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terça-feira, 26 de abril de 2011

O MUNDO MÁGICO DE ESCHER

A minha primeira reação foi tentar segurar o queixo. Que sensação esplêndida ver ao "vivo" desenhos que quando molequinho, via somente em livros e revistas.

Desenhos que me faziam vibrar e sonhar, tentando entender como é que foram feitos e desvendar os mistérios de sua execução.

Que espetáculo as diversas técnicas usadas por Escher, tanto de desenho como de fixação nos suportes.

O jogo com as silhuetas, que constroem as silhuetas das outras figuras de uma mesma obra, no mínimo instigam a visão.

O uso de pontos de inflexão quase imperceptíveis, junto com o uso das perspectivas criam ilusões de ótica intrigantes, que nos fazem parar, observar e tentar descobrir seus segredos, como nas obras Cascata e Belvedere.

Outra técnica usada com maestria é o ladrilhamento, com a qual cria belíssimas imagens.

Para acompanhar o texto, Amazing Journey do The Who, pois esta mostra é uma verdadeira viagem.

Cliquem nas figuras, que elas serão mostradas em alta definição.

Abaixo das imagens o "press-release" dos curadores, fornecidos pela assessoria de imprensa do CCBB.



Desenhando


Céu e Água


Castrosalva


A queda do Homem


Auto-retrato em espelho esférico


Cascata


Menor e Menor

CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL CELEBRA 10 ANOS DE ATUAÇÃO EM SÃO PAULOCOM A EXPOSIÇÃO INTERATIVA “O MUNDO MÁGICO DE ESCHER”, A PARTIR DE 19 DE ABRIL


Mostra que já passou por Brasília e Rio de Janeiro reúne 95 obras do artista gráfico holandês


Depois de Brasília e Rio de Janeiro, o Centro Cultural Banco do Brasil traz para São Paulo a exposição interativa “O Mundo Mágico de Escher”, para comemorar os 10 anos de atuação do CCBB-SP. Trata-se da mais completa exposição já realizada no Brasil dedicada ao artista gráfico holandês Maurits Cornelis Escher (1898 – 1972). A mostra reúne 95 obras, entre gravuras originais e desenhos, incluindo todos os trabalhos mais conhecidos do artista e suas obras mais enigmáticas.
O acervo da coleção do Haags Gemeentemuseum, que mantém o Museu Escher, na cidade de Den Haag, na Holanda – ocupará todo o prédio do CCBB-SP, alternando com experiências interativas que exemplificam os princípios aplicados nas obras e de intervenções óticas. A abertura para convidados acontece no dia 18 de abril e para o público em geral a partir do dia 19. O horário para visitação é das 9h às 20h.
A exposição permitirá que o público passe por uma série de experiências que desvendam os efeitos óticos e de espelhamento que Escher utilizava em seus trabalhos, tais como: olhar por uma janela de uma casa e ver tudo em ordem e, em seguida, ver tudo flutuando por outra janela; ou ainda assistir um filme em 3D que possibilitará um divertido passeio por dentro das obras do artista gráfico. A expografia apresentará animações de algumas de suas gravuras.
Reunir tantos trabalhos do artista não foi fácil e, provavelmente, essa será a única oportunidade de apreciar tantas obras reunidas fora do museu. “As obras do Escher são muito raras e muito procuradas para exposições. Só existem três coleções no mundo. As gravuras são muito frágeis e o Haags Gemeentemuseum, que emprestou as obras originais, depois desta exposição, não poderá exibi-las por mais de quatro anos”, ressalta o curador da mostra coordenada pela Art Unlimited, Pieter Tjabbes.
Sobre a obra
Escher ficou mundialmente famoso por representar construções impossíveis, preenchimento regular do plano, explorações do infinito e as metamorfoses - padrões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente para formas completamente diferentes. Sua capacidade de gerar imagens com impressionantes efeitos de ilusões de óptica, com notável qualidade técnica e estética, respeitando as regras geométricas do desenho e da perspectiva, é uma de suas principais contribuições para as artes.
Ele sempre fez questão de ressaltar que se considerava um artista gráfico. O questionamento de alguns críticos sobre sua obra ser ou não arte, para ele, era irrelevante. Escher era um gravador e desenhista com muito talento e muitos artistas já se inspiraram em obras ou temas de Escher”, ressalta o curador.
Foi depois de uma incursão à Espanha, onde teve contato com mosaicos mouros, que ele começou a desenvolver trabalhos se utilizando do preenchimento regular do plano. Escher achou muito interessante as formas como cada figura se entrelaçava a outra e se repetia, formando belos padrões geométricos. A partir de uma malha de polígonos, regulares ou não, Escher fazia mudanças, mas sem alterar a área do polígono original. Assim surgiam figuras de homens, peixes, aves, lagartos, todos envolvidos de tal forma que nenhum poderia mais se mexer. Tudo representado num plano bidimensional.
Destacam-se também os trabalhos do artista que exploram o espaço. Escher brincava com o fato de ter que representar o espaço, que é tridimensional, num plano bidimensional, como a folha de papel. Com isto ele criava figuras impossíveis, representações distorcidas, paradoxos.
“Escher utilizava princípios da matemática sem ser rígido na sua aplicação. Ele seria mais um matemático amador, que aplicava certos efeitos quase intuitivamente. Obras que mostram situações que parecem normais, mas com uma observação mais atenta comprovam ser impossíveis, são baseadas em modelos matemáticos, como a cinta de Möbius ou o triângulo de Penrose”, explica Pieter. Belvedere (1958), Subir e descer (1960) e Cascata (1961) são exemplos dessa aplicação.

