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terça-feira, 27 de novembro de 2012

War

Esse vídeo fiz com fotos que já tinha há muito tempo guardadas e queria compartilhar o horror e a indignação que sinto cada vez que as vejo.

Nos mostra o ser humano na sua mais baixa condição emocional, cometendo barbáries que quase sempre não é de sua índole, de sua formação.

A guerra do Vietnam foi o mais sem sentido e razão dos conflitos de todos, uma guerra que não era americana, seu povo era contra e foram utilizadas armas extermínio em massa que violaram qualquer racionalidade como o agente laranja, cancerígeno que acabava com as folhagens das árvores para que o inimigo fosse exposto ao fogo dos americanos, e as bombas incendiárias de napalm, que arrasaram aldeias e vilarejos, quase sempre matando inocentes.

Um dos resultados deste drama foi a volta dos soldados americanos destruídos física e emocionalmente pelas batalhas e pelo uso de drogas. Como foi mostrado em filmes como Amargo Regresso, Nascido em 4 de Julho e na obra maior, Apocalipse Now, que apresenta toda a insanidade e loucura gerada pela guerra.

A música incidental deste vídeo é War de Edwin Starr, que foi proibida de ser executada em várias rádios e casas de shows cujos proprietários, da direita americana, eram a favor da guerra. No fim do vídeo introduzo a música Why Can't We Be Friends do grupo War, que celebra a união e a amizade entre os diferentes.







War

War

War, huh yeahGuerra, Huh Yeah
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing.Absolutamente nada.
War huh yeahGuerra Huh Yeah
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing.Absolutamente nada.
Say it again y'allDizê-lo novamente y'all
War, huh good godGuerra, huh bom deus
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing. Listen to meAbsolutamente nada. Ouça-me
War-I despiseGuerra eu desprezo
cause it means destructionfazer com que ele significa a destruição
Of innocent livesDe vidas inocentes
War means tear to thousands of mothers eyesGuerra significa rasgar a milhares de olhos mães
When their sons go off to fightQuando seus filhos vão para a luta
And lose their livesE perdem a vida
War, huh good god y'allGuerra, huh bom deus y'all
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing. say it againAbsolutamente nada. dizê-lo novamente
War whoa lordGuerra whoa senhor
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing. listen to meAbsolutamente nada. escuta-me
It ain't nothin but a heartbreakerNão é nada, mas um heartbreaker
Friend only to the undertakerAmigo apenas para o undertaker
Oh war, is an enemy to all mankindOh guerra, é um inimigo para toda a humanidade
the thought of war blows my mindo pensamento de guerra sopra minha mente
war has caused unrest in the younger generationguerra causou agitação na geração mais jovem
induction, then destruction who wants to dieindução, a destruição então quem quer morrer
War, good god y'allGuerra, deus do bem y'all
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing. say it say it say itAbsolutamente nada. dizem que dizem que dizem que
War uh huh yeah huhGuerra uh huh huh sim
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing. listen to meAbsolutamente nada. escuta-me
It ain't nothin but a heartbreakerNão é nada, mas um heartbreaker
got one friend that's the undertakertenho um amigo que é o undertaker
oh war has shattered many young mans dreamsoh guerra abalou muitos jovens mans sonhos
made him disabled bitter and meanfê-lo desabilitado amarga e significa
life is much to short and precious to fight mighty wars these daysa vida é muito curta e preciosa para lutar guerras poderosa nos dias de hoje
war can't give life it can only take it away oooooha guerra não pode dar a vida só pode tirá-lo oooooh
War, huh good god y'allGuerra, huh bom deus y'all
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing. say it say againAbsolutamente nada. dizem que dizer novamente
War whoa lordGuerra whoa senhor
What is it good for?O que é bom para?
Absolutely nothing. listenAbsolutamente nada. ouvir
It ain't nothin but a heartbreakerNão é nada, mas um heartbreaker
Friend only to the undertakerAmigo apenas para o undertaker
Peace love and understanding tell meAmor, paz e compreensão me diga
Is there no place for them todayNão há lugar para eles hoje
they say we must fight to keep our freedomeles dizem que devemos lutar para manter nossa liberdade
but lord knows there's got to be a better waymas o senhor sabe que tem que haver uma maneira melhor

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960)

São Paulo encontra-se em plena safra de exposições fotográficas, sorte a nossa, pois temos a maravilhosa oportunidade de conhecer e reconhecer fatos, personagens e lugares significativos de nossa história. Que delícia ver ou rever imagens que ilustram a nosso riquíssimo século XX.

