Qual é nossa reação ao confrontarmos um gênio, um ídolo? Êxtase? Contemplação silenciosa? Ou uma euforia discreta?
Eu ainda não consegui definir minhas emoções, ao ver todas essas maravilhosas obras de Henri de Toulouse-Lautrec. Já conhecia o personagem antes do artista ao ler a biografia "Moulin Rouge", de Pierre La Mure, que fazia parte da biblioteca da família ainda nos anos 70.
O MASP ainda nos primórdios da sede da Paulista foi quem apresentou a um menino curioso de boa memória, maravilhosas visões daqueles instantes antes só imaginados.
Além de obras trazidas de grandes museus do mundo, há que se observar que as mais belas são as do acervo do MASP, que ainda não descobri a razão, quase nunca estão na exposição permanente do acervo, do segundo andar.
Uma das grandes exposições do MASP, que o reafirmam como o mais importante museu de arte da América Latina, que marcará sua magnífica história.
Charles Trenet - Y'a d'la Joie
Abaixo das imagens, o "press-release" fornecidos pela assessoria de imprensa do museu.
MASP
apresenta primeira grande exposição de Toulouse-Lautrec no Brasil
Henri de Toulouse-Lautrec, O divã, circa 1893, acervo MASP
- Toulouse-Lautrec em vermelho apresenta algumas das mais célebres cenas de Toulouse-Lautrec sobre a vida noturna parisiense, com seus cabarés, cafés, salas de concerto e bordéis, e seus personagens, como prostitutas, boêmios e dançarinos.
- A exposição, inteiramente concebida e produzida pelo MASP e viabilizada com patrocínio exclusivo do escritório Pinheiro Neto Advogados, que em 2017 completa 75 anos, conta com empréstimos de importantes museus e coleções particulares, nacionais e internacionais, como Musée d’Orsay, de Paris; Tate e Victoria & Albert Museum, de Londres; The Art Institute of Chicago; National Gallery of Art, de Washington; e Museo Thyssen-Bornemisza, de Madrid.
O
MASP inaugura, no dia 29 de junho, Toulouse-Lautrec em
vermelho, a maior exposição dedicada à obra do francês Henri de
Toulouse-Lautrec (1864-1901) já realizada no Brasil. Em torno do tema da
sexualidade, a mostra conta com 75 obras, entre pinturas, cartazes e gravuras,
que estão entre as mais emblemáticas do artista. Das onze obras de
Toulouse-Lautrec da coleção do MASP, a maior e mais importante em um museu da
América Latina, 9 estarão expostas; as demais serão empréstimos de alguns dos
principais museus e coleções particulares do mundo, tais como Musée d’Orsay, de
Paris; Tate e Victoria & Albert Museum, de Londres; The Art Institute of
Chicago; National Gallery of Art, de Washington; e Museo Thyssen-Bornemisza, de
Madrid.
Toulouse-Lautrec
foi um dos artistas centrais da Paris do final do século 19, ao capturar a
efervescência noturna da capital que despertava para a modernidade, quando suas
ruas foram iluminadas a gás e as mais diversas figuras passaram a se encontrar
nos espaços públicos, entre burgueses, boêmios, prostitutas, dançarinos e
artistas. Inteiramente concebida e organizada pelo MASP, Toulouse-Lautrec
em vermelho traz cenas de apresentações em cabarés, danças em
bares, bailes de máscaras, retratos de figuras da sociedade e do célebre bairro
Montmartre, que lhe renderam a fama ainda em vida. A exposição traz também cenas
interiores das
maisons closes, como eram chamados os bordéis da época,
com suas trabalhadoras em momentos de descanso e intimidade, em seus
afazeres cotidianos.
Três
dessas composições -- O
divã (circa 1893), Estudo
para No salão da rue des Moulins (1894) e As
duas amigas (1894) retratam o salão de entrada de um luxuoso bordel
parisiense na rue des Moulins, que Toulouse-Lautrec frequentou em meados dos
anos 1890. Com sofás de encosto alto e forrados de veludo escarlate, a decoração
do local serviu de sugestão para o título da mostra, cuja cor também é
seguidamente associada à sexualidade e ao prazer. As três pinturas são também as
primeiras obras que o público encontra ao adentrar o espaço expositivo do 1º
andar do MASP, na área dedicada ao universo da prostituição.
