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quinta-feira, 27 de julho de 2017

Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos

Essa é uma exposição que vale várias visitas, pois além de seu gigantismo, espalhada no quatro pisos da OCA, também uma magnífica obra de arte de Neimeyer, apresenta um belíssimo apanhado do que de bom se produziu nas artes plásticas brasileiras desde o descobrimento.

Com obras dos artistas  das missões estrangeiras, como as francesas, holandesas e alemãs, até aos nossos contemporâneos ainda vivos, podemos perceber o rigor com que todas essas preciosidades foram adquiridas para se montar essa coleção, que apesar de particular, já é um patrimônio nacional.

Essa coleção é em si uma enciclopédia de artes brasileiras pois seus curadores não demonstram predileção por nenhuma escola ou movimento artístico, tendo em seu acervo preciosos exemplos de tudo de bom que se produz ou se produziu por aqui.

Um lindo passeio que se completa com a visita ao MAM, onde ocorre a mostra "O impressionismo e o Brasil".



Tropicália - Caetano Veloso

Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do Itaú Cultural.


















Uma constelação da arte brasileira celebra os 30 anos do Itaú Cultural em mostra na Oca


No maior recorte do Acervo de Obras de Arte Itaú Unibanco exibido em conjunto até hoje, que vai da primeira obra adquirida por Olavo Egydio Setubal, no final dos anos de 1960, às novas aquisições para a coleção e a reconstrução da escultura pública de Ascânio MMM – retirada em 1989 pela prefeitura para manutenção, foi dada como irrecuperável e não voltou ao seu lugar –, a exposição Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos comemora três décadas de existência do instituto dedicadas às artes e à cultura brasileiras e dá visibilidade à cadeia de ações desempenhada pelo instituição desde a sua fundação, em 1987.


A exposição Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos, com abertura para convidados no dia 24 de maio e apresentação ao público de 25 de maio a 13 de agosto, ocupa os mais de 10 mil metros quadrados da Oca, um dos símbolos arquitetônicos de São Paulo, integrante do conjunto de instalações do Parque Ibirapuera, projetado por Oscar Niemeyer. Com curadoria de Paulo Herkenhoff, co-curadoria de Thais Rivitti e Leno Veras, realizada em colaboração com as equipes do instituto e expografia de Álvaro Razuk, a mostra apresenta ao público mais de 750 obras – 48 delas recém adquiridas – pertencentes ao Acervo
de Obras de Arte Itaú Unibanco.

Em 1969, o empresário Olavo Egydio Setubal adquiriu Povoado numa Planície Arborizada, do pintor holandês Frans Post, a primeira obra de um conjunto que atualmente soma cerca de 15 mil peças reunidas neste acervo mantido e gerenciado pelo Itaú Cultural – todas adquiridas com recursos próprios. Complementado pelas coleções de Arte Cibernética e Filmes e Vídeos de Artistas, formadas pelo instituto, hoje é tido como um dos maiores acervos corporativos do mundo e o maior da América Latina (leia mais aqui, Acervo). Alguns anos depois, em 1987, Setubal lançou a pedra base do projeto – as Galerias Itaú –, que se tornaria o Itaú Cultural, uma das mais importantes instituições culturais em atividade no país, com atuação nacional, respeitando e conferindo visibilidade à diversidade das expressões culturais em todo o território brasileiro.

Para reunir essa história que se mescla à da construção do Brasil, os curadores optaram por apresentar uma constelação de 20 núcleos a serem percorridos pelos visitantes, fazendo articulações e linhas de continuidade e ruptura entre eles. Os trabalhos permeiam os quatro andares da Oca, procurando estabelecer uma leitura ampliada do acervo. Sem seguir uma sequência cronológica e construindo nexos e diálogos diversificados entre as obras, o público é levado a descobertas estéticas, linguísticas, conceituais e políticas, dando indicações para que novos modos de ver a arte brasileira sejam construídos.