Além da importância histórica, a beleza das imagens valem a incrível sensação do "já te vi", permeada de enorme satisfação.

Apesar de já ter acabado há 38 anos, trago viva em minha memória a expectativa de ter a revista em mãos, quase sempre no salão de barbeiro, não só pelas reportagens ou também e principalmente pela página do Amigo da Onça, do cartunista Péricles.

Podem criticar, atacar e até tentar diminuir a importância de Assis Chateaubriand na formação do imaginário  e do pensamento do povo brasileiro, mas para o bem ou para o mal, ele deixou sua marca.

É incrível escutar os comentários de pessoas de novas gerações, que estão a anos-luz do auge da revista, que mostram a impressão que elas tem de que a revista praticava um jornalismo "chapa-branca". Ledo engano, "Chateau" mandava nos poderes constituídos, ele é quem elegia o homem da vez.

Uma belíssima exposição a ser vista com atenção e vagar, deixando-se levar pela fotos de qualidade superior.


Copacabana - Dick Farney


Abaixo das imagens, o "press-release" fornecidos pela assessoria de imprensa do IMS.

 Museu de Arte de São Paulo, 1950 São Paulo, SP
 Acervo Jornal Estado de Minas/O Cruzeiro/Roberto Maia

 Carrancas de proa, c. 1943 - Rio São Francisco
 Marcel Gautherot/Acervo Instituto Moreira Salles

 Índio Iaualapiti, 1949 - Serra do Roncador
 José Medeiros/ Acervo Instituto Moreira Salles

 O presidente Getúlio Vargas escreve no gabinete, década de 1940
 Jean Manzon / CEPAR Consultoria

Carmem Miranda, década de 1940
 Jean Manzon/ Acervo CEPAR Consultoria



Instituto Moreira Salles de São Paulo abre exposição As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960)

Mostra reúne imagens de grandes fotógrafos que trabalharam para a revista, como Jean Manzon, José Medeiros, Luciano Carneiro, Peter Scheier, Marcel Gautherot, Pierre Verger, Flávio Damm, Luiz Carlos Barreto e Henri Ballot

O Instituto Moreira Salles de São Paulo abre em 22 de novembro, às 19h30, a exposição As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960), com mais de 400 imagens e matérias que revelam a história da principal revista ilustrada brasileira do século XX, e que foi decisiva para a implantação do fotojornalismo no país. A exposição tem como fio condutor a relação entre as imagens produzidas pelos fotógrafos e as fotorreportagens tal como foram publicadas. Essa abordagem tem como foco as décadas de 1940 e 1950, período de maior atividade e difusão da revista. A curadoria da mostra é da professora e curadora do Museu de Arte Contemporânea da USP, Helouise Costa, e de Sergio Burgi, coordenador de fotografia do Instituto Moreira Salles. A mostra ficou em cartaz no IMS-RJ entre julho e outubro deste ano e segue para Poços de Caldas depois de passar por São Paulo.

Na exposição, serão apresentadas algumas das contribuições de Jean Manzon, José Medeiros, Peter Scheier, Henri Ballot, Pierre Verger, Marcel Gautherot, Luciano Carneiro, Salomão Scliar, Indalécio Wanderley, Ed Keffel, Roberto Maia, Mário de Moraes, Eugênio Silva, Carlos Moskovics, Flávio Damm e Luiz Carlos Barreto. Muitas das imagens pertencem ao acervo IMS. Outras foram cedidas por outros arquivos: jornal Estado de Minas, Fundação Pierre Verger, APESP (Acervo Público do Estado de São Paulo), Coleção Samuel Gorberg e os acervos pessoais de Luiz Carlos Barreto e Flávio Damm.

Publicada pelos Diários Associados, empresa de comunicação pertencente a Assis Chateaubriand, a revista O Cruzeiro foi lançada em 1928 como uma publicação semanal de variedades, de circulação nacional. Tornou-se um dos mais influentes veículos de comunicação de massa que o país já conheceu. No início da década de 1940, incorporou o modelo da fotorreportagem, tornando-se pioneira na implantação do fotojornalismo no Brasil.

