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sexta-feira, 23 de maio de 2014

OBSESSÃO INFINITA, DE YAYOI KUSAMA

Essa foi uma exposição a qual fui cheio de preconceitos, acho que pelo release e matérias que li nos jornais informarem ter sido a artista um expoente da "Pop-Art", contemporânea e amiga de Andy Wharol, o que por si só já deporia contra seu trabalho.

Mas qual não foi minha surpresa logo na entrada da primeira sala, quando me peguei extasiado pelas gravuras de uma beleza ímpar. As esculturas-instalações, nesta sala, não me impressionaram tanto pois tenho severas restrições a este tipo de apresentação.

O que realmente é encantador nesta mostra são as salas (cenários?) que ela cria com o uso de espelhos, objetos, lâminas d'água e luz negra, nos proporcionando ilusões de ótica que até nos causam uma vertigem gostosa.

Uma artista cujas obras passam longe da mesmice da arte rasteira e barata, feita por incompetentes preguiçosos que se dão um valor que não possuem e cheios de empáfia e galhardia se auto-denominam "gênios".

Um magnífico passeio, para ser feito com vagar aproveitando-se da grandeza do evento.


Pátio dos Loucos - Walter Franco


Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Tomie Ohtake.









INSTITUTO TOMIE OHTAKE

APRESENTA

OBSESSÃO INFINITA, DE YAYOI KUSAMA

Abertura: 21 de maio, às 20h (convidados) – até 27 de julho de 2014

Obsessão infinita, de Yayoi Kusama, chega a São Paulo, depois de passar pelo Rio e Brasília, acrescida de duas obras especialmente trazidas para a exposição no Instituto Tomie Ohtake. São grandes esculturas das séries “Accumulations”: “Sem título”, 1962-1963 e “Desire for Death” [Desejo de morte], 1975-1976. “Sem título” – que foi destaque na retrospectiva de Kusama na Tate Modern, em 2011/12 – é composta por dez pares de sapatos femininos, de salto alto, repletos de formas fálicas feitas de tecido estofado, que fizeram sua primeira aparição na série de esculturas Sex Obsession [Obsessão por sexo] da década de 1960. Já em “Desejo de Morte”, agrupamentos de apêndices, que nada mais são que formas excêntricas em tecido pintadas de prateado, emergem de panelas comuns e conchas de cozinha. Em ambas, objetos do cotidiano tornam-se palco para a projeção de obsessões particulares da artista, à medida que a repetição compulsiva do elemento tecido assume a aparência de um crescimento incontrolável, similar ao dos vegetais.

A exposição é a primeira apresentada no País que expressa uma pesquisa profunda do trabalho de uma das artistas mais originais e inventivas do pós-guerra. Produzida, em sua edição brasileira e latino-america, pelo Instituto Tomie Ohtake, em colaboração com o estúdio da artista, a mostra tem curadoria de Philip Larratt-Smith e de Frances Morris (curadora da retrospectiva da Kusama na Tate Modern de Londres). Obsessão Infinita oferece um panorama do trabalho da artista japonesa viva mais proeminente, por meio de aproximadamente 100 obras que cobrem o período de 1949 a 2012, entre as quais pinturas, trabalhos em papel, esculturas, vídeos, apresentação de slides e instalações, entre elas a famosa “Dots Obsession”.
Obsessão infinita traça a trajetória de Yayoi Kusama do privado ao público, da pintura à performance, do ateliê às ruas. A artista nasceu na cidade de Matsumoto, Japão, em 1929. Começou a realizar seus trabalhos poéticos e semi-abstratos em papel nos anos 1940, antes de iniciar sua celebrada  série “Infinity Net” (Rede Infinita), no final dos anos 1950 e no início dos 1960. Essas pinturas originais são caracterizadas pela repetição obsessiva de pequenos arcos pintados, aglutinados em padrões rítmicos maiores. Sua mudança para New York, em 1957, foi um divisor de águas para a artista. Foi nessa época que entrou em contato com Donald Judd, Andy Warhol, Claes Oldenberg e Joseph Cornell. Sua prática de pintura abriu caminho para esculturas delicadas, conhecidas como “Accumulations” (acumulações) e, em seguida, para performances e happenings que se tornaram selos da subcultura marginal e renderam, para a artista, notoriedade e a atenção das principais correntes críticas de então.

