Numa avaliação informal, hoje me senti envolto em US$ 1 bilhão, que sensação maravilhosa estar no meio de um dos acervos de arte francesa mais significativos do mundo, de artistas que estão entre os maiores de todos os tempos.
Essa é uma mostra que nos causa sensações quase místicas ao percebermos o beleza que o homem pode criar e que se perpetuaram para nosso deleite.
Que alegria em perceber que minha impressão ao ver que o MASP se modernizou voltando ao passado, com a retomada da expografia criada por Lina Bo Bardi quando da sua inauguração, como já tinha escrito no meu comentário Arte da Itália – de Rafael a Ticiano, estava correta. A cada visita a esse incrível museu me rendo à Assis Chateaubriand e Pietro Maria Bardi, seus idealizadores, que nos conseguiram esses tesouros.
Um passeio imperdível, daqueles que ficarão por muito tempo na nossa memória.
Sonata for cello and piano III. Ballabile - Debussy
Abaixo das imagens, o "press-release" fornecidos pela assessoria de imprensa do MASP
COM OBRAS
EMBLEMÁTICAS DE SEU ACERVO, MASP EXPÕE DOIS SÉCULOS DE HISTÓRIA DA ARTE DA
FRANÇA
Arte da
França: de Delacroix a Cézanne apresenta cerca de 80 trabalhos, incluindo
Renoir, Manet, Toulouse-Lautrec, Degas, Monet e Picasso, ao lado de documentos
de seu arquivo histórico e fotográfico. A expografia retoma projeto de Lina Bo
Bardi da década de 1940.
Artistas franceses e
estrangeiros, que migraram para a capital francesa, participando da chamada
Escola de Paris, integram a próxima exposição do MASP. Arte da França: de
Delacroix a Cézanne acontece de 17 de julho a 25 de outubro e apresenta
cerca de 80 obras do acervo do museu, formando o mais significativo conjunto de
arte francesa do hemisfério sul. A exposição tem curadoria de Adriano Pedrosa,
diretor artístico do MASP, Eugênia Gorini Esmeraldo, coordenadora de
Intercâmbio, e Fernando Oliva, curador assistente.
A mostra
atravessa quase 200 anos de produção artística na França, dos séculos 18 ao 20,
exibindo retratos, paisagens, naturezas-mortas e cenas históricas e do cotidiano
de 24 importantes artistas do período. Estão representados
pintores de herança neoclássica, como Jean-Auguste-Dominique Ingres (1780-1867),
e romântica, como Eugène Delacroix (1798-1863); além de nomes ligados aos
movimentos precursores do Modernismo, como o Realismo, de Gustave Courbet
(1819-1877); o Impressionismo, de Claude Monet (1840-1927) e Edgar Degas
(1834-1917); o Pós-Impressionismo, de Paul Cézanne (1839-1906), Vincent Van Gogh
(1853-1890) e Paul Gauguin (1848-1903); o grupo dos Nabis, de Edouard
Vuillard (1868-1940); e o Cubismo, de Pablo Picasso
(1881-1973).
Somam-se à lista artistas
que não participaram de grupos específicos, mas incorporaram em suas obras
tendências artísticas diversas, como Jean-Baptiste-Camille Corot
(1796–1875), que tinha traços românticos e realistas, Edouard Manet
(1832-1883), que influenciou os impressionistas, e Amedeo Modigliani
(1884-1920). O MASP possui em seu acervo conjuntos expressivos de arte francesa.
Parte deles é agora reunida nesta exposição, com destaque para Pierre-Auguste
Renoir (1841-1919), com 12 pinturas em exibição; Henri de Toulouse-Lautrec
(1864-1901), com 10 trabalhos expostos; Modigliani, com 6 trabalhos; e Cézanne,
com 5.
Arte da
França: de Delacroix a Cézanne contempla
nomes anteriores e posteriores a esses artistas. É o caso de Ingres, Jean-Marc
Nattier (1685-1766), Jean-Baptiste-Siméon Chardin (1699-1779), Jean-Honoré
Fragonard (1732-1806), Henry Matisse (1869-1954), Fernand Léger (1881-1955),
Picasso e Modigliani.
Em
Delacroix, as narrativas líricas, heroicas e monumentais alcançaram o ápice,
mesmo com suas pinceladas aparentemente inacabadas e tratamento igual para
figura e fundo. Cézanne, que via em Delacroix um mestre, se propôs enfrentar a
tradição com o olhar do novo, abandonando uma arte de efeito em favor da
materialidade e da estrutura das imagens, como se pintasse os objetos de dentro
para fora. A mudança está no abandono do dramático e do imaginário, substituídos
por uma nova forma de perceber o real, focada no ato de pintar, como se ele
valesse mais por si mesmo e não apenas pela história que evoca.
As pinturas
de Delacroix e Cézanne, juntas, abrem a mostra. “Delacroix e Cézanne, reunidos
no mesmo espaço, na entrada da exposição, funcionam como vetores para todo o
percurso do público, pois apontaram, cada um em seu tempo, tanto para o passado
quanto para o futuro da história da arte, pontuando nítidas transições entre a
tradição e o moderno; o antigo e o novo; entre, por exemplo, Ingres e Léger,
entre outros artistas aqui presentes”, comenta Fernando Oliva. A seguir, a
mostra se estrutura em torno de outros três conjuntos centrais na coleção do
MASP: Toulouse-Lautrec, Modigliani e Renoir.
