Visualização de vídeos

Os vídeos e músicas postados neste espaço podem não ser visualizados em versões mais recentes do Internet Explorer, sugiro a utilização do Google Crome, mais leve e rápido, podendo ser baixado aqui.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

The Dave Brubeck Quartet - Take Five (1961)

Continuando a série de grandes músicas do Jazz, e mudando um pouco o foco, mostro Take Five do Dave Brubeck Quartet, seu número mais famoso.

Fui alertado por Dna. Glória, minha mãe, que apesar de quase sempre Dave Brubeck levar os créditos de sua autoria, ela na verdade é uma criação de Paul Desmond, o saxofonista do quarteto.

 Num arranjo e interpretações antológicos, ganhou alguns anos depois uma letra e foi gravada por, entre outros, Al Jarreau.

Publicado originalmente em 10/03/2011

 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Chácara Lane é reaberta com o Gabinete do Desenho

Que magnífico presente a cidade de São Paulo ganhou essa semana. O Gabinete do Desenho foi aberto na Chácara Lane (ver abaixo no release), onde reunidos em um só espaço estarão expostos os desenhos mais significativos da coleção do Museu da Cidade, renovados em diversas mostras.

Do acervo mais do que precioso da coleção da cidade estão expostos agora desenhos de Portinari, Tarsila, Djanira, Anita Malfati, Di Cavalcante, Miró, Chagal, Lazar Segal, entre outros.

A criação de um centro cultural especializado em desenho tem sua importância na facilidade que os pesquisadores, estudantes e até diletantes terão em tecer um contato mais próximo dessa forma de expressão.

São apresentados e valorizados todos os tipos de desenhos, como os clássicos, as gravuras, os estudos para telas, estudos cenográficos e até quadrinhos, mostrando todo o ecletismo dos curadores.

Um grande passeio, pois só o prédio já valeria uma visita.


Trilhos Urbanos - Caetano Veloso

Abaixo das imagens, o "press-release" fornecidos pela assessoria de imprensa do evento.














Chácara Lane é reaberta com o Gabinete do Desenho



Secretaria de Cultura do Município de São Paulo inaugura dia 1o de
 dezembro o novo espaço museológico voltado à exibição de mostras
temporárias e da Coleção de Arte da Cidade. Coletivas organizadas por
Agnaldo Farias ocupam as salas da casa centenária, discutindo a história
do acervo e o alargamento do conceito do desenho. Entrada gratuita.

A Secretaria de Cultura do Município de São Paulo inaugura no dia 1o de dezembro de 2012, sábado, às 11 horas, as instalações do Gabinete do Desenho, na Chácara Lane, à Rua da Consolação, 1024. Voltado à exibição de recortes da Coleção de Arte da Cidade, o novo equipamento museológico é dirigido por Vera Toledo Piza, e promove mostras temporárias e de longa duração, além de atividades educacionais relacionadas à sua programação.

O Gabinete do Desenho, nova instituição cultural a integrar o Museu da Cidade de São Paulo, nasce do encontro de duas demandas: a ocupação da Chácara Lane, imóvel recém-restaurado sob a coordenação da Divisão de Preservação do Departamento do Patrimônio Histórico e a necessidade de um espaço adequado e específico para a discussão e extroversão da Coleção de Arte da Cidade, em especial as obras que têm como linguagem o desenho.

A partir destas duas oportunidades, a Secretaria Municipal de Cultura convidou o curador Agnaldo Farias para conceber e desenvolver as diretrizes desta nova instituição e também para realizar a curadoria das mostras inaugurais.

A primeira exposição Da Seção de Arte ao Prêmio Aquisição: a gênese do Gabinete do Desenho, de longa duração e que acontecerá no térreo, exporá obras realizadas sobre papel pertencentes ao acervo da Coleção de Arte da Cidade. Além de discutir os vários aspectos do desenho e das obras expostas, também pretende ressaltar o ineditismo da formação do primeiro acervo público de arte moderna no Brasil, realizado por Sergio Milliet no âmbito municipal, e o seu percurso até a contemporaneidade. Participam da coletiva os artistas: Almandrade, Anatol Wladyslaw, Anna Bella Geiger ,Antônio Bandeira, Antônio Manuel, Carlos Scliar, Carmela Gross, Darel Valença, Emiliano Di Cavalcanti, Fernand Léger, Jac Leirner, Joan Miró, Lasar Segall, Marcelo Grassmann, Maria Bonomi, Nelson Leirner, Nuno Ramos, Oswaldo Goeldi, Paulo Bruscky, Paulo Monteiro, Pedro Américo, Pierre-Auguste Renoir, Regina Silveira, Renina Katz, Roberto Kepler, Rosana Paulino, Rugendas, Tarsila do Amaral.

