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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Arte da rua



Chalie Brown Jr - Ela vai voltar


Escolhi esta música por ser de artistas saídos da rua que conquistaram o grande público.

Este é o comentário que me deu mais trabalho até agora para ser feito, pois além da pesquisa das imagens, fiz também algumas outras acessórias para poder chegar a um bom resultado.
A exposição levada no MASP "ARTE URBANA CONTEMPORÂNEA - DE DENTRO PARA FORA / DE FORA PARA DENTRO", com artistas surgidos na rua, através do grafite, é uma novidade no museu, sempre tão sisudo e formal em suas mostras anteriores.
O porão do prédio foi utilizado para ela, não dispondo assim das salas mais nobres do museu, aproveitando ao máximo um belo espaço.
São seis os artistas convidados, todos eles de alguma maneira ligados à galeria Choque Cultural; farei a seguir meus comentários e impressões de cada artista, com suas imagens.

1. Stephan Doitschinoff

Foi o artista que mais gostei, e apesar da informação de que é um artista autodidata, fica claro que ele teve aulas desenho e pintura, pois nas obras do Painel de Desenhos, foram deixados os traços de perspectivas, utilizados na criação; e o uso das cores e dos pincéis nas telas demonstram uma técnica aprimorada.
Ele se apropria e aprimora os mitos, apresentando uma certa fixação pela morte.
Me parece um artista que há muito abandonou as ruas, gravitando o universo das galerias.







2. Tuti Freak

Achei o mais sombrio dos artistas, com obras de qualidade que gostaria de ter em casa.
É clara a influencia dos quadrinhos em seus desenhos, até porque sua formação é deste universo; é um pintor que consegue perfeitamente passar as emoções dos personagens, notadamente uma angustia e certo desespero.
Produz uma arte eclética, não se fixando em uma unica maneira de expressão.







3. Ramon Martins

Também gostei bastante deste artista, que executa trabalhos sofisticados, misturando com sucesso técnicas diferentes numa mesma tela.








4. Zezão

O mais enigmático deles, onde seu suporte, basicamente são as paredes mais improváveis.
Suas obras estão mostradas em fotos de seus trabalhos, com duas ou três simulações dentro do museu.
É bem interessante o cenário de uma galeria de esgotos, que nos traz o efeito claustrofóbico de trabalhar num espaço fechado e restrito.




5. Daniel Melim

Um artista que fez o caminho inverso, com boa formação acadêmica, acabou abraçando a arte do grafite.
Usa basicamente a técnica do estêncil, reproduzindo suas figuras em vários lugares e situações.
Com duas instalações bastante agradáveis de se ver.





6. Carlos Dias

É a maior decepção da mostra.
Um artista intitulado autodidata que não se aprimorou, uma pena.
Agora, parece que tem um ídolo, Jean-Michel Basquiat, em sua pior fase.
Assina "ASA" ( ao seu alcance), como SAMO (same old shit) de Basquiat e faz absolutamente os mesmos desenhos, agressivos e infantilizados.
Será que não existe originalidade? Porque não buscar uma linguagem própria, criando sua identidade.
Um desperdício de espaço, pois suas telas ocupam a maior extensão da exposição.















segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Amílcar de Castro - 34 Gravuras