Em 1973 Kusama retornou ao Japão e, desde 1977, vive voluntariamente em uma instituição psiquiátrica. O caráter psicológico singular e pronunciado de seu trabalho sempre foi combinado com uma generosa dose de reinvenção e inovação formal, o que lhe permite dividir sua visão única com um público mais amplo, através do espaço infinitamente espelhado e da repetição obsessiva de pontos que caracteriza sua obra. Em seus trabalhos mais recentes, a artista renovou o contato com seus instintos mais radicais em instalações imersivas e colaborativas – peças que fizeram dela, com justiça, a artista viva mais celebrada do Japão.

Serviço
Obsessão Infinita, de Yayoi Kusama
Abertura: 21 de maio de 2014 (para convidados).
Visitação do público: de 22 de maio a 27 de julho de 2014.
Entrada franca
Curadoria: Philip Larratt-Smith e Frances Morris
Produção: Instituto Tomie Ohtake
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés, 88) - Pinheiros SP
Fone: 11.2245-1900
De terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca
Informações à Imprensa
Pool de Comunicação – Marcy Junqueira / Martim Pelisson
Fone: 11.3032-1599

segunda-feira, 19 de maio de 2014

ARTEFUTEBOLARTE

Uma exposição menor, onde o curador procura traçar um paralelo entre as várias fases das artes plásticas brasileiras com o futebol e os ídolos de cada época.

Com reproduções fotográficas, quase todas com uma qualidade de ampliação discutível de obras e retratos de várias épocas, apresenta um breve resumo sobre que ocorria em cada década sobre os dois assuntos, tornando assim uma agradável experiência as comparações.

Há uma sala, que imita uma arquibancada de um estádio, com vídeos instalações que apresentam várias jogadas em montagens onde elas ocorrem às vezes sem a bola, às vezes sem os jogadores.

Esse é um tema recorrente de exposições, a cada quatro anos sempre se repetem, como quando visitei no CCBB a mostra Craques do Cartum na Copa, ondes os grandes cartunistas brasileiros fizeram um evento para marcar o campeonato de 2010.

Agora, o que podemos notar é que nosso povo neste últimos anos mudou sua postura referente a esse assunto, tornando-se mais crítico e consciente. Se indignando com os desmandos, as falcatruas e as prioridades do governo no uso de verbas do orçamento.Também há quatro anos escrevi um comentário, A pátria de chuteiras, em que observava a reação da população brasileira frente às grandes questões nacionais. Hoje vejo que fomos tão aviltados que nossa paciência atingiu o limite e bradamos hoje por um país mais digno.

Um passeio agradável para quem gosta do esporte e de artes.



 O Futebol - Francisco Faria e Luiz Cláudio Ramos
( Chico Buarque de Holanda )

Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Tomie Ohtake.






INSTITUTO TOMIE OHTAKE

APRESENTA

ARTEFUTEBOLARTE

Abertura: 15 de maio, às 20h (convidados) – até 25 de junho de 2014


Uma viagem pela história do futebol é a proposta da exposição ARTEFUTEBOLARTE, que o Instituto Tomie Ohtake apresenta de 16 de maio e 25 de junho, período quase concomitante ao que o Brasil abriga o rito supremo desse esporte, a Copa do Mundo. Com curadoria de Hélio Campos Mello, fotógrafo e diretor editorial da Brasileiros Editora, a mostra exalta o nosso país como o inventor do “Futebol Arte”, a qualidade da produção fotográfica dedicada ao esporte e traça um paralelo, histórico e contemporâneo, com as artes plásticas. 

Com expografia assinada por Martin Corullon, da Metro Arquitetos, Artefutebolarte dividi-se em três núcleos. No primeiro, que ocupa o grande hall do Instituto, criou-se um espaço retangular que remete a arquibancadas de estádio, onde são apresentadas obras dos premiados fotógrafos Jorge Araújo (Folha de S. Paulo), Ricardo Stuckert e Paulo Pinto (Agência Fotos Públicas). A excelência dos trabalhos, que revelam momentos em campo de jogadores como Neymar, Ronaldo e Ronaldinho, deixa claro que além de craques da bola, o Brasil também é celeiro de grandes fotógrafos.

O segundo núcleo trata da relação entre a arte e o futebol no Brasil. Uma seleção de fotografias - que mostra desde os primórdios do futebol no final do século XIX até os dias de hoje - é intercalada por imagens de obras de arte correspondentes aos períodos ilustrados pelos feitos do esporte. Pinturas de Almeida Junior, Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi, Rubens Gerchman, Aguillar, Cildo Meirelles e expoentes do cenário artístico atual são exibidas  ao lado de fotografias de Pelé, Garrincha, Tostão, Zico, Romário, Ronaldo, entre outros, com destaque para os anos de 1958, 62, 70, 94 e 2002.

