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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

FERNANDO BOTERO - DORES DA COLÔMBIA NO MUBE

Uma exposição com obras mais recentes sob a temática da violência e das mazelas da Colômbia.

Apesar da contrariedade da embaixadora sobre o tema, dito por ela no discurso de abertura da mostra, há toda uma realidade exposta e escancarada, que espero já seja passado e que Botero possa ver seu país novamente na estabilidade política, econômica e perfeitamente democrática.

Com traços, talvez já cansados, ainda trazem toda a carga emocional do instante; a violência retratada incomoda mas também mostra o inconformismo do povo colombiano com a situação de medo, imposta por poucos mas com o poder das armas adquiridas com o dinheiro do narcotráfico.

Ouvi um comentário durante a visitação em que foi citado a série "Os horrores da guerra" de Goya, fiquei chocado com a aparente bobagem, mas depois de uma breve reflexão pude perceber um paralelo, ainda que distante. Será que o artista tinha isso em mente quando quis registrar os horrores do terrorismo na realidade de sua terra? Fica a questão para que cada um tire suas conclusões.

O artista vivo com as obras mais valiosas entra para história após ter criado uma estética única pela qual será sempre lembrado.

Já tinha visto duas grandes retrospectivas de Botero, no MASP e no Museu Nacional de Belas Artes em Buenos Aires, onde foram mostradas obras que abrangiam toda sua carreira, diferente desta que se atém num único tema.


Tempo - Lucio Dalla

Abaixo das imagens, em alta definição, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do MUBE.










“DORES DA COLÔMBIA no Mube”
Aori e Circuito cultural Bradesco seguros trazem a capital coleção de obras políticas assinadas por Fernando Botero

Depois do sucesso da edição realizada em 2007 no Memorial da América Latina, a exposição “Dores da Colômbia” está de volta a São Paulo
A Colômbia tem orgulho de expressar seu anseio por liberdade através da arte. “Dores da Colômbia” reflete as dores da humanidade. Botero se refere à Colômbia para ilustrar suas angústias sobre a própria condição humana. Em nosso país, essas dores foram a base para a construção de uma sociedade justa” –
Maria Elvira Pombo Holguin, Embaixadora da Colômbia no Brasil
De volta a São Paulo, a individual do pintor colombiano Fernando Botero “Dores da Colômbia” retorna a capital no dia 25 de novembro e segue em cartaz até 08 de janeiro de 2012, no MuBE (Museu Brasileiro da Escultura), zona oeste da capital. A iniciativa - que conta com o patrocínio do Grupo Bradesco Seguros - reúne 67 obras doadas pelo artista colombiano Fernando Botero ao Museu Nacional da Colômbia entre 2004 e 2005. “Sempre quis trazer essa coleção de volta ao Brasil. O conjunto dessa obra mostra como a arte pode denunciar a violência e propõe uma reflexão sobre a sociedade”, diz a produtora executiva da Aori, Denise Carvalho, responsável pelo retorno da mostra ao País.
As seis aquarelas, 36 desenhos e 25 pinturas, que já percorreram várias cidades europeias e latino-americanas, mostram os abusos sofridos pelo povo colombiano como consequência da ação de grupos guerrilheiros, políticos e paramilitares. O conflito que resultou no exílio de 1,5 milhão de colombianos nas últimas décadas é ao mesmo tempo um movimento social que busca as bases para a justiça no país.
Embora retrate uma situação trágica de um período bem determinado, Botero criou as composições com pinceladas de cores vibrantes capazes de atrair e envolver cada vez mais pessoas de todo o mundo no drama colombiano e de outros países que vivem conflitos sociais.
“Dores da Colômbia” dialoga com uma corrente artística que vincula a arte à política. Dentro desse contexto encontramos outros mestres importantes que imprimiram discurso e fatos históricos em suas telas. Francisco Goya, com “Desastres da Guerra” e Pablo Picasso com “Guernica”, recriam a sua maneira, atos cometidos durante períodos de turbulência vividos em seus países.
A mostra tem curadoria do próprio Museu Nacional da Colômbia, localizado em Bogotá. De acordo com a diretora do Museu, Maria Victoria Robayo, o conjunto se integra ao programa de exposições itinerantes que tem como um de seus objetivos fazer um apelo à consciência para evitar que os horrores da guerra se repitam.
“Botero disse várias vezes que, apesar de não residir na Colômbia há mais de 40 anos, sente-se muito próximo de seu povo. Trata-se de um convite à reflexão sobre as circunstâncias dolorosas que violam os direitos humanos”, explica Maria.
Em 2012, “Dores da Colômbia” tem como destino as capitais Porto Alegre e Belo Horizonte, janeiro e abril respectivamente.
A passagem pelas três capitais brasileiras da exposição “Dores da Colômbia” faz parte do Circuito Cultural Bradesco Seguros, que apresenta para o público brasileiro um calendário diversificado de eventos artísticos com espetáculos nacionais e internacionais de grande sucesso, em diferentes áreas culturais como dança, música erudita, artes plásticas, teatro, concertos de música, exposições, etc.
• Fernando Botero: Pintor e escultor colombiano nascido em Medellín, no ano de 1932, é um dos artistas mais prestigiados da América Latina e tem peças expostas nos mais importantes museus internacionais. Entre as suas obras mais conhecidas estão as releituras bem-humoradas e satíricas de “O Casal Arnolfini”, de Jan van Eyck, e “Mona Lisa”, de Leonardo da Vinci. Em ambas, figuras humanas e animais são pintados de forma arredondada e estática. Esse padrão estético é a marca registrada do artista que através de sua arte, tornou-se o embaixador cultural da Colômbia pelo mundo. Botero é um dos artistas renomados latino americanos ainda vivo e atualmente, mora na França.
Aori Produções Culturais: A Aori foi criada em 2002, pela produtora executiva Denise Carvalho. A empresa desenvolve, gerencia e produz conteúdos culturais, como projetos de exposições e edições de livros nas áreas de patrimônio cultural brasileiro, temas sociais e artes visuais. Seus trabalhos primam pelo critério de suas escolhas, qualidade do planejamento à execução, e sofisticação dos resultados. www.aori.com.br
· MUSEU BRASILEIRO DA ESCULTURA (MuBE) Desenvolve extensa e diversificada programação cultural, com exposições, cursos, seminários, palestras e recitais de piano. São realizadas, em média, vinte e cinco exposições/ano, abrindo espaço para novos talentos, além de apresentar mostras de artistas renomados, nacionais e internacionais.
O Museu recebe, aproximadamente, 150.000 visitantes por ano. As exposições contam com visitas monitoradas para crianças, estudantes, grupos de terceira idade e público em geral.