Fui a esta exposição cheio de expectativas, já que passei a gostar muito de gravuras neste semestre, e pelo nome de Amílcar de Castro, um artista largamente reconhecido pelo conjunto de sua obra, notadamente as esculturas, pinturas e desenhos, fora sua contribuição às artes gráficas, modernizando vários veículos da imprensa com novas formas de apresentação e diagramação.
Tinha estranhado no release da Caixa Cultural a informação de que sua atividade de gravador era a menos conhecida e divulgada, até ver a mostra. Suas gravuras, quase todas (95%) estão em posse de um único colecionador. Este é um exemplo claro de que às vezes é impossível ser um virtuose em tudo que nos propomos.
A impressão que tive é que estas gravuras foram feitas nos intervalos de algum projeto maior, sem muita pretensão à posteridade.
Na foto publicada no catálogo vê-se Amílcar de Castro empunhando uma trincha, espalhando riscos numa chapa de alumínio para litografia.
Pesquisei sobre o movimento Neoconcretista e li o Manifesto Neoconcreto escrito por Ferreira Gullar, e, confesso, não entendi nada. São citados vários artistas estrangeiros que fizeram arte concreta, como ponto de partida ou inspiração ao novo movimento.
Penso que a arte concreta deve ser executada com régua, esquadro, transferidores e compasso, como foram criadas as esculturas de Amilcar, com linhas e curvas precisas e contínuas, e se houver cor, melhor ainda. Há na Pinacoteca uma sala só de arte concreta, que sempre me encanta, e vale a pena ser vista.
Vá a exposição, mas não espere um deslumbramento, é sempre bom conhecer os vários aspectos do trabalho de cada artista. A mostra, como todas as da Caixa Cultural, tem uma apresentação primorosa e um catálogo que deve ser guardado para consultas e referencias futuras.
























GRAVURAS DE AMÍLCAR DE CASTRO EM EXPOSIÇÃO NA CAIXA CULTURAL SP

Brasilia, 01 de Dezembro de 2009

As peças do neoconcretista fazem parte do acervo pessoal do arquiteto Allen Roscoe
A CAIXA Cultural São Paulo apresenta, a partir do dia 10 de dezembro, a exposição "Amilcar de Castro: 34 Gravuras", que traz ao público paulista obras inéditas do grande artista neoconcreto brasileiro. Com curadoria de Evandro Salles, a mostra inicia uma prospecção e apresentação mais profunda dos trabalhos gráficos do escultor.
As obras que compõem a exposição fazem parte do acervo particular de Allen Roscoe, arquiteto-artesão produtor das esculturas de Amilcar de Castro e que manteve com o mestre uma longa relação de trabalho e amizade, sempre acompanhando o desenvolvimento de sua produção gráfica. Como colecionador, Roscoe reuniu mais de 95% das gravuras feitas por Amilcar de Castro, a maior parte delas litografias impressas por Thaís Salgado Helt. Entre as gravuras da coleção, existem peças únicas e também gravuras de grandes dimensões: 1,50 x 1,00 m ou 1,20 x 1,00 m, experimentos gráficos nos quais o artista usava mais de uma pedra como matriz.
O mineiro Amilcar de Castro foi um dos fundadores do Neoconcretismo, movimento que renovou a arte brasileira nos anos 1960. É considerado pela crítica como um dos maiores nomes da arte brasileira de todos os tempos. Inventor de um método simples e revolucionário de realizar esculturas, denominado "corte e dobra", Amilcar de Castro foi também um profícuo designer gráfico, desenhista e gravador. Dentre todas as suas atividades, a menos conhecida é a de gravador. Sua gravura jamais teve uma grande apresentação.
SERVIÇO:
Exposição "Amilcar de Castro: 34 Gravuras"
Curadoria: Evandro Salles
Direção de Produção: Daiana Castilho Dias
Abertura: 09 de dezembro de 2009 (quarta-feira), às 19h – (Coquetel para convidados e imprensa)
Visitação: 10 de dezembro de 2009 a 07 de fevereiro de 2010
Local: Caixa Cultural São Paulo (Galeria Vitrine da Paulista) - Conjunto Nacional – Av. Paulista, 2083 térreo – Cerqueira César - São Paulo (SP) - (Metrô Consolação)
Horários: Terça-feira a sábado, das 9h às 21h e domingos e feriados, das 10h às 21h
Entrada: franca
Recomendação etária: livre











quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Pietá














Main Theme (Piano Version)- Ryiuichi Sakamoto



(Da série - Poesia numa hora dessas?
Luiz Fernando Verissímo - Publicado OESP 20/12/09)


Sonhei que a Morte
me deixou escolher o
modo em que queria morrer.
Coração, precipício,
choque elétrico ou similar.
Agradeci, comovido,
mas pedi tempo para pensar.