A segunda exposição desenho esquema esboço bosquejo projeto debuxo ou o desenho como forma de pensamento, temporária e que acontecerá no andar superior, será de obras pertencentes a outras instituições, artistas, galerias e coleções. Pretende apresentar o desenho além do território conhecido das artes visuais, como fim em si mesmo ou como processo de criação de outras expressões, contemplando suas diversas naturezas e finalidades. Participam da coletiva os artistas Adrianne Gallinari, Angelo Venosa, Arnaldo Antunes, Carla Caffé, Daniel Senise, Edith Derdyk, Fábio Moon, Gabriel Bá, Glauber Rocha, Irmãos Campana, Lívio Tragtenberg, Vera Hamburger e Ton Marar.

Coleção de Arte da Cidade

A Coleção de Arte da Cidade, embora não com este nome, tem sua origem na Seção de Arte da Biblioteca Mário de Andrade em 1945 na gestão de Sergio Milliet, um dos principais articuladores do modernismo no Brasil, que promoveu a aquisição de obras que constituem hoje uma expressiva coleção de arte em papel: desenhos, aquarelas e gravuras em técnicas variadas, de artistas nacionais e estrangeiros, dentre os quais um pochoir de Fernand Léger, uma gravura de Renoir, desenhos de Rugendas, e de brasileiros, tais como desenhos de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Di Cavalcanti. Este trabalho seminal de Sergio Milliet teve a colaboração de Maria Eugênia Franco na Biblioteca e, posteriormente, na direção do Departamento de Documentação e Informação Artística – IDART – onde coordenou a catalogação do acervo pertencente ao município na década de 1970. Transferido para o Centro Cultural São Paulo nos anos 1980, esse acervo recebe doações importantes de arte postal, dentre elas parte da obras de arte postal presentes na Bienal de 1983, organizada Walter Zanini. Outros projetos culturais desenvolvidos pelo CCSP como o Programa de Exposições e o Prêmio Aquisição renovaram a coleção com a aquisição e integração ao acervo de obras de artistas contemporâneos.

Atualmente, a coleção conta com cerca de 2.800 obras de arte em diversas técnicas e seis coleções de Arte Postal, com 3.500 peças no total e encontra-se abrigada no Centro Cultural São Paulo. Aproximadamente 70% das obras catalogadas são sobre papel, a maioria desenhos e gravuras. São trabalhos de artistas brasileiros importantes, entre eles os desenhos originais de Tarsila do Amaral para o livro Pau Brasil, de Oswald de Andrade, além de obras de Anita Malfatti, Emiliano Di Cavalcanti, Oswaldo Goeldi, Cândido Portinari, José Pancetti, Alfredo Volpi e muitos outros. Também há obras de artistas internacionais, entre as quais podemos destacar as de Johann Rugendas, Joan Miró, Pierre-Auguste Renoir e Marc Chagall. Cerca de 20% da coleção é formada de pinturas de artistas como Frans Post, Pedro Alexandrino, Almeida Júnior, Francisco Rebollo, Aldo Bonadei, Flávio de Carvalho, Aldemir Martins, Paulo Pasta, Célia Euvaldo e Tomie Ohtake. Os 10% restantes são compostos por esculturas e outras obras em suportes diversos, tais como fotografia, vídeo, dvd, mobiliário, tapeçaria, etc. Dessas obras destacam-se doações de artistas contemporâneos como Nuno Ramos, Leda Catunda, Alex Flemming, Sandra Cinto, Regina Silveira, Carmela Gross e Rubens Mano entre outros.

Chácara Lane

A região onde ora se inaugura o Gabinete do Desenho passou por diversas transformações nos últimos dois séculos. No antigo caminho para Sorocaba se instalou o Cemitério da Consolação (1854) e na década seguinte o Colégio Americano, futuro Instituto Mackenzie, se transfere para a quadra da Rua Maria Antônia com rua Itambé. A partir da década de 1880 surgiram os loteamentos que desenharam a conformação atual de seu entorno. Em 1890, Lauton Amnesley adquire uma área proveniente do desmembramento da propriedade de Dona Maria Antonia da Silva Ramos onde foi construída a residência do reverendo George Whitehill Chamberlain. Este terreno com a moradia foi vendido ao doutor Lauriston Job Lane em 1906, dando origem à Chácara Lane, assim conhecida a propriedade onde morou o médico presbiteriano até sua morte em 1942. O atual lote é um dos últimos remanescentes das típicas chácaras paulistanas – restam ainda a Chácara do Penteado, atual FAU USP, em Higienópolis; e a Chácara Prates, em Campos Elísios – e foi adquirido pela Prefeitura Municipal em 1944. Desde então, teve diferentes utilizações: serviu de ambulatório à Cruz Vermelha até 1953, ano em que foi convertido em sede do Arquivo Municipal Washington Luís e, mais recentemente, de 1995 a 2008, abrigou a Biblioteca Circulante da Biblioteca Mario de Andrade. Em 2004, a Chácara Lane e seu envoltório são tombados pelo Conpresp e a partir de 2012, com a inauguração do Gabinete, passa a exibir exposições de longa e curta duração do acervo da do Patrimônio Histórico da Cidade de São Paulo.

Serviço:

Evento: mostras coletivas Da Seção de Arte ao Prêmio Aquisição: a gênese do Gabinete do Desenho e desenho esquema esboço bosquejo projeto debuxo ou o desenho como forma de pensamento

Curadoria: Agnaldo Farias 
Abertura: 1 de dezembro, sábado, às 11 horas

Períodos expositivos:
Expo desenho… de 2 de dezembro de 2012 a 21 de abril de 2013
Expo Da Seção… de 2 de dezembro de 2012 a 24 de novembro de 2013

Local: Gabinete do Desenho
Endereço: Rua da Consolação, 1.024 - CEP 01302­000 - São Paulo - SP
Telefone: (11) 3129 3574
Horários de visitação: de terça a domingo, das 9 às 18 horas
Entrada gratuita e livre para todos os públicos
Não possui estacionamento
Ambiente acessível

Agendamento de visita orientada para grupos com os educadores diretamente no Gabinete ou por telefone

Mais informações para a imprensa:

Décio Hernandez Di Giorgi
Adelante Comunicação Cultural
www.adelantecultural.com.br
Tel: (11) 9 8255 3338
decio.di.giorgi@gmail.com 

terça-feira, 27 de novembro de 2012

War

Esse vídeo fiz com fotos que já tinha há muito tempo guardadas e queria compartilhar o horror e a indignação que sinto cada vez que as vejo.

Nos mostra o ser humano na sua mais baixa condição emocional, cometendo barbáries que quase sempre não é de sua índole, de sua formação.

A guerra do Vietnam foi o mais sem sentido e razão dos conflitos de todos, uma guerra que não era americana, seu povo era contra e foram utilizadas armas extermínio em massa que violaram qualquer racionalidade como o agente laranja, cancerígeno que acabava com as folhagens das árvores para que o inimigo fosse exposto ao fogo dos americanos, e as bombas incendiárias de napalm, que arrasaram aldeias e vilarejos, quase sempre matando inocentes.

Um dos resultados deste drama foi a volta dos soldados americanos destruídos física e emocionalmente pelas batalhas e pelo uso de drogas. Como foi mostrado em filmes como Amargo Regresso, Nascido em 4 de Julho e na obra maior, Apocalipse Now, que apresenta toda a insanidade e loucura gerada pela guerra.

A música incidental deste vídeo é War de Edwin Starr, que foi proibida de ser executada em várias rádios e casas de shows cujos proprietários, da direita americana, eram a favor da guerra. No fim do vídeo introduzo a música Why Can't We Be Friends do grupo War, que celebra a união e a amizade entre os diferentes.







War

War

War, huh yeahGuerra, Huh Yeah
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing.Absolutamente nada.
War huh yeahGuerra Huh Yeah
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing.Absolutamente nada.
Say it again y'allDizê-lo novamente y'all
War, huh good godGuerra, huh bom deus
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing. Listen to meAbsolutamente nada. Ouça-me
War-I despiseGuerra eu desprezo
cause it means destructionfazer com que ele significa a destruição
Of innocent livesDe vidas inocentes
War means tear to thousands of mothers eyesGuerra significa rasgar a milhares de olhos mães
When their sons go off to fightQuando seus filhos vão para a luta
And lose their livesE perdem a vida
War, huh good god y'allGuerra, huh bom deus y'all
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing. say it againAbsolutamente nada. dizê-lo novamente
War whoa lordGuerra whoa senhor
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing. listen to meAbsolutamente nada. escuta-me
It ain't nothin but a heartbreakerNão é nada, mas um heartbreaker
Friend only to the undertakerAmigo apenas para o undertaker
Oh war, is an enemy to all mankindOh guerra, é um inimigo para toda a humanidade
the thought of war blows my mindo pensamento de guerra sopra minha mente
war has caused unrest in the younger generationguerra causou agitação na geração mais jovem
induction, then destruction who wants to dieindução, a destruição então quem quer morrer
War, good god y'allGuerra, deus do bem y'all
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing. say it say it say itAbsolutamente nada. dizem que dizem que dizem que
War uh huh yeah huhGuerra uh huh huh sim
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing. listen to meAbsolutamente nada. escuta-me
It ain't nothin but a heartbreakerNão é nada, mas um heartbreaker
got one friend that's the undertakertenho um amigo que é o undertaker
oh war has shattered many young mans dreamsoh guerra abalou muitos jovens mans sonhos
made him disabled bitter and meanfê-lo desabilitado amarga e significa
life is much to short and precious to fight mighty wars these daysa vida é muito curta e preciosa para lutar guerras poderosa nos dias de hoje
war can't give life it can only take it away oooooha guerra não pode dar a vida só pode tirá-lo oooooh
War, huh good god y'allGuerra, huh bom deus y'all
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing. say it say againAbsolutamente nada. dizem que dizer novamente
War whoa lordGuerra whoa senhor
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing. listenAbsolutamente nada. ouvir
It ain't nothin but a heartbreakerNão é nada, mas um heartbreaker
Friend only to the undertakerAmigo apenas para o undertaker
Peace love and understanding tell meAmor, paz e compreensão me diga
Is there no place for them todayNão há lugar para eles hoje
they say we must fight to keep our freedomeles dizem que devemos lutar para manter nossa liberdade
but lord knows there's got to be a better waymas o senhor sabe que tem que haver uma maneira melhor

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960)

São Paulo encontra-se em plena safra de exposições fotográficas, sorte a nossa, pois temos a maravilhosa oportunidade de conhecer e reconhecer fatos, personagens e lugares significativos de nossa história. Que delícia ver ou rever imagens que ilustram a nosso riquíssimo século XX.

Além da importância histórica, a beleza das imagens valem a incrível sensação do "já te vi", permeada de enorme satisfação.

Apesar de já ter acabado há 38 anos, trago viva em minha memória a expectativa de ter a revista em mãos, quase sempre no salão de barbeiro, não só pelas reportagens ou também e principalmente pela página do Amigo da Onça, do cartunista Péricles.

Podem criticar, atacar e até tentar diminuir a importância de Assis Chateaubriand na formação do imaginário  e do pensamento do povo brasileiro, mas para o bem ou para o mal, ele deixou sua marca.

É incrível escutar os comentários de pessoas de novas gerações, que estão a anos-luz do auge da revista, que mostram a impressão que elas tem de que a revista praticava um jornalismo "chapa-branca". Ledo engano, "Chateau" mandava nos poderes constituídos, ele é quem elegia o homem da vez.

Uma belíssima exposição a ser vista com atenção e vagar, deixando-se levar pela fotos de qualidade superior.


Copacabana - Dick Farney


Abaixo das imagens, o "press-release" fornecidos pela assessoria de imprensa do IMS.

 Museu de Arte de São Paulo, 1950 São Paulo, SP
 Acervo Jornal Estado de Minas/O Cruzeiro/Roberto Maia

 Carrancas de proa, c. 1943 - Rio São Francisco
 Marcel Gautherot/Acervo Instituto Moreira Salles

 Índio Iaualapiti, 1949 - Serra do Roncador
 José Medeiros/ Acervo Instituto Moreira Salles

 O presidente Getúlio Vargas escreve no gabinete, década de 1940
 Jean Manzon / CEPAR Consultoria

Carmem Miranda, década de 1940
 Jean Manzon/ Acervo CEPAR Consultoria



Instituto Moreira Salles de São Paulo abre exposição As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960)

Mostra reúne imagens de grandes fotógrafos que trabalharam para a revista, como Jean Manzon, José Medeiros, Luciano Carneiro, Peter Scheier, Marcel Gautherot, Pierre Verger, Flávio Damm, Luiz Carlos Barreto e Henri Ballot

O Instituto Moreira Salles de São Paulo abre em 22 de novembro, às 19h30, a exposição As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960), com mais de 400 imagens e matérias que revelam a história da principal revista ilustrada brasileira do século XX, e que foi decisiva para a implantação do fotojornalismo no país. A exposição tem como fio condutor a relação entre as imagens produzidas pelos fotógrafos e as fotorreportagens tal como foram publicadas. Essa abordagem tem como foco as décadas de 1940 e 1950, período de maior atividade e difusão da revista. A curadoria da mostra é da professora e curadora do Museu de Arte Contemporânea da USP, Helouise Costa, e de Sergio Burgi, coordenador de fotografia do Instituto Moreira Salles. A mostra ficou em cartaz no IMS-RJ entre julho e outubro deste ano e segue para Poços de Caldas depois de passar por São Paulo.

Na exposição, serão apresentadas algumas das contribuições de Jean Manzon, José Medeiros, Peter Scheier, Henri Ballot, Pierre Verger, Marcel Gautherot, Luciano Carneiro, Salomão Scliar, Indalécio Wanderley, Ed Keffel, Roberto Maia, Mário de Moraes, Eugênio Silva, Carlos Moskovics, Flávio Damm e Luiz Carlos Barreto. Muitas das imagens pertencem ao acervo IMS. Outras foram cedidas por outros arquivos: jornal Estado de Minas, Fundação Pierre Verger, APESP (Acervo Público do Estado de São Paulo), Coleção Samuel Gorberg e os acervos pessoais de Luiz Carlos Barreto e Flávio Damm.

Publicada pelos Diários Associados, empresa de comunicação pertencente a Assis Chateaubriand, a revista O Cruzeiro foi lançada em 1928 como uma publicação semanal de variedades, de circulação nacional. Tornou-se um dos mais influentes veículos de comunicação de massa que o país já conheceu. No início da década de 1940, incorporou o modelo da fotorreportagem, tornando-se pioneira na implantação do fotojornalismo no Brasil.

Como afirmam os curadores, “o período da Segunda Guerra Mundial foi marcado por transformações sociais profundas que colocaram questões éticas contundentes no terreno da política de maneira geral e no campo da fotografia em particular. Uma das consequências foi a disputa entre duas diferentes concepções de fotojornalismo, materializada no cenário internacional a partir da fundação da Agência Magnum em 1947, e que teria forte repercussão na revista O Cruzeiro. De um lado situavam-se os fotógrafos integrados às condições do mercado, que entendiam que suas fotografias deveriam atender às demandas do sistema de comunicação de massa para conquistar o público. De outro, os fotógrafos que defendiam uma abordagem humanista do fotojornalismo e buscavam produzir um tipo de fotografia de cunho autoral comprometida com certas causas ou, no mínimo, menos sensacionalista. O que unia essas duas tendências era o grande domínio do código fotográfico e a utilização de uma linguagem moderna”.

A exposição busca também refletir sobre o conceito de fotojornalismo. Em geral busca-se defini-lo como sendo o uso de fotografias e textos relacionados para representar acontecimentos da atualidade de acordo com certas estruturas narrativas. Esse critério, no entanto, diz respeito somente ao contexto de apresentação das imagens. Para compor a mostra em cartaz no IMS-SP, o fotojornalismo foi considerado pelos curadores como uma forma de representação social historicamente determinada e, portanto, em constante transformação. Um fenômeno ativo da vida social, conformador de visões de mundo e orientador das atitudes de indivíduos. No caso de O Cruzeiro, a exposição busca entender o seu papel social nos anos de 1940 e 1950 no Brasil. O questionamento do papel social do fotojornalismo e dos limites éticos de atuação dos profissionais da área tornou-se possível no Brasil a partir do término da Segunda Guerra, do fim do Estado Novo em 1945 e da abertura política daí decorrente. O advento de um fotojornalismo mais ágil e participativo, em contraposição ao encenado praticado por Jean Manzon, ganharia força na revista O Cruzeiro, a partir de então, pelo empenho de fotógrafos como José Medeiros, Luciano Carneiro, Flávio Damm, Luiz Carlos Barreto e Eugênio Silva. A saída de Jean Manzon da revista em 1951 iria contribuir para consolidar essa nova orientação. No lugar de uma fotografia posada e essencialmente simbólica, impunha-se agora uma fotografia mais espontânea, baseada nos princípios da veracidade. Tratava-se de uma mudança de paradigma, cujas causas não se encontram na fotografia, nem muito menos na mídia, mas no investimento coletivo da sociedade brasileira em se reconhecer ou não em determinados tipos de representação.

Temas da exposição:

Em As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960) será possível reconhecer os principais temas recorrentes nas páginas da revista ao longo das duas décadas analisadas. As informações abaixo, extraídas dos textos dos curadores da mostra, resumem cada um deles.

- A temática indígena: o índio é uma constante nas fotorreportagens de O Cruzeiro. Inaugurado em 1944 pela fotorreportagem de Jean Manzon e David Nasser sobre uma comunidade xavante nunca antes contatada, o tema do índio ganharia, nos anos seguintes, a contribuição de outros fotógrafos, em especial de José Medeiros e Henri Ballot.

- A imprensa e o sistema de arte: a virada das décadas de 1940 e 1950 no Brasil foi marcada pela fundação de importantes instituições culturais, como o Masp (1947), em São Paulo, e o MAM do Rio de Janeiro (1948). Embasados no discurso da democratização da arte, esses empreendimentos foram resultado da iniciativa privada. Quando Assis Chateaubriand criou o Masp, estabeleceu um estreito vínculo entre a dinâmica do sistema de arte local e os interesses da indústria de comunicação de massa. Não por acaso, O Cruzeiro publicaria constantemente fotorreportagens sobre o museu.

- A política na fronteira entre o público e o privado: os vínculos de Getúlio Vargas com O Cruzeiro remontam ao pedido de auxílio financeiro feito por Assis Chateaubriand, no final dos anos 1920, para o lançamento da revista. Vislumbrando os benefícios que poderia obter com a publicação, o então ministro da Fazenda intermediou a cessão dos recursos solicitados em troca de apoio político. Dali por diante, as relações de O Cruzeiro com Vargas seriam caracterizadas pela instabilidade. As matérias sobre o político gaúcho iam da adesão irrestrita aos ataques diretos, passando por momentos de apoio tácito.

- Faits divers e fotorreportagens seriadas – entre a notícia e a ficção: um dos muitos recursos utilizados pelas revistas ilustradas para atrair o interesse dos leitores era a publicação de reportagens ligadas ao universo dos chamados faits divers. O termo, de origem francesa, foi incorporado ao vocabulário do jornalismo para se referir a reportagens sobre temas que não se enquadram nas editorias tradicionais e têm pouca relevância social e política. A revista O Cruzeiro abriu um amplo espaço aos faits divers em suas fotorreportagens. Nessa linha investiu também em reportagens seriadas de média ou longa duração. Entre as séries mais conhecidas podemos citar o Crime do Sacopã ou o Casamento da índia Diacuí. As séries estimulavam o consumo regular da revista e induziam o público a colecioná-la.

- Fotojornalismo, arquivo e memória: O legado do fotojornalismo no Brasil ainda está longe de ser efetivamente conhecido. Embora se constitua em um certo relato sobre a atualidade, ele não pode considerado um simples suporte de informações objetivas. O fotojornalismo moderno produzido no Brasil entre os anos de 1940 e 1950 apresenta-se hoje como um passado distante, cujos vestígios estão abrigados em arquivos públicos e privados, de naturezas e proveniências diversas. É necessária uma reflexão sobre a importância dos arquivos gerados pelo fotojornalismo e sobre as indicações que oferecem para melhor compreendermos a complexidade histórica de sua prática.

As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960)
Abertura: 22 de novembro de 2012, às 19h30
Exposição: de 23 de novembro de 2012 a 31 de março de 2013
De terça a sexta, das 13h às 19h
Sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h
Entrada franca
Classificação livre

Instituto Moreira Salles – São Paulo
Rua Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis
Tel.: (11) 3825-2560

Informações para a imprensa:
Nathalia Pazini - (11) 3371-4490 | Fernanda Grandino - (11) 3371-4424






terça-feira, 13 de novembro de 2012

Um Olhar sobre o Brasil. A Fotografia na construção da Imagem da Nação

Uma belíssima exposição, mas não tão magnífica como quis fazer parecer o Secretário Municipal da Cultura , Carlos Augusto Calil, quando disse que essa é a maior e mais importante mostra de fotografias brasileiras já exibida no nosso país.

Descontado o exagero, a importância desta exibição é apresentar fotos de diversos períodos da nossa história, desde 1833 até ao ano 2003, quando foram comemorados os 170 anos de fotografia no Brasil. O Instituto Moreira Salles já apresentou mostras inesquecíveis como "O Brasil de Marc Ferrez" no SESI, "Panoramas: a paisagem brasileira no acervo do IMS", "As construções de Brasília", entre outras tantas, como também "Família Ferrez: Novas revelações",  essa sob o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Todas elas retratando lugares e acontecimentos históricos.

Sem se concentrar em um artista específico, os trabalhos estão agrupados por períodos históricos, tentando abranger fatos e lugares marcantes a cada época. Mas como temos um país de extensão continental e uma história riquíssima, muita coisa ficou de fora e espero que não esquecidas e sim guardadas para para projetos futuros.

Que boa sensação é o estímulo da memória ao ver essas fotos, pois além de imagens de fatos que fomos contemporâneos ou que presenciamos, há aqueles que estão em nosso inconsciente, que seu conhecimento colaborou na nossa formação. 




Que as crianças cantem livres - Taiguara

Abaixo das imagens, o "press-release" fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Tomie Ohtake.

Zig Koch, Fortaleza N. S. dos Prazeres Ilha do Mel, Paraná, 2000, Processo comógeno, 46.5X70.5cm

Jean Manzon, A melhor vista do Rio, Rio de Janeiro, sem data

João Musa, Pantanal Mato Grosso do Sul, 1988, Gelatina prata tonalizada, 34.9x35.1cm, Acervo do auto

Luiz Carlos Barreto,  Assis Chateaubriand e Adolpho Bloch, Rio de Janeiro, 1962, Acervo do autor

Orlando Brito, Pátria Amada, Brasília, 1991, publicado na revista Veja


INSTITUTO TOMIE OHTAKE E FUNDACIÓN MAPFRE
APRESENTAM
Um Olhar sobre o Brasil. A Fotografia na construção da Imagem da Nação
Abertura: 12 de novembro de 2012 - até 27 de janeiro de 2013
Com mais de 400 imagens vindas de diferentes acervos públicos e coleções privadas, a FUNDACIÓN MAPFRE, em parceria com Instituto Tomie Ohtake, realiza a exposição “Um olhar sobre o Brasil. A Fotografia na construção da Imagem da Nação”. O projeto inédito, de pensar 170 anos de história do país (1833-2003) a partir do registro fotográfico, tem curadoria do especialista em história da fotografia Boris Kossoy e curadoria adjunta da antropóloga e historiadora Lilia Moritz Schwarcz.

Com cenografia assinada por Daniela Thomas e Felipe Tassara, a mostra percorre caminhos de luz e sombra, costurando história e iconografia. Tomando como ponto de partida o momento próprio de invenção da técnica fotográfica, a exposição revisita o olhar “científico” que guiava as expedições estrangeiras, o gosto de D. Pedro II pelo novo suporte e os registros de revoltas populares como a de Canudos, até chegar à grande multiplicação de temas, ângulos, acontecimentos e reviravoltas que compuseram o longo século 20.
Graças à ampla pesquisa empreendida pela equipe curatorial, cada uma das fotografias é apresentada acompanhada por um pequeno texto, sua micro-história, com informações que vão muito além da tradicional legenda (título, data, autor). Ao refletir sobre as fotos escolhidas, o curador destaca o esforço em ”valorizar o simbólico, tentar evitar a redundância, destacar o anônimo e o cotidiano naquilo que têm de aparente e oculto, rever criticamente as imagens conhecidas e ideologicamente comprometidas com as histórias oficiais”.

A mostra acompanha o lançamento do livro “Um olhar sobre o Brasil. A Fotografia na construção da Imagem da Nação: 1833-2003” (coordenação – Boris Kossoy, consultoria histórica – Lilia Moritz Schwarcz), volume que integra a coleção História do Brasil Nação: 1808-2010 (FUNDACIÓN MAPFRE / Grupo Santillana/ Editora Objetiva; coordenação Lilia Moritz Schwarcz) e que faz parte de um projeto maior denominado América Latina na História Contemporânea.

A fim de organizar o grande número de imagens, a curadoria procurou pensar o material a partir de quatro grandes eixos temáticos: política, sociedade, cultura/artes e cenários. Ao mesmo tempo, os 170 anos foram divididos em sete períodos, demarcados de acordo com os principais fatos da história nacional.

1833–1889 | Luzes sobre o Império
1889–1930 | Urbanidade, conflitos, modernidade
1930–1937 | Ideologias, revoluções, nacionalismos
1937–1945 | Autoritarismo, repressão, resistência
1945–1964 | Industrialização, desenvolvimento, anos dourados
1964–1985 | Tempos sombrios
1985–2003 | O reacender das luzes

Escolhida como ponto de partida da exposição, a data de 1833 refere-se às experiências precursoras de Antoine Hercule Romuald Florence (1804–1879), levadas a efeito na vila de São Carlos (Campinas) e que o conduziram a uma descoberta independente da fotografia, pioneira nas Américas e contemporâneas às que se realizavam, na mesma época, na Europa.

Pensando ainda no século XIX, Lilia Schwarcz ressalta os fotógrafos itinerantes que varreram o país de ponta a ponta, motivados, a princípio, pelo desejo de conhecer esse Império dado a costumes, climas e políticas em tudo tão distintos. “Enquanto imenso ‘gigante tropical’ habitado por muitas raças e grupos de origens variadas, o Brasil representava um verdadeiro porto de chegada (e de partida): um posto avançado para a observação naturalista e científica de um concentrado natural e, ademais, racial”, escreve a historiadora.

Hobby do imperador D. Pedro II, a fotografia tornou-se ferramenta para registrar cada vez mais um número cada vez maior as famílias da elite, em cenas devidamente posadas. Junto com o registro da paisagem urbana, rural e natural, os retratos de estúdio introduziram a prática fotográfica no cotidiano das sociedades em todo o mundo.

Ao longo de todo o século XX e com cada vez mais intensidade, a fotografia tomou as páginas das revistas dos jornais, diversificou seus temas e, saindo às ruas, acompanhou os momentos mais marcantes, alguns gloriosos, outros bastante sombrios. De seu papel no fortalecimento do Estado Novo, à participação da FEB na Segunda Guerra Mundial), da construção de Brasília, amplamente documentada, à foto de multidões clamando pelas Diretas, a fotografia teve papel crucial para imagem dos governantes que mobilizaram as massas como as dos líderes populares Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, Leonel Brizola e Luiz Inácio Lula da Silva.

”Não há como lembrar das Diretas sem recordar do instantâneo que tomou os políticos de vários partidos, todos de braços levantados aguardando que o fotógrafo tornasse imortal e memorável (no sentido de ficar retido na memória) um ato resumido a poucos instantes e que seria, por si só, apagado pela lógica da circunstância. Por isso tantas vezes é difícil separar o que de fato ocorreu e o que o ato fotográfico imortalizou”, sugerem os curadores.

Técnica documental, mas também plataforma da criação e profusão de sentido, a fotografia fez parte da construção da identidade nacional desde a época de sua invenção, retratando, mas também contribuindo para definir costumes, numa intrincada rede de relações. “Ela é, a um só tempo, produto e produção, reflexo e estabilização de hábitos; reação e vanguarda; elemento cultural, mas também argumento político, social e econômico. Nada lhe escapa assim como tudo lhe escapa, pois a fotografia apenas finge que preenche a realidade e assim capta sua totalidade”.

Boris Kossoy professor titular da Escola de Comunicações e Artes da USP, foi diretor do Museu da Imagem e do Som de São Paulo e do IDART - Divisão de Pesquisas do Centro Cultural São Paulo criou dentro da mesma universidade NEIIM - Núcleo de Estudos Interdisciplinares de Imagem e Memória. É membro do conselho consultivo da Coleção Pirelli-MASP de Fotografia, entre outras instituições culturais. Trabalhos de sua criação, como fotógrafo, encontram-se representados nas coleções permanentes do Museum of Modern Art (N.Y), George Eastman House (Rochester, N.Y), Smithsonian Institution (Washington, D.C.), Bibliothèque Nationale de Paris, Museu de Arte de São Paulo, para citar alguns. É autor dos livros: Viagem pelo Fantástico, Hercule Florence, a Descoberta Isolada da Fotografia no Brasil; Origens e Expansão da Fotografia no Brasil - Século XIX; Fotografia e História; Realidades e Ficções na Trama Fotográfica; Os Tempos da Fotografia: O Efêmero e o Perpétuo, entre outros.

Lilia Moritz Schwarcz é professora titular no Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP). Foi Visiting Professor em Oxford, Leiden, Brown, Columbia e é atualmente Global Professor pela Universidade de Princeton. É autora, entre outros, de Retrato em branco e negro, O espetáculo das raças, As barbas do Imperador – D. Pedro II, um monarca nos trópicos, Símbolos e rituais da monarquia brasileira e Registros escravos. Coordenou, entre outros, o volume 4 da História da Vida Privada no Brasil: contrastes da intimidade contemporânea, com André Botelho Um Enigma sobre o Brasil e dirige atualmente a História do Brasil Nação. Mapfre/ Objetiva em 6volumas (Prêmio APCA, 2011).

Exposição: Um olhar sobre o Brasil. A Fotografia na construção da Imagem da Nação
Abertura para convidados: 12 de novembro de 2012, às 20h
Até 27 de janeiro de 2013
De terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca
Realização: FUNDACIÓN MAPFRE em colaboração com o Instituto Tomie Ohtake
Patrocínio: Mapfre Investimentos
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés, 88) - Pinheiros SP
Fone: 11.2245-1900
Informações à Imprensa
Pool de Comunicação – Marcy Junqueira
Martim Pelisson
Fone: 11.3032-1599