O MuBE conta com apoio institucional de 3M, Stella Artois, Kettel One e BMW, viabilizado via ProAC / Governo do Estado de São Paulo.
Serviço
“Dores na Colômbia” | São Paulo:
Abertura: 24 de novembro de 2011.
Visitação: 25 de novembro de 2011 a 08 de janeiro de 2012.
Local: MuBE (Museu Brasileiro da Escultura) | Av. Europa, 218 – Jardim Europa São Paulo
Dias: Terça a domingo das 10h às 19h
(11) 2594-2601 - mube@mube.art.br
Entrada Gratuita
• Próximas Capitais | 2012
-Porto Alegre – de 20 de janeiro a 08 de março de 2012.
-Belo Horizonte – de 18 de abril a 02 de junho de 2012.
Realização: Aori Produções Culturais
Apoio: Avianca e Associação dos Amigos do Museu Nacional da Colômbia
Patrocínio: Bradesco Seguros
Assessoria de Imprensa Aori Produções:
Baobá Comunicação Cultura e Conteúdo
Tel.: [11] 3482-2510 • 3482-6908
Informações para Imprensa
Alfredo Cesar de Souza – alfredo@sacomunicacao.com
(11) 3054-3336/ 9954-6684
Rogério Araújo – rogerio@sacomunicacao.com
(11) 3054-3338/ 8015-0060

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

EstúdioBuck na P/ARTE

Estive na abertura da P/ARTE - feira de arte contemporânea - onde tive a oportunidade de conhecer obras de vários novos artistas, que surgem agora no vasto universo de nossas artes plásticas, como também vários já consagrados que são referências tanto como criadores, como determinantes de valor mercado.

Dentre várias galerias participantes, algumas me chamaram especialmente a atenção, que além de terem um acervo precioso para meu gosto, como o EstúdioBuck, primaram pela simpatia, atenção e cordialidade com que receberam seus convidados, compradores e diletantes. Mostrando suas peças e fornecendo todas as informações solicitadas.

Tanto que as imagens aqui mostradas foram fornecidas por sua diretora que entendeu a proposta deste espaço, mantendo minha vontade de sempre trazer as belezas que vejo e conheço.




Resolução - Milton Banana Trio


Uma coisa impressionante nesta feira foi perceber a força do mercado de arte no Brasil; no pouco tempo que estive neste evento pude testemunhar que as pessoas estavam comprando, e muito.