Enquanto aguardava a cirurgia, recebi a dose de pré-anestesia. Foi quando me removeram para o centro cirúrgico, o caminho foi igual ao dos filmes, você só percebe as luminárias passando rapidamente e escuta conversas difusas que não consegue entender.
Já na mesa de operação, acenderam aqueles holofotes, direto em meu rosto, foi quando tomei o susto mais gostoso da minha vida.
Apareceu à frente do halo um rosto sorridente, e pensei:
-Fudeu! acho que desta vez, já era! Morri e Deus mandou a Pietá para me buscar.
Comecei a me refazer quando o anjo começou a me fazer perguntas sobre como me sentia e se sabia o que tinha acontecido, como consegui responder, comecei a me tranquilizar e perceber o ambiente à minha volta.
E o anjo se apresentou, Dra. Flávia, cirurgiã assistente, que participou da restauração. Uma mulher de uma beleza mediterranea, simpática e agradável, que vi outra vez, quando foi fazer a avaliação pós-cirúrgica.
Apesar da extensão dos ferimentos no rosto, tive muita sorte, não sofrendo mais nenhum dano em outras partes do corpo. Hoje já quase não tenho mais marcas e acho que até no fim de semana não terei mais nenhum hematoma.
Quando resolvi escrever este comentário vi a poesia do Verrissímo no Estadão e não resisti em reproduzí-la, pois é quase assim que me sinto.
Esta será a unica vez que me referirei a este assunto neste espaço.
Abaixo o detalhe do rosto da Pietá, e a obra em seu esplendor.








terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Gabriela Machado - Doida disciplina

Trem das cores - Caetano Veloso



Estive nesta exposição no mesmo dia em que vi as mostras de Rossini Perez e de Victor Brecheret.
Apesar das qualificações mostradas no "realese" da Caixa Cultural, abaixo das imagens, o que vi foi uma cacofonia visual.
Não conheço o resto da obra da artista, portanto vou comentar somente o que estava na mostra.
Aquilo exposto não é arte, e sim telas em que foram espremidos tubos de tinta, espalhadas com espátula e pincel.
Observando os quadros percebi que as cores são as básicas das palhetas dos fabricantes, não tendo a autora tentado aprimorar ou criar um novo matiz, simplesmente os tubos foram escolhidos aleatoriamente e comprimidos nas telas.
Outro aspecto que acho grave é o de ter vários quadros realizados em 2009, parecendo que foram feitos a toque de caixa, sem trocadilho, para completarem a exposição.
Eu tinha resolvido não colocar nenhuma música neste "post", mas para manter o hábito, escolhi "Trem das Cores" do Caetano, já que o mote da exposição é a cor.


Joaquina - 2009

Série Cascas - 2006

Malta Azul - 2008




CAIXA CULTURAL SÃO PAULO APRESENTA A EXPOSIÇÃO DOIDA DISCIPLINA
Brasilia, 11 de Novembro de 2009
Cores vibrantes retratam a essência da pintura da artista plástica contemporânea Gabriela Machado, com a curadoria de Ronaldo Brito

A CAIXA Cultural São Paulo (Sé) inaugura, no dia 28 de novembro, a exposição Doida Disciplina, da artista plástica contemporânea Gabriela Machado. Com curadoria e texto do crítico Ronaldo Brito, a mostra apresenta três pinturas de tamanho grande (2,10 x 1,90m) e dez desenhos de formatos variados (pequenos, 56 x 76cm e grandes, 152 x 100cm) da série Jacas, frutos de pesquisas realizadas nos últimos dois anos, com estudos de cores e do contato com a natureza.

Cascas de frutas espalhadas pelo chão, só como pretexto; frutos e folhas secas elegantemente distribuídas pelo ateliê; objetos simples e acumulados; estruturas de pano que descem lânguidas do teto, feitas pela artista para servirem de lembrete da sensualidade do movimento; o dia-a-dia vivido com extremo prazer, dentro de quatro paredes, invadidas pela claridade do sol.

No lugar da casa, o casulo, o envolvimento com a atmosfera do seu espaço de criação. É dele que brotam os impulsos que vão para as telas. Seu transe é induzido pelas coisas simples. Essas são frases que tentam descrever o cenário e a intensidade da mostra.

Sobre a artista:

Gabriela convive com as cores, por horas. Como fazia ainda criança, numa fazenda centenária de café, onde cresceu, cercada pelas pinturas murais do espanhol José Maria Villaronga que adornavam as paredes de estilo colonial.

Ao preparar suas tintas, as cores são introjetadas e, neste ritual, o pensamento cartesiano é suspenso - começa um outro pensar. Tudo é livre neste gesto - desprendimento e disponibilidade ao acaso advindos da constância e disciplina.

Em março deste ano, seu trabalho foi adquirido para o acervo do Espaço Cultural Contemporâneo- ECCO, por meio do Prêmio Funarte de Artes Plásticas Marcos Antonio Vilaça. Em 2008, a artista inaugurou a sua primeira exposição individual em Lisboa, na galeria 3+1 Arte Contemporânea, e lançou o livro “Gabriela Machado” pela editora espanhola Dardo. Neste mesmo ano, participou da ARCO, em Madri, na qual o Brasil foi o país homenageado.

As cores pulsam na tela, a pintura vibra.

“Em vários sentidos as pinturas e os desenhos de Gabriela Machado procuram atualizar, num mundo muito diferente, essa lógica espontânea e esse rigoroso frescor. Só valem aqui as cores que acabam de se descobrir como tais e que respondem de imediato a uma sensação vital e corpórea: do mesmo modo, feitas todas as mediações, também essas obras buscam renovar, à sua maneira, o contato com a natureza”, observa Ronaldo Brito, crítico e professor de História da Arte na PUC-RJ, cuja obra recentemente foi reunida na coletânea Experiência Crítica (Editora CosacNaify). Autor do texto de apresentação do catálogo, Brito acompanha a trajetória da artista de perto. “Quando conheci esta série de pinturas tive sorte: vi o trabalho no exato momento em que estava emergindo. A grande transformação aqui é a descoberta da cor. Gabriela pensa e sente através da cor”, observa ele.

Presente em grandes coleções brasileiras, como as de José Mindlin, Fundação Castro Maya, Gilberto Chateaubriand e Alexandre Martins Fontes, a obra de Gabriela Machado alcança gradualmente novos espaços fora do país. A Neuhoff Gallery, que inseriu o trabalho da artista em duas coletivas – uma delas, The Gesture, com conceituados pintores americanos como Frank Stella e Franz Kline – e realizou uma individual em 2002, também levou sua produção para feiras internacionais como as de Colônia (Alemanha) e Chicago (EUA).

SERVIÇO:
Exposição: Doida Disciplina, de Gabriela Machado
Local: Caixa Cultural São Paulo (Sé) - Galeria Florisbela e Espaço Octogonal - Praça da Sé, 111, Centro – São Paulo (SP)
Abertura: 28 de novembro de 2009, sábado, 11h (aberto para o público)
Datas para visitação: 28 de novembro de 2009 a 17 de janeiro de 2010
Horários: Terça-feira a domingo, das 9h às 21h
Entrada: franca
Recomendação etária: livre
Visitas monitoradas para grupos, agendamento e informações: (11) 3321-4400
Realização: CAIXA Cultural São Paulo
Patrocínio: Caixa Econômica Federal

sábado, 5 de dezembro de 2009

Girassóis




Um girassol da cor de seu cabelo - Lô Borges


Numa manhã de sábado em pleno verão, uma temperatura de 17º, o trânsito na avenida Brasil, pior do que nos dias úteis.
Tudo para começar mal o fim de semana, então o inusitado; uma caminhonete branca dos anos 30 maravilhosamente restaurada, com a caçamba carregada de girassóis.
Não resisti a um sorriso, São Paulo também nos proporciona momentos de contemplação e poesia.
Finalmente descobri uma função para as câmeras do celular e registrei um momento que talvez seja único.
A música me veio instantaneamente à cabeça e a compartilho com vocês.






