Visualização de vídeos

Os vídeos e músicas postados neste espaço podem não ser visualizados em versões mais recentes do Internet Explorer, sugiro a utilização do Google Crome, mais leve e rápido, podendo ser baixado aqui.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Matisse na Pinacoteca do Estado

Tenho uma história antiga com Matisse, houve uma exposição em Nova York em 92, chamada Matisse - Uma Retrospectiva, pela qual perdi 40 minutos na fila dos ingressos e depois descobrir que só poderia adquiri-los para um horário que não me seria mais possível vê-la.
Um ano depois, já em Paris, tive a oportunidade de ver a mesma exposição, em uma versão reduzida no Centro de Exposições Georges Pompidou.
Confesso que pouco conhecia de Matisse, e isto foi uma coisa boa, pois as surpresas que tive valeram a espera.
Telas grandiosas, de um colorido arrebatador que não se pode sentir por fotos; é lógico que não gostei de tudo o que vi, mas, do que gostei, compensou em muito as pequenas decepções.
Agora a Pinacoteca do Estado nos traz uma exposição grandiosa, com obras muito significativas da produção artística de Matisse.
Apesar de ser uma ótima exposição, me senti um pouco desapontado, pois esperava rever algumas das telas grandiosas que tinha conhecido.
Um defeitos desta exposição foi o curador ter colocado artistas contemporâneos junto ao mestre, tentando nos mostrar pretensas influências sofridas em seus trabalhos. Continuo achando falta de assunto estas intromissões, feitas, penso eu, para completar o espaço físico dos locais das mostras.
Para quem ainda não conhece Matisse e para quem já o conhecia, é um excelente programa, pois há quadros deslumbrantes, que apesar de pequenos, não são obras menores do artista.
Esta mostra estará em São Paulo até domingo, dia 1 de novembro, portanto corram, pois não sabemos quando teremos nova oportunidade.

























Ao lado do amigo – e rival – Pablo Picasso (1881-1973), Henri Matisse (1869-1954) integra a dupla de artistas plásticos mais influentes e valiosos do século XX. Velho conhecido dos paulistanos, o espanhol Picasso foi tema de diversas mostras na cidade, a última delas uma retrospectiva na Oca, em 2004. Já o francês Matisse, autor de obras-primas como o óleo sobre tela acima, nunca havia sido tema de uma exposição individual por aqui. Essa lacuna será enfim preenchida com Matisse Hoje, em cartaz na Pinacoteca do Estado a partir de sábado (5). Estarão expostos 93 telas, gravuras, desenhos, colagens e esculturas. Comparecem ainda cinco nomes contemporâneos que produzem trabalhos inspirados no mestre.
Montar uma mostra como essa exige um longo e complexo processo de bastidores. A agitação começou em 2005, o Ano do Brasil na França. "Falava-se na possibilidade de fazermos o Ano da França no Brasil, e o governo francês mostrou interesse em trazer uma exposição à Pinacoteca", diz o diretor do museu, Marcelo Araújo. "Logo sugeri o Matisse, que não teve por aqui a mesma representatividade de seus contemporâneos." Instituições indicadas pelo governo francês, como o Centro Georges Pompidou, a Biblioteca Nacional e o Museu Matisse (localizado na cidade natal do pintor, Le Cateau-Cambrésis), aceitaram ceder obras, assim como um colecionador particular de Nova York e o Masp, que emprestou um quadro.
Matisse Hoje consumiu um orçamento de 2 milhões de reais. Marchands estimam que metade desse valor corresponda ao seguro. Em exposições desse porte, as obras são enviadas em voos de carreira, no compartimento de carga, sobre plataformas de metal. Dependendo do tamanho dos quadros ou das esculturas, os trabalhos têm de vir em aviões de carga. Viajam sempre em grupos pequenos – para minimizar os prejuízos em caso de acidente. São embalados em caixas de madeira revestidas de espuma, para diminuir os danos de eventuais batidas. O transporte do Aeroporto de Guarulhos até o prédio da Luz foi feito em caminhões escoltados por seguranças armados. Antes de serem abertas, as caixas descansam por 36 horas em uma sala climatizada (a temperatura fica entre 19 e 21 graus). Funcionários dos museus franceses, chamados de couriers, acompanham as obras durante todo o percurso e supervisionam desde a abertura das caixas até a fixação na parede. "Alguns são neuróticos: mudar o local de uma tela sem avisar pode ser traumático", conta o coordenador do núcleo de montagem da Pinacoteca, Mario Bibiano. Ele e as outras quatro pessoas de sua equipe trabalham sempre com luvas de silicone e algodão. Tanto cuidado tem explicação. Uma pintura de Matisse é avaliada, em média, em 20 milhões de dólares. Há seis meses, um óleo que pertencia ao estilista Yves Saint Laurent alcançou o valor recorde do artista: 32 milhões de euros, o equivalente a 85 milhões de reais.
Muitos paulistanos poderão se frustrar ao ver que alguns trabalhos essenciais de Matisse não estarão expostos na Pinacoteca. "Os museus não emprestam obras emblemáticas", explica Regina Teixeira de Barros, que dá assistência à curadora Emilie Ovaere, do Museu Matisse. "Além de elas serem importantes na coleção, sua ausência causaria protestos de turistas." É o caso da célebre A Dança (1910), pertencente ao acervo do Hermitage, de São Petersburgo. Ainda assim, o conjunto trazido é valioso e, sobretudo, amplo: abarca as várias fases de Matisse, das naturezas-mortas em cores fortes e retratos de mulheres às esculturas de bronze influenciadas por Auguste Rodin, além de um exemplar dos papiers découpés (papéis recortados), série de colagens realizada no fim de sua vida.

Henri Matisse. Pinacoteca do Estado. Praça da Luz, 2, 3324-1000, Metrô Luz. Terça a domingo e feriados, 10h às 18h. R$ 6,00. A bilheteria fecha meia hora antes. Grátis aos sábados. Até 1º de novembro. A partir de sábado (5).












Um comentário: