Uma sensação quase mística ao entrar no salão onde estão expostas as duas peças. Um arrepio de puro êxtase me percorreu ao ver essas maravilhas.
Já disse aqui, várias vezes, que Portinari é o maior pintor brasileiro de todos os tempos, tento atuado em vários estilos até se fixar nessa sua estética, que é inimitável e inconfundível. Só mesmo em uma atitude de reverência é possível apreciar plenamente seus trabalhos.
A curadoria da mostra conseguiu ilustrar perfeitamente a grandiosidade desse projeto, desde sua concepção até sua instalação. Pena que essa tenha sido seu réquiem, já que proibido de lidar com as tintas a base de chumbo, não se intimidou e nos brindou com este tesouro, que é da humanidade, sublimando as nacionalidades. Pena que isso tenha agravado o envenenamento que o levou à morte.
Apesar da aridez do Memorial da América Latina, creio que o espaço foi perfeito ao seu propósito, com suas salas e salões monumentais que abrigaram adequadamente todas as obras.
O interessante foi notar a diversidade de pessoas que estavam ali para ver a mostra, crianças, jovens, adultos, idosos, artistas e turistas, todos muito atentos, aproveitando ao máximo sua visita.
Bachianas Brasileiras, No. 3 for piano and orchestra (1938), II. Fantasia (Devaneio)
Nashville Symphony Orchestra
Abaixo das imagens, o "press-release" fornecidos pela assessoria de imprensa do evento.
A exposição Guerra e Paz, de
Portinari apresenta em première mundial os dois últimos e maiores
murais criados por Candido Portinari (1903-1962), "Guerra" e "Paz", após
minucioso trabalho de restauro, realizado entre fevereiro e maio de 2011, que
trouxe de volta às obras o cromatismo intenso que caracteriza o trabalho do
pintor.
Os monumentais murais estarão
expostos junto a cerca de 100 dos estudos originais preparatórios
para "Guerra" e "Paz",
além de uma centena de documentos históricos, entre cartas e fotos, que contam,
em detalhes, toda a trajetória de criação das obras, encomendadas pelo governo
brasileiro para presentear a sede da ONU, em Nova York.
“É uma exposição
histórica, sem precedentes, oportunidade única de ver ‘Guerra’ e ‘Paz’ no Brasil
reunidos aos estudos. Nem o próprio pintor
teve a chance de ver todo este material em seu conjunto”, afirma João Candido
Portinari, fundador e diretor geral do
Projeto Portinari, responsável pela realização do Projeto Guerra e
Paz.
Os murais são
compostos, ao todo, por 28 placas de madeira compensada naval, com 2,2 metros de
altura por cinco metros de largura e pesam 75 quilos cada uma. A área total
pintada, uma superfície de 280 metros quadrados, é maior do que a do “Juízo
Final”, de Michelangelo, na Capela Sistina.
São Paulo é o primeiro destino da
fase itinerante das obras, que depois farão escala em outros países, como Japão
e Noruega (em Oslo, por ocasião da entrega do Prêmio Nobel da Paz em dezembro de
2012).
O local e a
cenografia
Para assumir a coordenação geral da
exposição, o Projeto Portinari convidou a empresa Expomus. Guerra e Paz, de Portinari
ocupará três
espaços do Memorial da América Latina. Com cenografia assinada por
Felipe Tassara e
Daniela Thomas, “Guerra” e “Paz” estarão no Salão de Atos e poderão ser vistos
pelo público em grupos de 150 pessoas, devido à limitação do espaço. Uma
apresentação audiovisual de cerca de 9 minutos será projetada sobre uma tela
também monumental a cada hora, mas a visitação aos painéis não é restrita a
estas sessões.
Já na Galeria Marta Traba estarão reunidos
cerca de 100 dos 180 estudos originais preparatórios para
“Guerra” e “Paz”, já catalogados pelo Projeto
Portinari, junto a documentos históricos, como cartas, depoimentos e fotos, que
contam, em detalhes, toda a trajetória de criação das obras. Obras de
coleções internacionais, como “Feras”, do Museo del Novecento de Milão, e
“Mulher Ajoelhada”, de uma coleção particular, também merecem destaque na
mostra.
Outro espaço a visitar será a
Biblioteca Victor Civita, que apresentará, sob forma digital, a obra completa de
Portinari por ordem cronológica. Pertencente ao Projeto Portinari, o acervo é
resultado do levantamento e catalogação de quase 5 mil obras e aproximadamente
30 mil documentos relacionados a estas obras, à vida e à época do pintor.
