Pequena amostra do acervo do Instituto Moreira Salles com o tema dos panoramas ou paisagens brasileiras, tanto em gravuras como em fotografias, com inúmeras vistas do Rio de Janeiro.
Apresenta bem essas formas de registros históricos de vários pontos de observação das cidades.
O engraçado nestas mostras é ouvir as observações, às vezes tão estapafúrdias que fazem rir; imaginem que escutei a conversa de duas moças, em pose de intelectuais, dizendo que a predominância das imagens do Rio de Janeiro seria somente em função do fascínio que a beleza do lugar exerceria nos artistas, esquecendo-se que a cidade era a capital do Brasil, além do interesse de D. Pedro II, um amante e pioneiro da fotografia.
Esta sim, mais uma bela exposição com produção e montagem que criam ambientes que concentram por assunto as imagens mostradas.
Valsa de uma cidade - Caetano Veloso
Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Moreira Salles.
Jardim da Glória, com a avenida
Beira Mar à esquerda, e entrada da barra, Rio de Janeiro c. 1906
Marc Ferrez/Coleção Gilberto
Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles
Largo do
Capim, em frente à igreja de São Francisco, São Paulo, c.
1862
Militão
Augusto Azevedo/ Acervo Instituto Moreira Salles
Hotel Palm, São Paulo, c.
1862
Militão
Augusto Azevedo/ Acervo Instituto Moreira Salles
Botafogo e Ministério da
Agricultura, atual Museu de Ciências da Terra, Rio de Janeiro - Sem data
George Huebner e Libanio
Amaral/Acervo Instituto Moreira Salles
2º
Projeto do aterro da rua Direita ao morro do Chá, 1879
Jules
MARTIN (1832-c. 1907) - Litografia a sépia sobre
papel
Panoramas da
paisagem brasileira retratam o Brasil do século XIX
A Fundação Armando Alvares Penteado
(FAAP) e o Instituto Moreira Salles apresentam, a partir do dia 1º de abril, a
exposição Panoramas: a
paisagem brasileira no acervo do Instituto Moreira Salles. Com
280 obras, entre fotografias, desenhos e gravuras produzidas entre os anos de
1820 e 1920,
a mostra fica em cartaz até 17 de junho no Museu de Arte
Brasileira (MAB-FAAP).
Para os curadores Carlos Martins
(consultor de iconografia brasileira do IMS), Sergio Burgi (coordenador de
fotografia do IMS) e Julia Kovensky (coordenadora de iconografia do IMS), o
objetivo da exposição, ao reunir os acervos fotográfico e iconográfico do
Instituto Moreira Salles, é apontar os procedimentos que moldaram a
representação da paisagem brasileira no decorrer do século XIX.
Na
exposição
serão exibidas gravuras, desenhos e litografias de artistas
viajantes, como os alemães Johann Moritz Rugendas e Carl Friedrich von Martius e
o inglês Charles Landseer, entre outros que passaram pelo Brasil. “Empenhados em
registrar tudo o que viam, esses artistas deixaram um grande legado em papel:
esboços naturalistas, estudos preparatórios, aquarelas e gravuras, que,
reproduzidas em larga escala, ilustravam álbuns de suvenir e livros de viagem”,
explica Carlos Martins.
Em relação à
fotografia, os visitantes poderão ver obras de renomados fotógrafos
estabelecidos no Brasil como Augusto Stahl, Victor Frond, Militão Augusto
Azevedo, Georges Leuzinger, Marc Ferrez, entre outros. “Esses fotógrafos se
especializaram no registro da paisagem urbana e natural e deixaram um legado
primordial para a história e memória do país”, acrescenta Sergio Burgi.
As imagens apresentadas nesta
exposição retratam o Rio de Janeiro, então capital do Brasil, e antigas regiões
coloniais e cafeeiras do século XIX, como São Paulo, Salvador, Recife, Olinda,
Santos, Mariana e Ouro Preto. Também compõem a mostra panoramas com registros da
vegetação, de rochas, rios e cadeias de montanhas, temas apreciados por
viajantes e naturalistas, além de registros fotográficos produzidos, por
exemplo, por Marc Ferrez para a Comissão Geológica e Geográfica do Império e por
Georges Leuzinger para o naturalista Louis Agassiz.
Maria
Izabel Branco Ribeiro, diretora do MAB-FAAP, explica que na versão paulistana da
mostra, que já passou pelo Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro em 2011,
os curadores incluíram vistas de São Paulo em outras épocas. “Desta forma, o
público poderá estabelecer comparações com seus pontos de referência e tornar a
visita uma experiência significativa”, acrescenta.
Pesquisador e Crítico
de fotografia, o Prof. Rubens Fernandes Junior, diretor da Faculdade de
Comunicação e Marketing da FAAP, enfatiza que a exposição destaca o artifício
imagético que surpreendeu as visualidades da segunda metade do século XIX e
meados do século XX.