Como afirmam os curadores, “o período da Segunda Guerra Mundial foi marcado por transformações sociais profundas que colocaram questões éticas contundentes no terreno da política de maneira geral e no campo da fotografia em particular. Uma das consequências foi a disputa entre duas diferentes concepções de fotojornalismo, materializada no cenário internacional a partir da fundação da Agência Magnum em 1947, e que teria forte repercussão na revista O Cruzeiro. De um lado situavam-se os fotógrafos integrados às condições do mercado, que entendiam que suas fotografias deveriam atender às demandas do sistema de comunicação de massa para conquistar o público. De outro, os fotógrafos que defendiam uma abordagem humanista do fotojornalismo e buscavam produzir um tipo de fotografia de cunho autoral comprometida com certas causas ou, no mínimo, menos sensacionalista. O que unia essas duas tendências era o grande domínio do código fotográfico e a utilização de uma linguagem moderna”.

A exposição busca também refletir sobre o conceito de fotojornalismo. Em geral busca-se defini-lo como sendo o uso de fotografias e textos relacionados para representar acontecimentos da atualidade de acordo com certas estruturas narrativas. Esse critério, no entanto, diz respeito somente ao contexto de apresentação das imagens. Para compor a mostra em cartaz no IMS-SP, o fotojornalismo foi considerado pelos curadores como uma forma de representação social historicamente determinada e, portanto, em constante transformação. Um fenômeno ativo da vida social, conformador de visões de mundo e orientador das atitudes de indivíduos. No caso de O Cruzeiro, a exposição busca entender o seu papel social nos anos de 1940 e 1950 no Brasil. O questionamento do papel social do fotojornalismo e dos limites éticos de atuação dos profissionais da área tornou-se possível no Brasil a partir do término da Segunda Guerra, do fim do Estado Novo em 1945 e da abertura política daí decorrente. O advento de um fotojornalismo mais ágil e participativo, em contraposição ao encenado praticado por Jean Manzon, ganharia força na revista O Cruzeiro, a partir de então, pelo empenho de fotógrafos como José Medeiros, Luciano Carneiro, Flávio Damm, Luiz Carlos Barreto e Eugênio Silva. A saída de Jean Manzon da revista em 1951 iria contribuir para consolidar essa nova orientação. No lugar de uma fotografia posada e essencialmente simbólica, impunha-se agora uma fotografia mais espontânea, baseada nos princípios da veracidade. Tratava-se de uma mudança de paradigma, cujas causas não se encontram na fotografia, nem muito menos na mídia, mas no investimento coletivo da sociedade brasileira em se reconhecer ou não em determinados tipos de representação.

Temas da exposição:

Em As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960) será possível reconhecer os principais temas recorrentes nas páginas da revista ao longo das duas décadas analisadas. As informações abaixo, extraídas dos textos dos curadores da mostra, resumem cada um deles.

- A temática indígena: o índio é uma constante nas fotorreportagens de O Cruzeiro. Inaugurado em 1944 pela fotorreportagem de Jean Manzon e David Nasser sobre uma comunidade xavante nunca antes contatada, o tema do índio ganharia, nos anos seguintes, a contribuição de outros fotógrafos, em especial de José Medeiros e Henri Ballot.

- A imprensa e o sistema de arte: a virada das décadas de 1940 e 1950 no Brasil foi marcada pela fundação de importantes instituições culturais, como o Masp (1947), em São Paulo, e o MAM do Rio de Janeiro (1948). Embasados no discurso da democratização da arte, esses empreendimentos foram resultado da iniciativa privada. Quando Assis Chateaubriand criou o Masp, estabeleceu um estreito vínculo entre a dinâmica do sistema de arte local e os interesses da indústria de comunicação de massa. Não por acaso, O Cruzeiro publicaria constantemente fotorreportagens sobre o museu.