A exposição busca, ainda, dar visibilidade à cadeia de ações desempenhada pelo instituto nestes 30 anos: a formação de uma coleção, o registro de bens culturais, sua preservação e estudo e a difusão da cultura com a edição de publicações e a realização de debates, exposições e extensa programação. Elas perpassam a mostra, entre produções de obras selecionadas pelo programa Rumos, um dos principais editais de produção de arte e cultura no país, e a enciclopédia, que deu origem ao instituto e hoje se tornou o maior compêndio de arte e cultura brasileira na web, passando pelas atividades da instituição que abrangem as mais diversas áreas de expressão artística e cultural no Brasil.
Algumas obras
Entre as quase oito centenas de obras que podem ser vistas na exposição, as mais antigas, pela data, são dois mapas Jodocus Hondius: AmericaSeptentrionalis, de 1613, e Henricus Hondius: Accuratissima Brasiliae Tabula, de 1630, e seis livros raros Sebastiano Beretario: Iosephi Anchietatae Societatis Iesu Sacerdotis In Brasilia Defuncti Vita, de 1617, Nicolaus Orlandini: Historiae Societatis Iesv, de 1620, George de Spilbergen: Miroir Oost & West-Indical Auquel sont defcriptes les deux dernieres Navigations, de 1621, Sebastiano Beretario: Vita del Padre Gioseffo Anchieta, de 1621,  Guilhermo Piso, Georg Marcgraf: Indiae Utriusque, de 1648, e Simão de Vasconcellos: Chronica da Companhia de Jesus do Estado do Brasil, 1663. Todas provenientes da Coleção Brasiliana do Acervo de Obras de Arte Itaú Unibanco.

Há, também, trabalhos do pintor brasileiro Candido Portinari, considerado um dos mais importantes artistas nacionais do século XX, Emiliano Di Cavalcanti, a escultora Maria Martins, o artista Hélio Oiticica, o escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret e a artista Lygia Clark. Entre os modernistas estrangeiros está o pintor francês Fernand Leger.

Como um presente à cidade, a organização desta mostra proporcionou a reconstrução da escultura vertical sem título, com 5,35 metros de altura, de Ascânio MMM. O trabalho foi encomendado nos anos de 1970, quando Olavo Setubal era prefeito de São Paulo. Terminadas as obras do metrô Sé, ele criou, ao lado, uma área para reunir um conjunto de 15 esculturas de artistas renomados, como Sergio Camargo, Rubem Valentim, Felícia Leirner, além de Ascânio. Em 1989, a obra foi retirada para restauração pela prefeitura da época para manutenção, mas foi dada como irrecuperável e não voltou ao seu lugar (leia mais sobre o assunto, aqui, Obras de Ascânio MMM).

Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos inclui, ainda, peças significativas de artistas contemporâneos, como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes, Vik Muniz, Berna Reale, Jaime Lauriano, Ayrson Heráclito e Eder Oliveira. Destes últimos, algumas figuram entre as novas aquisições, como Bandeira Nacional # 10, Novus Brasilia Typus: invasão, etnocídio, democracia racial e apropriação cultural e Artefatos # (1, 2 e 3), de Lauriano, todas de 2016; quatro trabalhos da série Cabeças Bori, de Heráclito, ou duas sem título, de autoria de Eder Oliveira, ambas de 2015.
Os andares
O prédio da Oca, por sua arquitetura específica, no característico formato hemisférico, cria um espaço fluido, sem arestas, e, segundo a curadoria, permite que as diferentes visões criadas a partir dessa coleção possam conviver em pé de igualdade. A espiral que o percurso do prédio sugere ao visitante remete a uma trajetória em que não há ponto de chegada, mas sim uma relação de continuidade entre as temáticas e enfoques abordados.

São Paulo recebe o público no piso Térreo. Fotos e obras sobre a cidade, desde a sua fundação até trabalhos produzidos em 2017, convidam a um novo entendimento sobre a capital do estado e seus arredores, nos núcleos Esculturas, História, Paisagens, Urbanidade, Urbanismo, Modernismos, Concretistas. Mesclam-se, neste piso, temas como o início da vila, passando pela construção do interior do estado, com obras de Benedito Calixto ou telas sobre a era do café, de Cândido Portinari, e, mais recentemente, trabalhos de Caio Reisewitz, por exemplo.

O andar trata da modernidade, do concretismo, do neo-concretismo, da contemporaneidade – passado, presente e indicações para o futuro. Para isso, cruzam-se olhares de artistas como Militão, Joaquim Pedro, Mario de Andrade, assim como paisagens gerais de Alfredo Volpi, personagens de Almeida Junior, naturezas de Calixto. Mais próximas, fotos de indígenas feitas por Claudia Andujar, dos prédios da cidade, de Cláudia Jaguaribe, detalhes de edifícios, de Claudio Edinger, paisagens urbanas interpretadas nos grafites de Alexandre Órion, entre outros.

