Uma exposição com o tema incomum em exposições, de livros de fotos, já vi várias em que o tema da mostra era centrado em um só livro, apresentando imagens publicadas no mesmo.
Nesta podemos observar um amplo espectro de temas, de projetos gráficos e estéticos de várias nações latino-americanas, de olhares únicos com resultados surpreendentes.
Apesar de pequena frente à imensa quantidade e qualidade de trabalhos deste tema, consegue nos deixar curiosos em conhecer mais deste universo.
Cancion com todos - Mercedes Sosa
Abaixo das imagens o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do IMS.
Exposição de
fotolivros no IMS-SP retrata o trajeto da fotografia na América Latina e revela
a contribuição do continente na história dos livros fotográficos
O Instituto Moreira Salles de São
Paulo abre no dia 18 de julho, às 19h30, a exposição Fotolivros latino-americanos. O objetivo da mostra, que tem curadoria de Horacio
Fernández, historiador e professor na Faculdade de Bellas Artes (Cuenca, Espanha) é apresentar os melhores fotolivros
da América Latina desde os anos 1920 até a atualidade. Serão exibidas cerca de 50
publicações, 100 fotografias e 8 vídeos
produzidos a partir de imagens dos livros presentes na mostra. Mais do que uma história da fotografia no continente, a
exposição funciona como um panorama estético, social e cultural da América Latina.
Fotolivros Latino-americanos é o resultado
de pesquisas feitas em
onze países – Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia,
Cuba, Equador, México, Nicarágua, Peru e Venezuela –
ao longo
de quatro anos (2008 a
2011). Horacio Fernández contou com o apoio de um
conselho de curadores composto pelo argentino Marcelo Brodsky, o brasileiro Iatã Cannabrava,
o inglês Martin Parr, a americana Lesley Martin e o espanhol Ramon Reverté.
Um dos critérios de seleção foi o de contemplar
apenas projetos nos quais o fotógrafo – obrigatoriamente latino-americano – tem
um papel ativo na realização do livro, em conjunto com o designer gráfico e o
editor. São trabalhos de grandes artistas como Horacio Coppola, Claudia
Andujar, Boris Kossoy, Paz Errázuriz, Manuel Álvarez Bravo, Miguel Rio Branco e
Paolo Gasparini e de editores/designers como Massao Ohno, Wesley Duke
Lee, Álvaro Sotillo e Vicente Rojo.
A montagem da
exposição é dividida em uma introdução e seis temas:
- Introdução: América
Antes da América, apresentação do livro Amazônia,
de Claudia Andujar e George Love.
1. História e
propaganda: fotolivros de documentação, protesto e propaganda podem ser
usados para compilar a história da América Latina em imagens. O Álbum histórico gráfico (1921), do
fotógrafo mexicano Agustín Victor Casasola, relata por meio de fotografias
documentais a revolução mexicana dos anos 1910. Outro exemplo é Candomblé (1957), de José Medeiros, que
registrou rituais secretos da cultura afro-brasileira.
2. Fotografia urbana: a cidade é um
dos principais temas dos fotolivros latino-americanos. Há trabalhos sobre
Buenos Aires, Caracas, Cuzco, México, São Paulo e Brasília – que é tema de Doorway to Brasilia (1959), do designer
Aloísio Magalhães e do gravador Eugene Feldman. Buenos Aires é retratada por
Horacio Coppola – cuja obra é preservada pelo IMS.
3. Ensaios fotográficos: alguns
fotolivros latino-americanos são particularmente ricos pela complexidade de seu
conteúdo e a qualidade de sua forma. Sistema
nervioso (1975) interpreta a cidade de Caracas como um quebra-cabeça de
signos enigmáticos. A fotógrafa Barbara Brändli, o designer John Lange e o
escritor Roman Chalbaud são responsáveis por essa obra. Retromundo (1986) é um importante fotolivro de Paolo Gasparini, que
mostra a essencial diferença entre as imagens da América Latina e imagens da
Europa e América do Norte.
