de Janeiro em 1910 estudar engenharia, desejo de seu pai, e pintura, por ambição própria. Formou-se sob orientação dos maiores mestres do começo do século, tendo contato especial com Eliseu Visconti.

A pintura de Cela inicia-se totalmente acadêmica, tendo ele recebido, em 1917, como prêmio, uma viagem à Paris do Salão Nacional de Belas Artes, pela obra clássica “Último Diálogo de Sócrates”. A viagem só ocorreu em 1920, devido à guerra.

O artista permaneceu na França por dois anos, quando dedicou-se ao aprendizado da gravura em metal com Frane Brangwyn, pintor, gravador e litógrafo inglês. Seu trabalho nessa técnica é de excepcional qualidade. Suas gravuras, segundo Adir Botelho, não são apenas registros gráficos, históricos, são obras universais no sentido e na expressão. Foi o pioneiro do ensino da gravura em metal na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, lecionando durante nove anos.

De volta ao Brasil, foi viver em Camocim, onde trabalhou durante dez anos como engenheiro de uma pequena usina elétrica. Em 1938, a pintura de um painel para o governo do Estado, representando a libertação dos escravos do Ceará o trouxe de volta à vida artística. Pouco depois, em 1940, estabeleceu-se em Fortaleza. O artista francês Jean Pierre Chabloz o conheceu nessa fase e encantou-se com sua obra.

Raimundo Cela, sendo um moderno, nunca foi um modernista. Ele apareceu justamente no momento da história cultural em que as artes iam ser atingidas pelo radicalismo de 1922. Criou-se, então, o mito, que hoje vem sendo revisto pelos estudos sobre o pré-modernismo, de que aconteceu um hiato entre os mestres do século XIX e a Semana de Arte Moderna. Neste período nada teria sido produzido de interessante e criativo. Os que surgiram naquela fase foram mantidos numa espécie de limbo cultural. Mas o valor da arte de Raimundo Cela deve-se ao fato de ter sido concebida à margem das escolas, de não ter sido contaminada pelos modismos passageiros.

“Na obra de Cela nada é inocência, tudo é fruto de planejamento, economia e técnica. Mas tudo é também movimento, força, agilidade e graça. Sua arte não procura simplesmente imitar as coisas representadas, é de uma beleza solene, meio melancólica, mas luminosa”, ressalta Cláudio Valério Teixeira, artista plástico, restaurador e crítico de arte.



Raimundo Cela retornou ao Rio de Janeiro em 1945. Tornou-se professor de gravura em metal da Escola Nacional de Belas Artes, cargo que ocuparia até a sua morte, em 1954. Nesta última fase da carreira, o pintor foi duas vezes premiado com a medalha de ouro do Salão Nacional de Belas Artes.

A exposição conta com patrocínio da Minalba e, depois da temporada no MAB-FAAP, segue para o Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.


Exposição “Raimundo Cela – um mestre brasileiro”
Período de visitação: de 12 de junho a 18 de setembro
Atenção para os novos horários do MAB-FAAP:
De segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, com permanência até às 19h.
Aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h, com permanência até às 18h.
(Fechado às terças-feiras, inclusive quando feriado)
Local: MAB-FAAP
Endereço: Rua Alagoas, 903 – Higienópolis
Informações: (11) 3662-7198 
Agendamento de visitas educativas: (11) 3662-7200  ou museu.educativo@faap.br
Entrada franca


Sobre o MAB-FAAP
Criado em 1960, o Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (MAB-FAAP) tem abrigado exposições marcantes, tanto de arte brasileira como internacional, provenientes dos principais museus do mundo. O MAB-FAAP já foi contemplado com importantes prêmios do setor, como o concedido em 2010 pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) às exposições ‘Memórias Reveladas’ e ‘Tékhne’.