As obras abaixo estavam em exposição e foram as que mais me agradaram.




Roma Drumond





Antonio Lizárraga





Armando Sendin

domingo, 13 de novembro de 2011

Steve McCurry – Alma Revelada

Fotos icônicas que fazem parte de nosso subconsciente. De uma beleza ímpar, de um profissional que sabe como poucos capturar a emoção de um momento pela expressão dos fotografados. Com o tema "Alma Revelada" concentra-se em retratos que expõem e escancaram o íntimo do fotografado.

Há nesta mostra a foto de um menino, talvez 10 anos, que me chocou, apontando uma pistola contra a própria têmpora, chorando, mostra toda a angústia e desesperança que lhe vai no pensamento, espero sinceramente que ele tenha sido demovido de sua intenção.

Agora, em contraponto a esta foto há várias de uma beleza deslumbrante, que nos enlevam a um mundo mágico e misterioso.

Todas as obras feitas ainda com o filme Kodachrome, extinto em 2009, que teve seu último rolo revelado em 2010, num laboratório no Kansas, que fechou logo após esse processo, do último filme fornecido pela Kodak ao artista. Vale aqui um aparte, a tecnologia digital ainda não alcançou a pureza e a sofisticação de captação de imagens e sons que conseguíamos com as tecnologias analógicas, mesmo com a compressão das músicas no formato mp3, as que foram gravadas antes deste advento carregam faixas de frequências não registradas pelos modernos microfones; mesmo as fotos feitas com as câmeras mais sensíveis ainda perdem em muito quando comparadas às imagens fixadas quimicamente.

Com uma seleção que nos mostra somente uma pequena parte de sua magnifica produção merece a visita, pois apresenta vários trabalhos que já são clássicos da fotografia mundial.


Abaixo das imagens (carregadas em alta definição), o "press-release" fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Tomie Ohtake.



Happiness is a Warm Gun - The Beatles



Steve McCurry, Sharbat Gula, Afghan Girl, Pakistan, 1984

Steve McCurry, September 11, New York, NY, USA, 2011

Steve McCurry, September 11, New York, NY, USA, 2011

Steve McCurry, Monks Praying at Golden Rock, Kyaikto, 1994

Steve McCurry, Flower Seller, Dal Lake, Kashmir, 1996

Steve McCurry, Fisherman at Weligama, South coast, Sri Lanka, 1995

Steve McCurry, Dust Storm, Rajasthan, Índia, 1983

INSTITUTO TOMIE OHTAKE

APRESENTA

Steve McCurry – alma revelada

Abertura: 10 de novembro de 2011, às 20h - 29 de janeiro de 2012

A mostra realizada em parceria com a Galeria Babel traz cerca de 100 imagens que passam pelos muitos lugares e muitas cores vivas presentes no trabalho do fotógrafo americano, trazendo também as guerras, o atentado de 11 de setembro e seu último rolo Kodachrome.

Reconhecido universalmente como um dos maiores criadores de imagens da atualidade, o autor da famosa foto da menina Afegã e membro da Magnum Photos desde 1986 conquistou vários entre os mais importantes prêmios da fotografia. McCurry, de acordo com a tradição mais refinada dos documentaristas, captura a essência das lutas e das alegrias humanas.

A exposição reúne alguns dos mais marcantes e reconhecidos grupos de imagens de países como a Índia, Paquistão e Nigéria. Há décadas McCurry percorre lugares incomuns, trazendo consigo imagens cuja solidez narrativa alimenta fantasias, mistérios e deslumbramentos acerca do desconhecido – o “outro” que conhecemos através de jornais, filmes e revistas. Estão nesses grupos de imagens retratos como a da garota afegã refugiada que encara a lente da câmera com um olhar que se tornou célebre em todo o mundo, ao lado de cenas de festividades e rituais indianos que parecem saídos dos sonhos dos mais inventivos diretores de arte e cenógrafos. A estas imagens, juntam-se visadas para paisagens naturais tão deslumbrantes quanto surpreendentes, sobretudo algumas registradas no Afeganistão, de onde o senso comum não espera senão imagens de guerra e miséria.

A exposição, contudo, não ignora a produção feita por McCurry ao pensar visualmente a marca dos conflitos geopolíticos que marcaram as últimas décadas, e traz um abrangente recorte destas cenas. Nesse conjunto, vemos as cicatrizes da violência diretamente incrustadas nas terras das regiões afetadas, contextualizadas pelo mesmo território impressionante cultural e geograficamente que se revela na primeira parte da exposição.