Toulouse-Lautrec
foi um frequentador assíduo da vida noturna de Montmartre, bairro boêmio ao
norte de Paris, que sobreviveu às transformações urbanísticas do prefeito
Georges-Eugène Haussmann (1809-1891), cujas reformas transformaram-na em uma
cidade elegante e organizada. O trânsito livre entre os bordéis e cabarés, tanto
de dia, quanto à noite, permitiu que o artista criasse relações de amizade e
confiança com os administradores e trabalhadoras dos locais, possibilitando que
lançasse um olhar singular, afetuoso e não moralizante sobre essas pessoas e
suas vidas.
Trabalhos
como Mulher
se penteando – Duas mulheres em camisola (1891), Estas
mulheres na sala de jantar (1893-95), Mulher puxando sua meia (circa 1894) e
Só (1896), por exemplo, retratam atividades domésticas
e banais, que fazem parte do dia a dia daquelas mulheres, como pentear o cabelo,
dividir refeições, ou ainda vestir a roupa e descansar, exaurida, depois de um
período de trabalho. Em vez de imagens eróticas, feitas para o consumo masculino
e heterossexual, Toulouse-Lautrec registrou momentos de intimidade de suas
personagens e seu corpos, a partir de um ponto de vista afetuoso. Nesse núcleo
encontram-se também 3 pinturas ovais, em forma de medalhões, que foram feitas
para decorar o salão de entrada de uma maison
close na rue d’Amboise. No entanto, no lugar de retratos de figuras
importantes, que normalmente decoram palácios, as obras retratam prostituas do
local.
As
áreas seguintes, no centro da galeria, são destinadas à representação da figura
humana e apresenta uma seleção de retratos não só de homens e mulheres da
sociedade, mas também de mulheres da classe trabalhadora. As composições A
grande Maria (circa 1886), Na
Bastilha (Jeanne Wenz) (1888) e Mulher
com echarpe preta (1882) revelam mulheres de corpo inteiro, que encaram de
frente o espectador, desafiando-o com o olhar. Elas contrastam com a
domesticidade e a “pureza” intencionadas, por meio do recato da pose ereta do
corpo e das flores ao fundo, como na pintura A
condessa Adèle de Toulouse-Lautrec (1880-82), ambientada durante o dia e de
acordo com o que se esperava de uma mulher no século 19. Em outras palavras,
nessa época em que Paris via surgir novos espaços de sociabilidade, como
teatros, café-concertos, restaurantes e bares, o espaço público, e
principalmente o espaço noturno, ainda era reservado apenas a homens. Mulheres
presentes nesses lugares, aos olhares burgueses, eram vistas como pouco
respeitáveis.
Nascido
em uma família da nobreza decadente, Toulouse-Lautrec transita entre os
universos burguês e proletário com desenvoltura. Devido à uma doença congênita
nos ossos, provavelmente consequência do casamento entre seus pais que eram
primos, teve suas pernas afetadas em dois acidentes, fazendo com que não se
desenvolvessem e mantivessem o tamanho das de um menino. No entanto, sua
dificuldade de locomoção não o impediu de estudar pintura e frequentar
ativamente a vida noturna parisiense, tema da última sessão, ao fundo da
exposição.
Algumas
das obras mais conhecidas de Toulouse-Lautrec estão reunidas aqui: Moulin de la Galette (1889), bar e
salão de dança da classe trabalhadora, localizado em um antigo moinho; além de
vários cartazes que o artista criava sob encomenda para divulgar os espetáculos
de dança e eventos dos cabarés ou ainda gravuras para peças de teatro e retratos
de atores e atrizes. Jane
Avril no Jardin de Paris (1893), Divan
Japonais (1892) e Troupe
da Mlle Églantine (1896) retratam sua amiga Jane Avril (1868-1943), célebre
dançarina do recém-inaugurado Moulin Rouge. O cabaré também foi tema de um de
seus cartazes mais populares, Moulin
Rouge (La Goulue) (circa 1891).
Além
de pinturas e gravuras, Toulouse-Lautrec
em vermelho apresenta cerca de 50 documentos da época, entre cartas, bilhetes, telegramas e fotografias do
artista e seu círculo de amigos. A coleção, reunida pelo editor Pedro Corrêa do
Lago ao longo de mais de 20 anos, cobre todo o arco temporal da vida de
Toulouse-Lautrec: desde sua primeira carta, aos 7 anos, onde apenas assina seu
nome; à última que escreveu, no verso de uma mensagem de seu amigo Paul Viaud à
sua mãe, alguns meses antes de sua morte, em 1901. Algumas correspondências e
fotografias são inéditas, nunca tendo sido publicadas ou exibidas. Essa é a
primeira vez que a coleção é exposta integralmente.