Um Girassol da Cor de Seu Cabelo

Vento solar e estrelas do mar
A terra azul da cor do seu vestido
Vento solar e estrelas do mar
Você ainda quer morar comigo

Se eu cantar não chore não
É só poesia
Eu só preciso ter você
Por mais um dia
Ainda gosto de dançar
Bom dia
Como vai você?

Sol, girassol, verde, vento solar
Você ainda quer dançar comigo
Vento solar e estrelas do mar
Um girassol da cor de seu cabelo

Se eu morrer não chore não
É só a lua
É seu vestido cor de maravilha nua
Ainda moro nesta mesma rua
Como vai você?
Você vem?
Ou será que é tarde demais?

O meu pensamento tem a cor de seu vestido
Ou um girassol que tem a cor de seu cabelo?


sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O melhor lugar do mundo

Esta é uma das músicas que mais gosto, então pedi a minha cunhada Liz Grecchi que montasse este vídeo, com fotos tiradas no meio do ano.

Gostei muito do resultado, até porque cada dia mais aproveito a companhia de ML e esta apresentação mostra uma parte das sensações que tenho.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Rossini Perez - desenhos, matrizes e gravuras

Escolhi "Douce France" de Charles Trenet em homenagem ao tempo que o artista viveu em Paris.






Engraçado que no último semestre tenha me interessado e gostado tanto de gravuras; era para mim uma forma de expressão que não me chamava muito a atenção. Isto mudou quando vi a exposição Oswaldo Goeldi - Luz Noturna , esta mostra mudou minha opinião sobre gravuras, tanto que uma semana depois estive na exposição Hansen Bahia , e acabei virando fã delas .
Quando estive na Caixa Cultural para a mostra A Arte Indígena de Victor Brecheret , recebi como bônus uma exposição deslumbrante, a de Rossini Perez.
Porque deslumbrante? No início estão apresentadas lindas gravuras, desenhos e matrizes de algumas das obras expostas.
Mas o que realmente me encantou foram as gravuras em relevo, cuja técnica não conhecia, fiquei embevecido, pois Rossini Perez transformou a gravura em escultura, abrindo infinitas possibilidades de expressão neste suporte.
Não sei se ele foi o criador desta técnica, mas sabe exercê-la com maestria; percebi pelas ilustrações do catálogo que ele começou a utilizá-la a partir de 1965, ainda monocromático e com o decorrer da prática, conseguiu introduzir as cores, elevando sua obra ao nível de excelência.
Mais uma vez tenho que elogiar os catálogos da Caixa Cultural, são obras de arte que servirão de consulta às próximas gerações.
Abaixo das imagens, o "press-realese" da Caixa Cultural.



Gravura Ocre, 1965


Cintura Bordada, 1968 ( A que esta exposta tem o relevo no meio, esta gravura teve a mesma origem, os traços pretos são os mesmos)


Favela, 1956

Espatulada II, 1963


Botão de Alamar, 1977



OBRAS DE ROSSINI PEREZ ESTÃO EM EXPOSIÇÃO NA CAIXA CULTURAL SP
Brasilia, 16 de Novembro de 2009
Ao todo, a mostra é composta de 89 desenhos, matrizes e gravuras

