Esta foi uma mostra que fui já cheio de preconceitos pois Joan Miró nunca tinha sido, nem de longe, alguma referência no meu universo das artes plásticas.
E não é que numa agradável surpresa comecei a mudar meus conceitos. Esta exposição nos apresenta uma enorme variedade de seus trabalhos em suas diversas fases e também vários vídeos do artista exercendo seu mister, onde percebemos o rigor com que executava suas obras.
O bom de ir a abertura destes eventos é observar a reação das pessoas ao se deparar com suas peças, uns parecem chocados, outros quase em transe.
Mais uma magnífica ação do Instituto Tomie Ohtake que se firma como um dos mais importantes centros culturais do país. Já nos tento brindado com outras estupendas mostras como as OBSESSÃO INFINITA, DE YAYOI KUSAMA e SALVADOR DALI entre tantas outras.
Um passeio a ser feito com calma para se desfrutar plenamente o que é exibido.
On the run - Pink Floyd
Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Tomie Ohtake.
INSTITUTO TOMIE
OHTAKE
APRESENTA
JOAN MIRÓ - A FORÇA DA
MATÉRIA
Abertura 24 de maio,
das 11h às 20h
Visitação até 16 de
agosto de 2015
O Instituto Tomie
Ohtake organiza e traz ao Brasil, em
parceria com a Fundação Joan Miró de Barcelona, a maior exposição dedicada ao
artista Joan Miró (1893-1983). Serão 112 obras: 41 pinturas, 22 esculturas, 20
desenhos, 26 gravuras e três objetos (pontos de partida de esculturas), além de
fotografias sobre a trajetória do pintor catalão. As peças pertencem à Fundação
Joan Miró, de Barcelona, e a coleções particulares. A mostra fica em cartaz na
sede do Instituto Tomie Ohtake em São Paulo até 16 de agosto, e segue para o
MASC - Museu de Arte de Santa Catarina (Florianópolis), de 02 de setembro a 14
de novembro.
A
exposição, com obras selecionadas pela Fundação Joan Miró, divide-se em três
grandes blocos cronológicos que coincidem com momentos vitais do artista nos
quais vai outorgar à matéria um papel preponderante. Nos Anos 30 e 40, as
pinturas e desenhos da época da Guerra Civil Espanhola e da Segunda Guerra
Mundial manifestam o início do interesse de Miró pela matéria. No período, seu
caráter transgressor também se evidencia, sobretudo no terreno dos procedimentos
técnicos. Foi no final dos anos 20 que Miró manifestou de forma explícita seu
propósito de "assassinar a pintura", referindo-se a intenção de terminar com a
concepção clássica da pintura de cavalete. É neste momento que Miró começa a
fazer suas conhecidas colagens e objetos a partir de assemblage de
materiais diversos.
Já nos
Anos 50 e 60, com a presença maior de técnicas diversas, destaca-se o
interesse continuado do artista pela experimentação da matéria, que o levará a
trabalhar de forma profusa no campo da escultura, enquanto nos Anos 70
verifica-se como Miró, sobre suportes mais inusitados, segue questionando o
sentido final da arte. Neste período, uma importante coleção de gravuras indica
a destreza do artista a desafiar os padrões da técnica.
Paulo
Miyada, curador do Instituto Tomie Ohtake, defende que a obra de Miró coloca em
questão um aspecto tão determinante quanto subreptício na história da arte
moderna: a espontaneidade. "A liberdade do traço de Miró seria uma força
iconoclasta, gesto de física entrega de si mesmo ao desconhecido e inominado que
não é bem o inconsciente, mas a espontânea canalização de energia e vontade
através da materialidade da pintura", afirma.
Já o escritor angolano
radicado em Portugal, Valter Hugo Mãe, apontou em um dos trechos de seu texto,
concebido especialmente para esta exposição do artista no Brasil, a ligação de
João Cabral de Melo Neto com a obra de Miró. O autor ressalta que este encontro
ocorreu enquanto o poeta brasileiro fora vice-cônsul do Brasil em Barcelona, de
1947 a 1950, e mais tarde cônsul, de 1967 a 1969.
Em Joan
Miró - A Força da Matéria, segundo os curadores da Fundação, busca-se
evidenciar o desafio que, desde os anos vinte, o artista manteve com as artes
plásticas do mundo ocidental por seu afã ilusionista, para recuperar as
qualidades espirituais e mágicas que a pintura e as artes em geral haviam tido
na Antiguidade.