Para completar a exposição, uma sala recebe obras do artista plástico Lula Wanderley, em uma espécie de reinvenção do futebol. Jogadas antológicas de Maradona, Pelé, Zidane e Romário são retrabalhadas em três vídeos que registram estes ícones em seus momentos sublimes, mas sem a bola - retirada pela arte de Wanderley.

Serviço
ARTEFUTEBOLARTE
Abertura: 15 de maio de 2014 (para convidados).
Visitação do público: de 16 de maio a 25 de junho de 2014.
Entrada franca
Curadoria: Hélio Campos Mello

Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés, 88) - Pinheiros SP
Fone: 11.2245-1900
De terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca

Informações à Imprensa
Pool de Comunicação – Marcy Junqueira / Martim Pelisson
Fone: 11.3032-1599

terça-feira, 13 de maio de 2014

Tauromaquia - Goya Picasso Dali

Mais uma magnífica exposição com que o Museu da FAAP nos brinda, com as séries Tauromaquia completas dos três maiores artistas plásticos da Espanha em todos os tempos, nos trás também as ilustrações de Picasso para o livro "Carmen", que conta o romance da personagem com um toureiro e estudos para a confecção de "GUERNICA", talvez sua obra mais importante junto com Les Demoiselles d'Avignon.

Se eu ainda tivesse alguma restrição aos trabalhos de Pablo Picasso, essas foram totalmente superadas pois a força e a beleza de todos seus trabalhos aqui apresentados nos mostram a genialidade de um artista que com quatro ou cinco traços consegue criar expressões faciais plenas de emoção, vide as ilustrações de "Carmen".

A série de Goya já tinha sido apresentada aqui em São Paulo completa aqui em 2007 na mostra Tauromaquia no Masp, de outro acervo, junto com a série "Os Horrores da Guerra", esta sim de um forte impacto.

As obras de Dali, em menor número e nem por isso menos importante, também vem carregadas de movimento e emoção, com o uso da cor vermelha para realçar as cenas.

Um evento imperdível para quem gosta da boa arte ou quer conhecer ou rever esses mestres.



Danza Ritual del Fuego - Pacco de Lucia

Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do evento, menos as duas primeiras, colhidas na internet.










