Uma grande exposição, eclética em sua curadoria, que mistura obras de diversos períodos de nossas artes plásticas com o mote de mostrar a origem da miscigenação, como a integração dos diversos povos formadores de nossa cultura e também da produção artística de seus vários representantes.
Há várias boas obras de artistas contemporâneos como Adriana Varejão e Emanuel Araújo entre outros, mas o que realmente me encantou foi encontrar as obras clássicas de diferentes escolas e estilos; Djanira, Tarsila, Di Cavalcante, Portinari, Caribé, Benedito Calixto e Albert Eckhout. Com tão deslumbrante acervo esta mostra já me provocou duas visitas.
A cenografia e disposição das obras no espaço expositivo estão divididas por temas facilitando sua apreciação e comparação das diferentes escolas.
Milton Nascimento - Cravo e Canela
Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Tomie ohtake.
INSTITUTO
TOMIE OHTAKE
APRESENTA
HISTÓRIAS
MESTIÇAS
Adriano
Pedrosa
e Lilia Schwarcz constroem inédita
narrativa artística, política e social acerca das mestiçagens no
Brasil
Abertura:
de 15 de agosto, às 20h – para convidados
Visitação: de 16 de agosto até 05 de
outubro 2014
Histórias
Mestiças
é resultado de mais de dois anos de pesquisa dos curadores Adriano Pedrosa e
Lilia Schwarcz que contou com o entusiasmo do diretor do Instituto, Ricardo
Ohtake, interessado em realizar uma exposição paralela à 31ª Bienal de São Paulo
com profunda e renovada investigação sobre as matrizes formadoras do povo
brasileiro: a questão da mestiçagem e seu rebatimento na produção
artística.
Segundo
os curadores, o objetivo dessa exposição é provocar e trazer à tona um tema que,
de alguma maneira, tem existência ainda discreta entre nós brasileiros. Quem
mestiçou quem? Como se mistura inclusão com exclusão social? Como se combinam
prazer e dominação? Quais são as diferentes histórias escondidas nesses
processos de mestiçagem? Essas são perguntas que, segundo eles, ainda, nem
sempre recebem ou alcançam respostas.
A
mostra, dividida em seis núcleos – Mapas e Trilhas; Máscaras e Retratos;
Emblemas Nacionais e Cosmologias; Ritos e Religiões; Trabalho; Tramas e
Grafismos – fricciona telas, esculturas, instalações, mapas, artefatos indígenas
e africanos, fotos, documentos, textos, vídeos e histórias. A curadoria propõe
reunir e resignificar linguagens sem hierarquizar culturas, mestiçando ainda
gerações de artistas e autores com cruzamentos temáticos e conceituais, sem
preocupação cronológica. “O nosso intuito foi convidar artistas nacionais,
africanos e ameríndios para ‘conversar’ nessa exposição, de maneira a priorizar
um aporte mais amplo e que rompa com as margens precisas e expressas pelos
nossos cânones Ocidentais”, afirmam os curadores.
As
cerca de 400 obras reunidas – originais em todos os suportes e parte das quais
nunca exibidas –, são provenientes de 60 importantes acervos nacionais e
internacionais, entre os quais Musée Quai Branly, National Museum of Denmark,
Instituto de Estudos Brasileiros – IEB/USP, Museu de Arqueologia e Etnologia –
MAE/USP, Museu Nacional de Belas Artes, coleções Mario de Andrade, Masp,
Biblioteca Nacional, Museu Joaquim Nabuco.
Fez
parte do trabalho da curadoria investigar autores, artistas, suportes e
perspectivas pouco conhecidos, ou sob ângulos inusitados, e colocá-los
em debate.
Além dos trabalhos já existentes, também foram encomendados a artistas obras que
serão especialmente realizadas para essa mostra. Adriana Varejão, Beatriz
Milhazes, Luiz Zerbini, Thiago Martins de Melo, Dalton Paulo, Sidney Amaral são
alguns dos nomes que aceitaram o desafio de produzir trabalhos em diálogo com a
temática da exposição. Na ocasião da mostra, uma antologia de textos estará à
disposição, contando com documentos que partem do século XVI – como a análise de
viajantes como Jean De Lery, e de filósofos como Montaigne --, passam por
ensaios de naturalistas do XVIII, introduzem o olhar de teóricos do determinismo
racial do XIX, ensaios mais culturalistas dos anos 1930, teses engajadas dos
movimentos sociais até chegar em capítulos mais recentes de autores como Manuela
Carneiro da Cunha e Eduardo Viveiros de Castro.
Também
foi especialmente confeccionado um novo mapa que traça a rota dos escravos do
interior da África para o Brasil, tendo como base um estudo inédito de nosso
maior africanista, Alberto Costa e Silva, e produção cartográfica de Pedro
Guidara Jr.
Dentre
as peças africanas destacam-se máscaras provenientes do museu Quai Brainly, e
peças da famosa coleção de Mariano Carneiro da Cunha, hoje depositadas no Mae.
Desse continente virão também máscaras, objetos de uso ritual e de trabalho e
até mesmo uma pequena procissão feita em metal. Por outro lado, tangas,
máscaras de arte plumária, urnas marajoaras, estatuetas tapajônicas, cestas, pás
de beiju, representarão, entre outros
objetos, a riqueza da arte ameríndia e indígena de nosso país. Tudo em diálogo,
em um debate ao mesmo tempo afinado e tenso.
Adriano
Pedrosa
Curador,
ensaísta e editor. Foi co-curador da 27ª Bienal de São Paulo e curador
responsável do Museu de Arte da Pampulha. Entre seus projetos curatoriais, estão
”F(r)icciones” (Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, 2000-2001, com Ivo
Mesquita) e “Farsites: Urban Crisis and Domestic Symptoms in Recent Contemporary
Art” (InSite-05, San Diego Museum of Art, Centro Cultural Tijuana, 2005),
curador da 12ª edição da Bienal de
Istambul, 2011.
Lilia
Moritz Schwarcz
Historiadora,
antropóloga, escritora e curadora. É professora titular da Universidade de São
Paulo e editora da Companhia das Letras. Foi professora visitante e pesquisadora
nas universidades de Leiden, Oxford, Brown, Columbia, é hoje Global Scholar pela
Universidade de Princeton. Entre seus projetos curatoriais, estão “A longa
viagem da biblioteca dos reis” (Biblioteca Nacional, 2003-2004), “Nicolas
Antoine Taunay no Brasil – uma leitura dos trópicos” (Museu de Belas Artes do
Rio de Janeiro, Pinacoteca, 2008), “Um olhar sobre o Brasil. A fotografia na
construção da imagem da nação” (Instituto Tomie Ohtake, 2012), entre
outros.
Dia
16 de agosto, às 18h30
Coro
da OSESP Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
Conduzido
pela regente Naomi Munakata haverá um concerto com peças de José Maurício, padre
mulato do barroco mineiro, Villa-Lobos, entre outros.
Histórias
Mestiças
Abertura:
15 de agosto de 2014, às 20h (para convidados).
Visitação
/ público: de 16 de agosto a 05 de outubro de 2014.
Patrocínio:
Mapfre Seguros
Instituto
Tomie Ohtake
Av.
Faria Lima 201 (Entrada pela Rua Coropés 88) - Pinheiros SP
Fone:
11 2245 1900
De
terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca
Informações
à Imprensa
Pool
de Comunicação – Marcy Junqueira / Martim Pelisson
Fone:
11 3032 1599
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