"Começar de novo a cultura implica abrir
o futuro com a lúcida reflexão acerca do princípio de todas as coisas. O gesto
de Miró é uma génese tout court. (...) As obras de Miró parecem
conscientes da dimensão mágica, quase protetora, da expressão e, ao criar visões
para o mundo das ideias, como das coisas puras, reacende, sublinha, o aspeto
milagroso da natureza e da vida. A arte regressa ao seu propósito de implicar
verdadeiramente com a espiritualidade. A arte é um cuidado espiritual", aponta o
escritor português.
O artista
entende que tem que buscar novas formas de recuperação da cultura da matéria,
próxima aos povos ditos primitivos e, para isso, experimenta com os mais
heterogêneos materiais, transformando-os por meio de inesperados procedimentos
técnicos. "O interessante é
perceber que a opção de Miró por uma linguagem mais despida o coloca
verdadeiramente entre as sabedorias populares, como se emanasse como uma
natureza efetivamente primordial, estrutural, capaz de se ausentar do que a
cultura mascarou para se encontrar no ponto de partida, como alguém que
reinaugura a cultura para reinaugurar a expressão", escreve Valter Hugo
Mãe.
O Instituto tem se destacado por
realizar uma programação múltipla e independente, possível graças ao apoio de
empresas que acreditam no poder da cultura e da arte na formação do país. São
parcerias construídas a cada projeto. No caso da exposição de Miró, foram
fundamentais os patrocínios da Arteris e do Bradesco, responsáveis
pela realização da mostra.
Joan Miró nasceu em Barcelona, em 1893, na
Catalunha no final do século XIX e, ainda muito jovem, participou das vanguardas
artísticas que agitaram a vida cultural espanhola no inicio do século XX. Desde
o início, Miró praticou uma pintura de colorido intenso, com forte influência do
movimento fauvista, que na França, teve como seus principais expoentes os
artistas Henry Matisse e Maurice de Vlaminck. Uma grave doença levou-o a passar
uma longa fase em Montroig. Nesse período, resolveu dedicar-se inteiramente à
pintura. A vida, o trabalho no campo e a forte paisagem da região exerceram
grande influência na formação de sua linguagem plástica.Miró viajou a Paris pela
primeira vez em 1920 e o impacto artístico e cultural da cidade sobre ele foi de
tal ordem que permaneceu sem pintar durante toda a sua estadia parisiense.
Entretanto, se aproximou das artes de vanguardas: conheceu o revolucionário
cubista Pablo Picasso e impressionou-se com as ideias de Tristan Tzara, o grande
agitador do movimento Dada, fez amizade com André Masson e inúmeros
intelectuais. André Breton, líder do movimento surrealista afirmou que "Miró é o
mais surrealista de todos nós", ao se referir aos outros artistas membros
daquele movimento. Miró nutre grande simpatia pelo movimento, mas permaneceu
sempre independente. A liberdade será, durante toda a sua vida, um modo de
pensar e de pintar.
ATENÇÃO! Imagens com copyright
obrigatório: © Successión
Miró, Miró, Joan AUTVIS, Brasil, 2015
Exposição: Joan Miró -
A Força da Matéria
Inauguração: 23 de maio, das 11h às 18h
para convidados
Visitação de 24 de maio a 16 de agosto
de 2015
De terça a domingo, das 11h às 20h
R$10,oo e R$5,00 (até 10 anos grátis);
às terças grátis; compra de ingressos: ingresse.com, aplicativo do Instituto
Tomie Ohtake, ou na bilheteria do Instituto de terça a domingo, das 10h às
19h.
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima 201 (Entrada pela Rua
Coropés 88) - Pinheiros SP
Metrô mais próximo - Estação Faria
Lima/Linha 4 - amarela
Fone: 11 2245
1900
De terça a domingo, das 11h às
20h
Informações à Imprensa
Pool de Comunicação – Marcy Junqueira
Atendimento: Martim Pelisson e Luana
Ferrari
Fone: 11 3032
1599
sem dúvidas ,com poucos traços e poucas cores este espanhol conseguia uma comunicação imediata ...
ResponderExcluirAdorei
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