O MAB-FAAP possui dois espaços expositivos: Sala MAB, onde atualmente está em cartaz a mostra ‘Elas - Mulheres Artistas no Acervo do MAB’, e o Salão Cultural, que a partir de 5 de junho abrigará a mostra Raimundo Cela.
Com um acervo próprio de cerca de três mil obras de arte brasileira, o MAB-FAAP reúne fotos, esculturas, gravuras, pinturas, entre outras, datadas a partir do final do século XIX. Entre os principais artistas estão Anita Malfatti, Victor Brecheret, Di Cavalcanti, Oswaldo Goeldi, Lasar Segall, Pancetti, Portinari, Alfredo Volpi, Cícero Dias, Tomie Ohtake, Arcângelo Ianelli, Flávio de Carvalho, Lygia Clark, Burle Marx, entre outros. Um painel de vitrais de 350 metros quadrados também integra o acervo de obras do MAB-FAAP.

Informações para a imprensa:

FAAP - WN&P COMUNICAÇÃO
Tel: (11) 3662-7270/ 7271 / 9-5329-1654
Fabiana Dourado (
fabiana.dourado@wnp.com.br)
Iracema Carvalho (iracema.carvalho@wnp.com.br)
Sala de Imprensa: www.faap.br/imprensa


 



Curadora Denise Mattar - A4 e Holofote
+55 (11) 3897-4122

sábado, 21 de maio de 2016

Picasso: mão erudita, olho selvagem

São Paulo recebe mais uma grande exposição de obras de Pablo Picasso, recorrente em nossos museus. O artista pela sua importância nos proporciona sempre novidades.

Meu primeiro contato com a obra de Picasso foi uma reprodução feita por minha mãe de uma das suas obras icônicas do cubismo, imagino que eu teria uns oito anos, o quadro era muito bem feito e guardava os matizes do original. Que pena ela tenha se perdido sob minha guarda em alguma mudança, a teria hoje em destaque.

Mas voltando ao assunto, essa será para nós a definitiva pois prova aos céticos que Picasso foi um artista completo que sabia desenhar e pintar como um mestre, dito em sua mais celebre frase:
  • "Quando eu tinha 15 anos sabia desenhar como Rafael, mas precisei uma vida inteira para aprender a desenhar como as crianças"

Multifacetado, exercendo seu mister em várias formas de expressão, como a pintura, escultura, cerâmica e figurinista como na criação dos trajes do balé de Igor Stravinsky, com os croquis mostrados nesta exposição.

Podemos perceber a simbiose entre todos os grandes artista do século XX, onde influenciam e são influenciados por seus pares como vasos comunicantes ou como por osmose.

Hoje o Instituto Tomie Ohtake emparelha com o Centro Cultural do Banco do Brasil como os maiores difusores de cultura do país. Obrigado aos seus curadores e mantenedores.Sempre um lindo passeio.






Pulcinella Suite - VII. Vivo - Stravinsky Conducts Stravinsk


Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Tomie Ohtake.




Picasso
Portrait d'homme, 1903
© RMN-Grand Palais (Musée national Picasso-Paris), 
© Succession Picasso, 2015

Pablo Picasso (1881-1973)
Autoportrait
Self-portrait
Paris, automne 1906
Huile sur toile, 65 x 54 cm
Musée national Picasso-Paris
Dation Pablo Picasso, 1979. MP8
© RMN-Grand Palais (Musée national Picasso-Paris) / Ojéda René-Gabriel
© Succession Picasso, 2015

© Succession Pablo Picasso / AUTVIS, Brasil, 2016. 

 Pablo Picasso (1881-1973)
Homme à la guitare
Man with a Guitar
Paris, automne 1911
Huile sur toile, 154 x 77,5 cm

Musée national Picasso-Paris
Dation Pablo Picasso, 1979. MP34
© RMN-Grand Palais (Musée national Picasso-Paris) / Ojéda René-Gabriel
© Succession Picasso, 2015

© Succession Pablo Picasso / AUTVIS, Brasil, 2016. 

 Pablo Picasso (1881-1973)
Guitare
Guitar
Paris, 1924
Tôle découpée et pliée, boîte en fer blanc et fil de fer peints, 111 x 63,5 x 26,6 cm
Musée national Picasso-Paris
Dation Pablo Picasso, 1979. MP260
© RMN-Grand Palais (Musée national Picasso-Paris) / Hatala Béatrice
© Succession Picasso, 2015
© Succession Pablo Picasso / AUTVIS, Brasil, 2016. 