“O Memorial da América
Latina, além de dispor do espaço ideal para apreciação dos murais ‘Guerra’ e
‘Paz’, está localizado em uma área de fácil acesso a toda a população, o que
está totalmente de acordo com o objetivo maior do Projeto Guerra e Paz, e também
o do Projeto Portinari: dar acesso para que o grande público conheça a obra e a
mensagem de Portinari. Por isso, fazemos questão que a exposição Guerra e
Paz, de Portinari seja sempre apresentada com entrada franca”, diz
Maria
Duarte, diretora-executiva do Projeto Guerra e Paz.
“Concebido por Darcy
Ribeiro e Oscar Niemeyer, o Memorial carrega o ideal da integração dos povos,
uma bandeira brasileira pela paz. Promover essa exposição no local tem um
significado a mais pela parceria e amizade que os dois tiveram a vida
toda”,
complementa João Candido Portinari.
Patrocinadores e
apoiadores
A concretização do Projeto Guerra
e Paz só foi possível com o apoio financeiro do BNDES, e a realização da
exposição Guerra
e Paz, de Portinari em São
Paulo é apresentada pela Brazilian Finance and Real Estate (BFRE), companhia
referência no mercado brasileiro na estruturação de negócios
financeiro-imobiliários para pessoas físicas e
jurídicas.
A mostra conta também
com o patrocínio de O Boticário, do Banco do Brasil e dos Correios. As empresas Queiroz Galvão Exploração e Produção e
Redecard também participam do projeto.
Para a realização da
exposição, também foi fundamental o apoio da ONU, do Itamaraty, do Ministério
das Relações Exteriores, do Ministério da Cultura, do Governo de São Paulo, da
Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, da Fundação Memorial da América
Latina e da TV Globo
São Paulo.
Sobre os painéis “Guerra” e
“Paz”
Entre 1952 e 1956, Candido Portinari
realizou seus dois últimos e maiores murais, “Guerra” e “Paz”, encomendados pelo governo
brasileiro para presentear a sede da ONU, em Nova York. Dag Hammarskjold,
secretário-geral da ONU à época da doação, afirmou ser aquela “a mais importante
obra de arte monumental” doada à organização.
Localizados em local nobre, no hall
de entrada da Assembléia Geral, mas de acesso restrito aos delegados das Nações,
os murais “Guerra” e
“Paz” não podem ser
vistos ― nem mesmo durante as visitas guiadas
da ONU ― por razões de
segurança.
Por esse motivo, o Projeto Portinari
sempre sonhou em expor “Guerra” e “Paz” ao grande público, e uma grande
reforma no edifício sede da ONU, entre 2010 e 2013, proporcionou esta
oportunidade inédita.
Em dezembro de 2010, o
retorno de “Guerra” e “Paz” ao Brasil foi celebrado com a exposição dos murais
no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O evento reuniu mais de 44 mil pessoas
em apenas 12 dias. Em seguida, passaram por um rigoroso trabalho de restauro no
Palácio Gustavo
Capanema, em ateliê aberto ao público, durante quatro meses.
SERVIÇO:
Exposição Guerra e Paz,de
Portinari
Memorial da América
Latina
Av. Auro Soares de Moura Andrade,
664 – Barra Funda – São Paulo
Entrada pelo portão
4
Data: até 20 de maio de
2012
Terça a domingo, das 9h às
18h
Entrada grátis
Informações à
imprensa:
Approach - (11)
3846-5787
Mariana Gamero – Ramal 31
– mariana.gamero@approach.com.br
MUITO BOM!
ResponderExcluirMARIA REGINA
Tive a mesma sensação e emoção. Agradeço o "Boticário" por tornar possível e acessível que nós, pobres mortais,possamos adquirir o livro de Cândido Portinari que estava sendo vendido na Mostra. Parabéns Maca, mais uma vez, pela tua observação, PERTINENTE,a respeito do réquiem e pela moldura maravilhosa das" Bachianas" de Villa Lobos com a qual você abrilhantou teu artigo.
ResponderExcluirBjs,
Elaine
Muito bela as obras!
ResponderExcluirGrande Maca,
ResponderExcluirMais uma vez você se superou em sua análise.
Abs,
John Boy