Rossini Perez: Desenhos, Matrizes e Gravuras – acervo Museu Nacional de Belas Artes chega a São Paulo no fim deste mês de novembro, com coquetel de lançamento para convidados no dia 28. A iniciativa apresenta 89 obras deste grande artista brasileiro.
Os visitantes poderão atestar por que Rossini Perez é considerado um verdadeiro mestre na arte da gravura, contemplando trabalhos nas técnicas da xilogravura, linóleo, serigrafia, gravura em metal e algumas litografias inéditas. Todas com traços, cores e texturas impressionantes e predominantemente abstratas.
Com curadoria de Laura Abreu, além de mostrar obras importantes da carreira de Rossini criadas desde a década de1950, a exposição exibe também objetos que influenciaram o seu trabalho.
Rossini Perez - Natural de Macaíba, no Rio Grande do Norte, Rossini se mudou para o Rio de Janeiro em 1943 e nesta cidade teve seu trabalho consagrado e ganhou notoriedade artística. Sua formação começou na década de 50, em cursos livres de pintura, desenho e gravura com nomes consagrados, entre os quais se destaca Iberê Camargo.
Quando, em 1958, a Sociedade Os Amigos da Gravura realiza a primeira grande tiragem de sua obra "Morro", a carreira de Rossini começa a deslanchar, chegando inclusive a ganhar o público e crítica internacional.
Além de ter morado na Europa e aperfeiçoado sua técnica no continente, o artista participou de mais de onze bienais internacionais, incluindo a de Veneza, viajou o mundo com mostras individuais e coletivas e lecionou em escolas de artes. No Brasil, destaca-se o período em que deu aulas no Ateliê de Gravura do MAM/RJ.
Ele também implantou as oficinas de gravura em metal do Instituto Brasil-Bolívia de La Paz (Bolívia), do Instituto de Artes de Dakar (Senegal) e do Centro de Criatividade da Fundação Cultural do Distrito Federal.

SERVIÇO:
Exposição: Rossini Perez- desenhos, matrizes e gravuras
Local: CAIXA CULTURAL São Paulo - Praça da Sé, 111 – Centro - São Paulo (SP) - Galeria Neuter Michelon
Datas: de 28/11/2009 a 17/01/2010
Período de visitação: 9h00 às 21h00 – terça-feira a domingo.
Entrada: franca
Recomendação etária: livre
Informações: (11) 3321-4400

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A arte indígena de Victor Brecheret

Para este comentário escolhi a música "Amor de Índio" de Beto Guedes, só que com arranjo e interpretação de Milton Nascimento, pois esta versão é uma exceção a uma de minhas regras, de sempre achar que a versão original de uma composição é sempre melhor do que as outras.
















Como tem sido amplamente divulgado pela imprensa, estão em cartaz em São Paulo duas exposições de obras de Victor Brecheret, uma na Caixa Cultural e outra no SESC Vila Mariana. Neste fim de semana estive no centro da cidade especialmente para ver a mostra "A arte indígena de Victor Brecheret”.
Cheguei cheio de expectativa, pois considero o artista a referência em escultura brasileira. Escutei com a audição periférica uma parte de depoimento contido no documentário exibido dentro da exposição onde foi falado que Victor Brecheret dizia que só foi capaz de executar a arte moderna, após ter estudado e conhecer profundamente a arte clássica acadêmica.
Picasso quem disse: "Quando eu tinha essa idade sabia desenhar como Rafael, mas precisei uma vida inteira para aprender a desenhar como as crianças".
Portanto penso que a excelência artística se consegue com muito estudo, aperfeiçoamento de técnicas e com trabalho, não basta pensar que se tem talento e sair sujando telas, amassando gesso ou dispondo objetos nos ambientes.
Esta exposição nos mostra obras do período em que ele desenvolve a estética naturalista, abandonando suas influências europeias. É muito interessante observarmos os desenhos dos estudos para as esculturas, onde podemos visualizar todo o processo de criação.
Estão expostas obras deste período, notadamente as que são inspiradas em temas indígenas, e também algumas de temas religiosos, com o mesmo padrão estético desta fase.
Como sempre a Caixa Cultural nos traz uma mostra espetacular, tanto na montagem como no catálogo, que é um livro de capa dura para ser guardado em qualquer biblioteca, e servir como referência futura para diversas consultas.
Abaixo das imagens, o press-realese da Caixa.


