Pablo Picasso (1881-1973)
Deux femmes courant sur la plage (La course)
Two Women running on the Beach (The Race)
Dinard, été 1922
Gouache sur contreplaqué, 32,5 x 41,1 cm
Musée national Picasso-Paris
Dation Pablo Picasso, 1979. MP78
© RMN-Grand Palais (Musée national Picasso-Paris) / Berizzi Jean-Gilles
© Succession Picasso, 2015

© Succession Pablo Picasso / AUTVIS, Brasil, 2016. 



 Pablo Picasso (1881-1973)
Buste d’homme (étude pour « Les Demoiselles d’Avignon »)
Paris, printemps 1907
Huile sur toile, 56 x 46,5 cm
Musée national Picasso-Paris
Dation Pablo Picasso, 1979. MP14
© RMN-Grand Palais (Musée national Picasso-Paris) / Ojéda René-Gabriel
© Succession Picasso, 2015
© Succession Pablo Picasso / AUTVIS, Brasil, 2016. 


 Pablo Picasso (1881-1973)
Joueurs de ballon sur la plage
Ball Players on the Beach
Dinard, 15 août 1928
Huile sur toile, 24 x 34,9 cm
Musée national Picasso-Paris
Dation Pablo Picasso, 1979. MP109
© RMN-Grand Palais (Musée national Picasso-Paris) / Ojéda René-Gabriel © Succession Picasso, 2015
© Succession Pablo Picasso / AUTVIS, Brasil, 2016. 


Pablo Picasso (1881-1973)
Le Baiser
The Kiss
Mougins, 26 octobre 1969
Huile sur toile, 97 x 130 cm
Musée national Picasso-Paris
Dation Pablo Picasso, 1979. MP220
© RMN-Grand Palais (Musée national Picasso-Paris) / Berizzi Jean-Gilles © Succession Picasso, 2015
© Succession Pablo Picasso / AUTVIS, Brasil, 2016. 


INSTITUTO TOMIE OHTAKE
APRESENTA
Picasso: mão erudita, olho selvagem
Abertura: 21 de maio (convidados), das 11h às 18h
Visitação: de 22 de maio a 14 de agosto de 2016
Com um vasto volume de trabalhos do artista espanhol, pertencente ao Musée National Picasso-Paris, a potente exposição organizada pelo Instituto Tomie Ohtake traz peças que guardam uma relação muito particular de Picasso com a sua obra, já que foram selecionadas e mantidas por ele ao longo de sua vida. Estas obras que viveram ao seu lado integram agora a coleção do museu francês cujo acervo picassiano é um dos mais importantes do mundo, proveniente principalmente de duas doações sucessivas efetuadas pelos herdeiros do pintor em 1979 e 1990. Apenas dois dos trabalhos apresentados na mostra vieram originalmente do acervo de Dora Maar, adquiridos posteriormente pelo museu.  
Picasso: mão erudita, olho selvagem, com curadoria de Emilia Philippot, curadora também do Musée National Picasso-Paris, é composta por 153 peças, sendo a grande maioria inédita no Brasil, que traçam um percurso cronológico e temático em torno de conjuntos que seguem as principais fases do artista, desde os anos de formação até os últimos de produção. São 116 trabalhos do mestre espanhol – 34 pinturas, 42 desenhos, 20 esculturas e 20 gravuras –, além de uma série de 22 fotogramas de André Villers realizados em parceria com Picasso. Completam a mostra, 12 fotografias de autoria de Dora Maar, três de Pierre Manciet e filmes sobre os trabalhos e seus processos de realização. Escolhemos aproveitar o caráter específico da coleção para esboçar um retrato do artista que questiona sua relação com a criação, entre fabricação e concepção, implantação e pensamento, mão e olho “, destaca Philippot.
Conforme afirma a curadora, a exposição fundamenta-se na relação especial mantida pelo artista com suas próprias obras. “Esta ligação íntima e pessoal, que irriga toda a produção de Picasso, transparece de forma diferente de acordo com os vários períodos: retratos íntimos da mãe do artista ou de seu primeiro filho, Paul, celebração apaixonada da sensualidade feminina de Maria-Thèrèse Walter, denúncias intransigentes dos males causados pelos conflitos contemporâneos, da Guerra Civil Espanhola ou da Ocupação da França pelas tropas alemãs”, destaca Philippot. Segundo a curadora, ainda, seja qual for o assunto abordado, por todos os lados se percebe, além das formas, as experiências vividas por Picasso. “ Os laços afetivos do amante, as dúvidas do homem, as alegrias do pai de família, os compromissos do cidadão: tudo se introduzia em sua arte”, completa.
A exposição brasileira sugere um percurso cronológico-temático em dez seções: O primeiro Picasso. Formação e influências (por volta de 1900); Picasso exorcista. As senhoritas de Avignon  (processo da geometrização das formas); Picasso cubista. O violão (relação com a música); Picasso clássico. A máscara da antiguidade (a maternidade, o teatro e a dança); Picasso surrealista. As banhistas; Picasso engajado. Guernica (estudos da obra, fotos e foco na apresentação da tela em 1953 no Brasil/ 2ª Bienal de São Paulo); Picasso na resistência. Interiores e vanitas (processo de trabalho durante a guerra, vida doméstica e vaidades); Picasso múltiplo. A alegria da experimentação  (da cerâmica ao fotograma); Picasso trabalhando. O Mistério Picasso  (a magia de seu processo criativo na pintura); e O último Picasso: o triunfo do desejo  (erotismo em todos seus estados).

