Centro Cultural Banco do
Com curadoria de Rodolfo de Athayde e do Prof. Dr. Paulo Daniel Farah, a mostra reúne mais de 300 obras do século VIII ao XXI, vindas dos principais museus da Síria e do Irã, além do Líbano, do Brasil e de países da África
Serão expostas peças de ourivesaria, mobiliário, tapeçaria, vestuário, armas, armaduras, utensílios, mosaicos, cerâmicas, vidros, iluminuras, pinturas, caligrafia e instrumentos científicos e musicais
O Centro Cultural Banco do
Também estarão expostas peças vindas de países da África, como Mauritânia, Marrocos, Líbia e Burkina Faso, além do Líbano e do Brasil (manuscritos produzidos por muçulmanos), pertencentes ao acervo da BibliASPA (Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes). Além de obras de Nigéria, Mali e da cultura Tuaregue (povos nômades do Saara e do Sahel), do acervo Casa das Áfricas.
“Para ilustrar 13 séculos de uma civilização que conseguiu criar uma arte de caráter tão próprio e diverso, ao mesmo tempo com traços inconfundíveis, foi negociado um conjunto de obras que abrange um amplo leque de objetos úteis e decorativos, através dos quais é possível admirar o refinamento e os conceitos estéticos aplicados pelos artistas-artesãos em sua maioria anônima”, explica Athayde, que divide a curadoria da mostra com o Prof. Dr. Paulo Daniel Farah, diretor da BibliASPA.
Ocupando todo o espaço expositivo do CCBB – SP, “Islã” terá peças de ourivesaria, mobiliário, tapeçaria, vestuário, armas, armaduras, utensílios, mosaicos, cerâmicas, objetos de vidro, iluminuras, pinturas, caligrafia e instrumentos científicos e musicais. Trata-se de um acervo pouco visto internacionalmente e inédito no Brasil.
HISTÓRIA DA CULTURA ISLÂMICA
A mostra será organizada por salas temáticas, respeitando um sentido cronológico, mas sem se submeter ao rigor temporal. A idéia é proporcionar um passeio por 13 séculos de história da cultura islâmica, que nasce na Península Arábica e se expande com velocidade até dominar o território que foi da Península Ibérica até o pé do Himalaia, absorvendo e sincretizando culturas diversas dos povos conquistados ou convertidos. As salas terão a paleta típica da arte do Islã, nas cores verde e azul (no mesmo tom que originou os azulejos portugueses).
Na cenografia, estarão presentes padrões copiados do nicho direito da Grande Mesquita de Damasco, marco da primeira etapa da arte islâmica, construída entre 706 e 715 e decorada sob influência bizantina. Será criado um ambiente interno com motivos islâmicos, onde se verá um chafariz e a marca da exposição “Islã: Arte e Civilização”, criada pela designer Bete Esteves.
Um portão cenográfico da arquitetura muçulmana receberá o público na entrada da exposição. Diferentes mapas e uma linha do tempo contarão os períodos de expansão territorial do Islã, destacando os mais importantes acontecimentos vinculados aos territórios islâmicos. Na sequência, serão mostradas plantas arquitetônicas das principais mesquitas, como a Mesquita dos Omíadas, em Damasco, a Mesquita da Rocha, em Jerusalém, e a Mesquita Azul em Istambul com projeção em 360° graus.
Um dos grandes destaques de “Islã: Arte e Civilização” são os fragmentos originais do Palacio Al Hair Al Gharbi, na Síria, com peças que evidenciem a influência greco-latina e vitrines com objetos de cerâmica e vidro, de períodos do séculos VII ao XIII, como lâmpadas de azeite em cerâmica azul esmaltada. O fundo da sala é dominado por uma peça de madeira maciça com inscrições, usada como parte de uma barreira no século XI.
A viagem ao interior do Islã segue com a Miniatura de Shahnameh e outros desenhos similares, cuidadosamente ilustrados com textos que narram histórias do século XV, que pertenceram à livraria Real de Teerã, e uma série de objetos científicos, como o astrolábio plano do Palácio Golestan, em Teerã, e o curioso astrolábio esférico de Isfahan, do século XI, que representa um globo celeste. Estas peças se relacionam com um painel sobre o saber no mundo islâmico: as aventuras da Casa da Sabedoria, criada em Bagdá no século IX, os feitos do filósofo e médico Avicena, o resgate de Aristóteles pelo filósofo andaluz Averroes, entre outras mentes brilhantes que fizeram florescer essa civilização.
Um cofre guardará os tesouros da ourivesaria, com jóias da Síria do século XI, como brincos de ouro em forma de pássaros, pratas dos Tuaregues e uma exclusiva coleção de moedas antigas de várias épocas.
