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terça-feira, 25 de maio de 2010

Aguilar no CCBB - SP

Uma grande exposição, que de tão grande escapou à minha compreensão.

Sinto muita dificuldade em entender este tipo de "arte", onde um artista com 50 anos de carreira não procurou aprimorar a técnica de confecção de seus trabalhos, apresentando sempre telas infantilóides, de uma apresentação primária, desde o começo da carreira.

Os trabalhos dos anos 60 pelo menos nasceram de uma idéia que, de alguma maneira, foram fixadas em tela, apesar da tosca execução.

Nas décadas subsequentes percebi uma tentativa de aprofundamento nas tendências vanguardistas, seja lá o que isto signifique.

Será arte telas pintadas com um desenho básico e depois coberta de respingos de tinta ou rabiscos? Telas todas cobertas de tinta derramada ou aspergida, como as de Jackson Pollock, repetidas à exaustão? Telas cobertas de garranchos desenhados ou escritos?

As instalações e as vídeos instalações, infelizmente para qualquer artista, nunca me disseram nada, causando somente um grande enfado, sem me estimular; e estas não foram diferentes apesar de tê-las visto com atenção.

Perguntei a um dos monitores da mostra se ele havia gostado das obras, ele muito diplomaticamente me disse que gosta da polêmica, das discussões que possam surgir durante o evento, e que prefere música às artes plásticas. Deveria dar umas aulas no Instituto Rio Branco.

Como sempre uma exposição no CCBB - SP é sempre feita com uma linda montagem, realçadas pelo magnífico prédio.


Escolhi esta música de Caetano e Jorge Mautner por terem convivido com Aguilar em Londres durante seus exílios.




Eu não peço desculpas - Caetano Veloso e Jorge Mautner

Abaixo das imagens fornecidas pela Assessoria de Imprensa do CCBB, publicadas em alta definição o press release dos curadores.
















Centro Cultural Banco do Brasil apresenta a exposição “Aguilar 50 Anos”, de 11 maio a 18 de julho, em São Paulo

A primeira grande retrospectiva do artista apresenta trabalhos produzidos entre os anos 1960 e 2000

Com curadoria de Haron Cohen e produção da Arte 3, a mostra traz cerca de 75 pinturas e uma coletânea de gravuras, desenhos, filmes, videoarte e instalações, incluindo a inédita “Vestidos de Noiva”, que ocupará o hall central do CCBB

Décadas de 1960 e 1970 representadas nas telas ‘Anima’ e ‘Paisagem’

O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) apresenta em São Paulo, de 11 de maio a 18 de julho de 2010, a exposição “Aguilar 50 Anos”. Trata-se da maior retrospectiva já realizada do multiperformático artista paulistano José Roberto Aguilar, 69 anos, reunindo trabalhos produzidos ao longo de suas cinco décadas de carreira.

Com curadoria do arquiteto Haron Cohen, colecionador das obras de Aguilar desde os anos 1960, e produção da Arte 3, a mostra ocupará todos os andares do CCBB (exceto o subsolo), exibindo cerca de 75 pinturas do artista, divididas de forma cronológica.

No 3º andar estarão as obras da década de 1960, época em que Aguilar participa da 7ª Bienal Internacional de São Paulo e da mostra Opinião - 65, no MAM do Rio de Janeiro. Desta fase, serão vistas telas como ‘Anima’ (1963) e Conversa’ (1965). No mesmo piso, serão apresentadas as obras dos anos 1970, quando o artista vai morar fora do Brasil e começa a se dedicar à videoarte. Entre os destaques que estarão na mostra, ‘Paisagem’ (1971), da série Londres, ‘Macunaíma’ (1974), da série Transformação do Tabu em Tókio, e I Ching’ (1975), da série Nova York.