O subsolo guarda experimentos da arte brasileira, com os núcleos Cibernética Conceitual, Teoria dos Valores, Natureza, Subjetividade, Escritura e Gambiarra. Cildo Meirelles está neste piso, com a litografia sobre papel moeda Zero Cruzeiro. Além destes, o andar reúne um grande número de artistas que vão do pop Antonio Dias ou Antonio Henrique Amaral, a Beatriz Milhazes ou Berna Reale, em subjetividades, passando por Portinari, e os contemporâneos Iran Espírito Santo, Paulo Bruscky, Hélio Oiticia, Lygia Clark.

O primeiro andar se situa no pós-guerra (Segunda Guerra Mundial), um momento, segundo os curadores, em que um conjunto de questões aglutinaram os artistas brasileiros em torno das artes visuais. Os núcleos são: Geracional, Bidimensional – Regimes da Cor, Bidimensional – Geometria da Luz, Tridimensional. Estão aqui a primeira geração de cinéticos, como Abraham Palatnik, as cores de Amélia Toledo ou as gravuras de Maria Bonomi, em transversalidades por momentos históricos e ideias conceituais. Estão obras, ainda, de Ana Maria Maiolino, Antonio Manuel, José Resende, Paulo Pasta, Volpi e Maria Martins, entre outros.


No segundo piso e último, o passeio segue pela formação social do Brasil: o Barroco e Neo Barroco, tendo, igualmente, foco em duas passagens traumáticas da história brasileira – a escravidão e a conquista das terras indígenas. Aqui tem Aleijadinho e Mestre Valentim, mas também a contemporânea Adriana Varejão; ou, ainda, Albert Eckhout e Alberto da Veiga Guignard. Pode se ver, neste andar, um documento de venda de escravos ao lado da quantidade de moedas de ouro que representava o seu valor como mercadoria. É aqui que se concentra o núcleo afro-brasileiro, com 17 das obras recém adquiridas de artistas como Alcides Pereira dos Santos, Ayrson Heráclito e Jaime Lauriano.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Toulouse-Lautrec em vermelho


Qual é nossa reação ao confrontarmos um gênio, um ídolo? Êxtase? Contemplação silenciosa? Ou uma euforia discreta?

Eu ainda não consegui definir minhas emoções, ao ver todas essas maravilhosas obras de Henri de Toulouse-Lautrec. Já conhecia o personagem antes do artista ao ler a biografia "Moulin Rouge", de Pierre La Mure, que fazia parte da biblioteca da família ainda nos anos 70. 

O MASP ainda nos primórdios da sede da Paulista foi quem apresentou a um menino curioso de boa memória, maravilhosas visões daqueles instantes antes só imaginados.

Além de obras trazidas de grandes museus do mundo, há que se observar que as mais belas são as do acervo do MASP, que ainda não descobri a razão, quase nunca estão na exposição permanente do acervo, do segundo andar.

Uma das grandes exposições do MASP, que o reafirmam como o mais importante museu de arte da América Latina, que marcará sua magnífica história.





Charles Trenet - Y'a d'la Joie

Abaixo das imagens, o "press-release" fornecidos pela assessoria de imprensa do museu.


