Depois surge a palavra e a escrita. Nesta sala, estará uma coleção de manuscritos e livros que mostram a arte da caligrafia na sua complexidade e riqueza. Um antigo exemplar do século IX de uma página do Alcorão em letras cúficas, escrito sobre pele de gazela, divide a atenção com as páginas douradas de outro Alcorão do século XVII, e um tecido bordado em ouro, que repete o padrão de uma “Sura” (versículo do Alcorão), vindo do Irã do século XVII. Há ainda uma pedra de basalto com inscrições em árabe, talvez um dos mais antigos testemunhos da língua árabe, datada do século VIII, e tábuas de escritura africanas, utilizadas na alfabetização e no aprendizado geral, e objetos para talhar e escrever.
“Na caligrafia árabe, as letras adquirem formas distintas conforme sua posição na palavra, o que permite uma flexibilidade ilimitada. A caligrafia representa uma arte extremamente refinada à qual se agregam os arabescos, entre o geométrico e o vegetal. Essa arte alcançou um equilíbrio harmonioso entre as diferentes letras e os padrões decorativos, em todos os seus estilos, desde as linhas retas, angulares, da escrita cúfica (originária de Kufa, no Iraque) à elegância cursiva da thuluth e às curvas proeminentes do estilo diwani”, explica o Prof. Farah, que divide a curadoria da mostra com Rodolfo de Athayde.
Os famosos tapetes persas, arte popular levada ao máximo requinte, que sobrevive intacto
Por último, somos levados ao interior do Palácio Azem, residência do Paxá, governador da Síria durante o período Otomano, último dos grandes impérios muçulmanos. Destaque para o mobiliário de poltronas e o baú crivados de madrepérolas, que são acompanhados por peças de artesanato, roupas e instrumentos musicais feitos pelo mais famoso luthier da Síria na época, Ahmad al-Hariri.
ARTE CONTEMPORÂNEA
O Centro Cultural Banco do Brasil também apresenta e patrocina a mostra “Miragens: Arte Contemporânea no Mundo Islâmico”, que será exibida de 9 de fevereiro a 3 de abril de 2011 no Instituto Tomie Ohtake. Com curadoria de Ania Rodriguez, é composta por 58 obras de 19 artistas contemporâneos.
Exposição Islã
Local: Centro Cultural Banco do
Rua Álvares Penteado, 112, Centro - Tel: (11) 3113.3651
Abertura: 17 de janeiro (convidados) - Exposição: 18 de janeiro a 27 de março
Idealização e Curadoria: Prof. Dr. Paulo Daniel Farah e Rodolfo de Athayde
Co-realização e Coordenação: Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes (BibliASPA)
Produção: Arte A Produções
Horários: terça a domingo das 10h às 20h - Entrada franca
Próximo às estações Sé e São Bento do Metrô. Praças do Patriarca e da Sé.
Acesso e facilidades para pessoas com deficiência física// Ar-condicionado // Loja // Cafeteria Cafezal
Estacionamento conveniado:
Estapar Estacionamentos – Rua da Consolação, 228, Edifícos Zarvos (R$ 10,00 pelo período de 5 horas. Necessário carimbar o ticket na bilheteria do CCBB).
Transporte gratuito até as proximidades do CCBB – embarque e desembarque na Rua da Consolação, 228 (Edifício Zarvos) e na XV de novembro, esquina com a Rua da Quitanda, a vinte metros da entrada do CCBB.
Exposição Miragens
Local: Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima 201 - Entrada pela Rua Coropés, Pinheiros – Tel. (11) 2245-1900
Abertura: 09 de fevereiro (convidados) - Exposição: 10 de fevereiro a 03 de abril
Curadoria: Ania Rodriguez
Horários: terça a domingo das 11h às 20h - Entrada franca
Visitas mediadas à exposição:
Diariamente são realizadas visitas mediadas por educadores em português e inglês. Para visitas de terça a sábado é necessário agendamento prévio pelo tel. (11) 3113-3649, de segunda a sexta, das 10h às 18h (máx. 45 pessoas por horário). Aos domingos, não há necessidade de agendamento e o atendimento é realizado mediante solicitação na bilheteria, no térreo, das 10h às 19h.
Transporte para estudantes:
Serviço de transporte gratuito, de terça a sábado, para visitas de estudantes e grupos. Agendamento de acordo com ordem de solicitação, prioritariamente para escolas públicas, de segunda a sexta, das 10h às 18h, pelo tel. (11) 3113-3649.
Assessoria de Imprensa:
Tel: (11) 3083 5024/ sofiahc@uol.com.br
Assessoria de Imprensa CCBB - SP:
Camila Val
(11) 3113-3623 / camila.val@bb.com.br
O que mais me encanta nessa cultura é a forma da escrita. O desenho das letras por si só é uma poesia.
ResponderExcluirSensacional! Eu adoro as exposições dos CCBB. Pude ver as de África e América! Mito obrigado pela informação!
ResponderExcluirLinda exposição, fico morta de vontade de ver! bjs
ResponderExcluirBeleza... principalmente a música... que tanto gosto de ouvir quando necessito manter um contato maior com algo indefinido.
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