Na sala do 2º andar, serão expostas pinturas da década de 1980, marcada pela participação de Aguilar em diversas mostras, no Brasil e exterior, e pela criação de sua Banda Performática. Entre as mais de 20 telas, estarão ‘Homenagem a Bukowski’ (1982), ‘The Most Beautiful Cup of Tea’ (1984), da série Japão, e ‘Einstein’s Dreams’ (1983). Também neste piso, as obras dos anos 1990, como ‘O Papa Iluminado’ (1992).

Os anos 2000 serão lembrados no 1º andar, onde além de telas, como ‘O Circo de Calder’ (2000), da série Rio de Poesias, e ‘Bandeira dos Visionários (Getúlio)’ (2003), da série Brasil de Aguilar, haverá cinco instalações do artista: ‘Jardim de Alice’ e uma série de quatro trabalhos - apresentados pela primeira vez em 2005, no Instituto Tomei Ohtake - em que uma figura feminina projetada interage com objetos reais, como uma ducha e uma poltrona.

No térreo, ao entrar no CCBB, o visitante irá se deparar com ‘Estrela Senna’ (2001), uma gigante pintura de Aguilar, com mais de 10 metros de comprimento e dois de altura. Também verá uma instalação construída a partir de esculturas de vidro denominadas “espadas de luz” e a inédita ‘Vestidos de Noiva’, que foi criada especialmente para esta mostra e ocupará o hall central do CCBB.

Outras artes - Além das pinturas selecionadas, “Aguilar 50 Anos” abordará a videoarte - técnica em que o artista é considerado um dos pioneiros -, exibindo trabalhos célebres, como ‘Divina Comédia Brasileira’ (1980) e ‘Sonho e Contra Sonho’ (1981). A mostra terá ainda gravuras, cartazes, desenhos e livros produzidos por Aguilar e discos da Banda Performática.

O multiperformático Aguilar - Pintor, videomaker, performer, escultor, músico e escritor, José Roberto Aguilar nasceu em São Paulo, em 1941. Estudou economia, mas, autodidata, em 1958, já participava da vida cultural paulistana, integrando o movimento performático-literário Kaos, de Jorge Mautner.

Em 1961, realizou sua primeira exposição e em 1963, foi selecionado para participar da 7ª Bienal Internacional de São Paulo. Considerado um dos pioneiros da nova figuração no Brasil, participa da mostra Opinião - 65 no MAM, em 1965. Durante a agitada década, mantém um ateliê da R. Frei Caneca, que é freqüentado por alguns dos principais responsáveis pela renovação política e cultural por que passava a vida brasileira.

Na virada dos anos 1970, deixa o Brasil. Vive em Londres, de 1969 a 1972, e realiza exposição em Birmingham. Entre 1974 e 1975, mora em Nova York, onde começa a realizar um trabalho pioneiro de videoarte. Volta ao país e em 1977 participa da 14ª Bienal Internacional de São Paulo com a instalação Circo Antropofágico, em que expõe 12 monitores de TV, e ganha o Prêmio Governador do Estado. No ano seguinte, participa de videoperformance no Centro Georges Pompidou, em Paris, e no Festival de Videoarte de Tóquio.

Na década de 1980, participa de diversas exposições, sendo um dos artistas brasileiros mais presentes em mostras no exterior, sobretudo nos Estados Unidos e Alemanha. Cria a Banda Performática, que realiza espetáculos em praças públicas, com destaque para o grande evento da Revolução Francesa, em 1989, em que coloca 300 artistas em cena na frente do estádio do Pacaembu e é visto por 10 mil pessoas. Compõe músicas, grava discos e lança o livro “A Divina Comédia Brasileira”.

Nos anos 1990, faz pinturas em telas gigantes e esculturas em vidro e cerâmica. Expõe no MASP e no MAM-SP. De 1995 a 2002, é diretor do espaço cultural Casa das Rosas, em São Paulo, em 2003, é nomeado representante do Ministério da Cultura na capital paulista. Em 2005, realiza uma individual no Instituto Tomie Ohtake. Atualmente também está em cartaz a produção mais recente de José Roberto Aguilar, com pinturas realizadas em 2010, na Galeria Millan".

