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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

AS CONSTRUÇÕES DE BRASÍLIA

Brasília é umas das cidades mais fotogênicas que existem, não por suas belezas naturais, pois não as tem.

É por ser uma imensa obra de arte espalhada pelo nosso planalto central, tanto pelo urbanismo de Lúcio Costa, pelos palácios e prédios de Oscar Niemeyer e o paisagismo de Roberto Burle Marx.

São detalhadas também as várias intervenções de artistas como, Athos Bulcão, Frans Weissmann, Maria Martins, Pedro Corrêa de Araújo e André Bloc entre outros, que completam a decoração destas maravilhas.

Esta exposição no centro cultural Ruth Cardoso, da FIESP, nos mostra os vários aspectos de sua construção, desde a terraplenagem até a consolidação da democracia, com imagens da posse de Lula em 2002.

É muito interessante ver a complexidade usada na execução das obras, como a amarração das ferragens das cúpulas do congresso antes de sua concretagem, da montagens das colunas da catedral, entre outras.

Há também os registros de como viviam os candangos, tanto na Sacolândia, favela cujas casas foram feitas com os sacos de cimento usados nas obras, como no núcleo Bandeirante, vilarejo criado para ser primeiro pólo de ocupação dos trabalhadores da nova capital.

A música Faroeste Caboclo, da Legião Urbana, conjunto formado em Brasília, traz várias referências a situações que poderiam acontecer nestes rincões pioneiros.




Faroeste Caboclo - Legião Urbana



Abaixo da imagens, fornecidas pela assessoria de imprensa do SESI/SENAI, o "press-release" dos curadores.