- A política na fronteira entre o público e o privado: os vínculos de Getúlio Vargas com O Cruzeiro remontam ao pedido de auxílio financeiro feito por Assis Chateaubriand, no final dos anos 1920, para o lançamento da revista. Vislumbrando os benefícios que poderia obter com a publicação, o então ministro da Fazenda intermediou a cessão dos recursos solicitados em troca de apoio político. Dali por diante, as relações de O Cruzeiro com Vargas seriam caracterizadas pela instabilidade. As matérias sobre o político gaúcho iam da adesão irrestrita aos ataques diretos, passando por momentos de apoio tácito.

- Faits divers e fotorreportagens seriadas – entre a notícia e a ficção: um dos muitos recursos utilizados pelas revistas ilustradas para atrair o interesse dos leitores era a publicação de reportagens ligadas ao universo dos chamados faits divers. O termo, de origem francesa, foi incorporado ao vocabulário do jornalismo para se referir a reportagens sobre temas que não se enquadram nas editorias tradicionais e têm pouca relevância social e política. A revista O Cruzeiro abriu um amplo espaço aos faits divers em suas fotorreportagens. Nessa linha investiu também em reportagens seriadas de média ou longa duração. Entre as séries mais conhecidas podemos citar o Crime do Sacopã ou o Casamento da índia Diacuí. As séries estimulavam o consumo regular da revista e induziam o público a colecioná-la.

- Fotojornalismo, arquivo e memória: O legado do fotojornalismo no Brasil ainda está longe de ser efetivamente conhecido. Embora se constitua em um certo relato sobre a atualidade, ele não pode considerado um simples suporte de informações objetivas. O fotojornalismo moderno produzido no Brasil entre os anos de 1940 e 1950 apresenta-se hoje como um passado distante, cujos vestígios estão abrigados em arquivos públicos e privados, de naturezas e proveniências diversas. É necessária uma reflexão sobre a importância dos arquivos gerados pelo fotojornalismo e sobre as indicações que oferecem para melhor compreendermos a complexidade histórica de sua prática.

As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960)
Abertura: 22 de novembro de 2012, às 19h30
Exposição: de 23 de novembro de 2012 a 31 de março de 2013
De terça a sexta, das 13h às 19h
Sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h
Entrada franca
Classificação livre

Instituto Moreira Salles – São Paulo
Rua Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis
Tel.: (11) 3825-2560

Informações para a imprensa:
Nathalia Pazini - (11) 3371-4490 | Fernanda Grandino - (11) 3371-4424






terça-feira, 13 de novembro de 2012

Um Olhar sobre o Brasil. A Fotografia na construção da Imagem da Nação

Uma belíssima exposição, mas não tão magnífica como quis fazer parecer o Secretário Municipal da Cultura , Carlos Augusto Calil, quando disse que essa é a maior e mais importante mostra de fotografias brasileiras já exibida no nosso país.

Descontado o exagero, a importância desta exibição é apresentar fotos de diversos períodos da nossa história, desde 1833 até ao ano 2003, quando foram comemorados os 170 anos de fotografia no Brasil. O Instituto Moreira Salles já apresentou mostras inesquecíveis como "O Brasil de Marc Ferrez" no SESI, "Panoramas: a paisagem brasileira no acervo do IMS", "As construções de Brasília", entre outras tantas, como também "Família Ferrez: Novas revelações",  essa sob o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Todas elas retratando lugares e acontecimentos históricos.

Sem se concentrar em um artista específico, os trabalhos estão agrupados por períodos históricos, tentando abranger fatos e lugares marcantes a cada época. Mas como temos um país de extensão continental e uma história riquíssima, muita coisa ficou de fora e espero que não esquecidas e sim guardadas para para projetos futuros.

Que boa sensação é o estímulo da memória ao ver essas fotos, pois além de imagens de fatos que fomos contemporâneos ou que presenciamos, há aqueles que estão em nosso inconsciente, que seu conhecimento colaborou na nossa formação. 




Que as crianças cantem livres - Taiguara

Abaixo das imagens, o "press-release" fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Tomie Ohtake.