Dos anos 1980, ‘Homenagem a Bukowski’, e dos 2000, ‘Bandeira dos Visionários (Getúlio)’ e ‘O Circo de Calder’

EXPOSIÇÃO “AGUILAR 50 ANOS”

Classificação Indicativa: livre – Ingresso: entrada franca

Abertura: 10 de maio

Período: 11 de maio a 18 de julho – terça a domingo, das 10h às 20h

Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo - R. Álvares Penteado, 112, Centro

Telefone: 3113-3651 e 3113-3652

Site: www.bb.com.br/cultura | www.twitter.com/ccbb_sp

Visita Mediada à Exposição:

Diariamente são realizadas visitas orientadas por arte-educadores em português e inglês. Para visitas de terça a sábado é necessário agendamento prévio pelo tel. (11) 3113-3649, de segunda a sexta, das 10h às 18h (máx. 45 pessoas por horário). Aos domingos, não há necessidade de agendamento e o atendimento é realizado mediante solicitação na bilheteria, no térreo, das 10h às 19h.

Transporte para Estudantes:

Serviço de transporte gratuito, de terça a sábado, para visitas de estudantes e grupos. Agendamento de acordo com ordem de solicitação, prioritariamente para escolas públicas, de segunda a sexta, das 10h às 18h, pelo tel. (11) 3113-3649.

Acessos:

Estações Sé e São Bento do Metrô. Praças do Patriarca e da Sé.

Acesso e facilidades para pessoas com deficiência física// Ar-condicionado // Loja // Cafeteria Cafezal

Estacionamentos:

Opções de estacionamentos particulares na Rua Boa Vista, Rua Senador Feijó e Rua Libero Badaró. Confirmar dias e horários de funcionamento.

Estacionamento Conveniado:

Estapar Estacionamentos - Rua da Consolação, 228, Edifícos Zarvos (R$ 10,00 pelo período de 5 horas. Necessário carimbar o ticket na bilheteria do CCBB). Informações: (11) 3256-8935

Van faz o transporte gratuito até as proximidades do CCBB – embarque e desembarque na Rua da Consolação, 228 (Edifício Zarvos) e na XV de novembro, esquina com a Rua da Quitanda, a vinte metros da entrada do CCBB.

Assessoria de imprensa

Sofia Carvalhosa, Viva Kauffmann e Renata Martins

Tel.: (11) 3083 5024

E-mail: sofiahc@uol.com.br

Assessoria de imprensa CCBB

Camila Val

Tel.: (11) 3113-3623

E-mail: camila.val@bb.com.br

7 comentários:

  1. Interessante! Tem cara de que tem intenção de provocar discussões e debates! bjs

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  2. Oi Márcia,

    O texto acima é a minha opinião a respeito das obras, me sinto muito incomodado em ver a super valorização de coisas banais ou da repetição de idéias alheias.
    Gostaria que alguém me ensinasse a perceber algum valor nestas obras, por enquanto continuo pensando que estes "artistas" são muito mais oportunistas do que qualquer outra coisa.
    Bjs