SESI-SP E INSTITUTO MOREIRA SALLES ABREM A EXPOSIÇÃO AS CONSTRUÇÕES DE BRASÍLIA
A mostra, que reúne cerca de 200 fotografias e obras de artes visuais sobre a capital federal, será aberta à visitação pública gratuita a partir de 28 de setembro.
São Paulo, 17/09/2010 - Entre 28 de setembro deste ano e 16 de janeiro de 2011, a Galeria de Arte do SESI-SP, apresentará a exposição As construções de Brasília. A mostra conta com 140 fotografias do acervo do Instituto Moreira Salles, além de uma seleção de cerca de 60 obras de linguagens variadas, de artistas modernos e contemporâneos, que abordam a imagem da capital federal. A exposição, que tem entrada franca, é uma realização do Instituto Moreira Salles em parceria com o SESI-SP, e tem curadoria de Heloisa Espada, do IMS.
A coleção conjuga conteúdos de interesse histórico, estético e crítico. Organizada em dois núcleos, apresenta algumas das mais importantes fotografias sobre a construção e os primeiros anos da capital e, também, obras recentes que discutem os simbolismos de Brasília e a condição atual da arquitetura e do urbanismo contemporâneos.
O primeiro núcleo apresenta parte da valiosa coleção de fotografias de Marcel Gautherot, Peter Scheier e Thomaz Farkas, que hoje integram a coleção IMS, realizadas em Brasília, sobretudo entre o final dos anos 1950 e o início da década seguinte. Essa parte da mostra traz também obras gráficas e audiovisuais de Mary Vieira, Aloísio Magalhães e Eugene Feldman sobre a edificação e os primeiros anos da capital.
No segundo núcleo da exposição, a imagem da capital aparece em trabalhos de linguagens variadas por meio de mapas, cédulas de dinheiro, recortes de jornal, cartazes, cartões-postais, vídeos e fotografias. São obras realizadas por artistas de diferentes gerações como Waldemar Cordeiro, Cildo Meireles, Almir Mavignier, Regina Silveira, Orlando Brito, Emmanuel Nassar, Robert Polidori, Jac Leirner, Rubens Mano, Mauro Restiffe e Caio Reisewitz.
Saiba mais sobre os fotógrafos e destaques da mostra
A obra dos fotógrafos do acervo IMS é apresentada sob uma perspectiva histórica, com informações sobre as circunstâncias em que as imagens foram realizadas e sobre os veículos de comunicação em que foram divulgadas. Um dos destaques desse núcleo são as fotos do francês Marcel Gautherot sobre a construção da capital, bem como imagens das principais obras arquitetônicas de Oscar Niemeyer registradas no início dos anos 1960. Boa parte das obras de Gautherot vai além do registro técnico, mostrando um mundo novo, arejado e espaçoso, onde predomina a amplidão e o vazio. Da produção do alemão Peter Scheier, que esteve na cidade em 1958 e 1960, a exposição privilegia imagens do dia a dia dos primeiros habitantes de Brasília: cenas do Núcleo Bandeirante, de pedestres nas áreas comerciais das superquadras e de crianças indo à escola. Mostra também fotografias de arquitetura de sua autoria que, diferente das de Gautherot, registram paisagens urbanas recortadas por vidraças e venezianas, conferindo uma aparência multifacetada para a capital. Thomaz Farkas fotografou também o Núcleo Bandeirante e as primeiras favelas em torno do Plano Piloto. Fez ainda um retrato épico do dia da inauguração, mostrando o presidente Juscelino Kubitschek sendo aclamado pela população.
Os trabalhos de Mary Vieira, Eugene Feldman e Aloísio Magalhães reunidos nessa primeira parte da mostra revelam a construção simbólica da imagem de Brasília como ícone nacional. De Mary Vieira, é mostrado o cartaz e o livro de artista brasilien baut brasilia, realizados em 1957 e 1959, respectivamente, que se referem à participação do Brasil na exposição Interbau, em Berlim, em 1957. A exposição preparada por Mary Vieira apresentou pela primeira vez os projetos da nova capital do Brasil a um público europeu. De Aloísio Magalhães e Eugene Feldman, é mostrado o álbum Doorway to Brasília (1959), uma obra gráfica experimental na qual os monumentos de Brasília ganham uma feição pop. Também são apresentadas nesse núcleo cenas em 16 mm do canteiro de obras feitas pelo artista gráfico norte-americano Eugene Feldman, em 1959. As imagens coloridas, que enfocam, sobretudo, a figura do candango, estabelecem um interessante contraponto às fotografias de Gautherot, nas quais o destaque são as formas arquitetônicas.
Os trabalhos reunidos no segundo núcleo da exposição As construções de Brasília, por um lado, discutem o status da cidade como emblema da nação e, por outro, provocam uma reflexão sobre a condição atual da arquitetura e do urbanismo modernos. De representação do país do futuro, a capital passa a ser vista como palco de crises econômicas e políticas. Sob certos ângulos, ela perde sua dimensão monumental, chegando a se confundir com outras cidades do país.
Waldemar Cordeiro, por exemplo, participa com a obra Liberdade (1964), uma espécie de maquete com formas fragmentadas que lembram os monumentos da praça dos Três Poderes. O trabalho composto pela colagem de objetos, imagens de jornal e textos retalhados enunciam a desarticulação da proposta desenvolvimentista da era JK. Regina Silveira participa com a série de cadernos de cartões-postais intitulada Brazil Today (1977), obra que comenta o uso político, durante o período militar, de imagens idealizadas de ícones nacionais, tais como a paisagem do Rio de Janeiro, a rodovia Transamazônica e os monumentos de Brasília. De Jac Leirner, são mostradas obras da série Fase Azul realizadas nos anos 1990, cuja matéria-prima são notas de 100 cruzeiros e cruzados que circularam a partir de 1985, ilustradas com o rosto de Juscelino Kubistchek de um lado e um conjunto de monumentos da capital de outro.
Os fotógrafos deste núcleo mostram Brasília sob um ponto de vista muito diferente daqueles registrados nos anos de sua construção. Aqui, a aliança entre arte e poder perde sua dimensão utópica; a capital é vista como um cenário político disperso e carente de ideologias agregadoras. Ela é mostrada, sobretudo, como um organismo vivo, em constante transformação, muito além dos limites do Plano Piloto, repleta de ambiguidades e contradições.
Caio Reisewitz enfoca a relação entre estética e poder por meio de fotografias do palácio do Itamaraty. Mauro Restiffe mostra a série Empossamento, com fotos realizadas durante a festa de posse do presidente Lula, em 2003, nas quais não há políticos em cena. O que se vê é um ponto de vista distanciado de quem presencia a festa sem participar dela.
A videoinstalação futuro do pretérito (2010), de Rubens Mano, é formada por dois painéis, que mostram concomitantemente cenas do dia a dia no Plano Piloto e das cidades satélites de Brasília. Na obra, concepções de futuro e passado, preservação e abandono, planejamento e improviso, natureza e modernidade se confundem e se sobrepõem, fazendo com que, sob diversos ângulos, a capital federal se pareça com outras cidades do país.
Catálogo: As construções de Brasília
Além de reunir as obras expostas na mostra, a publicação tem textos de Heloisa Espada, do crítico de arte Lorenzo Mammì, do coordenador de fotografia do Instituto Moreira Salles, Sergio Burgi e da historiadora Anat Falbel.
As construções de Brasília
240 pp
ISBN: 978-85-86707-52-0
23 x 30 cm
R$ 90,00
SERVIÇO:
Exposição As construções de Brasília
Local: Galeria de Arte do SESI-SP – Av. Paulista, 1313 – metrô Trianon-Masp
Vernissage: dia 27/09/2010 (segunda-feira), às 19h30 – apenas para convidados
Datas e horários: de 28 de setembro de 2010 a 16 de janeiro de 2011 – às segundas-feiras, das 11h às 20h; de terça-feira a sábado, das 10h às 20h; e aos domingos, das 10h às 19h.
Informações: (11) 3146-7405 / 3146-7406 / www.sesisp.org.br/centrocultural
Entrada: franca
Recomendação etária: livre
Agendamento de grupos: (11) 3146-7396 – de segunda a sexta-feira, das 10h às 13h e das 14h às 17h.
SESI-SP e SENAI-SP / FIESP www.sesisp.org.br e www.sp.senai.br
Assessoria de Jornalismo Institucional
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IMS-SP