Zig Koch, Fortaleza N. S. dos Prazeres Ilha do Mel, Paraná, 2000, Processo comógeno, 46.5X70.5cm

Jean Manzon, A melhor vista do Rio, Rio de Janeiro, sem data

João Musa, Pantanal Mato Grosso do Sul, 1988, Gelatina prata tonalizada, 34.9x35.1cm, Acervo do auto

Luiz Carlos Barreto,  Assis Chateaubriand e Adolpho Bloch, Rio de Janeiro, 1962, Acervo do autor

Orlando Brito, Pátria Amada, Brasília, 1991, publicado na revista Veja


INSTITUTO TOMIE OHTAKE E FUNDACIÓN MAPFRE
APRESENTAM
Um Olhar sobre o Brasil. A Fotografia na construção da Imagem da Nação
Abertura: 12 de novembro de 2012 - até 27 de janeiro de 2013
Com mais de 400 imagens vindas de diferentes acervos públicos e coleções privadas, a FUNDACIÓN MAPFRE, em parceria com Instituto Tomie Ohtake, realiza a exposição “Um olhar sobre o Brasil. A Fotografia na construção da Imagem da Nação”. O projeto inédito, de pensar 170 anos de história do país (1833-2003) a partir do registro fotográfico, tem curadoria do especialista em história da fotografia Boris Kossoy e curadoria adjunta da antropóloga e historiadora Lilia Moritz Schwarcz.

Com cenografia assinada por Daniela Thomas e Felipe Tassara, a mostra percorre caminhos de luz e sombra, costurando história e iconografia. Tomando como ponto de partida o momento próprio de invenção da técnica fotográfica, a exposição revisita o olhar “científico” que guiava as expedições estrangeiras, o gosto de D. Pedro II pelo novo suporte e os registros de revoltas populares como a de Canudos, até chegar à grande multiplicação de temas, ângulos, acontecimentos e reviravoltas que compuseram o longo século 20.
Graças à ampla pesquisa empreendida pela equipe curatorial, cada uma das fotografias é apresentada acompanhada por um pequeno texto, sua micro-história, com informações que vão muito além da tradicional legenda (título, data, autor). Ao refletir sobre as fotos escolhidas, o curador destaca o esforço em ”valorizar o simbólico, tentar evitar a redundância, destacar o anônimo e o cotidiano naquilo que têm de aparente e oculto, rever criticamente as imagens conhecidas e ideologicamente comprometidas com as histórias oficiais”.

A mostra acompanha o lançamento do livro “Um olhar sobre o Brasil. A Fotografia na construção da Imagem da Nação: 1833-2003” (coordenação – Boris Kossoy, consultoria histórica – Lilia Moritz Schwarcz), volume que integra a coleção História do Brasil Nação: 1808-2010 (FUNDACIÓN MAPFRE / Grupo Santillana/ Editora Objetiva; coordenação Lilia Moritz Schwarcz) e que faz parte de um projeto maior denominado América Latina na História Contemporânea.

A fim de organizar o grande número de imagens, a curadoria procurou pensar o material a partir de quatro grandes eixos temáticos: política, sociedade, cultura/artes e cenários. Ao mesmo tempo, os 170 anos foram divididos em sete períodos, demarcados de acordo com os principais fatos da história nacional.

1833–1889 | Luzes sobre o Império
1889–1930 | Urbanidade, conflitos, modernidade
1930–1937 | Ideologias, revoluções, nacionalismos
1937–1945 | Autoritarismo, repressão, resistência
1945–1964 | Industrialização, desenvolvimento, anos dourados
1964–1985 | Tempos sombrios
1985–2003 | O reacender das luzes

Escolhida como ponto de partida da exposição, a data de 1833 refere-se às experiências precursoras de Antoine Hercule Romuald Florence (1804–1879), levadas a efeito na vila de São Carlos (Campinas) e que o conduziram a uma descoberta independente da fotografia, pioneira nas Américas e contemporâneas às que se realizavam, na mesma época, na Europa.

Pensando ainda no século XIX, Lilia Schwarcz ressalta os fotógrafos itinerantes que varreram o país de ponta a ponta, motivados, a princípio, pelo desejo de conhecer esse Império dado a costumes, climas e políticas em tudo tão distintos. “Enquanto imenso ‘gigante tropical’ habitado por muitas raças e grupos de origens variadas, o Brasil representava um verdadeiro porto de chegada (e de partida): um posto avançado para a observação naturalista e científica de um concentrado natural e, ademais, racial”, escreve a historiadora.