4. Fotolivros de artista: durante os anos 1970, muitos artistas acreditavam que o processo de
criação era mais importante que o resultado final do trabalho. A fotografia foi
usada como meio de documentação desses processos criativos. Há os registros de
performances, como Auto-photos
(1978), da brasileira Gretta, e trabalhos sobre o corpo como Autocopias (1975), do venezuelano
Claudio Perna. A reflexão sobre a linguagem artística é tema de fotolivros
muito importantes como Fallo fotográfico
(1981), obra conceitual do chileno Eugenio Dittborn.
5. Literatura e fotografia: chamam a atenção a quantidade e a qualidade dos livros
literários com ensaios fotográficos editados na América Latina. Um exemplo é Asfalto-Infierno (1963), do escritor
Adriano González León e do artista Daniel González, responsável pelo design e
pelas fotos de uma Caracas demoníaca. Os poemas de Paranóia (1963), de Roberto Piva, constituem uma alucinada visão
de São Paulo, fotografada por Wesley Duke Lee.
6. Fotolivros contemporâneos: nos últimos anos, a produção de fotolivros na América Latina
aumentou muito e alguns dos melhores livros foram influenciados por publicações
mais antigas, como a fotografia urbana em Siesta
argentina (2003), de Facundo de Zuviría, e Noturnos São Paulo (2002), de Cássio Vasconcellos. O arquivo também
é um gênero nas artes visuais do novo século, com obras ambiciosas como O arquivo universal (2003), de Rosângela
Rennó, que usa “o livro como um espaço de exposição, com suas próprias
características gráficas”.
A exposição Fotolivros latino-americanos, coproduzida pelo Instituto Moreira
Salles (RJ e SP), Le Bal (Paris), Ivory Press (Madrid) e Aperture (Nova York)
é o resultado de pesquisas feitas em diversos países que se iniciaram em
2007 durante o Fórum Latino Americano
de Fotografia de São Paulo. O projeto também resultou em um livro, lançado
pela Cosac Naify em coedição com a editora mexicana RM, a norte-america
Aperture e a francesa Images em Manoeuvre. Após ser exibida na França,
Espanha e EUA, a exposição foi apresentada no IMS-RJ (de março a junho) e segue
agora para o IMS-SP (de julho a outubro). “Este exemplar projeto colaborativo
entre instituições, editoras, pesquisadores e autores permitiu que este
relevante conteúdo relativo à fotografia latino-americana fosse reunido e
circulasse por diversos países da Europa e das Américas, dando visibilidade
internacional à produção dos fotógrafos, editores e designers latino-americanos
que ao longo dos últimos cem anos utilizaram o fotolivro como plataforma
privilegiada para seus projetos autorais, artísticos e documentais”, explica
Sergio Burgi, coordenador do acervo de fotografia do IMS.
Sobre Horacio Fernández:
É historiador,
curador e professor na Faculdad de Bellas Artes, em Cuenca, na Espanha. Foi
curador da PhotoEspaña entre 2004 e 2006. É autor, entre outras publicações, de
Fotografía Pública (1999), livro que
acompanhou a exposição homônima com curadoria de Fernandez para o Museo Reina
Sofía (Madri). Veja aqui uma entrevista
com Horacio Fernandéz sobre o projeto Fotolivros Latino-americanos: http://www.youtube.com/watch?v=9igO725jyDI
Fotolivros latino-americanos
Abertura:
18
de julho de 2013, às 19h30
Exposição: de 19 de julho a 20 de outubro de
2013
De
terça a sexta, das 13h às 19h
Sábado,
domingo e feriado, das 13h às 18h
Entrada
franca - Classificação livre
Instituto
Moreira Salles – São Paulo
Rua Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis
Tel.: (11) 3825-2560
Informações para a imprensa:
Paula Simões - (11) 3371-4424
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