MOSTRA TRAZ OBRAS DE PICASSO, DALÍ E GOYA
EM TORNO DAS TOURADAS

Produtora Mega Cultural leva ao MAB-FAAP a exposição Tauromaquia de 11 de maio a 22 de junho de 2014. A entrada é grátis
O espetáculo das touradas desde sempre inspirou artistas do mundo todo. Por conta deles, o touro ganha lugar especial e significado em muitas das obras de alguns grandes mestres e incontáveis artistas usaram a tauromaquia (combate com touros) como um instrumento para representar simbolicamente a luta contra o poder opressor. Costurando uma seleção sobre a estreita relação da produção artística de Picasso, Dalí e Goya as curadoras Monika Burian Jourdan e Serena Baccaglini trazem, pela primeira vez, a exposição Tauromaquia, que será montada no Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (MAB-FAAP), de 11 de maio a 22 de junho de 2014.
A mostra reúne diversas obras e séries que totalizam 300 imagens, entre desenhos originais e gravuras das mais importantes personalidades da arte. Francisco Goya, Pablo Picasso e Salvador Dalí evidenciaram o fascínio pelo universo da corrida de touros e desenvolveram trabalho consistente e relevante em torno do tema, tão intrinsecamente ligado à cultura Ibérica. Muitas das obras trazidas ao Brasil para esta mostra foram raramente vistas antes. Dentre elas está o estudo de Picasso para Guernica, nas mesmas dimensões do painel original.
“Na maioria das civilizações o touro, tema central da exposição, é um símbolo místico que significa força, coragem e fertilidade. Esta força animal que os touros mostram é retratada de forma fascinante nas obras destes artistas”, explica Monika. “Para os artistas a tourada não representa apenas um espetáculo. Para Goya, por exemplo, Tauromaquia foi inicialmente uma ferramenta para expressar sua dissidência política. A exposição apresentará a série completa de gravuras Tauromaquia de Goya, uma das suas séries mais famosas".
Pablo Picasso foi influenciado por Goya. Baseou-se no uso do conhecimento do chiaroscuro de Goya na produção de sua própria obra, utilizando-a como instrumento de protesto contra a ditadura do General Franco. Picasso e Goya utilizaram este tema para manifestar profundo sofrimento e resistência à opressão.
Salvador Dalí teve a ideia de fazer uma releitura da série de desenhos “Los Caprichos”, de Goya, transformando-a em uma obra prima surrealista. Nos anos 1966-67, Dalí transformou a famosa “Tauromaquia Suite” (1957-59) de Picasso numa extensão do diálogo artístico que os dois artistas mantiveram durante anos. Alguns desses trabalhos fazem parte das obras desta exposição. 
Goya, por sua vez, usou a tauromaquia para expressar sua dissidência política contra os nobres, opressores do povo. Suas obras retrataram a tourada como uma arena mística, em que algo está sempre acontecendo. Esta exposição apresentará uma de suas mais famosas séries sobre este tema.
Vista como um confronto entre a liberdade e a força bruta, a tauromaquia pode também ser interpretada neste conjunto de obras como uma metáfora do poder opressor ou da capacidade para autoafirmação e emancipação. Em muitas civilizações o touro, figura central desta mostra, tem o significado de força, bravura e fertilidade.
As obras da exposição pertencem a coleções particulares, à Art Camù – Coleção de Arte (Sardenha – Itália) e à Galeria Fetzer (Alemanha).
Sobre a Mega Cultural
Desde 1997, a Mega Cultural atua na idealização, produção e realização de projetos multiculturais e artísticos, além da captação de recursos. Com foco principal em arte pública, a produtora atua como ponte entre o universo artístico e o público. A empresa fundada por Renata Junqueira também representa um importante canal para a revelação de novos talentos que buscam espaço no universo das artes. Dentre os projetos, ganha destaque a Bienal Internacional Graffiti Fine Arts, iniciada em 2010 e consagrada em 2013 como a exposição mais visitada do ano em São Paulo.
Sobre o MAB-FAAP
O Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (MAB-FAAP) possui um acervo próprio com cerca de três mil obras de arte brasileira, como fotos, esculturas, gravuras, pinturas, entre outras, datadas a partir do final do século XIX. Dentre os principais artistas estão Anita Malfatti, Victor Brecheret, Di Cavalcanti, Oswaldo Goeldi, Lasar Segall, Pancetti, Portinari, Alfredo Volpi, Cícero Dias, Tomie Ohtake, Arcângelo Ianelli, Flávio de Carvalho, Lygia Clark e Burle Marx, entre outros. Um painel de vitrais de 230 metros quadrados também integra o acervo de obras do MAB-FAAP.
Criado em 1960, o MAB tem abrigado exposições marcantes, tanto de arte brasileira como de arte internacional, provenientes dos principais museus do mundo. Destacam-se “A Arte do Egito no Tempo dos Faraós” (Museu do Louvre, França), “China. A Arte Imperial, A Arte do Cotidiano, A Arte Contemporânea” (Museu Guimet e coleções particulares da França), “Deuses Gregos” (Coleção Museu Pergamon de Berlim, Alemanha) e “Herança dos Czares” (Museu do Kremlin de Moscou, Rússia). No âmbito da moda, o Museu realizou mostras internacionais de grande repercussão, como a “Papiers à la Mode”, com vestidos confeccionados em papel pela artista belga Isabelle de Borchgrave; “Christian Lacroix - Trajes de Cena”, com figurinos do Centre National du Costume de Scène (CNCS); e “Os Anos Grace Kelly, Princesa de Mônaco”, em parceria com o Grimaldi Forum – Mônaco. 
 O MAB-FAAP já foi contemplado com importantes prêmios do setor. O mais recente foi concedido em 2010 pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) às exposições ‘Memórias Reveladas’ e ‘Tékhne’.

Exposição Tauromaquia
Vernissage: 10/5/2014, às 17h – imprensa e convidados
Período de visitação: de 11/5 a 22/6/2014
Horário: De terça a sexta-feira, das 10h às 21h
Aos sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h
(Fechado às segundas-feiras, inclusive quando feriado / O acesso de visitantes à exposição pode ser feita até uma hora antes do horário de fechamento)
Entrada: gratuita
Local: MAB-FAAP
Endereço: Rua Alagoas, 903 – Higienópolis
Informações: (11) 3662-7198      
Agendamento de visitas educativas: (11) 3662-7200   


Informações à imprensa

FAAP / WN&P COMUNICAÇÃO

Sala de Imprensa: www.faap.br/imprensa

Tel: (11) 3662-7270/ 7271 – Fax: (11) 3662-7271

Jornalistas: Fabiana Dourado (fabiana.dourado@wnp.com.br)

                   Iracema Carvalho (iracema.carvalho@wnp.com.br)

quinta-feira, 8 de maio de 2014

UM TRÁGICO NOS TRÓPICOS - IBERÊ CAMARGO

Considerado um dos mais importantes artistas plásticos brasileiros do século XX recebe uma homenagem em forma de retrospectiva de sua longeva carreira, mostrando obras das suas diversas fases de propriedade tanto do Instituto Iberê Camargo, como de colecionadores.