Hobby do imperador D. Pedro II, a fotografia tornou-se ferramenta para registrar cada vez mais um número cada vez maior as famílias da elite, em cenas devidamente posadas. Junto com o registro da paisagem urbana, rural e natural, os retratos de estúdio introduziram a prática fotográfica no cotidiano das sociedades em todo o mundo.

Ao longo de todo o século XX e com cada vez mais intensidade, a fotografia tomou as páginas das revistas dos jornais, diversificou seus temas e, saindo às ruas, acompanhou os momentos mais marcantes, alguns gloriosos, outros bastante sombrios. De seu papel no fortalecimento do Estado Novo, à participação da FEB na Segunda Guerra Mundial), da construção de Brasília, amplamente documentada, à foto de multidões clamando pelas Diretas, a fotografia teve papel crucial para imagem dos governantes que mobilizaram as massas como as dos líderes populares Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, Leonel Brizola e Luiz Inácio Lula da Silva.

”Não há como lembrar das Diretas sem recordar do instantâneo que tomou os políticos de vários partidos, todos de braços levantados aguardando que o fotógrafo tornasse imortal e memorável (no sentido de ficar retido na memória) um ato resumido a poucos instantes e que seria, por si só, apagado pela lógica da circunstância. Por isso tantas vezes é difícil separar o que de fato ocorreu e o que o ato fotográfico imortalizou”, sugerem os curadores.

Técnica documental, mas também plataforma da criação e profusão de sentido, a fotografia fez parte da construção da identidade nacional desde a época de sua invenção, retratando, mas também contribuindo para definir costumes, numa intrincada rede de relações. “Ela é, a um só tempo, produto e produção, reflexo e estabilização de hábitos; reação e vanguarda; elemento cultural, mas também argumento político, social e econômico. Nada lhe escapa assim como tudo lhe escapa, pois a fotografia apenas finge que preenche a realidade e assim capta sua totalidade”.

Boris Kossoy professor titular da Escola de Comunicações e Artes da USP, foi diretor do Museu da Imagem e do Som de São Paulo e do IDART - Divisão de Pesquisas do Centro Cultural São Paulo criou dentro da mesma universidade NEIIM - Núcleo de Estudos Interdisciplinares de Imagem e Memória. É membro do conselho consultivo da Coleção Pirelli-MASP de Fotografia, entre outras instituições culturais. Trabalhos de sua criação, como fotógrafo, encontram-se representados nas coleções permanentes do Museum of Modern Art (N.Y), George Eastman House (Rochester, N.Y), Smithsonian Institution (Washington, D.C.), Bibliothèque Nationale de Paris, Museu de Arte de São Paulo, para citar alguns. É autor dos livros: Viagem pelo Fantástico, Hercule Florence, a Descoberta Isolada da Fotografia no Brasil; Origens e Expansão da Fotografia no Brasil - Século XIX; Fotografia e História; Realidades e Ficções na Trama Fotográfica; Os Tempos da Fotografia: O Efêmero e o Perpétuo, entre outros.

Lilia Moritz Schwarcz é professora titular no Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP). Foi Visiting Professor em Oxford, Leiden, Brown, Columbia e é atualmente Global Professor pela Universidade de Princeton. É autora, entre outros, de Retrato em branco e negro, O espetáculo das raças, As barbas do Imperador – D. Pedro II, um monarca nos trópicos, Símbolos e rituais da monarquia brasileira e Registros escravos. Coordenou, entre outros, o volume 4 da História da Vida Privada no Brasil: contrastes da intimidade contemporânea, com André Botelho Um Enigma sobre o Brasil e dirige atualmente a História do Brasil Nação. Mapfre/ Objetiva em 6volumas (Prêmio APCA, 2011).

Exposição: Um olhar sobre o Brasil. A Fotografia na construção da Imagem da Nação
Abertura para convidados: 12 de novembro de 2012, às 20h
Até 27 de janeiro de 2013
De terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca
Realização: FUNDACIÓN MAPFRE em colaboração com o Instituto Tomie Ohtake
Patrocínio: Mapfre Investimentos
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés, 88) - Pinheiros SP
Fone: 11.2245-1900
Informações à Imprensa
Pool de Comunicação – Marcy Junqueira
Martim Pelisson
Fone: 11.3032-1599

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Bruno Munari. Arte, Desenho, Design

Um artista eclético, que dominava com maestria vários suportes para executar sua arte.