O destaque, então, se dá pela inclusão de seis fotografias feitas em 11 de Setembro de 2001, em Nova York. A diferença entre a destruição das torres gêmeas e os inúmeros conflitos registrados, por exemplo, no Kuwait, é que o ataque em solo americano foi transmitido em tempo real para todo o planeta. Por isso, independentemente de afinidades ideológicas, entende-se essa tragédia de outra maneira: conhece-se o seu tempo e o choque que provocou. A destruição nos escombros do World Trade Center, da forma como foi registrada por McCurry, ressignifica todas as demais imagens de guerra presentes na exposição.

Por fim, um grupo de imagens reunido por sua qualidade processual nos aproxima de McCurry enquanto profissional. Trata-se das fotos tomadas com o último rolo Kodachrome – película famosa entre os fotógrafos por sua qualidade cromática e que deixou de ser fabricada pelo avanço das tecnologias digitais – que passou pela mão de McCurry. Ciente da escassez que tornava o rolo de filme de alguma maneira especial, o fotógrafo teve que repensar o ritmo e a densidade do ato fotográfico. A série traz, no mesmo rolo, imagens de Robert de Niro, atores da Bollywood indiana, cenas urbanas e, até, os pés descalços do fotógrafo diante da televisão em um quarto de hotel.

Exposição: Steve McCurry – alma revelada

Abertura: 10 de novembro de 2011, às 20h (convidados)

Até 29 de janeiro de 2012, de terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca

Instituto Tomie Ohtake

Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés) - Pinheiros SP Fone: 11.2245-1900

Informações à Imprensa

Marcy Junqueira – Pool de Comunicação

Contato: Martim Pelisson / Fone: 11.3032-1599

marcy@pooldecomunicacao.com.br / martim@pooldecomunicacao.com.br

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Preciso aprender a ser só

Duas grandes canções de dois gênios da música mundial, feitas num intervalo de 8 anos, a de Marcos Valle é de 1965 e a do Gilberto Gil de 1973, possuem uma delicadeza que quase chega a ser empolgante.

Com o mesmo título nos conta como lidar com a solidão, um recomeçando e o outro ainda ferido tentando achar um rumo, um consolo.

A última estrofe da música do Gil é uma homenagem à canção do Marcos Valle.

Pena que hoje em dia somente algumas rádios ainda preservem em sua programação estes clássicos, que se comparados com estas porcarias que hoje são jogadas na atmosfera e que só contribuem com o aumento da poluição ambiental, assumem a condição de eternos.

Nada como num momento de introspecção escutar estas canções, nos acalmam e fazem nosso dia melhorar.







Preciso aprender a só ser - Marcos Valle




Preciso aprender a ser só - Gilberto Gil


Eu Preciso Aprender A Ser Só

Marcos Valle

Ah, se eu te pudesse fazer entender
Sem teu amor eu não posso viver
E sem nós dois o que resta sou eu
Eu assim tão só
E eu preciso aprender a ser só
Poder dormir sem sentir teu calor
E ver que foi só um sonho e passou
Ah, o amor
Quando é demais ao findar leva a paz
Me entreguei sem pensar
Que a saudade existe e se vem
É tão triste, vê
Meus olhos choram a falta dos teus
Esses olhos que foram tão meus
Por Deus entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor
Por Deus entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor
Ah o amor
Quando é demais ao findar leva a paz
Me entreguei sem pensar
Que a saudade existe e se vem
É tão triste, vê
Meus olhos choram a falta dos teus
Esses olhos que foram tão meus
Por Deus entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor



Preciso Aprender a Só Ser

Gilberto Gil

Sabe, gente.
É tanta coisa pra gente saber.
O que cantar, como andar, onde ir.
O que dizer, o que calar, a quem querer.
Sabe, gente.
É tanta coisa que eu fico sem jeito.
Sou eu sozinho e esse nó no peito.
Já desfeito em lágrimas que eu luto pra esconder.
Sabe, gente.
Eu sei que no fundo o problema é só da gente.
E só do coração dizer não, quando a mente.
Tenta nos levar pra casa do sofrer.
E quando escutar um samba-canção.
Assim como: "Eu preciso aprender a ser só".
Reagir e ouvir o coração responder:
"Eu preciso aprender a só ser."


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Cachimbo da Paz - Uma Fábula Urbana



Maresia - Gabriel, o pensador & Lulu Santos



Essa música já tem quase 20 anos, e é umas das mais geniais obras de protesto já escritas na MPB.