Nunca fui um fã de Iberê Camargo, sempre que via seus trabalhos tinha a sensação de ser um total ignorante, pois além de não gostar do que via, ficava irritado e intrigado por não perceber valor nenhum naquelas obras. 

E não é que essa exposição suavizou um pouco meu desconforto, pois as obras apresentadas me fizeram perceber que tinha razão. A angustia inicial em seus trabalhos foi muito mais intensificada após a tragédia que se abateu em sua vida, quando em legitima defesa matou um homem.

Esse é um passeio que não pode deixar de ser feito, mesmo que cheguemos já com uma certa prevenção.




Renato Borghetti - Milonga para Missões

Abaixo das imagens, o press-release, fornecidos pela assessoria de imprensa do evento.










CCBB SÃO PAULO APRESENTA


 UM TRÁGICO NOS TRÓPICOS


Retrospectiva inédita no CCBB São Paulo marca o início das homenagens ao centenário de Iberê Camargo

Recorte extenso das obras do artista ocupará todo o prédio da instituição em São Paulo

Projeto é uma co-realização do CCBB São Paulo com a Fundação que leva o nome do artista.

O Centro Cultural do Banco do Brasil de São Paulo dá inicio às homenagens do centenário de nascimento de um dos maiores artistas brasileiros, Iberê Camargo, com a exposição “Um Trágico nos Trópicos”, que acontece no período de 3 de maio a 7 de julho de 2014. O projeto, que tem co-realização da Fundação Iberê Camargo, configura-se como a primeira grande exposição do artista em São Paulo nos últimos dez anos, em alinhamento com as iniciativas da Instituição para o Centenário de seu artista patrono.

O CCBB São Paulo abrigará em torno de 145 obras de Iberê, entre pinturas e gravuras da coleção da Fundação e de colecionadores,  de forma a apresentar ao público parte importante da história do artista e sua relevância para as artes visuais no Brasil. Ao todo, serão aproximadamente 55 pinturas (das quais 50% pertence ao acervo da Fundação), cerca de 80 desenhos e gravuras (todos do acervo da Fundação) e mais de 10 matrizes de gravura.

Com curadoria de Luiz Camillo Osório, a exposição retrospectiva tem como premissa uma relação direta entre a presença viva da matéria pictórica e a potência trágica da pintura de Iberê. “A ênfase está na fase madura do artista, mostrando-a como coroamento de sua trajetória, em que a recuperação da figura foi menos um retorno a algo que havia sido abandonado e mais uma explicitação da corporeidade – do homem e da pintura e sua inscrição como visualidade encarnada”, afirma Camillo.

A primeira sala, no quarto andar, o ponto de partida do percurso, trará uma retrospectiva com os vários momentos da trajetória do artista. Segundo Camillo, “da pequena paisagem dos anos 1940 às enormes telas da última fase, a pintura vai se exasperando, o gesto com pincel e espátula vai ficando mais encrespado e mais introspectivo. A sala do terceiro andar será toda dedicada a esta última fase, das telas trágicas, do pintor diante de uma espécie de desespero inconformado, nada cínico, que aposta todas as suas fichas na força do acontecimento pictórico, como uma espécie de reencantamento sensorial a contrapelo de nossa eficiência técnica e instrumental. No segundo andar, veremos o processo de amadurecimento da trajetória de Iberê, dos carretéis até as telas dos anos 1980, quando a figura humana começa a reaparecer em suas obras. É a conquista de um estilo. No subsolo haverá uma pequena mostra complementar do Iberê gráfico, apresentada como uma exposição de câmara, intimista, em que muitos dos seus temas e obsessões são trabalhados no corte preciso da linha e das várias experimentações realizadas como gravador”.



Iberê Camargo, considerado um dos grandes e mais importantes nomes da arte brasileira do século 20, é autor de uma obra extensa, que inclui pinturas, desenhos, guaches e gravuras, com traços e sensibilidade única. Suas referências desde jovem eram personalidades independentes, como Guignard e Goeldi. Na Europa, estudou com mestres como Giorgio de Chirico, Carlos Alberto Petrucci, Antônio Achille e André Lhote. Iberê exerceu forte liderança no meio artístico e intelectual durante sua carreira. Teve sua obra reverenciada em exposições de renome internacional, como a Bienal de São Paulo, a Bienal de Veneza, a Bienal de Tóquio e a Bienal de Madri, e integrou inúmeras mostras no Brasil e em países como França, Inglaterra, Estados Unidos, Escócia, Espanha e Itália. A questão do corpo e da carne (seja a da pintura e das tintas, seja a do homem e sua existência) marca a obra do artista desde seu início nos anos 1940 e a percorre até o final, nos anos 1990. Esta preocupação faz ressaltar a própria urgência da vida e sua inevitável finitude, com uma pincelada nervosa e precisa. Iberê faleceu em 1994, em Porto Alegre, deixando um acervo de mais de cinco mil obras – entre pinturas, gravuras, desenhos, guaches e documentos pessoais, que em grande parte integram o acervo da Fundação Iberê Camargo na capital sul rio-grandense.