Toulouse-Lautrec
em vermelho dialoga de maneira próxima com outras duas exposições
que também abrem no mesmo dia, em um eixo pautado por representações da
prostituição. Uma delas reúne fotografias de Miguel Rio Branco, feitas em torno
da prostituição no bairro do Pelourinho, em Salvador, em 1979; a outra exibe
vídeos de Tracey Moffatt, feitos a partir de colagens de cenas de vídeo do
cinema de Hollywood do século 20. Essas três mostras, por sua vez, estão em
diálogo com outras monográficas: de Teresinha Soares e Wanda Pimentel,
atualmente em exibição no 2º subsolo e mezanino do 1º subsolo, respectivamente;
e, no segundo semestre, de Guerrilla Girls, Pedro Correia de Araújo (1874-1955)
e de Tunga (1952-2016). Todas essas exposições voltam-se para a mostra coletiva
Histórias
da sexualidade, que trata dos temas ligados à sexualidade e ao corpo, em
uma abordagem transversal, articulando vários acervos e artistas de diferentes
gerações e territórios, com núcleos dedicados à prostituição, ao nu, ao
homoerotismo, aos jogos sexuais, ao ativismo feminista e queer,
entre outros.
CATÁLOGO
No dia da abertura, o MASP também lança o catálogo da exposição (408pp., R$179), bilíngue, com reproduções de todas as obras da exposição, e ensaios inéditos de especialistas nacionais e internacionais, entre eles Richard Thomson, considerado o principal pesquisador da vida e obra de Toulouse-Lautrec, desde o fim da década de 1970. Os textos cobrem diversas áreas de pesquisa, tais como história da arte, sociologia e estudos de gênero.
No dia da abertura, o MASP também lança o catálogo da exposição (408pp., R$179), bilíngue, com reproduções de todas as obras da exposição, e ensaios inéditos de especialistas nacionais e internacionais, entre eles Richard Thomson, considerado o principal pesquisador da vida e obra de Toulouse-Lautrec, desde o fim da década de 1970. Os textos cobrem diversas áreas de pesquisa, tais como história da arte, sociologia e estudos de gênero.
Constituem
o catálogo os seguintes textos: “Toulouse-Lautrec em vermelho”, de Adriano
Pedrosa; “Toulouse-Lautrec no MASP: o escandaloso traço da liberdade”, de
Luciano Migliaccio; “Subculturas sexuais de Toulouse-Lautrec: intimidade e
alienação dentro e fora do bordel”, de Ruth E. Iskin; “A Paris lésbica de
Toulouse-Lautrec”, de Leslie Choquette; “Toulouse-Lautrec: notas sobre as
narrativas do vício”, de Richard Thomson; “Pais da arte moderna: mães da
invenção – As pernas erguidas para Toulouse-Lautrec”, de Griselda Pollock;
“Histórias de Toulouse-Lautrec na coleção do MASP”, de Eugênia Gorini Esmeraldo;
“Nota biográfica”, por Mariana Leme; e “Manuscritos de Toulouse-Lautrec”, de
Pedro Corrêa do Lago.
CRÉDITOS
Toulouse-Lautrec em vermelho tem curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, e Luciano Migliaccio, curador-adjunto de arte europeia, e assistência de Mariana Leme.
Toulouse-Lautrec em vermelho tem curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, e Luciano Migliaccio, curador-adjunto de arte europeia, e assistência de Mariana Leme.
A
mostra foi viabilizada graças ao patrocínio exclusivo de Pinheiro Neto
Advogados, que em 2017 completa 75 anos.
“A
associação com o MASP parece-nos natural, e viabilizar Toulouse-Lautrec em
vermelho com 100% de recursos próprios é uma grande oportunidade de compartilhar
com a cidade a comemoração deste marco tão especial para nós”,
afirma Alexandre Bertoldi, sócio gestor do escritório.
Cinco
anos mais jovem, o MASP também celebra seu aniversário em outubro deste ano.
Oriundos de um mesmo período histórico, MASP e Pinheiro Neto Advogados
construíram suas trajetórias guiados por ideias de vanguarda, criando espaços em
suas respectivas áreas para serem reconhecidos pelo pioneirismo. Fundado em
1942, o escritório forma parcerias com entidades de diversos setores,
principalmente em programas de responsabilidade social, tendo como foco ações
nas áreas de educação, cultura e meio ambiente. “Acreditamos
que é papel da iniciativa privada promover ações inclusivas, capazes de envolver
a sociedade e retribuir a ela parte daquilo que recebe”, completa
Bertoldi.
Assina
a expografia o escritório METRO Arquitetos Associados.