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  3. São tantos os pontos de vista, a partir dos quais se pode "dizer sobre a arte" manifesta na atualidade, que de fato, a dispersão é quase uma consequencia imediata, gerando por sua vez a indiferença. Ambas, dispersão e indiferença, por sinal, que caracterizam a contemporaneidade em sua gloriosa medíocridade, aclamada num bizarro show de horrores "midiáticos", encobertos e justificados sob o álibi econômico de que "de outro modo haveria prejuízos", afinal a grande maioria foi educada para consumir lixo; e ainda, de outro lado, pelo discurso, igualmente medíocre, de que este é o mais puro exercício da "democracia", estado totalitário no qual todos temos o direito a vomitar e requerer aplausos - há inclusive consultorias especializadas neste tipo de happening, amplamente utilizadas pela elite econômica.
    Enfim...talvez fosse o caso de se assentir com Hegel, admitir a morte da arte, mas, a verdade é que acoisa não é tão simples assim. A questão está mais para a indústria cultural mesmo - Adorno estava certíssimo: primeiro se fará o produto para os medíocres, e depois eles próprios o produzirão.
    Mas, há ainda uma consolação mística, a de que na expressão deste "cosmo" manifesto no lambuzar telas está o (ainda)inefável, porém, essencial e verdadeiro destino humano, qual seja, a pura desintegração da individualidade numa coversão de todas as experiência para um só instante de plenitude, eterno e imutável...porém...indefinível e, portanto, inefável!
    Diante desta triste realidade, seja qual for a noção que dela tenhamos, o "fato artístico", ao menos no que concerne às consagradas "vanguardas", às "instalações" (não seriam cenários?),às infinitas camadas de todo tipo de material sobre... (...talvez tela?)e similares...é que não há mais espaço para o sentimento, ao menos aqueles que eram conhecidos - amor, ódio, angústia, devoção...Daí considerar isto tudo realmente triste, muito mesmo, porque, se não há mais espaço na arte, ao menos, para a manifestação de sentimentos conhecidos por todos, então o que morreu não foi a arte...fomos todos nós.

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  4. carìssimo maca ,estou contigo .......este cara é um preguiçoso; veja bem ,mesmo o mais ( se é que existe ) simples ,ou menos sofisticado dos trabalhos do chagall tem
    toda uma carga mística e uma execução primorosa tècnicamente.
    abraços e beijos

    Roc

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  5. Cada um expressa a arte de sua forma. Agora, na contemporaineidade, estamos sem distanciamento suficiente para uma posição exata sobre as expressões de arte. Por tanto, uma expressão que começa desde os anos 1960 e vem, e as vezes continua num visual parecido ainda nos anos 2010, nao quer dizer "oportunismo", convenhamos. Uma experiencia e vivencia de um artista com 50 anos de atuação, perpetuando sua arte, nos faz pensar sim na arte contemporanea. Ele viveu os dois períodos, e ainda acreditam que seja oportunimo? Jogada de marketing? Veja bem!
    Com reconhecimento até hoje, com certeza ainda temos historias pra escutar/ver e refletir sobre sobre essa jornada incessante.
    Conhecer a trajetoria do artista as vezes tambem faz bem para entender sua referencias, suas reflexoes, suas viagens e experiencias.
    Discutir sobre Arte é muito bom, mas com embasamento.
    Abç

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  6. Infelizmente, com você não se identificou, não sei como tratá-lo, mas...
    O objetivo destes comentários é sempre passar aos amigos e leitores deste blog minhas impressões sobre as obras e artistas em cada exposição.
    Agora, quanto a esta mostra específica, continuo achando que foram apresentadas manifestações rasteiras, que nunca poderão ser chamadas de arte.
    Penso que não preciso de embasamentos maiores para perceber que aquilo tudo é muito feio;acho também muito arriscado compartimentar ou rotular as formas de expressão artísticas em clássica, contemporânea, vanguarda, etc.
    Da arte gostamos ou não, e esta passou longe de me agradar.
    Quanto aos 50 anos de carreira, vale o velho ditado, “Voce pode enganar muitos por pouco tempo, ou enganar poucos por muito tempo..mas não pode enganar todos o tempo todo”.
    Abraços, e seja sempre muito bem vindo com seus comentários, que em muito enriquecem o debate.

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  7. Macário, convivi em Natal com artistas da geração de Aguilar e tentei compreender um pouco dessa arte, que acho, muito difícil, hermética, conceitual. Teríamos, se não fosse arte, de conversar com o artista para compreender o tema tratado. Mesmo assim, tento compreender cada estilo, pois não passam de expressões individuais, de percepções de mundo diferentes ou igauais às nossas. Quase enlouqueço querendo compreender Guaraci Gabriel e J. Medeiros (ambos artistas contemporâneos de Natal). Consegui, entretanto, fiquei com a minha percepção. A deles, como a de Aguilar, é bastante sofisticada, mental e trabalhada com muita razão, concretude.

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