Assim como a exposição
Arte da Itália: de Rafael a Ticiano, atualmente em cartaz no segundo
subsolo do MASP, Arte da França: de Delacroix a Cézanne também exibe, ao
lado das obras de arte, documentos do arquivo histórico e fotográfico do museu.
São correspondências sobre doações, aquisições, convites, folhetos de
exposições, recortes de jornais e revistas e fotografias que contam curiosidades
e recuperam parte da história das obras e do próprio museu.
É o
caso da tela de Paul Cézanne, Madame
Cézanne em vermelho (1890-94), que chegou ao Brasil a bordo do navio
Uruguai, em 1949, e foi desembalada ainda dentro da própria embarcação,
como revelam fotografias históricas. Uma das imagens comprova que os artistas
Lasar Segall e Anita Malfatti também participaram das
comemorações.
Já
o recorte do jornal suíço Confédéré, de outubro de 1988, traz à tona um
episódio trágico sobre uma das personagens da pintura Rosa e azul (As
Meninas Cahen d´Anvers) (1881), de Renoir. Ao visitar uma exposição na
Fundação Pierre Gianadda, da qual a obra participava, Jean de Monbrison
reconheceu sua tia Elisabeth Cahen d’Anvers, a menina loira, à direita na tela.
O visitante emocionou-se com a imagem e escreveu ao diretor da fundação, Léonard
Gianadda: “Eu sou o último membro da família a ter visto ainda em vida Elisabeth
Cahen-d’Anvers, filha de meu avô, enviada ao campo de concentração em 27 de
março de 1944. Eu agradeço ao Sr. Bardi e à Fundação Pierre Gianadda por ter-me
permitido ver este quadro em meio a tantas maravilhas”. Elisabeth, apesar de
convertida ao catolicismo havia mais de 50 anos, foi enviada para Auschwitz,
durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), como comprova a lista do comboio
de número 70, onde seu nome é visível. Ela morreu no trem, a caminho do campo de
concentração.
A
reportagem destaca ainda um depoimento da irmã menor, Alice Cahen d’Anvers, que
lembrava que o desconforto das mais de 60 sessões posando para Renoir eram
recompensadas pelo prazer de usar um vestido de renda tão bonito. Os pais Cahen
d’Anvers haviam encomendado dois retratos ao pintor: um de sua filha mais velha,
Irène, e a obra do MASP, com as outras duas irmãs menores. No entanto, apenas o
retrato de Irène satisfez a família, que escondeu Rosa e azul nas
dependências dos empregados de sua casa. Com a morte do conde Cahen d’Anvers, a
obra foi colocada em circulação, até finalmente ser adquirida pelo MASP em 1952.
Rosa e azul (As Meninas Cahen d´Anvers) é hoje uma das telas mais
conhecidas e estimadas do acervo do museu.
A expografia da mostra,
desenvolvida pelo escritório Metro Arquitetos Associados, retoma projeto de Lina
Bo Bardi (1914–1992), arquiteta do MASP, para o acervo do museu. Ele resgata as
estruturas tubulares de metal que exibiam as pinturas de forma suspensa, em
painéis de madeira, e foram projetadas para o MASP, em 1947, ano de sua
fundação, na antiga sede da rua 7 de Abril, região central de São Paulo. A
recuperação de projetos de Lina Bo nas exposições de 2015 apresenta ao público o
percurso da arquiteta até chegar aos famosos cavaletes de vidro, que ela
projetou para a exposição do acervo no segundo andar do museu na Avenida
Paulista, inaugurado em 1968. Ausentes desde 1996, os cavaletes voltarão ao
segundo andar do MASP no final deste ano.
SERVIÇO
Arte da França: de Delacroix
a Cézanne
Curadoria: Adriano Pedrosa, Eugênia
Gorini Esmeraldo e Fernando Oliva
Data: 17 de julho a 25 de
outubro de 2015
Abertura: 16 de julho, a partir das
19h30
Local: primeiro andar do
MASP
Endereço: Avenida Paulista, 1578,
São Paulo, SP
Horários: terça a domingo: 10h às
18h (bilheteria aberta até as 17h30); Quinta-feira: 10h às 20h (bilheteria até
19h30)
Ingressos: R$25,00 (entrada); R$12,00
(meia-entrada)
O
MASP tem entrada gratuita às terças-feiras, durante o dia todo, e às
quintas-feiras, a partir das 17h.
O
ingresso dá direito a visitar todas as exposições em cartaz no dia da
visita.
Estudantes, professores e
maiores de 60 anos pagam R$12,00 (meia entrada).
Menores de 10 anos de idade
não pagam ingresso.
O
MASP aceita todos os cartões de crédito. O Vale cultura é
bem-vindo.
Estacionamento: Convênios para visitante
MASP, período até 3h. É preciso carimbar o ticket do estacionamento na
bilheteria ou recepção do museu.
CAR PARK (Alameda Casa Branca,
41)
Segunda a sexta-feira,
6h-23h: R$ 14,00
Sábado, domingo e feriado,
8h-20h: R$ 13,00
PROGRESS
PARK
(Av. Paulista, 1636)
Segunda a sexta-feira,
7h-23h: R$ 15,00
Sábado, domingo e feriados,
7h-18h: R$ 15,00
Acessível a deficientes, ar
condicionado, classificação livre.
Imprensa
A4 Comunicação
(11)
3897-4122
Francine Kath: francinekath@a4com.com.br
Simon Widman: simonwidman@a4com.com.br
Mai
Carvalho: maicarvalho@a4com.com.br
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