Sobre as instalações interativas
Tudo na exposição foi pensado para que o público, de uma forma lúdica, atente para as dimensões visuais criadas por Escher. Um quebra-cabeça gigante, por exemplo, mostrará como ele se utilizava de imagens geométricas ou figurativas, unindo-as umas as outras, para criar gravuras que remetem ao infinito, comum em obras como em Menor e Menor (1956), o clássico Dia e Noite (1938) e Metamorphosis II (1940).
Assim como Escher adorava brincar com a percepção imediata das pessoas, apresentando um mundo dos sonhos, onde não existem direções certas, em cima ou embaixo (Outro mundo, 1947 e Relatividade, 1953), a mostra também recriará essa sensação se utilizando de alguns efeitos, como o de uma imagem plotada no chão que se completa no espelho curvado, numa inusitada mistura das três dimensões. "Adoramos o caos porque sentimos amor em produzir ordem", dizia o artista.
Visitas mediadas à exposição:
Diariamente serão realizadas visitas mediadas por educadores em português e inglês. Para visitas de terça a sábado é necessário agendamento prévio pelo telefone (11) 3113-3649. Aos domingos, não há necessidade de agendamento e o atendimento é realizado mediante solicitação na bilheteria. A capacidade é de 45 pessoas por horário. O CCBB-SP oferece também serviço de transporte gratuito, de terça a sábado, para visitas de estudantes e grupos agendados de acordo com ordem de solicitação.
Centro Cultural Banco do Brasil – O Centro Cultural Banco do Brasil iniciou suas atividades em São Paulo no dia 21 de abril de 2001. Desde a sua abertura já recebeu cerca de 6,5 milhões de visitantes. Nesse período de atividade, patrocinou e realizou mais de 550 projetos culturais entre peças de teatro, exposições, shows de música e dança, além de programas de cunho educativo. O CCBB foi criado com o objetivo de formar novas platéias, democratizar o acesso à cultura e contribuir para sua promoção, divulgação e incentivo.
“Sempre valorizamos a diversidade cultural, a experimentação, a integração das áreas artísticas, o novo e o consagrado. Sendo assim, a programação oferecida para marcar nossa primeira década de realizações é uma síntese de toda essa diversidade que buscamos trazer ao público”, afirma Marcelo Mendonça, gestor do CCBB paulistano.
Art Unlimited – Dirigida por Pieter Tjabbes e Tânia Mills, iniciou sua trajetória em 1996, quando foi responsável pela gerência internacional da Bienal de Arte de São Paulo. Ao longo de sete anos, produziu em torno de 500 exposições, de artistas de todas as partes do mundo.
Mais recentemente, ampliou sua ação para a América do Sul, Europa e EUA, obtendo reconhecimento de algumas das principais instituições culturais do Brasil e do exterior, tais como: Mondrian Foundation, Henri Moore Foundation, Musée du Louvre, Tókio Fuji Art Museum, Stedelijk Museum Amsterdam, Centro Cultural Banco do Brasil, Paço Imperial, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Itaú Cultural, Caixa Cultural e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
A Art Unlimited recebeu vários dos principais prêmios do setor e os projetos que realiza têm alcançado sucesso de bilheteria e público, como por exemplo, a mostra sobre Rembrandt (visitada por mais de 600 mil pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Vitória e Curitiba) e Osgemeos, que teve o mesmo número de visitas, em sua passagem pelo Rio da Janeiro, Brasília e São Paulo.
SERVIÇO
O MUNDO MÁGICO DE ESCHER

Realização:

Centro Cultural Banco do Brasil – São Paulo

Coordenação: Art Unlimited
Curadoria: Pieter Tjabbes
Abertura para convidados: 18 de abril
Abertura para público: 19 de abril
Dias e horários de visitação: De terça a domingo, das 9h às 20h.

Temporada: até o dia 17 de julho

Entrada franca

Visitas mediadas à exposição:
Realizadas por educadores em português e inglês.
Terça a sábado: necessário agendamento prévio pelo telefone (11) 3113-3649, de segunda a sexta, das 10h às 18h.
Domingos: não há necessidade de agendamento e o atendimento é realizado mediante solicitação na bilheteria, no térreo, das 10h às 19h.
Capacidade: 45 pessoas por horário
Transporte para estudantes:
Serviço de transporte gratuito, de terça a sábado, para visitas de estudantes e grupos. Agendamento de acordo com ordem de solicitação, prioritariamente para escolas públicas, de segunda a sexta, das 10h às 18h, pelo tel. (11) 3113-3649.

CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL – SÃO PAULO

Rua Álvares Penteado, 112, Centro
Próximo às estações Sé e São Bento do Metrô. 11 3113 3651 / 11 3113 3652

Acessos

Estações Sé e São Bento do Metrô. Praças do Patriarca e da Sé.
Acesso para pessoas com deficiência física// Ar-condicionado // Loja // Café Cafezal

Estacionamento Conveniado

Estapar Estacionamentos
Rua da Consolação, 228 (Edifício Zarvos).
(R$ 10,00 pelo período de 5 horas. Necessário carimbar o ticket na bilheteria do CCBB). Informações: (11) 3256-8935.
Van faz o transporte gratuito até as proximidades do CCBB – embarque e desembarque na Rua da Consolação, 228 (Edifício Zarvos) e na Rua 15 de novembro, esquina com a Rua da Quitanda, a vinte metros da entrada do CCBB.
Mais Informações à Imprensa
EDITOR – EDISON PAES DE MELO
Com Fábio Martins e Lúcio Nunes
(11) 3824-4200 – www.editorweb.com.br
Assessoria de Imprensa CCBB São Paulo:
Eduardo Vasconcelos e Camila Val
(11) 3113-3628
(11) 3113-3623

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Alex Vallauri

Que agradável sensação tive quando entrei nesta galeria, as obras expostas me remeteram há 30 anos, quando Alex Vallauri tirou a arte das galerias e museus e a trouxe para as ruas.

Me veio a lembrança de, primeiro a surpresa, querer saber mais sobre quem é que rompia a aridez do cinza de nossa cidade, de uma maneira bem humorada, colorida e poética.

É claro que não sabia o nome do artista e nada sobre ele, mas a forte impressão deixada pelos seus trabalhos ficou no meu inconsciente.

Descobri neste evento que tais belezas foram feitas por quem teve profundo domínio das técnicas de pintura e conhecimento das artes no geral, que lhe deram as condições de ousar e inovar.

Apresentada na Galeria Jaqueline Martins, esta mostra vale a visita, pois apresenta a semente ou a centelha do Grafite no Brasil.

Para acompanhar o comentário, esta delicada música de Luiz Tatit, contemporânea a estas obras.



Esboço - Luiz Tatit

Abaixo das imagens, o "pres-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do evento.