4 comentários:

  1. ellenizando:

    a (des) construção da reta
    nina rizzi

    abriram estradas
    em tudos ser-tão-só
    serraram tudos meus cerrados
    telhados sucateados
    meus velhos ferros
    escudos sedimentares
    bacias cristalinas
    des-dobramentos tão antigos

    roubaram pré-fixos
    pra de sujeitos
    nos sujeitar
    rodoviarismo-nos
    puseram-nos à três pés
    : transnacionismos
    impostismos
    indusdestrutismos
    a falar esse economiquês
    que é só deles
    entender
    que só se reproduz ideologias
    de quem os meios cosmunipula

    fizeram-nos citadinos
    candangos
    (e de suas desobrarias
    patrimornoanimalismos
    arte pra se comprar)

    rasgaram nossas veias
    e pronto
    : fuleiros ferrados
    *

    morei no df por uns 6 meses quando tinha 6 anos. sempre volto, mas não posso ficar...

    adorei essa postagem, macário.

    um beijo.
    adorei essa postage

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  2. Essas imagens provocam imediato retorno ao desenvolvimento fáustico dos tempos modernos. Deslumbramento, grandeza, estética, miséria e humanismo em todos os ferros e concreto. Parabéns pela bela postagem.

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  3. macário, hoje nossas cidades (más?) foram ellenizadas.

    um beijo :)

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  4. ooi , lindo seu blog *-*
    me segue? ja estou te seguindo
    kiss :*

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