Exiba imagens para confirmar leitura

MASP apresenta primeira grande exposição de Toulouse-Lautrec no Brasil

Henri de Toulouse-Lautrec, O divã, circa 1893, acervo MASP


  • Toulouse-Lautrec em vermelho apresenta algumas das mais célebres cenas de Toulouse-Lautrec sobre a vida noturna parisiense, com seus cabarés, cafés, salas de concerto e bordéis, e seus personagens, como prostitutas, boêmios e dançarinos.
  • A exposição, inteiramente concebida e produzida pelo MASP e viabilizada com patrocínio exclusivo do escritório Pinheiro Neto Advogados, que em 2017 completa 75 anos, conta com empréstimos de importantes museus e coleções particulares, nacionais e internacionais, como Musée d’Orsay, de Paris; Tate e Victoria & Albert Museum, de Londres; The Art Institute of Chicago; National Gallery of Art, de Washington; e Museo Thyssen-Bornemisza, de Madrid.
O MASP inaugura, no dia 29 de junho, Toulouse-Lautrec em vermelho, a maior exposição dedicada à obra do francês Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901) já realizada no Brasil. Em torno do tema da sexualidade, a mostra conta com 75 obras, entre pinturas, cartazes e gravuras, que estão entre as mais emblemáticas do artista. Das onze obras de Toulouse-Lautrec da coleção do MASP, a maior e mais importante em um museu da América Latina, 9 estarão expostas; as demais serão empréstimos de alguns dos principais museus e coleções particulares do mundo, tais como Musée d’Orsay, de Paris; Tate e Victoria & Albert Museum, de Londres; The Art Institute of Chicago; National Gallery of Art, de Washington; e Museo Thyssen-Bornemisza, de Madrid.
Toulouse-Lautrec foi um dos artistas centrais da Paris do final do século 19, ao capturar a efervescência noturna da capital que despertava para a modernidade, quando suas ruas foram iluminadas a gás e as mais diversas figuras passaram a se encontrar nos espaços públicos, entre burgueses, boêmios, prostitutas, dançarinos e artistas. Inteiramente concebida e organizada pelo MASP, Toulouse-Lautrec em vermelho traz cenas de apresentações em cabarés, danças em bares, bailes de máscaras, retratos de figuras da sociedade e do célebre bairro Montmartre, que lhe renderam a fama ainda em vida. A exposição traz também cenas interiores das maisons closes, como eram chamados os bordéis da época, com suas trabalhadoras em momentos de descanso e intimidade, em seus afazeres cotidianos.
Três dessas composições -- O divã (circa 1893), Estudo para No salão da rue des Moulins (1894) e As duas amigas (1894) retratam o salão de entrada de um luxuoso bordel parisiense na rue des Moulins, que Toulouse-Lautrec frequentou em meados dos anos 1890. Com sofás de encosto alto e forrados de veludo escarlate, a decoração do local serviu de sugestão para o título da mostra, cuja cor também é seguidamente associada à sexualidade e ao prazer. As três pinturas são também as primeiras obras que o público encontra ao adentrar o espaço expositivo do 1º andar do MASP, na área dedicada ao universo da prostituição.
Toulouse-Lautrec foi um frequentador assíduo da vida noturna de Montmartre, bairro boêmio ao norte de Paris, que sobreviveu às transformações urbanísticas do prefeito Georges-Eugène Haussmann (1809-1891), cujas reformas transformaram-na em uma cidade elegante e organizada. O trânsito livre entre os bordéis e cabarés, tanto de dia, quanto à noite, permitiu que o artista criasse relações de amizade e confiança com os administradores e trabalhadoras dos locais, possibilitando que lançasse um olhar singular, afetuoso e não moralizante sobre essas pessoas e suas vidas.
Trabalhos como Mulher se penteando – Duas mulheres em camisola (1891), Estas mulheres na sala de jantar (1893-95), Mulher puxando sua meia (circa 1894) e (1896), por exemplo, retratam atividades domésticas e banais, que fazem parte do dia a dia daquelas mulheres, como pentear o cabelo, dividir refeições, ou ainda vestir a roupa e descansar, exaurida, depois de um período de trabalho. Em vez de imagens eróticas, feitas para o consumo masculino e heterossexual, Toulouse-Lautrec registrou momentos de intimidade de suas personagens e seu corpos, a partir de um ponto de vista afetuoso. Nesse núcleo encontram-se também 3 pinturas ovais, em forma de medalhões, que foram feitas para decorar o salão de entrada de uma maison close na rue d’Amboise. No entanto, no lugar de retratos de figuras importantes, que normalmente decoram palácios, as obras retratam prostituas do local.