Alex Vallauri ganha homenagem em

mostra na Galeria Jaqueline Martins

Galeria paulistana reúne obras relevantes do pioneiro da

street art no Brasil, conhecido pela apropriação de imagens

e intervenções urbanas. Abertura no dia 16 de abril

A Galeria Jaqueline Martins inaugura seu espaço expositivo no dia 16 de abril, às 12 horas, com a mostra Alex Vallauri, reunindo cerca de 40 obras icônicas daquele que é considerado um dos pioneiros da arte de rua no Brasil.

Organizada pela marchande, a mostra traz a público séries de serigrafias, off-sets, arte postal, carimbadas, moldes em PVC e papelão, pinturas e fotografias inéditas do artista, além de registros fotográficos de suas intervenções pela cidade de São Paulo.

Mágico, Bota, Pantera, Luva, Acrobatas, Cobra, Jacaré, Mercúrio e a celebrada personagem Rainha do Frango Assado. Quem viveu na São Paulo dos anos 1970 e 80 certamente se deparou com essas figuras estampadas nos muros da metrópole. O tempo e a falta de memória urbana, contudo, foram inclementes com a stencyl art e os grafittis do artista, restando hoje apenas duas intervenções públicas, localizadas na Liberdade e no Centro da cidade. Na mostra, estão reunidos registros de algumas delas.

São exibidas também as carimbadas e a pouco conhecida arte postal, realizada no final dos anos 1970, quando o artista enviava cópias de cartões-postais de São Paulo a seus amigos com a intervenção de sua coleção de mais de 400 carimbos vintage.

Circulação

A galeria realiza ampla distribuição de 1000 cartazes da mostra em espaços culturais e pontos de grande movimentação da cidade. Na abertura da exposição, sábado, serão oferecidos cerveja e pipoca em saquinhos com as irreverentes carimbadas e também bottons personalizados, bem ao gosto do artista.

Catálogo e fotos inéditas

A exposição é acompanhada de catálogo colorido com reproduções de obras e texto inédito de Suszanna Sassoun, amiga e marchande do artista nos anos 1980. A publicação conta com fotos inéditas e registros fotográficos de obras pela fotógrafa Vera Albuquerque.

O segundo semestre ano de 2011 reserva ainda duas celebrações relacionadas a Vallauri. A editora BEI lança livro assinado pelo crítico João Spinelli e o Museu Afro Brasil realiza exposição em sua homenagem.

Alex Vallauri (Etiópia, 1949 - São Paulo, 1987). Italiano nascido na Etiópia, o artista começa estudos de desenho ainda na adolescência, em Buenos Aires. Quando de sua mudança para São Paulo, em 1965, inicia-se nas artes gráficas desenvolvendo séries de gravuras de temática social e etnográfica. Em 1973, gradua-se em Comunicação Visual e Formação de Professores de Desenho na FAAP, onde posteriormente foi professor. Nesse período, realiza exposições na Associação dos Amigos do Museu de Arte Moderna e participa de coletivas no MAC USP e da XI e XIV edições Bienal de São Paulo. Seu interesse pela pintura mural, entretanto, tem início em 1978, após uma estada de dois anos em diversas cidades da Europa. São desse período as botas de salto alto e tantas outras imagens e símbolos do imaginário coletivo metropolitano, realizadas em diversos suportes por meio de máscaras vazadas de papelão recortado. De 1982 a 1983, o artista fixa residência em Nova York, onde realiza intervenções de grafitti em murais, além de cenários e exposições. De volta a São Paulo, desenvolve trabalhos com diversos jovens artistas entre os quais Waldemar Zaidler e Carlos Matuck. Seu súbito falecimento em 27 de março de 1987, em decorrência do vírus HIV, é hoje lembrado em todo o país como o Dia Nacional do Grafitti.

Galeria Jaqueline Martins

Fundada pela galerista que empresta o nome ao espaço, tem foco na jovem produção de artes da cidade e na reapresentação de artistas que, a exemplo de Alex Vallauri, ficaram fora do circuito das artes. Representa os artistas: Alzira Fragoso, Daniel Nogueira, Dudu Santos, Nicole Mouracade-Nim e Genilson Soares. Jaqueline Martins trabalha no mercado de arte há nove anos.

