Mas pensando neste texto, me veio à memória a amizade, e quase simbiose, que Caetano Veloso e Roberto Carlos possuem desde jovens.
Lembro de uma entrevista do Caetano, onde ele relembra dos tempos do exílio em Londres, quando conta que quando foi atender a porta, teve um grande susto quando viu que sua visita era o "Rei", que em viagem à Europa foi vê-lo. Diz Caetano que neste dia Roberto lhe mostrou "As curvas da estrada de Santos", e que ele chorava copiosamente, de emoção e também de saudades.
Foi aí que se iniciou uma das mais lendárias e instigantes amizades do nosso "show business".
Voltando para casa Roberto escreveu a linda canção "Debaixo dos caracóis de seu cabelo", que mostrava toda a nostalgia do exílio e previa a emoção da volta.
Debaixo dos caracóis do seu cabelo - Caetano Veloso
Quando então Caetano, agradecido, retribui com esse clássico a seguir, "Como dois e dois", que Roberto gravou em 1971.
Como Dois e Dois - Roberto Carlos
Roberto grava também "Força Estranha", um clássico instantâneo, que está em nosso inconsciente coletivo.
Força Estranha - Roberto Carlos
Com a qual Caetano devolve com "Fera Ferida", que nesse arranjo, virou um clássico.
Tiveram um período de afastamento, que foi talvez terminado pelo espetáculo feito em homenagem ao nosso Maestro Soberano, Tom Jobim, encomendado pela Fiat, que depois de tão especial resultado, foi levado pela Rede Globo aos simples mortais, nós, a plebe rude.
Então para encerrar esse breve devaneio, uma música genial de Tom Jobim e Billy Blanco, que eles cantaram juntos neste show.
Tereza da Praia - Caetano e Roberto
Puxa, não sabia que era assim a sequência das faixas. Uma alternando gratidão/homenagem à outra. A gente passa a curtir melhor algo daquilo que se entende um pouco mais.
ResponderExcluirGrande abraço, Macário!
Afff Macário, hoje você deixou sem fôlego, Caetano e Roberto juntos é muita emoção!
ResponderExcluirMuito interessante o apanhado que você fez ao longo das canções que nasceram desta amizade, do exílio e das turbulências do nosso país! Parabéns, post magnífico!
bjs
Maca,
ResponderExcluirCom o tempo, tenho ouvido com mais atenção as letras absolutamente geniais dos gênios da nossa música. E Caetano, sem dúvida alguma, me encanta cada vez mais. Poderíamos ficar muito tempo falando destas canções, mas vou me ater a duas delas, abordadas sempre de maneira interessante, por falta de melhor adjetivo no momento, no seu último post. Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos é simples, terna, expressando todo o carinho que uma amizade pode conter. "Janelas e portas vão se abrir....E ao se sentir em casa, sorrindo vai chorar...." Imagino a emoção de Caetano ao ouvi-la pela primeira vez, exilado, num país distante, longe de sua terra e de sua gente. Certamente há muito do Erasmo nesta letra! Como dois e dois já é mais elaborada, e nos faz pensar mais. O sentido não é tão escancarado quanto a de Roberto, e daí vem parte de sua beleza. Ela faz parte do LP de 71, como você nos esclarece. Gostaria de acrescentar apenas que este LP talvez seja o melhor do Roberto de todos os tempos na minha opinião. Vale a pena mencionar que nele se encontram músicas lindas como Detalhes, A Namorada ( Você, que vem de dentro da saudade que eu sentia, da noite mal dormida, da minha fantasia...., bonita não?), Traumas, Todos estã Surdos (Meu amigo volte logo, venha ensinar meu povo que o amor é importante, vem dizer tudo de novo...., talvez a melhor religiosa depois de Jesus Cristo), Se eu Partir... Sem dúvida tínhamos um Roberto inspirado e mudando bastante o rumo de sua carreira. Mais adulto, sem aqueles trejeitos da Jovem Guarda e a voz mais limpa, calma e doce. Valeu a lembrança!
Bom, vou ficando por aqui, esperando pelo seu próximo post falando de boa música.
John Boy
Ah, quase que me esqueço: aguardo ansiosamente seu texto sobre os 70 anos do seu ídolo maior!
ResponderExcluirAbs,
John Boy
Assim a responsabilidade cresce muito
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