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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Chove no Cafezal. Mabe, da Figura à Abstração

Uma exposição que ilustra a transição de Manabu Mabe do figurativo, que ele exercia com magnífica competência, ao abstracionismo.

Com obras que não vão além de 1965 como data de  realização, apenas aponta para o que seria seu trabalho abstrato nos anos seguintes.

Aqueles trabalhos inconfundíveis, sofisticados, muito bem pensados e melhor ainda executados, que se tornaram sua marca registrada, fixando assim seu estilo.

Pena que grande parte de suas telas dessa fase foram perdidas num acidente aéreo sobre o oceano Pacífico, em trânsito de volta de uma grande retrospectiva sua no Japão. Um detalhe curioso desse acidente foi que o piloto desse cargueiro era o mesmo que havia caído com o avião da Varig em Paris alguns anos antes.

Pude perceber, com grande pesar, que algumas das pinturas necessitam urgentemente de restauro, pois já estão perdendo pedaços das tintas que se ressecaram. Os donos das obras, ou o Instituto Manabu Mabe devem se atentar e cuidar desse tesouro, pois esse é um desastre que pode ser evitado.



Flor do Cafezal - Suzana Salles, Lenine Santos e Ivan Vilela

Abaixo das imagens, o "press-release" fornecidos pela assessoria de imprensa da Caixa Cultural.








CAIXA CULTURAL SÃO PAULO FAZ CHOVER NO CAFEZAL
Exposição “Chove no Cafezal” apresenta série de desenhos do artista plástico Manabu Mabe realizados entre 1945 e 1959

A CAIXA Cultural São Paulo inaugura, no próximo sábado (18), a partir das 11h, a exposição “Chove no Cafezal. Mabe, da Figura à Abstração”, que reúne 30 pinturas e cinco desenhos de autoria de Manabu Mabe (1924 – 1997), realizados de 1945 a 1959, quando o artista conquistou o Prêmio de Melhor Pintor Nacional, na V Bienal de São Paulo. Com curadoria do crítico de arte Enock Sacramento, a exposição fica em cartaz até 17 de julho, com entrada franca e patrocínio da Caixa Econômica Federal.
“A exposição documenta o período de transformação da linguagem pictórica de Manabu Mabe, da figura em direção à abstração, tendência que marcou a arte brasileira no final dos anos 1950, e que teve na obra do pintor sua representação mais consistente”, assinala o curador.
Ainda segundo Enock, as obras de Mabe, expostas na CAIXA Cultural, mostram a sua evolução para um abstracionismo gestual, muito pessoal, que concilia vigor e delicadeza, oriente e ocidente, apolíneo e dionisíaco. “Trata-se de obras belíssimas, corajosas, determinadas, frutos maduros de uma sensibilidade privilegiada, verdadeira orquestração de cores, que permeia a sonoridade íntima da música de câmara e a grandiosidade de uma sinfonia”, destaca.
Biografia:
Manabu Mabe nasceu em Kumamoto, no Japão, em 1924. Migrou para o Brasil aos 10 anos, dirigindo-se com a família para as fazendas de café da região noroeste do estado de São Paulo. Foi em Lins que Mabe pensou, pela primeira vez, em se tornar pintor profissional. Aprendeu, com o fotografo e pintor Teisuke Kumassaka, a preparar a tela e diluir tintas, começando a pintar a óleo. Em 1948, tornou-se um agricultor independente, com a compra de um cafezal.
Em depoimento ao curador, concedido em 1995, Mabe relembrou a dureza do trabalho no cafezal, o que lhe deixava somente os domingos e os dias chuvosos para pintar. “Chove no Cafezal” é o nome do livro que reúne uma série de artigos autobiográficos de Manabu Mabe, publicado, na primeira metade dos anos 1990, no jornal Nihon Keizai Shimbum, de Kumamoto, Japão.
Além do Prêmio de Melhor Pintor Nacional, Mabe também ganhou o prêmio de pintura, na segunda Bienal Internacional de São Paulo (1953), e o de destaque internacional na Bienal de Paris, dentre outros.

Em 1979, várias de suas obras perderam-se no mar, quando um Boeing Cargo da Varig desapareceu sobre o oceano, cerca de trinta minutos após a decolagem, em Tóquio. Nenhum sinal das obras, destroços ou corpos foi encontrado. É conhecido por ser o maior mistério da história da aviação, até os dias de hoje. Alguns dos quadros foram posteriormente refeitos pelo pintor.

Manabu Mabe faleceu em 1997, em São Paulo, por complicações decorrentes de um transplante de rim. Suas obras encontram-se nos museus de Arte Contemporânea de São Paulo, de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Nacional de Belas Artes (RJ), de Arte Contemporânea de Boston e de Belas Artes de Dallas, entre outros.

Serviço:
Exposição: “Chove no cafezal. Mabe, da Figura à Abstração”
Abertura: 18 de maio de 2013 (sábado), a partir das 11h – com visita guiada pelo Curador
Visitação: de 18 de maio a 17 de julho de 2013
Horário de visitação: de terça-feira a domingo, das 9h às 20h
Local: CAIXA Cultural São Paulo, Praça da Sé, 111, próximo à Estação Sé do Metrô
Informações, agendamento de visitas mediadas e translado (ônibus) para escolas públicas e instituições: (11) 3321-4400
Acesso para pessoas com necessidades especiais
Entrada franca
Recomendação etária: livre
Patrocínio: Caixa Econômica Federal

São Paulo, 08 de maio de 2013

Assessoria de Imprensa da CAIXA Cultural São Paulo (SP)
(11) 3103-5723/5413/5414
www.caixa.gov.br/imprensa | @imprensaCAIXA

3 comentários:

  1. Belas obras, realmente.
    Não conhecia a história sobre os acidentes aéreos, em especial com os quadros do Mabe.

    Grande abraço!

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    Respostas
    1. Olá José.
      Obrigado pela visita. Pois é trágicas coincidências.
      Abraços.

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  2. Macário, é com grande prazer que começo meu dia lendo e aprendendo sobre nossa cultura graças aos teus artigos muito pertinentes e bem escritos. Irei visitar a Exposição. Beijos, Elaine

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