A realização de “Um Trágico nos Trópicos” somente se viabilizou através de uma parceria da Fundação Iberê Camargo e o Centro Cultural Banco do Brasil, ambas instituições de grande magnitude no cenário cultural brasileiro. Sobre a parceria, Marcos Mantoan, Gerente Geral do CCBB SP, comenta: “Estamos muito felizes com a parceria e a grande oportunidade de homenagearmos um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos”.

Para Fábio Coutinho, da Fundação Iberê Camargo, “a oportuna homenagem do CCBB à Iberê Camargo no ano de seu Centenário e a parceria entre essas duas instituições demonstram o seu comprometimento em oferecer projetos de grande relevância cultural. Esperamos que a apresentação da obra de Iberê no CCBB aproxime ainda mais o público do legado desse grande artista.”

Integrando a retrospectiva, o CCBB São Paulo prepara atividades especiais junto à sua equipe educativa, como, por exemplo, visitas mediadas, oficinas educativas e atendimento ao público especial por meio de materiais táteis, no intuito de democratizar o acesso à obra do artista, considerado um dos mais importantes personagens da história da arte no Brasil.

Juntamente com a exposição, será publicado também um catálogo inédito com texto do curador Luiz Camillo Osório, incluindo textos e entrevistas de Iberê envolvendo personalidades como Augusto Massi, Carlos Martins, Clarice Lispector, Flávio Aquino, Joel Pizzini, Jorge Guinle, Lisette Lagnado, Paulo Reis e Pierre Courthion.

“Não há um ideal de beleza, mas o ideal de uma verdade pungente e sofrida que é a minha vida, é tua vida, é nossa vida, nesse caminhar no mundo.” – Iberê Camargo.

Resumo Biográfico – Iberê Camargo

Iberê Camargo nasceu em Restinga Seca, cidade do interior do Rio Grande do Sul, em novembro de 1914. O interesse pela arte manifestou-se cedo em Iberê que, já aos quatro anos, sentado debaixo da mesa, passava horas a fio a desenhar. Sua infância e as lembranças de sua cidade natal, como a estação ferroviária em que seus pais trabalharam, são elementos marcantes nas primeiras obras de sua carreira.

Em 1928, o artista ingressou na Escola de Artes e Ofícios de Santa Maria (RS). Lá, teve aulas com Frederico Lobe e Salvador Parlagreco. Sua mudança para Porto Alegre ocorreu apenas em 1936, ano em que iniciou o curso técnico de desenho de arquitetura do Instituto de Belas-Artes e começou a trabalhar como desenhista na Secretaria de Obras
Públicas do Rio Grande do Sul. Decidido a ser pintor e sentindo a necessidade de encontrar os meios que possibilitassem tal realização, Iberê mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1942, com o apoio de uma bolsa de estudos concedida pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Insatisfeito, porém, com a proposta acadêmica da Escola Nacional de Belas-Artes, deixou a instituição e, ainda na capital fluminense, passou a ter aulas com Alberto da Veiga Guignard. Em 1943, junto de outros artistas, fundou o Grupo Guignard.

No Salão de Arte Moderna de 1947, Iberê Camargo apresentou a obra intitulada Lapa, pela qual recebeu o Prêmio de Viagem à Europa. Ávido por conhecimento, tornou-se aluno de nomes como Giorgio de Chirico, Carlos Alberto Petrucci, Antônio Achille, Leone Augusto Rosa e André Lhote. Seu retorno ao Brasil aconteceu em 1950. A partir de 1958, devido a limitações físicas provocadas por uma hérnia de disco, Iberê trocou o desenho e a pintura ao ar livre pelo trabalho no ateliê. Como motivo de suas composições, adotou o carretel, seu brinquedo de infância, desenvolvendo a partir dele sua pesquisa formal. Em 1961, recebeu o Prêmio de melhor Pintor Nacional na VI Bienal de São Paulo, com a série Fiada de carretéis.   