A curadora francesa ressalta ainda que, neste percurso, dois projetos fotográficos de primeira ordem testemunham respectivamente, a realização de Guernica (reportagem realizada por Dora Maar), e a experiência dos fotogramas realizados em parceria com André Villers.

Marcam também a mostra, filmes que permitem ao espectador penetrar no coração da criação do trabalho do artista. Desta maneira, o Guernica de Alain Resnais e Robert Hessens (1949) revisita a obra do pintor através do olhar dos desastres da guerra. Dirigido por Henri-Georges Clouzot, em 1956, Le Mystère Picasso revela a extraordinária vitalidade de seu processo criativo.

No Brasil só houve uma outra grande exposição de Picasso, em 2004, na Oca, em São Paulo, e outros de seus trabalhos foram vistos esparsamente em exposições coletivas. Portanto, o conjunto numeroso de obras, quase 90% das quais nunca antes apresentadas no País, em Picasso: mão erudita, olho selvagem é uma rara oportunidade de o público brasileiro ter um panorama abrangente de sua obra.

Emilia Philippot é diplomada pela École du Louvre e especializada em conservação do patrimônio pelo Institut National Du Patrimoine (Paris), Emilia Philippot foi gerente de projeto na Réunion des Musées Nationaux, Paris (2007 e 2009), onde organizou a exposição Le grand monde d’Andy Warhol, nas Galeries Nationales Du Grand Palais (2009). Foi responsável pelas coleções de artes decorativas, artesanato e design industrial no Centre National des Arts Plastiques (Paris) entre 2010 e 2012, coordenando a exposição Liberty, Equality and Fraternity, no Wolfsonian Museum (Miami), em 2011.
Responsável pela segmento de artes gráficas e pinturas do Musée National Picasso-Paris desde 2012, Philippot preparou a reabertura do museu e organizou importantes mostras como ¡Picasso! L’exposition anniversaire no Musée National Picasso-Paris (2015); Picasso chez Delacroix no Musée National Eugéne Delacroix (Paris 2015); Miquel Barceló, Sol y Sombra no Musée National Picasso-Paris (2016) e está concebendo a exposição Histoires d’Olga – Filtres de l’Histoire auprès de Picasso no Musée National Picasso-Paris prevista para março de 2017.
Pablo Picasso Biografia/ Musée National Picasso-Paris:



Exposição: Picasso: mão erudita, olho selvagem
Abertura convidados, 21 de maio, das 11h às 18h
Visitação: 22 de maio a 14 de agosto de 2016
De terça a domingo, das 11h às 20h
R$12,00 e R$6,00 (até 10 anos grátis); às terças grátis;
Compra de ingressos: www.institutotomieohtake.org.br ou na bilheteria do Instituto de terça a domingo, das 10h às 19h.

Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima 201 (Entrada pela Rua Coropés 88) - Pinheiros SP
Metrô mais próximo - Estação Faria Lima/Linha 4 - amarela
De terça a domingo, das 11h às 20h

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