Com trabalhos vigorosos e ao mesmo tempo singelos esta exposição nos trás uma ampla visão de toda a técnica desenvolvida por Munari.

As obras gráficas, as gravuras, as pinturas, os móbiles, as esculturas de papel, os objetos do cotidiano e até a série das portas mostram rigor técnico e precisão raras vezes vistos.

Realizada pela parceria da Fundação Bienal de São Paulo e o Instituto Tomie Ohtake.



Attenti a Lupo - Lucio Dalla

Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Tomie Ohtake.







INSTITUTO TOMIE OHTAKE
APRESENTA
Bruno Munari. Arte, Desenho, Design
Abertura: 07 de novembro de 2012, às 20h – até 18 de fevereiro de 2013
O Instituto Tomie Ohtake, em parceria com a 30ª Bienal de São Paulo e com o patrocínio da Tetra Pak, realiza a mostra Bruno Munari. Arte, Desenho, Design. O curador de A Iminência das Poéticas, Luis Pérez-Oramas, também assina a curadoria desta mostra que reúne cerca de 70 trabalhos, em variados suportes e materiais, concebidos por esta figura ímpar da expressão artística do século XX. Segundo Pérez-Oramas, Bruno Munari foi referência para o pensamento curatorial que conduziu a organização da atual edição da Bienal de São Paulo.
Bruno Munari. Arte, Desenho, Design pretende oferecer um panorama da trajetória da arte vital de Bruno Munari, desde suas origens futuristas até suas grandes realizações como designer, sem esquecer suas contribuições às linguagens dos concretos, de tanta relevância para o Brasil, assim como suas experimentações performáticas e suas investigações educativas. Livros, desenhos, colagens, serigrafias, esculturas, objetos, registros de performances, pinturas etc. dão conta deste universo inquietante, rico e diversificado do artista.
Considerado por Giulio Carlo Argan como “expoente de ponta da cultura artística italiana”, Munari, conforme aponta Pérez-Oramas, contribuiu fundamentalmente para a inserção da prática artística e do desenho contemporâneo na lógica da vida cotidiana, na materialidade dos objetos comuns e dentro do registro das linguagens ordinárias. “Nesse sentido, o legado de Munari aparece como uma contribuição crítica ao surgimento das poéticas artísticas contemporâneas, exemplificadas em uma continuidade transformadora da modernidade”, explica o curador.
Segundo Pérez-Oramas, também curador do MoMA (NY), coerentes com a missão das duas instituições conhecidas por seus programas de arte e educação, a Fundação Bienal de São Paulo e o Instituto Tomie Ohtake, a mostra de Munari significa um evento determinante para a curadoria da 30ª Bienal, A Iminência das Poéticas. “A obra do artista e designer italiano representa um legado fundamental para aqueles que compartilham a urgência de articular organicamente os campos da arte, do design e da educação”, completa.
Bruno Munari (1907, Milão - 1998, Milão, Itália) participou na Itália dos movimentos futurista e de arte concreta e trabalhou para empresas como Mondadori, Einaudi, Olivetti e Danese. Entre os prêmios recebeu o Compasso d’Oro da Associazione per il Disegno Industriale (1954 e 1955), medalha de ouro na Triennale di Milano com os “livros ilegíveis”, Prêmio Hans Christian Andersen como melhor autor para a infância (1974), Prêmio Gráfico Fiera di Bologna per l’Infanzia. Dedicou-se intensamente a atividades didáticas. Dentre seus livros mais conhecidos no Brasil estão Design e comunicação visual (Laterza, 1968), Artista e designer (Laterza, 1971) e Das coisas nascem as coisas (Laterza, 1981); Na Noite Escura (Cosac Naify, 2008).
Exposição: Bruno Munari. Arte, Desenho, Design
Abertura para convidados: 07 de novembro de 2012, às 20h
Até 18 de fevereiro de 2013
De terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca
Patrocínio: Tetra Pak
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés, 88) - Pinheiros SP
Fone: 11.2245-1900
Informações à Imprensa
Pool de Comunicação – Marcy Junqueira
Martim Pelisson
Fone: 11.3032-1599