OBRAS DO ESCULTOR BRECHERET CHEGAM À CAIXA CULTURAL SP
Brasilia, 26 de Outubro de 2009
Com curadoria de Maria Aparecida Brecheret, a exposição traz obras inspiradas nos antepassados indígenas e no primitivismo milenar

Ícone da escultura nacional, criador de grandes monumentos e obras, homem que transformava pedras, terracota e madeira em arte. Mesmo dono de cultura erudita, o ítalo-brasileiro Victor Brecheret encontrou nas matas brasileiras a inspiração máxima: os índios. A exposição A Arte Indígena de Victor Brecheret, com curadoria de Maria Aparecida Brecheret, será inaugurada no dia 04 de novembro, na CAIXA Cultural São Paulo e ficará em cartaz até o dia 10 de janeiro de 2010.
Foram selecionadas 24 esculturas e 23 desenhos, inspirados na cultura indígena, brasilianista e marajoara, oriunda da Ilha do Marajó, no Pará. Inspirado nos antepassados e no primitivismo milenar, o artista criou grafismos que lembram escritas antigas. A terracota é um dos materiais que ele usava para entalhar lendas e mitos indígenas, como as obras “Drama Marajoara”, “Filha da Terra Roxa” e “Índio e a Suaçuapara”, que ganhou o prêmio de melhor escultura nacional na 1ª Bienal de Arte de São Paulo, em 1951.
Além da terracota e da madeira, ele esculpia em pedras. Encontrou três pedras enormes que foram arrastadas pela maré até a praia, e nelas entalhou a história de uma índia e um peixe. Nesta obra, o autor se aproxima do primitivismo e marca o instante em que a escultura deixa de ser baixo relevo e se transforma em gravura. Para executar estas peças, ele fez uma série de estudos em desenho, até encontrar a melhor composição.
Foi Mário de Andrade, amigo de Brecheret, que lançou a sugestão de abrasileirar a produção, pouco antes da Semana de Arte Moderna. ‘‘Estude os tipos dos nossos índios, tipos não desprovidos de beleza, estilize-os, unifique-os num tipo único, original, e terá adquirido assim a maior das suas qualidades”, disse ele. Anos depois, as palavras do escritor influenciariam a obra do escultor, considerado um dos precursores do Modernismo no país.
A fase indígena é considerada a terceira na trajetória do artista, mas outros momentos e trabalhos também ajudaram a celebrizá-lo no meio artístico. É dele o Monumento às Bandeiras, no Parque do Ibirapuera, um dos cartões postais obrigatórios da cidade de São Paulo. Brecheret também esculpiu o Fauno, estátua que pode ser vista no Parque Trianon, em frente ao MASP e Duque de Caxias, na Praça Princesa Isabel, também na capital paulista.
A exposição A Arte Indígena de Victor Brecheret tem patrocínio da Caixa Econômica Federal. A mostra já percorreu os espaços da CAIXA Cultural de Brasília, Curitiba, Salvador e Rio de Janeiro, finalizando esta itinerância na cidade de São Paulo.


Sobre Victor Brecheret

Italiano de nascença, o escultor se considerava um brasileiro. Em 1912, já no Brasil, freqüentou o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. No ano seguinte, voltou à Itália, para estudar escultura com Arturo Dazzi. Em 1915, abriu seu primeiro ateliê, na capital italiana. Nesta fase, sofreu influência dos renascentistas, do impressionista Rodin e de Mestrovic. Depois de seis anos na Itália, voltou para o Brasil impregnado com as ideias da escultura moderna. Depois de passar um tempo em Paris, voltou para o Brasil e participou da Semana de Arte Moderna de 22, ao lado dos amigos Oswald e Mário de Andrade e Di Cavalcanti.
Foi premiado no Salão da Sociedade dos Artistas Franceses, em 1925. Dedicou-se a obras abstratas nos anos 30. Em 36, começou a trabalhar no monumento que lhe deu visibilidade e ao qual dedicou boa parte da carreira: o Monumento às Bandeiras, próximo ao Parque do Ibirapuera. No final dos anos 40, começou a trabalhar com temas nacionais e indígenas e com formas mais orgânicas e essenciais.
Brecheret participou das XXV e XXVI Bienais de Veneza (1950 e 1952) e das I, III e IV Bienais de São Paulo. Na Bienal de 1951, recebeu o prêmio de Melhor Escultor Nacional. Morreu em 1955, em São Paulo.

