Com obras que não vão além de 1965 como data de realização, apenas aponta para o que seria seu trabalho abstrato nos anos seguintes.
Aqueles trabalhos inconfundíveis, sofisticados, muito bem pensados e melhor ainda executados, que se tornaram sua marca registrada, fixando assim seu estilo.
Pena que grande parte de suas telas dessa fase foram perdidas num acidente aéreo sobre o oceano Pacífico, em trânsito de volta de uma grande retrospectiva sua no Japão. Um detalhe curioso desse acidente foi que o piloto desse cargueiro era o mesmo que havia caído com o avião da Varig em Paris alguns anos antes.
Pude perceber, com grande pesar, que algumas das pinturas necessitam urgentemente de restauro, pois já estão perdendo pedaços das tintas que se ressecaram. Os donos das obras, ou o Instituto Manabu Mabe devem se atentar e cuidar desse tesouro, pois esse é um desastre que pode ser evitado.
Flor do Cafezal - Suzana Salles, Lenine Santos e Ivan Vilela
Abaixo das imagens, o "press-release" fornecidos pela assessoria de imprensa da Caixa Cultural.
CAIXA CULTURAL
SÃO PAULO FAZ
CHOVER NO CAFEZAL
Exposição “Chove
no Cafezal” apresenta série de desenhos do artista plástico Manabu Mabe
realizados entre 1945 e 1959
A CAIXA Cultural
São Paulo inaugura, no próximo sábado (18), a partir das 11h, a exposição
“Chove no Cafezal. Mabe, da Figura à
Abstração”, que reúne 30 pinturas e cinco desenhos de autoria de
Manabu Mabe (1924 – 1997), realizados de 1945 a 1959, quando o artista
conquistou o Prêmio de Melhor Pintor Nacional, na V Bienal de São Paulo. Com
curadoria do crítico de arte Enock Sacramento, a exposição fica em cartaz até 17
de julho, com entrada franca e patrocínio da Caixa Econômica
Federal.
“A exposição
documenta o período de transformação da linguagem pictórica de Manabu Mabe, da
figura em direção à abstração, tendência que marcou a arte brasileira no final
dos anos 1950, e que teve na obra do pintor sua representação mais consistente”,
assinala o curador.
Ainda segundo
Enock, as obras de Mabe, expostas na CAIXA Cultural, mostram a sua evolução para
um abstracionismo gestual, muito pessoal, que concilia vigor e delicadeza,
oriente e ocidente, apolíneo e dionisíaco. “Trata-se de obras belíssimas,
corajosas, determinadas, frutos maduros de uma sensibilidade privilegiada,
verdadeira orquestração de cores, que permeia a sonoridade íntima da música de
câmara e a grandiosidade de uma sinfonia”, destaca.
Biografia:
Manabu Mabe nasceu
em Kumamoto, no Japão, em 1924. Migrou para o Brasil aos 10 anos, dirigindo-se
com a família para as fazendas de café da região noroeste do estado de São
Paulo. Foi em Lins que Mabe pensou, pela primeira vez, em se tornar pintor
profissional. Aprendeu, com o fotografo e pintor Teisuke Kumassaka, a preparar a
tela e diluir tintas, começando a pintar a óleo. Em 1948, tornou-se um
agricultor independente, com a compra de um
cafezal.
Em depoimento ao
curador, concedido em 1995, Mabe relembrou a dureza do trabalho no cafezal, o
que lhe deixava somente os domingos e os dias chuvosos para pintar. “Chove no
Cafezal” é o nome do livro que reúne uma série de artigos autobiográficos de
Manabu Mabe, publicado, na primeira metade dos anos 1990, no jornal Nihon Keizai
Shimbum, de Kumamoto, Japão.
Além do Prêmio de
Melhor Pintor Nacional, Mabe também ganhou o prêmio de pintura, na segunda
Bienal Internacional de São Paulo (1953), e o de
destaque internacional na Bienal de Paris, dentre
outros.
Em 1979, várias de
suas obras perderam-se no mar, quando um Boeing Cargo da
Varig desapareceu sobre o oceano, cerca de trinta minutos após
a decolagem, em Tóquio.
Nenhum sinal das obras, destroços ou corpos foi encontrado. É conhecido por ser
o maior mistério da história da aviação, até os dias de hoje. Alguns dos quadros
foram posteriormente refeitos pelo pintor.
Manabu Mabe faleceu
em 1997, em São
Paulo , por complicações decorrentes de um transplante de rim.
Suas obras encontram-se nos museus de Arte Contemporânea de São Paulo, de Arte
Moderna do Rio de Janeiro, Nacional de Belas Artes (RJ), de Arte Contemporânea
de Boston e de Belas Artes de Dallas, entre outros.
Serviço:
Exposição: “Chove
no cafezal. Mabe, da Figura à Abstração”
Abertura: 18 de maio de 2013 (sábado), a
partir das 11h – com visita guiada pelo Curador
Visitação: de 18 de maio a 17 de julho de
2013
Horário de
visitação:
de terça-feira a domingo, das 9h às 20h
Local: CAIXA Cultural São Paulo, Praça da
Sé, 111, próximo à Estação Sé do Metrô
Informações,
agendamento de visitas mediadas e translado (ônibus) para escolas públicas e
instituições: (11) 3321-4400
Acesso para
pessoas com necessidades especiais
Entrada
franca
Recomendação
etária:
livre
Patrocínio: Caixa Econômica
Federal
São Paulo, 08 de
maio de 2013
Assessoria de
Imprensa da CAIXA Cultural São Paulo (SP)
(11)
3103-5723/5413/5414
www.caixa.gov.br/imprensa |
@imprensaCAIXA
Belas obras, realmente.
ResponderExcluirNão conhecia a história sobre os acidentes aéreos, em especial com os quadros do Mabe.
Grande abraço!
Olá José.
ExcluirObrigado pela visita. Pois é trágicas coincidências.
Abraços.
Macário, é com grande prazer que começo meu dia lendo e aprendendo sobre nossa cultura graças aos teus artigos muito pertinentes e bem escritos. Irei visitar a Exposição. Beijos, Elaine
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