As áreas seguintes, no centro da galeria, são destinadas à representação da figura humana e apresenta uma seleção de retratos não só de homens e mulheres da sociedade, mas também de mulheres da classe trabalhadora. As composições A grande Maria (circa 1886), Na Bastilha (Jeanne Wenz) (1888) e Mulher com echarpe preta (1882) revelam mulheres de corpo inteiro, que encaram de frente o espectador, desafiando-o com o olhar. Elas contrastam com a domesticidade e a “pureza” intencionadas, por meio do recato da pose ereta do corpo e das flores ao fundo, como na pintura A condessa Adèle de Toulouse-Lautrec (1880-82), ambientada durante o dia e de acordo com o que se esperava de uma mulher no século 19. Em outras palavras, nessa época em que Paris via surgir novos espaços de sociabilidade, como teatros, café-concertos, restaurantes e bares, o espaço público, e principalmente o espaço noturno, ainda era reservado apenas a homens. Mulheres presentes nesses lugares, aos olhares burgueses, eram vistas como pouco respeitáveis.
Nascido em uma família da nobreza decadente, Toulouse-Lautrec transita entre os universos burguês e proletário com desenvoltura. Devido à uma doença congênita nos ossos, provavelmente consequência do casamento entre seus pais que eram primos, teve suas pernas afetadas em dois acidentes, fazendo com que não se desenvolvessem e mantivessem o tamanho das de um menino. No entanto, sua dificuldade de locomoção não o impediu de estudar pintura e frequentar ativamente a vida noturna parisiense, tema da última sessão, ao fundo da exposição.
Algumas das obras mais conhecidas de Toulouse-Lautrec estão reunidas aqui: Moulin de la Galette (1889), bar e salão de dança da classe trabalhadora, localizado em um antigo moinho; além de vários cartazes que o artista criava sob encomenda para divulgar os espetáculos de dança e eventos dos cabarés ou ainda gravuras para peças de teatro e retratos de atores e atrizes. Jane Avril no Jardin de Paris (1893), Divan Japonais (1892) e Troupe da Mlle Églantine (1896) retratam sua amiga Jane Avril (1868-1943), célebre dançarina do recém-inaugurado Moulin Rouge. O cabaré também foi tema de um de seus cartazes mais populares, Moulin Rouge (La Goulue) (circa 1891).
Além de pinturas e gravuras, Toulouse-Lautrec em vermelho apresenta cerca de 50 documentos da época, entre cartas, bilhetes, telegramas e fotografias do artista e seu círculo de amigos. A coleção, reunida pelo editor Pedro Corrêa do Lago ao longo de mais de 20 anos, cobre todo o arco temporal da vida de Toulouse-Lautrec: desde sua primeira carta, aos 7 anos, onde apenas assina seu nome; à última que escreveu, no verso de uma mensagem de seu amigo Paul Viaud à sua mãe, alguns meses antes de sua morte, em 1901. Algumas correspondências e fotografias são inéditas, nunca tendo sido publicadas ou exibidas. Essa é a primeira vez que a coleção é exposta integralmente.
Toulouse-Lautrec em vermelho dialoga de maneira próxima com outras duas exposições que também abrem no mesmo dia, em um eixo pautado por representações da prostituição. Uma delas reúne fotografias de Miguel Rio Branco, feitas em torno da prostituição no bairro do Pelourinho, em Salvador, em 1979; a outra exibe vídeos de Tracey Moffatt, feitos a partir de colagens de cenas de vídeo do cinema de Hollywood do século 20. Essas três mostras, por sua vez, estão em diálogo com outras monográficas: de Teresinha Soares e Wanda Pimentel, atualmente em exibição no 2º subsolo e mezanino do 1º subsolo, respectivamente; e, no segundo semestre, de Guerrilla Girls, Pedro Correia de Araújo (1874-1955) e de Tunga (1952-2016). Todas essas exposições voltam-se para a mostra coletiva Histórias da sexualidade, que trata dos temas ligados à sexualidade e ao corpo, em uma abordagem transversal, articulando vários acervos e artistas de diferentes gerações e territórios, com núcleos dedicados à prostituição, ao nu, ao homoerotismo, aos jogos sexuais, ao ativismo feminista e queer, entre outros.
CATÁLOGO
No dia da abertura, o MASP também lança o catálogo da exposição (408pp., R$179), bilíngue, com reproduções de todas as obras da exposição, e ensaios inéditos de especialistas nacionais e internacionais, entre eles Richard Thomson, considerado o principal pesquisador da vida e obra de Toulouse-Lautrec, desde o fim da década de 1970. Os textos cobrem diversas áreas de pesquisa, tais como história da arte, sociologia e estudos de gênero.