SERVIÇO:
Exposição: “A Arte Indígena de Victor Brecheret”
Local: CAIXA Cultural - Edifício Sé - Praça da sé, 111 – Galeria Michelon - São Paulo (SP)
Abertura para imprensa e convidados: 04 de novembro de 2009, quarta-feira, 19h
Datas para visitação: 05 de novembro de 2009 a 10 de janeiro de 2010
Horários: Terça-feira a domingo, das 9h às 21h
Entrada: franca
Recomendação etária: livre
Visitas monitoradas para grupos, agendamento e informações: (11) 3321-4400
www.artepadilla.com.br
www.caixa.gov.br/caixacultural
Realização: CAIXA Cultural São Paulo
Patrocínio: Caixa Econômica Federal



quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Surrealismo - ainda OSGEMEOS

Para este comentário, volto aos Beatles, pois esta música é para mim a mais surrealista que conheço, "I'm the Walrus".
As imagens foram carregadas em alta definição, portanto quando clicá-las ( e viva o neologismo) as mesmas serão carregadas em todo seu esplendor, podendo ser apreciadas em seus detalhes, que é o que interessa.





Quando escrevi que não seria original dizer que tinha percebido o surrealismo nas obras d'OSGEMEOS foi porque já havia quem também tinha tido esta impressão. Portanto fui pesquisar qual poderia ter sido sua inspiração ou referência.
Vendo suas obras comecei a me inquietar tendo a sensação de "já te vi", forçando a memória, tive alguns relâmpagos.
O quadro "Tentações de Santo Antão", já citado neste blog, possui vários elementos que poderiam ter sido vistos pelos artistas, e servido como mote de alguns trabalhos.
Nas misturas de peixes, de aves e humanos d'OSGEMEOS', sinto a presença das figuras de Bosch, nos seus demônios, monstros e seres da imaginação.
Reuni então as imagens abaixo para servirem de consulta, comparação e também de inspiração para outros voos.
Voltando aos Beatles, o seu surrealismo era lisérgico, acho que John Lennon tinha usado alguma novidade de sua época.
Quanto ao Bosch, penso que seu surrealismo era esquizofrênico, retratando monstros e demônios que o atormentavam.
E em relação aos GEMEOS, sinto que eles fazem um surrealismo lúdico e pueril, apesar de melancólico.
São artistas que devemos sempre prestar atenção.






segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Pierre Verger - Andaluzia

Para acompanhar o texto - Danza ritual del fuego - com Paco de Lucia, uma legitima expressão do Flamenco, que surgiu na Andaluzia.




Estive nesta exposição já há alguns dias, durante a semana, aproveitando uma de minhas idas ao centro.
Juntaram-se duas curiosidades, a mostra e conhecer a nova Galeria Olido, de saudosa lembrança, onde, quando adolescente víamos os bons filmes em cartaz na cidade, em salas elegantes, limpas e de ótima frequência. Pena que as boas sala fecharam, viraram igrejas ou passam filmes pornográficos.
Gostei muito desse novo espaço, o link acima mostrará como ficou a galeria após sua reforma.
Quanto a exposição é mais uma das boas mostras de fotografias que se fazem na cidade, onde o viajante Pierre Verger nos apresenta em fotos documentais a vida na Andaluzia dos anos 30.
Pierre Verger tem sua obra toda segmentada em tópicos referentes às suas andanças pelo mundo, tenho saudades da Exposição "O Japão de Pierre Verger" e tantas outras.
Vale o passeio, onde com certeza, vocês terão momentos de diversão.














Galeria Olido - 1ºandar
Endereço: Av.São João, 473- Centro - telefone: 11 3397 0171
Abertura: 29 de outubro de 2009. 19:30
Periodo: 30 de outubro a 22 de dezembro de 2009
Horário das visitas: 3ª a domingo: 12:00 - 20:00
Entrada: Franca