Esta exposição me fez refletir sobre vários aspectos da época do 50 anos em 5, escolhi desta vez duas músicas porque ilustram perfeitamente as conclusões a que cheguei.
O Planalto Deserto - Brasília, Sinfonia do Alvorada - Tom Jobim e Vinícius de Moraes
Um Gosto de Fim - Johnny Alf
Os anos JK - A Era do Novo, sendo levada na Caixa Cultural é uma coletânea de trabalhos Jean Manzon e Sérgio Vital Tafner Jorge, fotojornalistas muito importantes naquele cenário, pois são deles e de outros poucos as imagens mais significativas daquela época.
Observando as fotos tive a sensação de que o Brasil não tinha nenhum problema ou mazelas, não havia miséria e tudo era só progresso, placidez e um futuro róseo.
Imagino que estes repórteres estavam a serviço da máquina de propaganda dos governos de ocasião, inclusive Jean Manzon, que recém chegado ao país integrou o temido e famigerado DIP, o órgão de propaganda do Estado Novo, tendo depois aderido aos governos subsequentes, oferecendo seus préstimos.
Era uma época de ufanismo exacerbado, que foi necessário até para que a população aderisse os novos tempos, sem muitos questionamentos.
Me lembro das revista O Cruzeiro e Manchete, semanários de expressão nacional, onde nunca apareciam imagens que de alguma forma denegrissem o ideal criado pelos governantes.
A música de Tom e Vinícius faz parte da Sinfonia do Alvorada, encomendada para lançar odes à grande empreitada que foi a construção de Brasília.
Já Johnny Alf entrou por dois motivos, foi o precursor da Bossa Nova, movimento musical emblemático daqueles tempos e que foi embora este mês; é possível perceber nesta música de 1958, influências até hoje em outros compositores como Ivan Lins, Francys Hime e até Guilherme Arantes, nos acordes e a forma de tocar o piano.
Mais uma grande exposição da Caixa Cultural, que nos permite ampliar nosso conhecimento de fases e situações de nosso país.
Abaixo das imagens, "press-realese" da Caixa.
CAIXA CULTURAL SÃO PAULO APRESENTA OS ANOS JK: A ERA DO ‘NOVO’
Fotos e curso livre sobre a cultura brasileira nos anos de 50 e 60 resgatam cenas da política desenvolvimentista de JK
A exposição fotográfica “Os Anos JK: A Era do ‘Novo’” é composta por 75 imagens, que retratam momentos decisivos dessa época e cenas da sociedade brasileira em transformação, produzidas por dois mestres da fotografia no Brasil desse período: Sérgio Jorge, fotógrafo da extinta Revista Manchete (entre outros veículos de comunicação) e Jean Manzon, fotógrafo e cineasta com vasto acervo, trabalhando inclusive para o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) do governo brasileiro. De Manzon ainda serão expostos, numa pequena sala de exibição, um de seus filmes produzidos no período. Com curadoria de Carlos Eduardo França de Oliveira e Renato Suzuki, a exposição acontece dos dias 06 de março a 11 de abril de 2010 na Caixa Cultural São Paulo (Sé).
O evento patrocinado pela Caixa Econômica Federal se completa com fotografias do cinema brasileiro oriundas do arquivo da Cinemateca Brasileira e do arquivo pessoal do cineasta Roberto Santos, proporcionando uma viagem a um dos períodos mais emblemáticos e, por que não, belos da história brasileira.
AÇÃO EDUCATIVA
Um curso que abordará temas referentes ao universo cultural brasileiro nas décadas de 50 e 60 será oferecido gratuitamente dos dias 09 de março a 08 de abril de 2010. São ao todo 10 aulas ministradas por historiadores e profissionais ligados ao teatro, cinema, artes plásticas e arquitetura e acontecem todas as terças e quintas-feiras, das 19 às 21h, na Caixa Cultural São Paulo (Sé).
HISTÓRICO:
A chegada de Juscelino Kubitschek de Oliveira à presidência da República, em meados dos anos de 1950, coincidiu com um momento de transformações significativas no cenário brasileiro. Com seu lema “Cinqüenta anos em cinco”, JK, como foi apelidado por parte da sociedade brasileira e como entrou para a história, fez questão de associar sua gestão às ideias de “novidade”, “aceleração”, “transformação”, “modernização”, o que significava, em boa medida, uma tentativa de criar novos marcos para a cultura brasileira, que indicassem o “Novo”, porém que não rompessem com sua identidade.
O “Presidente Bossa Nova” simbolizou em sua gestão os sonhos de parte da sociedade brasileira, que viam nele ao mesmo tempo o arrojo projetado ao futuro e a solidez das relações familiares, algo de boemia, de charme, mas ao mesmo tempo a ousadia, materializada na gigantesca obra de construção de Brasília.
Naqueles anos, correntes e tendências da sociedade e cultura brasileiras, que se desdobravam há décadas, se cruzavam e se chocavam com tendências novas e que buscavam se consolidar por meio de rupturas éticas e estéticas. Na música, no teatro, na arquitetura, na política, no cinema, os anos JK significaram um momento de passagem, de transição da sociedade brasileira, a qual logo na seqüência entraria num longo período de combate polarizado, de oposições sistemáticas durante o regime militar. Por isso os anos JK são em grande medida uma “era do novo”, da ideia do “novo” como um valor em si.
A exposição fotográfica e o curso livre de história “Os anos JK: a era do ‘novo’” trazem esse período graças a diversos suportes – vídeos, sons, fotografias, textos – e buscam oferecer uma pequena amostra da experiência de transformação que ocorreu no Brasil no prazo de pouco mais de dez anos.
SERVIÇO:
Exposição: Os Anos JK: A Era do ‘Novo’
Abertura para convidados e imprensa: dia 06 de março de 2010, às 11h
Visitação: 06 de março a 11 de abril de 2010
Local: CAIXA CULTURAL São Paulo - Praça da Sé, 111 – Centro - São Paulo (SP) - Galeria D. Pedro II
Horários: De terça-feira a domingo, das 9 às 21h.
Informações e Agendamento para curso livre: (11) 3321-4400
Acesso para pessoas com necessidades especiais.
Entrada: franca
Recomendação etária: livre
Produção: Conceito Produções e Famiglia Produções
Patrocínio: Caixa Econômica Federal
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