Sim protesto, um grito inconformado contra toda a situação de corrupção, violência e hipocrisia que grassa nas entranhas de nossa sociedade. Imagino que muitas pessoas pensarão que as canções de protestos só são validas quando expõem as injustiças sociais, as desigualdades; não é a minha opinião.

Gabriel sempre foi um artista preocupado com a realidade à sua volta; sua mãe, a jornalista Belisa Ribeiro, então assessora de Fernando - O Belo, segundo Jorge Ben, o nosso messiânico presidente Fernando Afonso Collor De Mello, sofreu pesado constrangimento quando ele gravou Tô feliz (Matei o Presidente). Engraçado, esse é um período que ela deve se envergonhar, pois em seu site, essa informação se não é omitida, não é devidamente informada em sua biografia.

Infelizmente essa é a trilha sonora de nossa realidade, a crua e nua, que devemos ter como objetivo extirpá-la, devendo essa ser somente um registro de como foi nosso país um dia.




A criminalidade toma conta da cidade
A sociedade põe a culpa nas autoridades
O cacique oficial viajou pro Pantanal
Porque aqui a violência tá demais
E lá encontrou um velho
índio que usava um fio dental e fumava um cachimbo da paz
O presidente deu um tapa no cachimbo e na hora de voltar pra capital ficou com preguiça
Trocou seu pallitó pelo fio dental e nomeou o velho índio pra ministro da justiça
E o novo ministro, chegando na cidade, achou aquela tribo violenta demais
Viu que todo cara-pálida vivia atrás das grades e chamou a tv e os jornais
E disse: "Índio chegou trazendo novidade
Índio trouxe cachimbo da paz
Maresia, Sente a maresia Maresia ...
Apaga a fumaça do revólver, da pistola
Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
Acende, puxa, prende passa
Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
Todo mundo experimenta o cachimbo da floresta
Dizem que é do bom
Dizem que não presta
Querem proibir, querem liberar
E a polêmica chegou até o congresso.
Tudo isso deve ser pra evitar a concorrência
Porque não é Hollywood mas é o sucesso
O cachimbo da paz deixou o povo mais tranquilo
Mas o fumo acabou porque só tinha oitenta quilos
E o povo aplaudiu quando o índio partiu pra selva e prometeu voltar com uma tonelada
Só que quando ele voltou "Sujou"!!!
A polícia federal preparou uma cilada -
"O cachimbo da paz foi proibido
Entra na caçamba, vagabundo!
Vâmo pra DP! Ê, ê, ê, ê! Índio tá fudido porque lá o pau vai comer!"
Maresia, Sente a maresia Maresia ...
Apaga a fumaça do revólver, da pistola
Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
Acende, puxa, prende passa
Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
Na delegacia só tinha viciado e delinquente
Cada um com um vício e um caso diferente
Um cachaceiro esfaqueou o dono do bar porque ele não vendia pinga fiado
E um senhor bebeu uísque demais, acordou com um travesti e assassinou o coitado
Um viciado no jogo apostou a mulher, perdeu a aposta e ela foi sequestrada
Era tanta ocorrência, tanta violência, que o índio não tava entendendo nada
Ele viu que o delegado fumava um charuto fedorento e acendeu um "da paz" pra relaxar
Mas quando foi dar um tapinha levou um tapão violento e um chute naquele lugar
Foi mandado pro presídio e no caminho assistiu um acidente provocado por excesso de cerveja:
Uma jovem que bebeu demais atropelou o padre e os noivos na porta da igreja
E pro índio nada mais faz sentido
Com tantas drogas proque só o seu cachimbo é proibido?
Maresia, Sente a maresia Maresia ...
Apaga a fumaça do revólver, da pistola
Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
Acende, puxa, prende passa
Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
Na penitenciária o
"índio fora da lei" conheceu os criminosos de verdade
Entrando, saíndo e voltando cada vez mais perigosos pra sociedade
Aí cumpádi, tá rolando um sorteio na prisão
Pra reduzir a superlotação todo mês alguns presos tem que ser executados
E o índio dessa vez foi um dos sorteados
E tentou acalmar os outros presos:
"Peraí, vâmo fumar um cachimbinho da paz ..."
Eles começaram a rir e espancaram o velho índio até não poder mais
E antes de morrer ele pensou:
"Essa tribo é atrasada demais ...
Eles querem acabar com a violência, mas a paz é contra a lei e a lei é contra a paz"
E o cachimbo do índio continua proibido
Mas se você quer comprar é mais fácil que pão
Hoje em dia ele é vendido pelos mesmos bandidos que mataram o velho índio na prisão.