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domingo, 16 de outubro de 2011

Meia noite em Paris



"Let´s do it" de Cole Porter, com Ella Fitzgerald.


Com um certo atraso, finalmente consegui assistir a esse filme, que de tão falado e elogiado, já tinha até me criado um certa expectativa.

Partindo da ideia "prá" lá de manjada, já um clichê, do retorno no tempo, Woody Allen criou um roteiro ao mesmo tempo instigante, encantador e também empolgante, coisa meio difícil em suas obras anteriores.

Com uma cenografia espetacular, tanto nas cenas externas, quanto na recriação dos ambientes dos anos 20, é uma aula de cinema, de como contar uma história.

Com um time de atores corretos, com a exceção da maravilhosa Marion Coutillard, que é disparado a melhor figura do filme, conseguem conduzir a trama dentro de um fator de quase excelência.

Descobri também que os melhores filmes de Woody Allen são aqueles em que ele é somente o diretor, vide o magnífico Vick Cristina Barcelona, pois ele acabou por se tornar caricatura de si mesmo, sempre com os mesmos gestos e cacoetes, interpretando repetidas vezes o mesmo personagem, contando uma trama diferente. Penso ele tentou fazer com Owen Wilson, que tem um interpretação cheia de gagueiras e hesitações, quase que uma cópia de si mesmo como ator.

Um grande filme com uma trilha sonora melhor ainda, para acompanhar o comentário - "Let´s do it" de Cole Porter, com Ella Fitzgerald.








Um comentário:

  1. Maca, o próprio Woody Allen reconhece não ser um grande ator. Em algumas entrevistas, fala claramente que consegue interpretar muito bem o mesmo personagem. Aquele tipo neurótico, cheio de manias, cacoetes e tal. Isso, contudo, não desagrada seus admiradores, inclusive este que lhe escreve. Muito pelo contrário, é divertidíssimo ver como o mesmo personagem interage com outros em roteiros completamente diversos. Cria-se, então, uma certa magia, e me confesso um fã de carteirinha. Os textos são inteligentes e engraçados. Não tenho conhecimento suficiente para julgar a direção, mas já vi inúmeros depoimentos de atores e atrizes de primeiríssimo escalão (Diane Keaton, Diane Wiest, Sean Penn, para citar uns poucos) que rasgam elogios à sua maneira de deixar que criem, se quiserem, durante as filmagens. Não sei quantos filmes você viu dele, mas recomendo fortemente sua obra inteira. Você notará semelhanças e também suas marcas registradas. Uma delas é deixar que outros atores façam aquele personagem a que me referi no início. Afinal, sua idade já não permite que interprete alguém capaz de conquistar uma Scarlett Johansson ou uma Penelope Cruz, por exemplo. Cria, então, uma espécie de alter ego. Como você percebeu, o Owen Wilson fez bem neste Midnight in Paris, assim como Kenneth Branagh fez em Celebridades e Jason Biggs (prá mim o melhor deles) fez em Anything Else. Suas cenas com o Danny DeVito neste último são engraçadíssimas. Sua obra como autor e diretor já ultrapassa a marca dos quarenta filmes, o que por si só, já diz muito. Consigo entender porque os americanos, na sua grande maioria, rejeitam sua obra e preferem as grandes produções. Acho que tem a ver com o grande espetáculo com que estão acostumados. Em seus filmes, o espetáculo é o roteiro, a fotografia, as locações, o humor fino, as situações cotidianas, a complexidade dos relacões humanas. Como se sabe, é muito mais admirado na Europa do que nos EUA. Aqui existe um certo preconceito injustificável, sei lá. Muitos o criticam tendo assistido a dois ou três filmes apenas. Este Midnight in Paris é um de seus grandes, em minha opinião. De quebra, ainda tem Paris o tempo todo e em épocas diversas. Você elogiou a recriação dos ambientes dos anos 20, assim como a performance da Marion Coutillard, que havia visto anteriormente somente em Edit Piaf. Concordo com ambos os elogios. Taí um de seus grandes talentos. Parece que todos os gostariam de atuar em um de seus filmes. Até um Antony Hopkins se rendeu ao seu charme em You Will Meet a Tall Dark Stranger. E quase sempre aceitam um convite, ainda que o resultado financeiro seja bem aquém do que estão acostumados.

    Bom, vou ficando por aqui. Sempre que quiser falar sobre os filmes de Woody Allen, conte comigo. Como sabe, assisto a todos religiosamente. Dou-me também ao luxo de colecioná-los, para revê-los de vez em quando. Nem todos tem a graça e a beleza deste último, mas de uma maneira geral, tudo é muito legal. Curioso é que quem me levou assistir ao primeiro foi a Elaine, num cinema pequeno e sem ar condicionado da quente Piracicaba em meados dos distantes anos 80. Ela gosta de uns poucos e eu virei um fã. A propósito, este primeiro foi Zelig, por sinal, imperdível!

    Abs,

    John Boy

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