Serviço:

Evento: mostra Alex Vallauri

Abertura: sábado, 16 de abril, das 12 às 18 horas

Período expositivo: de 18 de abril a 21 de maio

Local: Galeria Jaqueline Martins

Endereço: Rua Virgilio de Carvalho Pinto, 74 – Pinheiros – São Paulo, SP

Telefone: (11) 2628 1943

Horários: de segunda a sexta das 11h30 às 19h; e sábados das 11h30 às 17h

Entrada franca e livre

www.galeriajaquelinemartins.com

Mais informações para a imprensa:

Décio Hernandez Di Giorgi

www.adelantecultural.com.br

Tel.: (11) 3589 6212 e 8255 3338

dgiorgi@uol.com.br

quinta-feira, 14 de abril de 2011

DIONÍSIO DEL SANTO

Dionísio Del Santo consegui transformar seu concretismo, uma arte geométrica e matemática, em pura poesia, colocando dentro dos desenhos elementos que fazem a obra contar uma história, sem fugir do rigor e da exatidão desta escola, perfeitamente integrados dentro do contexto numa harmonia encantadora.

As serigrafias das séries Linhas Vibratórias (1973), Labirinto (1970), Espaço Rítmico (1970) e Sem Título (1982) provocam diferentes efeitos óticos entre si, só se trocando as cores de seu preenchimento.

Nas telas, interessantes composições geométricas, que exploram as cores, realçando os desenhos.

Há também lindas xilogravuras, que mostram uma técnica apurada nesta forma de expressão, feitas nos anos 50.

Para acompanhar este comentário, uma música do seu mais conhecido conterrâneo, Roberto Carlos, que neste mês faz 70 anos.


Fera Ferida - Roberto Carlos


Abaixo das imagens, fornecidas pela assessoria de imprensa do evento e da Caixa Cultural, o "press-release" dos curadores.










O CONCRETISMO DE DIONÍSIO DEL SANTO NA CAIXA CULTURAL SÃO PAULO

Exposição mostra a trajetória do artista capixaba evidenciada pelo figurativismo e sua particular apreensão da tradição construtiva brasileira

A CAIXA Cultural São Paulo inaugura, na próxima quarta-feira (02), às 19h, na Galeria Vitrine da Paulista, a mostra individual ‘Dionísio Del Santo e o Concretismo’, com 51 obras desse artista capixaba. Com curadoria de Maria Alice Milliet, a exposição abrange quase quatro décadas da produção do artista, reunindo 11 xilogravuras dos anos 1950; 30 serigrafias dos anos 1970 e 80 e, por fim, uma seleção de 10 óleos sobre tela realizados no final dos anos 1980 e início dos 90. A exposição foi organizada pela Fundação Nemirovsky, em módulos distintos, evidenciando a receptividade das idéias e técnicas, deixadas pelo Concretismo brasileiro, na obra do artista, morto em 1999.

“Cinquenta anos depois de seu declínio, o Concretismo é tomado como chancela de qualidade”, afirma Maria Alice no catálogo da mostra. “Ter participado do movimento concreto funciona, hoje, como salvo-conduto para o ingresso no hall da fama da arte brasileira”, completa. “Dionísio Del Santo, capixaba, residente durante toda sua vida produtiva no Rio de Janeiro, foi dos que beberam da tradição construtiva no convívio com os concretos”, assinala a curadora.

“Os princípios teóricos do movimento concreto e neoconcreto, fundamentados no raciocínio, ou seja, na dimensão clara do pensamento, foram decisivos para minha evolução”, dizia o artista, cuja produção combinava, de forma peculiar, o figurativismo ligado às tradições da xilogravura às linguagens de base geométrica e a racionalidade de seu processo de produção. Assumindo certo isolamento, Dionísio conseguiu “formalizar um código todo seu com teor, pode se dizer, semiótico ”, como apontou Mario Pedrosa na apresentação de sua exposição individual no Rio de Janeiro, em1970.

Para Maria Alice, “parecia inadmissível que um artista tão dotado e próximo aos concretistas, conservasse em sua pintura elementos figurativos, ainda que integrados à geometria plana das composições. Essa aparente contradição, somada ao retraimento natural do artista, acabou por prejudicar a receptividade de sua obra que, só recentemente, começa a ser devidamente valorizada”. O que o atraía no Concretismo, segundo a curadora, era a possibilidade de submeter os conteúdos subjetivos ligados ao seu passado, à vida rude que conhecera na infância, ao crivo da racionalidade, e assim libertar-se do peso dessa experiência traumática.