“Graças às novidades
tecnológicas criadas a partir do desenvolvimento científico, o homem pôde ter a
primeira experiência imersiva vivenciada em profundidade. A visão
panorâmica permite ver um contexto que não percebemos cotidianamente diante de
uma ampla vista. Com a fotografia panorâmica e com os espaços específicos
criados para sua apreciação, a imagem técnica ganhou uma compreensão mais
acurada da realidade”, declara o Prof. Rubens.
Espaços
e Estruturas
Para a mostra, os organizadores
prepararam a reconstituição cenográfica de uma rotunda, grande atração nas
principais cidades européias no final do século XVIII e início do século XIX. As
rotundas eram edifícios de forma cilíndrica construídos especialmente para
abrigar grandes panoramas. Na exposição, será exibida uma vista do Rio de
Janeiro, mostrada em Paris no ano de 1824. A imagem, que terá
11
metros de perímetro em uma estrutura circular, foi a
primeira representação do Brasil na Europa.
Também será montada uma sala
equipada com cinco projetores e uma tela de 3 metros de altura por
20
metros de comprimento, em formato semicircular, com
projeções sequenciais de panoramas de cidades brasileiras entre fotografias e
gravuras. A ideia é propiciar aos visitantes a sensação então experimentada
pelos frequentadores desse entretenimento urbano que é o precursor do cinema.
Haverá ainda na mostra uma sala
voltada para a história dos ofícios relacionados à captação e reprodutibilidade
da imagem, na qual serão exibidos e descritos os materiais e técnicas utilizados
no registro iconográfico e fotográfico do século XIX: pedras litográficas,
câmaras escuras (réplicas de princípio de equipamentos dos séculos XVI e XVII
que instrumentalizaram os artistas no período anterior à invenção da
fotografia), máquinas fotográficas, lentes e equipamentos que pertenceram ao
fotógrafo Marc Ferrez, entre outros itens.
As técnicas de
impressão, conjuntamente com a fotografia, propiciariam o desenvolvimento dos
processos de reprodução da imagem por meios fotomecânicos, que facilitaria ainda
mais a multiplicação da imagem. Aliado a esta expansão da comunicação por meio
da circulação de imagens em múltiplos suportes, o formato panorâmico se
estabeleceu ao longo do século XIX como uma das principais formas de
representação iconográfica.
A Coleção Martha e
Érico Stickel de iconografia, incorporadas recentemente ao acervo do IMS,
enriqueceu ainda mais o conteúdo da exposição. A presente exposição, a partir da
seleção de obras do acervo do IMS, se faz possível graças à recente incorporação
da Coleção Martha e Érico Stickel de iconografia. Essa contribuição ao acervo é
significativa, uma vez que somada à coleção de fotografia oitocentista existente
no Instituto, onde se destaca a Coleção Gilberto Ferrez, propicia, nessa mostra,
indicar muitos dos procedimentos e atitudes que moldaram a representação da
paisagem brasileira, contribuindo para a formação da imagem do país no decorrer
do século XIX e sua subsequente divulgação no exterior.
Momentos
e Movimentos
Além
de ‘Panoramas: a paisagem brasileira no acervo do Instituto Moreira Salles’, o
público que vier ao MAB-FAAP poderá conferir também a exposição “Momentos e
Movimentos”, que reúne cerca de 170 imagens que integram a coleção de
fotografias do acervo da FAAP. Em cartaz até 29 de abril, a mostra percorre o
mundo da fotografia moderna e contemporânea, por meio de imagens captadas pelas
lentes de 34 fotógrafos, entre brasileiros e estrangeiros. A exposição está
dividida em cinco espaços: Moda, Comportamento e Estilo; O Corpo e suas Formas;
O Retrato: atitudes e atuações diante do aparelho; Experimentações e Sonhos; e
Fotomontagem.
Ambas
as exposições podem ser visitadas de terça a sexta-feira, das 10h00 às 20h00, e
aos sábados, domingos e feriados, das 13h00 às 17h00, com entrada
gratuita.
Panoramas:
a paisagem brasileira no acervo do Instituto Moreira
Salles
Período: De 1º de abril a 17 de junho
de 2012
Horário: De terça a sexta, das 10h às
20h.
Sábado, domingo e
feriados, das 13h às 17h.
Fechado às segundas-feiras,
inclusive quando feriado
Local:
Museu de
Arte Brasileira (MAB-FAAP)
Endereço: Rua Alagoas, 903 –
Higienópolis
Telefone: (11)
3662-7198
Entrada
Gratuita
Informações
para a imprensa:
(11)
3371-4490
Fernanda Grandino -
IMS
(11)
3371-4424
Fabiana Dourado -
FAAP
(11) 3662-7270/
3662-7271
Carolina Vivas -
FAAP
(11)3662-7270/
3662-7271
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