Contribuíram
com empréstimos as instituições e coleções particulares: Bibliothèque nationale
de France, Paris, França; Carnegie Museum of Art, Pittsburgh, EUA; Denver Art
Museum, Denver, EUA; Fondation Bemberg, Toulouse, França; Hammer Museum, Los
Angeles, EUA; Musée Calvet, Avignon, França; Musée d’Art Classique de Mougins
(MACM), França; Musée d’Orsay, Paris, França; Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid,
Espanha; Museum of Fine Arts, Budapeste; Museum of Fine Arts, Houston, EUA;
National Gallery of Art, Washington, EUA; National Gallery of Australia,
Canberra, Australia; Queensland Art Gallery, Australia; Rijksmuseum, Amsterdã,
Holanda; Tate, Londres, Reino Unido; The Art Institute of Chicago, EUA; Victoria
and Albert Museum, Londres, Reino Unido; Von der Heydt-Museum Wuppertal,
Alemanha; Coleção Mugrabi, Nova York; Triton Collection Foundation, Wuustwezel,
Bélgica.
SERVIÇO
TOULOUSE-LAUTREC
EM VERMELHOAbertura: 29 de junho, 20h
Data: 30 de junho a 1 de outubro de 2017
Local: 1º andar
Endereço: Avenida Paulista, 1578, São Paulo, SP
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terça a domingo: das 10h às 18h (bilheteria aberta até as 17h30); quinta-feira: das 10h às 20h (bilheteria até 19h30)
Ingressos: R$30,00 (entrada); R$15,00 (meia-entrada)
O MASP tem entrada gratuita às terças-feiras, durante o dia todo.
AMIGO MASP tem acesso ilimitado e sem filas todos os dias em que o museu está aberto.
O ingresso dá direito a visitar todas as exposições em cartaz no dia da visita.
Estudantes, professores e maiores de 60 anos pagam R$15,00 (meia-entrada).
Menores de 10 anos de idade não pagam ingresso.
O MASP aceita todos os cartões de crédito.
Acessível a deficientes físicos, ar condicionado, classificação livre.
Data: 30 de junho a 1 de outubro de 2017
Local: 1º andar
Endereço: Avenida Paulista, 1578, São Paulo, SP
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terça a domingo: das 10h às 18h (bilheteria aberta até as 17h30); quinta-feira: das 10h às 20h (bilheteria até 19h30)
Ingressos: R$30,00 (entrada); R$15,00 (meia-entrada)
O MASP tem entrada gratuita às terças-feiras, durante o dia todo.
AMIGO MASP tem acesso ilimitado e sem filas todos os dias em que o museu está aberto.
O ingresso dá direito a visitar todas as exposições em cartaz no dia da visita.
Estudantes, professores e maiores de 60 anos pagam R$15,00 (meia-entrada).
Menores de 10 anos de idade não pagam ingresso.
O MASP aceita todos os cartões de crédito.
Acessível a deficientes físicos, ar condicionado, classificação livre.
Estacionamento:
Convênios para visitante MASP, período de até 3h. É preciso carimbar o ticket do
estacionamento na bilheteria ou recepção do museu.
CAR
PARK (Alameda Casa Branca, 41)
Segunda a sexta-feira, 6h-23h: R$ 14,00
Sábado, domingo e feriado, 8h-20h: R$ 13,00
Segunda a sexta-feira, 6h-23h: R$ 14,00
Sábado, domingo e feriado, 8h-20h: R$ 13,00
PROGRESS
PARK (Avenida Paulista, 1636)
Segunda a sexta-feira, 7h-23h: R$ 20,00
Sábado, domingo e feriado, 7h-18h: R$ 20,00
Segunda a sexta-feira, 7h-23h: R$ 20,00
Sábado, domingo e feriado, 7h-18h: R$ 20,00
A4&Holofote
+55 11 3897-4122
Cristiane Nascimento – cristianenascimento@a4eholofote.com.brNeila Carvalho – neilacarvalho@a4eholofote.com.br
MASP
imprensa@masp.org.brtelefones: 3149-5898 / 3149-5899
www.masp.org.brfacebook.com/maspmuseutwitter.com/maspmuseu
instagram.com/masp_oficialsnapchat/maspmuseu
Uau! Essa exposição está de alto nível. Belos trabalhos!
ResponderExcluirFaleceu tão cedo... Mas deixou um acervo extraordinário.
Olá José, obrigado pela visita.
ExcluirSim, é uma magnífica exposição, como muitas que ocorrem aqui em São Paulo. Se você conseguisse vir algumas vezes por ano a São Paulo, teria a oportunidade de constatar que realmente ela é a capital latino americana da cultura.
Abraços.