Sobre o artista:

Dionísio del Santo (Colatina - ES,1925 – Vitória - ES,1999). Gravador, desenhista e pintor. Nasceu no interior do Espírito Santo, numa família de modestos agricultores de origem italiana. Em 1943, muda-se para Vila Velha (ES), onde freqüenta cursos de geometria, perspectiva exata e desenho de observação. Em 1947, transfere-se para o Rio de Janeiro e realiza cursos livres de modelo vivo e teoria das cores na Associação Brasileira de Desenho (ABD), até 1952.

Retorna à sua terra natal em 1949, para expor no Clube Recreativo Colatinense, onde acaba provocando forte repúdio de seus conterrâneos. Essa rejeição determina sua fixação definitiva no Rio de Janeiro, onde sobrevive desenhando para gráficas.

Em 1957, entra em contato com o movimento concretista e realiza seus primeiros trabalhos abstratos. Em 1965, faz sua primeira individual no Rio de Janeiro, na Galeria Relevo. Nessa década, integra importantes coletivas, tais como: Opinião 66, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; a IX Bienal de São Paulo (1967), na qual recebe o Prêmio Itamaraty; o Salão Nacional de Arte Moderna (1968), no qual é contemplado com Isenção de Júri.

Em 1970, realiza individual na Galeria do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), no Rio de Janeiro, com apresentação de Mário Pedrosa, e participa da VII Bienal de Gravura de Tóquio (Japão). Em 1975, sua individual de serigrafias, na Galeria Contorno, em São Paulo, é apontada como a Melhor Exposição de Gravura do Ano, pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Com a introdução de cordéis aplicados à tela, cria sua Pintura Cinética, que apresenta no Museu Nacional de Belas Artes (RJ), em 1976.

Em 1977, integra a mostra Projeto Construtivo na Arte, realizada no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro e, no ano seguinte, na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Segue expondo regularmente no Rio e em São Paulo. Em 1984/5, participa da exposição Tradição e Ruptura: síntese da Arte Brasileira, organizada pela Fundação Bienal de São Paulo. Em 1988, ocupa Sala Especial na VIII Mostra de Gravura Cidade de Curitiba (PR). Em 1989, tem lugar a Retrospectiva de sua obra, no Paço Imperial (RJ); exposição que, no ano seguinte, segue para o MAM de São Paulo. Em 1998, uma grande exposição de seus trabalhos inaugura o Museu de Arte do Espírito Santo, em Vitória.

Em 2008, o Museu capixaba – agora com o nome de Dionísio Del Santo acoplado – comemora seus dez anos de atividade com a apresentação de um importante conjunto de sua obra, cuja inserção na história da arte brasileira começa merecidamente a se consolidar.

Mais informações:

Décio Hernandez Di Giorgi

Adelante Comunicação Cultural

Email: dgiorgi@uol.com.br

Tel.: (011) 3589-6212 e 8255-3338

SERVIÇO:

Exposição Dionísio Del Santo e o Concretismo

Curadoria: Maria Alice Milliet

Abertura para convidados e imprensa: 02 de março de 2011, às 19h
Datas: 03 de março a 24 de abril de 2011
Horário de visitação: terça-feira a sábado, das 9h às 21h e domingos e feriados das 10h às 21h.

Local: CAIXA CULTURAL São Paulo Galeria Vitrine da Paulista Conjunto Nacional Av. Paulista, 2083 Cerqueira César, São Paulo (SP) - Metro Consolação

Informações, agendamento de visitas mediadas e translado (ônibus) para escolas públicas: (11) 3321-4400

Acesso a pessoas com necessidades especiais

Entrada: franca
Recomendação etária: livre
Patrocínio: Caixa Econômica Federal

Pinturas Cegas - Tomie Ohtake

Só alguém com profundo domínio das técnicas de pintura, do uso das paletas de cor e com um poder imenso de abstração e concentração, consegue criar uma imagem na cabeça e transpô-la com tal competência à tela sem o uso da visão.

Não há nas obras qualquer sinal de que as tintas foram misturadas aleatoriamente, não há nenhuma remontagem em cima de cada cor.