Ao longo de sua vida, Iberê Camargo exerceu forte liderança no meio artístico e intelectual. Entre várias outras atividades, destaca-se sua participação na organização do Salão Preto e Branco, em 1954, e, no ano seguinte, do Salão Miniatura, ambos realizados em protesto às altas taxas de importação de material artístico. O artista ainda lecionou, no ano de 1970, na Escola de Belas-Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Conhecido por seus carretéis, ciclistas e idiotas, Iberê nunca se filiou a correntes ou movimentos artísticos. Suas obras participaram de exposições de renome internacional, como a Bienal de São Paulo, a Bienal de Veneza, a Bienal de Tóquio e a Bienal de Madri, além de integrarem numerosas mostras no Brasil e em países como França, Inglaterra, Estados Unidos, Escócia, Espanha e Itália.

O artista faleceu em 1994, em Porto Alegre, deixando um acervo de mais de cinco mil obras, entre pinturas, gravuras, desenhos, guaches e documentos pessoais. Grande parte delas foi deixada à sua esposa, Maria Coussirat Camargo, e hoje integra o acervo da Fundação Iberê Camargo.

Resumo Biográfico – Luiz Camillo Osório

Luiz Camillo Osorio é Professor do departamento de filosofia da PUC-RJ e curador do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, desde 2009.

Dedica-se ao ensaio e à crítica e é autor dos livros Flavio de Carvalho: uma poética em trânsito, Cosac&Naify, SP, 2000; História de uma coleção: arte brasileira entre os anos 1960 e 1980 no acervo do banco JPMorgan-Chase, Rio de Janeiro, Andrea Jakobson Estúdio, 2003; Abraham Palatnik, Cosac&Naify, 2004; Razões da Crítica, Zahar, RJ, 2005; Ângelo Venosa, Cosac&Naify, 2008; Ione Saldanha - Fundação Iberê Camargo/ Cosac&Naify, 2012; Coleção Gilberto Chateaubriand – anos 90/ 00 e novíssimos, Barléu, 2014.

Realizou várias exposições como curador independente, entre elas “MAM-SP 60 anos”, OCA-Ibirapuera, 2008; “O Desejo da Forma: do Neoconcretismo a Brasília”, Akademie der Künste, Berlim, 2010; “Raimundo Colares”, MAM-SP, 2010; “Ione Saldanha”, Fundação Iberê Camargo/ MON-Curitiba e MAM-RJ, 2012/13.

Sobre o CCBB São Paulo

Inaugurado em 2001, o CCBB São Paulo busca a diversidade em seus projetos expositivos, que abrangem desde exposições históricas até movimentos contemporâneos, nacionais e internacionais. Depois de sucessos de público e crítica como “Impressionismo, Paris e a Modernidade” e “Mestres do Renascimento”, intervenções urbanas como as dos artistas Antony Gormley e Cai Guo-Qiang, apresenta agora uma homenagem a um dos mais importantes artistas brasileiros.

Sobre a Fundação Iberê Camargo

A Fundação Iberê Camargo, criada em 1995, um ano após a morte do artista, tem como objetivo preservar e divulgar sua obra. Além de aproximar o público deste que é um dos grandes nomes da arte brasileira no século 20, a instituição procura incentivar a reflexão sobre a produção contemporânea. A instituição realiza exposições, seminários, encontros com artistas e curadores, cursos e oficinas sobre a obra de Iberê Camargo e sobre questões ligadas à arte contemporânea, a fim de promover uma reflexão sistemática sobre o fazer artístico. A sede da Fundação, inaugurada em 2008, foi projetada por Álvaro Siza, um dos arquitetos contemporâneos mais importantes do mundo.

SERVIÇO

Iberê Camargo: Um Trágico nos Trópicos
Curadoria: Luiz Camillo Osório
Período: 3 de maio a 7 de julho
Horário de funcionamento: das 9h00 às 21h00, de quarta à segunda.
Local: CCBB - Rua Álvares Penteado, 112 - Centro - São Paulo – SP. Próximo às estações Sé e São Bento do Metrô. Estacionamento conveniado: Estapar Estacionamentos – Rua da Consolação, 228 (Edifícos Zarvos). R$ 15,00 pelo período de 5 horas. Necessário carimbar o ticket na bilheteria do CCBB. Informações: (11) 3256-8935. Van faz o transporte gratuito até as proximidades do CCBB – embarque e desembarque na Rua da Consolação, 228 (Edifício Zarvos) e na XV de novembro, esquina com a Rua da Quitanda, a vinte metros da entrada do CCBB.

Acesso e facilidades para pessoas com deficiência física// Ar-condicionado // Loja // Café Cafezal.
Informações: (11) 3113-3651/ 3113-3652. www.bb.com.br/cultura.

