Seus magníficos trabalhos espalhados por Minas Gerais nos dão a dimensão exata de sua importância.
Usava os trabalhos sacros, em sua grande maioria já que a igreja era praticamente o único mecenas de sua época, para homenagear os amigos, com suas faces esculpidas nos santos e humilhar seus detratores imortalizando-os como algozes das cenas.
Um detalhe que sempre me chamou a atenção e imagino que seja uma facilidade em determinar a autoria de suas obras, são os narizes de suas esculturas, sempre muito parecidos entre si e imagino que isso possa ser considerado sua assinatura.
A nova diretoria do MASP prima em nos brindar com maravilhosas exposições que entraram para a história, reafirmando que São Paulo é a capital cultural da América Latina.
Et in terra pax hominibus - Padre José Mauricio Nunes Garcia
James Morrow - University of Texas at Austin Chambers Singers
Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do MASP.
OBRA DE ALEIJADINHO ABRE O CICLO DE HISTÓRIAS AFRO-ATLÂNTICAS NO MASP
Imagens do
Aleijadinho traz esculturas devocionais
do artífice mineiro, junto a mapas, gravuras, fotografias e pinturas que
contextualizam sua obra.
O MASP
inaugura o ciclo de 2018, dedicado às histórias afro-atlânticas, com as
exposições de Aleijadinho e Maria Auxiliadora, no dia 9 de março. Imagens do
Aleijadinho apresenta a obra de
Antônio Francisco Lisboa (1738-1814), uma das principais referências da arte
sacra, do barroco e do rococó no Brasil, ativo em Minas Gerais de meados do século
18 ao início do século 19. A mostra apresenta cerca de 50 obras, que incluem esculturas
devocionais de Aleijadinho, além de mapas, gravuras, fotografias, pinturas e
esculturas de viajantes e outros aristas, que contribuem para a compreensão do
contexto e da influência do artífice mineiro na história da arte brasileira.
O
nome de Aleijadinho é comumente associado à arte produzida durante o Ciclo do
Ouro em Minas Gerais, acompanhando seu apogeu e decadência e incorporando
influências do barroco e do rococó. Com a proibição da Coroa portuguesa contra
o estabelecimento de ordens religiosas na Capitania, o mecenato à época coube
principalmente às ordens terceiras leigas, que encomendaram boa parte da sua
produção. A obra de Aleijadinho é, assim, um importante testemunho dos hábitos
religiosos e culturais da sociedade mineira durante o período colonial, incluindo
a religiosidade popular e as separações raciais em torno das diferentes
irmandades e ordens terceiras.
Dessa
forma, Imagens do Aleijadinho tem seu
foco no acervo de esculturas devocionais produzido por Aleijadinho e sua
oficina e reúne imagens atribuídas ao artífice mineiro e executadas em
diferentes etapas de sua produção, incluindo obras pertencentes a museus
públicos brasileiros, igrejas barrocas mineiras e coleções particulares.
Diferentemente do que acontece com as esculturas monumentais em pedra e as
talhas retabulares em madeira de sua autoria, suas imagens devocionais foram
criadas com relativa autonomia funcional, para altares de igreja, oratórios
privados e uso processional, tendo sido, ao longo dos anos, incorporadas a
acervos públicos e privados. Essa condição é o que permite reunir numa
exposição uma parcela significativa das esculturas produzidas por Aleijadinho.
Além
do conjunto de esculturas atribuídas ao artista, uma seção iconográfica foi
incorporada à exposição – incluindo mapas da capitania de Minas Gerais e suas
comarcas; gravuras de viajantes do início do século 19, que retratam o modo de
vida e a paisagem nas Minas de Ouro; imagens de fotógrafos que documentaram sua
obra ao longo do século 20, como Horacio Coppola e Marcel Gautherot; e obras de
artistas visuais que fazem referência à arte de Aleijadinho e seus contextos de
produção e recepção, como Alberto da Veiga Guignard, Henrique Bernardelli,
Tarsila do Amaral, Aloísio Magalhães e Juan Araujo, entre outros. Essas imagens
ecoam o legado de Aleijadinho e atestam sua centralidade na construção de uma
história da arte brasileira.
A
atribuição autoral e o levantamento das obras de Aleijadinho foram consolidados
ao longo do século 20, merecendo estudos de especialistas como Germain Bazin,
Lucio Costa e Mario de Andrade, oferecendo um original modelo para pensar a
arte produzida no Brasil e sua relação com os modelos europeus, indígenas e
africanos. Com a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, tendo à frente Rodrigo Mello Franco de Andrade, a obra de Aleijadinho
passou a ser redimensionada, com o intuito de desfazer uma série de lendas em
torno de sua figura, que chegavam a contestar-lhe a existência.
