Mais uma magnífica mostra da Galeria Nora Roesler com um artista consagrado mundialmente, que está também numa belíssima retrospectiva no Instituto Tomie Ohtake, que nos apresenta uma ampla visão de todas sua fases e suportes.
Aqui conhecemos uma série em que Julio Le Parc usa o fundo preto e a paleta básica de cores para criar imagens e figuras perfeitamente delimitadas por linhas imaginárias cartesianamente dispostas que geram efeitos espaciais magníficos.
Um ótimo passeio para aproveitarmos nosso poder de abstração e "viajar" dentro das obras.
Libertango - Astor Piazzolla
Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do evento.
Galeria Nara Roesler | São Paulo
Apresenta
Julio Le Parc
Abertura:
25 de novembro de 2017, às 11h – até 07 de fevereiro de 2018
Paralelamente
à grande retrospectiva de Julio Le Parc no Instituto Tomie Ohtake, a sede
paulista da Galeria Nara Roesler reúne trabalhos do icônico artista cinético. São
dez pinturas recentes da série Alchimie
(2016/2017), três esculturas do conjunto Torsion
(2004) e a projeção Alchimie Virtuel, que ocupa espaço central na exposição. Apresentada pela primeira vez na América Latina, a obra,
em realidade virtual, atualiza a questão da virtualidade que Le Parc vem
explorando há mais de 50 anos, como nas pinturas Réels et virtuels / serie Surface noir et blanc (anos 50), Volume Virtuel (anos 70), e nas
esculturas Cercle Virtuel (anos 60).
Por
antecipar essa discussão, Le Parc tornou-se reconhecidamente um visionário. Agora,
às vésperas de completar 90 anos, com essa obra em projeção, utiliza a
tecnologia para, finalmente, mergulhar na realidade virtual. “O trabalho de
Julio Le Parc simultaneamente experimental, visionário e lúdico, permanece
pertinente no presente, assim como foi nos anos de 1960, e suas preocupações
relacionadas à política, ao papel do público, ao artista e ao poder da
organização das artes são ainda relevantes e significativas”, escreve o crítico
Hans Ulrich Obrist, no catálogo da exposição Bifurcations. Galeria Perrotin, Paris, 2017.
As “alquimias” atuais, em acrílica sobre tela, são trabalhos
em grande escala, concebidos a partir de vários estágios de desenhos e de pinturas
menores que se expandem em composições modificadas progressivamente. “Em
algumas pinturas vemos um grande centro preto que, circulado por uma
sobreposição de cores agrupadas e sobrepostas, parece atomizado, o que provoca
um efeito simultaneamente desorientador e hipnótico”, diz Le Parc. A série Alchimie
foi iniciada em 1988, em forma de pequenos esboços surgidos a partir de
observações fortuitas do artista e que, aos poucos, foram concretizadas. “Essas
"alquimias" fazem parte da minha viva aventura, expressa em meu
trabalho como artista experimental”, afirma Le Parc.
Em Torsion, o artista reafirma essa persistência
em uma experimentação contínua, em que cada novo conjunto de obras tem suas
raízes no que já desenvolveu. A série de esculturas – que em tamanhos
monumentais ocupam espaços públicos de países como, México, Portugal, Estados
Unidos – está ligada ao espírito dos primeiros relevos, especialmente dos
"volumes virtuais" desenvolvidos nos anos de 70. Ainda que as obras em Torsion não sejam virtuais, mas reais com a contundente presença do
aço inox, esse material, por sua superfície acetinada, permite múltiplas
mudanças devido a sua maneira de atrair a luz. As esculturas guardam o
princípio seminal da produção do artista que corresponde, segundo ele, a um
processo simples: um esquema que determina o conjunto. “A maior parte é
organizada por sequências que podem ser de deslocamento, de rotação, de
ângulos, de posicionamento no espaço etc. A concepção, por sua racionalidade, permite
o surgimento de situações visuais que podem ir do simples reconhecimento de um
sistema de organização à impressão de caos”, completa.
Julio Le
Parc (n. 1928, Mendoza, Argentina) vive e trabalha em Cachan, na França. O
artista apresenta ao espectador uma visão divertida e desmistificada da arte e sociedade
por meio de suas pinturas, esculturas e instalações perceptualmente ilusórias.
Le Parc faz interagir cor, luz, sombra e movimento de modo que as formas
aparentem movimento, estruturas sólidas se desmaterializem, e a própria luz
pareça plástico. Como co-fundador do Groupe de Recherche d’Art Visuel (GRAV),
trabalhou para romper os limites na arte e a participação de espectadores
contribuiu diretamente com suas famosas esculturas cinéticas e ambientes de
luz.
A partir de
1960, no entanto, começou a desenvolver uma série de obras distintas que
utilizavam a luz “leitosa”: esses objetos, geralmente construídos com uma fonte
lateral de luz branca que era refletida e quebrada por superfícies metálicas
polidas, combinavam um alto grau de intensidade com uma expressão sutil de
movimento contínuo.
As obras de Le Parc foram tema de inúmeras exposições individuais
na Europa, América Latina e Estados Unidos, em instituições como o Pérez Art
Museum, Miami, EUA (2016); Museum der Kulturen
Basel, Basel, Suíça (2015); Bildmuseet, Umea, Suécia (2015); Malba,
Buenos Aires, Argentina (2014); Palais de Tokyo,
Paris, França (2013); Biblioteca Luiz
Angel Arango, Bogotá, Colômbia, (2007); Laboratorio Arte Alameda,
Cidade do México, México (2006); Castello
di Boldeniga, Brescia, itália (2004) entre outras. O artista também fez
parte de diversas exposições coletivas e bienais como: a Bienal Internacional de Curitiba, Curitiba, Brasil
(2015); Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil
(1999); Bienal de Havana, Havana, Cuba (1984); Bienal de São Paulo
(1967), a Bienal de Veneza em 1966 (quando recebeu o Prêmio) e a polêmica
exposição do MoMA, The Responsive Eye (1965). Como ato de protesto contra o
regime militar repressivo no Brasil, ele se juntou a artistas no boicote da
Bienal de São Paulo em 1969 e publicou um catálogo alternativo de Contrabienal
em 1971. As obras coletivas posteriores de Le Parc incluem a participação em
movimentos antifascistas no Chile, El Salvador e Nicarágua. Recentemente, Le
Parc tem sido objeto de grandes retrospectivas, como Form into action no Pérez
Art Museum, Miami, EUA (2016), Julio Le Parc na Serpentine Gallery, Londres,
Reino Unido (2014); Le Parc: Lumière no MALBA,
Buenos Aires, Argentina (2014); Soleil froid no Palais de Tokyo, Paris, França
(2013); Le Parc lumière na Casa Daros, Rio de Janeiro, Brasil (2013); e da
exposição Dynamo no Grand Palais, Paris, França (2013).
Exposição: Julio Le Parc
Abertura: 25
de novembro de 2017, às 11h - Até 07 de fevereiro de 2018.
Imagens:
Galeria Nara Roesler
Av. Europa,
655 – São Paulo. Tel - 2039-5454
De segunda a
sexta, das 10h às 19h, sábado, das 11h às 15h
Informações à Imprensa
Pool de Comunicação – Marcy
Junqueira
Atendimento: Martim Pelisson e Luísa
Teles
Fone: 11 3032 1599
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