Constituem o catálogo os seguintes textos: “Toulouse-Lautrec em vermelho”, de Adriano Pedrosa; “Toulouse-Lautrec no MASP: o escandaloso traço da liberdade”, de Luciano Migliaccio; “Subculturas sexuais de Toulouse-Lautrec: intimidade e alienação dentro e fora do bordel”, de Ruth E. Iskin; “A Paris lésbica de Toulouse-Lautrec”, de Leslie Choquette; “Toulouse-Lautrec: notas sobre as narrativas do vício”, de Richard Thomson; “Pais da arte moderna: mães da invenção – As pernas erguidas para Toulouse-Lautrec”, de Griselda Pollock; “Histórias de Toulouse-Lautrec na coleção do MASP”, de Eugênia Gorini Esmeraldo; “Nota biográfica”, por Mariana Leme; e “Manuscritos de Toulouse-Lautrec”, de Pedro Corrêa do Lago.
CRÉDITOS
Toulouse-Lautrec em vermelho tem curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, e Luciano Migliaccio, curador-adjunto de arte europeia, e assistência de Mariana Leme.
A mostra foi viabilizada graças ao patrocínio exclusivo de Pinheiro Neto Advogados, que em 2017 completa 75 anos.
“A associação com o MASP parece-nos natural, e viabilizar Toulouse-Lautrec em vermelho com 100% de recursos próprios é uma grande oportunidade de compartilhar com a cidade a comemoração deste marco tão especial para nós, afirma Alexandre Bertoldi, sócio gestor do escritório.
Cinco anos mais jovem, o MASP também celebra seu aniversário em outubro deste ano. Oriundos de um mesmo período histórico, MASP e Pinheiro Neto Advogados construíram suas trajetórias guiados por ideias de vanguarda, criando espaços em suas respectivas áreas para serem reconhecidos pelo pioneirismo. Fundado em 1942, o escritório forma parcerias com entidades de diversos setores, principalmente em programas de responsabilidade social, tendo como foco ações nas áreas de educação, cultura e meio ambiente. “Acreditamos que é papel da iniciativa privada promover ações inclusivas, capazes de envolver a sociedade e retribuir a ela parte daquilo que recebe”, completa Bertoldi.
Assina a expografia o escritório METRO Arquitetos Associados.
Contribuíram com empréstimos as instituições e coleções particulares: Bibliothèque nationale de France, Paris, França; Carnegie Museum of Art, Pittsburgh, EUA; Denver Art Museum, Denver, EUA; Fondation Bemberg, Toulouse, França; Hammer Museum, Los Angeles, EUA; Musée Calvet, Avignon, França; Musée d’Art Classique de Mougins (MACM), França; Musée d’Orsay, Paris, França; Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid, Espanha; Museum of Fine Arts, Budapeste; Museum of Fine Arts, Houston, EUA; National Gallery of Art, Washington, EUA; National Gallery of Australia, Canberra, Australia; Queensland Art Gallery, Australia; Rijksmuseum, Amsterdã, Holanda; Tate, Londres, Reino Unido; The Art Institute of Chicago, EUA; Victoria and Albert Museum, Londres, Reino Unido; Von der Heydt-Museum Wuppertal, Alemanha; Coleção Mugrabi, Nova York; Triton Collection Foundation, Wuustwezel, Bélgica.
SERVIÇO
TOULOUSE-LAUTREC EM VERMELHOAbertura: 29 de junho, 20h
Data: 30 de junho a 1 de outubro de 2017
Local: 1º andar
Endereço: Avenida Paulista, 1578, São Paulo, SP
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terça a domingo: das 10h às 18h (bilheteria aberta até as 17h30); quinta-feira: das 10h às 20h (bilheteria até 19h30)
Ingressos: R$30,00 (entrada); R$15,00 (meia-entrada)
O MASP tem entrada gratuita às terças-feiras, durante o dia todo.
AMIGO MASP tem acesso ilimitado e sem filas todos os dias em que o museu está aberto.
O ingresso dá direito a visitar todas as exposições em cartaz no dia da visita.
Estudantes, professores e maiores de 60 anos pagam R$15,00 (meia-entrada).
Menores de 10 anos de idade não pagam ingresso.
O MASP aceita todos os cartões de crédito.
Acessível a deficientes físicos, ar condicionado, classificação livre.
Estacionamento: Convênios para visitante MASP, período de até 3h. É preciso carimbar o ticket do estacionamento na bilheteria ou recepção do museu.
CAR PARK (Alameda Casa Branca, 41)
Segunda a sexta-feira, 6h-23h: R$ 14,00
Sábado, domingo e feriado, 8h-20h: R$ 13,00
PROGRESS PARK (Avenida Paulista, 1636)
Segunda a sexta-feira, 7h-23h: R$ 20,00
Sábado, domingo e feriado, 7h-18h: R$ 20,00
Contatos de imprensa:
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