É de se admirar a idéia e o propósito de se encarar este desafio e concluí-lo com tal excelência.

Uma grande exposição, com com o bônus de podermos ver ou rever Relicário de Vik Muniz.


Metáfora - Gilberto Gil

Abaixo das imagens fornecidas pela assessoria de imprensa do evento, o "press-release" dos curadores.






INSTITUTO TOMIE OHTAKE

APRESENTA

TOMIE OHTAKE – PINTURAS CEGAS

Abertura: 12 de abril, às 20h – até 19 de junho de 2011

Paulo Herkenhoff coloca luz sobre as chamadas pinturas cegas de Tomie Ohtake nesta mostra que repensa a presença da artista na história e na historiografia da arte brasileira, com patrocínio da Mercedes-Benz do Brasil. A desafiadora tarefa de reunir as 30 obras provenientes de acervos e coleções particulares espalhadas pelo Brasil e exterior resulta na oportunidade de se contemplar, pela primeira vez, um conjunto expressivo desta série desconhecida do grande público, realizada há cerca de 50 anos (1959-1962), e pequena diante da extensa produção de pintora.

“No início da década de 1960, quando a arte brasileira se aprofunda diante do desafio da construção mais densa de uma alternativa não geométrica para a pintura, Tomie Ohtake oferece um novo paradigma para o processo pictórico com as pinturas cegas”, afirma Herkenhoff.

Segundo o curador, estas telas, concebidas de olhos cobertos, se problematizam como fenômeno do olhar. “A venda, como a cegueira para Diderot, ilumina o conhecimento sobre o olhar”. O crítico esclarece também que essas pinturas não buscam produzir uma imagem que corresponda à interioridade do Ser. “É uma pintura transiente: o acontecer pictórico acontecendo (...) nesse sentido, o trabalho das pinturas cegas é sempre uma operação crítica sobre o ocularcentrismo que rege a modernidade”.

O crítico ressalta que esta série articula o ponto cego (região no campo visual do disco ótico no qual a visão entra em colapso), o acaso e a intencionalidade – as bases do projeto de pintura de Tomie Ohtake. Neste conjunto pode-se reconhecer ainda a presença de elementos constantes ao longo de toda a produção posterior da artista, tais como o seu diálogo com o tempo, a importância do gesto e certa tensão em relação ao espaço. Trata-se, nestes casos, entretanto, da exploração de limites sensoriais e perceptivos que acabam por se converter em potências de linguagem e de expressividade.

Nas pinturas cegas de Tomie ocorre a predominância do dinâmico sobre o estático na formação do espaço que ela explora através do pincel, mantendo a tela como campo experimental de ação. “Ohtake contamina a medida com o tempo. A pincelada rápida, ou alongada por lentidão. A escuridão é espaço imensurável. (...) O paradoxo a que nos submete a pintura de Ohtake é uma poética que é simultaneamente produção de linguagem e de conhecimento e, ao mesmo tempo, se apresenta como experiência do não saber e da intuição”, afirma Herkenhoff.

A mostra tem ainda a intenção de refletir acerca do espaço reservado à produção de Tomie na historiografia da arte brasileira. Para o curador, os problemas acadêmicos levantados por esta série configuram-se como escotomas (pontos cegos) historiográficos da arte no Brasil, para utilizar a terminologia extraída das discussões conceituais dessa própria produção. Herkenhoff reivindica, assim, a necessidade de focos mais amplos para a disciplina de história da arte brasileira, bem como uma avaliação mais profunda das contribuições de Tomie Ohtake à arte contemporânea e à cultura do Brasil.

Exposição: Tomie Ohtake – Pinturas Cegas

Patrocínio: Mercedes-Benz do Brasil

Abertura: 12 de abril de 2011, às 20h (convidados)

Até 19 de junho de 2011, terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca

Instituto Tomie Ohtake

Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés) - Pinheiros SP Fone: 11.2245-1900

Informações à Imprensa

Marcy Junqueira – Pool de Comunicação / Contato: Martim Pelisson

marcy@pooldecomunicacao.com.br / martim@pooldecomunicacao.com.br

Fone: 11.3032-1599 Fax: 11. 3814 -7000