Contato para imprensa:
Adriana Miranda – Cinnamon Comunicação
(11) 3062.2015

Wagner Vasconcelos – CCBB São Paulo

(11) 3534-6558

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Giovanni de Angelis - Water Drops

Além do registro das ocorrências sui generis da alta incidência de nascimento de gêmeos na cidade de Cândido Godoi no Rio Grande do Sul, essa mostra nos traz lindas fotos e retratos.

O artista consegue captar as expressões dos fotografados, às vezes de cumplicidade outras de indiferença entre os irmãos, mas todas as fotos de uma beleza incomum, rara de se ver hoje em dia nos trabalhos de vários outros fotógrafos.

Há uma lenda, até citada e não desmentida no folheto de apresentação da exposição, de que essa característica incomum da grande incidência de nascimento de gêmeos seria devido a experiências feitas por Joseph Mengele em sua passagem pela cidade em 1963. Bobagem pois há registro destas ocorrências desde os anos 30, o que poderia ter ocorrido é que esses fenômenos tenham atraído a curiosidade do "Anjo da Morte" para seus estudos sobre a eugenia, pelo qual ele cometeu abomináveis atrocidades.

Um lindo evento num novo espaço cultural nas antigas instalações do Consulado Italiano em Higienópolis que poderia ser melhor apreciado se os horários de funcionamento fossem mais amigáveis. 

Milonga para Missões - Renato Borghetti


Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do evento.










Gêmeos idênticos são tema da mostra fotográfica de Giovanni de Angelis
Water Drops traz 16 fotografias de irmãos gêmeos da cidade de Candido Godói (RS) captadas pelo fotógrafo italiano.
A exposição trazida pela Mega Cultural ao Instituto Italiano de Cultura abre ao público no dia 24 de abril e vai até 22 de maio.

Intrigado com o fenômeno da alta incidência de irmãos gêmeos no município riograndense de Candido Godói, oriunda da pesquisa genética do médico fugitivo nazista, mais conhecido como Anjo da Morte, Josef Mengele, o fotógrafo italiano Giovanni de Angelis partiu para uma expedição fotográfica, ao lado da psicoterapeuta Luisa Laurelli, para esta cidade brasileira e ver com os próprios olhos a intitulada "terra dos gêmeos”. A coleção de imagens deu origem à mostra Water Drops, exposta em 2011 no Museo d'Arte Contemporanea di Roma, o MACRO, e que agora chega ao Instituto Italiano de Cultura, trazido pela produtora Mega Cultural. A exposição contará com 16 obras e ficará no salão do instituto de 24 de abril a 22 de maio.  A entrada é gratuita.
Essencialmente as obras são fotografias em preto e branco, de irmãos gêmeos, retratados um ao lado do outro ou um diante do outro, em posição tal que olhando os perfis de gêmeos se pode perceber as semelhanças dos perfis e ao mesmo tempo a percepção das características distintivas. Únicas e até inquietantes, as imagens carregam densa personalidade e beleza em seu conjunto. O projeto aborda a questão dos gêmeos de uma dupla perspectiva: social e antropológica, ultrapassando a ideia de mera reportagem para explorar os temas da identidade, singularidade do indivíduo e sua relação com o outro.
“Quando Renata Junqueira, Diretora da Mega Cultural, visitou minha casa em Roma, em 2013, foi bonito ver como os retratos dos gêmeos de Water Drops também a fascinaram e estou muito feliz e honrada em poder trazer este projeto pela primeira vez ao seu país de origem, o Brasil”, afirma Ines Musumeci Greco, curadora da exposição.
O município de Cândido Godói registra mais de 100 pares de gêmeos idênticos em toda a população, proporção notável de 10% de incidência se comparada à média das populações, de 1%. Habitada basicamente por famílias de origem alemã e polonesa, De Angelis vai além das suposições de os gêmeos serem frutos de experimentos de criação de uma raça ariana na região. Sua espécie de narrativa educacional ocorre por meio dos detalhes sutis de rostos, expressões e olhares e investiga o processo evolutivo destes indivíduos, que examina o complexo de criação de si mesmo e da identidade pessoal através do reconhecimento de semelhanças e diferenças. Por meio de suas lentes, De Angelis olha para esses pares de gêmeos tentando escolher a singularidade de cada indivíduo e de sua identidade particular, sem confundir suas imagens.
WATER DROPS
Abertura ao público: 24 de abril
Encerramento: 22 de maio de 2014
Horário de visitação: Segunda a quinta, de 8h30 às 17h.
Local: Salão do Instituto Italiano de Cultura - Avenida Higienópolis, 436.
Telefone: (11) 3660 8888
Entrada franca