À
ocasião da exposição, o MASP publica um catálogo com reprodução das obras
expostas, imagens de obras arquitetônicas monumentais de Aleijadinho e textos
de Carlos Eduardo Riccioppo, Angelo Oswaldo de Araujo Santos, Fabio Magalhães,
Ricardo Giannetti e Rodrigo Moura, que analisam diferentes aspectos da sua
produção. Além dos estudos inéditos, serão republicados textos de Mariano
Carneiro da Cunha, sobre a presença africana na obra do artista, Myriam Andrade
Ribeiro de Oliveira, sobre o conjunto das esculturas dos Passos de Congonhas, e
o clássico ensaio de Mário de Andrade de 1928, em que o poeta e crítico
paulista aponta para o caráter mestiço e singular de sua obra.
Coincidindo
com o 130o
aniversário da chamada Lei Áurea, uma das últimas leis do Império Brasileiro,
que aboliu oficialmente a escravidão no país, Imagens do Aleijadinho acontece no contexto do ano de exposições, atividades e publicações em
torno das chamadas histórias afro-atlânticas, histórias que unem a África às
Américas. A programação inclui ainda uma série de mostras monográficas, sobre a
obra dos artistas Maria Auxiliadora, Emanoel Araújo, Melvin Edwards, Rubem
Valentim, Sônia Gomes, Pedro Figari e Lucia Laguna. O programa está inserido em um projeto
mais amplo, que atenta para histórias plurais e vão além das narrativas
tradicionais, tais como Histórias da
loucura e Histórias feministas
(iniciadas em 2015), Histórias da
infância (em 2016) e Histórias da
sexualidade (em 2017).
A exposição e o catálogo têm organização de Rodrigo
Moura, curador-adjunto de arte brasileira do MASP, e expografia do escritório
de arquitetura METRO Arquitetos Associados.
SOBRE ALEIJADINHO
Antônio
Francisco Lisboa (1738-1814) nasceu na freguesia de Nossa Senhora da Conceição
de Antonio Dias, em Ouro Preto (então Vila Rica), filho do arquiteto português
Manoel Francisco Lisboa e de uma de suas escravas, Isabel. Iniciou-se na
arquitetura e na escultura com seu pai e outros artífices atuantes em Minas
Gerais, como Francisco Xavier de Brito e José Coelho de Noronha. Trabalhou em
diversas localidades da região mineradora, como Caeté, Sabará e São João del
Rei, além de Congonhas, onde deixou sua obra máxima no Santuário do Bom Jesus
do Matosinhos – doze profetas esculpidos em pedra sabão no adro da igreja e os
Passos da Paixão, 64 esculturas em madeira, distribuídas em seis pequenas
capelas. Em Ouro Preto, tem sua obra mais completa na igreja de São Francisco
de Assis, onde assina o risco e a decoração do interior e da fachada do templo.
Ganhou a alcunha de Aleijadinho devido às deformidades físicas que lhe
acometeram e obrigavam que trabalhasse, segundo a tradição, com as ferramentas
amarradas às mãos. A maior parte das informações sobre sua vida foi publicada
em 1858, em um estudo biográfico de Rodrigo José Ferreira Bretas, que ainda
hoje serve como importante fonte de estudo sobre o artista.
SERVIÇO
IMAGENS DO
ALEIJADINHO
Abertura:
9 de março, 20h
Data: 10 de março a 10 de junho de
2018
Local: primeiro andar
Endereço: Avenida Paulista, 1578, São Paulo, SP
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terça a domingo: das 10h às 18h (bilheteria aberta até as 17h30);
quinta-feira: das 10h às 20h (bilheteria até 19h30)
Ingressos: R$35,00 (entrada); R$17,00 (meia-entrada)
O MASP tem entrada gratuita às terças-feiras,
durante o dia todo.
AMIGO MASP tem acesso ilimitado e sem filas todos
os dias em que o museu está aberto.
O ingresso dá direito a visitar todas as
exposições em cartaz no dia da visita.
Estudantes, professores e maiores de 60 anos pagam
R$17,00 (meia-entrada).
Menores de 10 anos de idade não pagam ingresso.
O MASP aceita todos os cartões de crédito.
Estacionamento: Convênios para visitante MASP, período de até 3h. É preciso carimbar
o ticket do estacionamento na bilheteria ou recepção do museu.
CAR PARK (Alameda Casa Branca, 41)
Segunda a sexta-feira, 6h-23h: R$ 14,00
Sábado, domingo e feriado, 8h-20h: R$ 13,00
PROGRESS PARK (Avenida Paulista, 1636)
Segunda a sexta-feira, 7h-23h: R$ 20,00
Sábado, domingo e feriado, 7h-18h: R$ 20,00
Acessível a deficientes
físicos, ar condicionado, classificação livre
Contato de
imprensa:
telefones:
3149-5898 / 3149-5899
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