Uma exposição surpreendente, pois pela importância e a história da marchand esperaríamos encontrar coisas belas, mas o que vimos foi muito além de qualquer expectativa.
O que ali se apresenta é o que de melhor se produziu no universo das artes plásticas brasileiras e que passaram pelo crivo de Raquel Arnaud; a maioria, se não a totalidade das obras são de coleções particulares, estando ali em sua homenagem e para nossa apreciação e deleite.
As pinturas, esculturas, instalações e arte cinética, todas de insuperável qualidade, mostram que o olhar apurado e visionário de Raquel a transformaram numa das mais importantes figuras das artes plásticas brasileiras.
Quarentão Simpático - Marcos Valle
Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto Tomie Ohtake.
Arthur Luiz Piza, sem título, recorte e colagem, 105x75,5x4 cm, dec.80
Carlito Carvalhosa, sem título, lentes de vidro, 50cm, 2003
Carlos Fajardo, Piscina,fotografia, 205x406 cm, 2011
Célia Euvaldo, Malevich 01, óleo sobre tela, 140x180x5 cm, 2010
Frida Baraneck, Sem título (Cortina), arame flexível e placas de ferro, 245x320x220 cm,1990
Georgia Kiriakakis, Elevacões - metal e pó de palha de aço, 200 cm, 2002
Lygia Clark, Superfície Modulada No.6, tinta industrial sobre madeira, 90x30 cm,1958
Instituto
Tomie Ohtake
Apresenta
Afinidades - Raquel Arnaud 40 anos
Abertura:
19 de março, às 20h – até 04 de maio de 2014
Paralelamente, Raquel
Arnaud abre exposição “Trajetória” em sua galeria no dia 01 de abril
Presente na arte nos últimos 40 anos, período em que o circuito
foi se profissionalizando, a marchand Raquel Arnaud foi uma das pioneiras na
descoberta e promoção de nomes e movimentos hoje icônicos na cena artística.
Ela soube usar sua atuação no então tradicional mercado de arte para construir
as transições da arte moderna, passando pelos seus descendentes, até vigorosa
atividade com os contemporâneos. A exposição retrospectiva, que comemora os 40
anos de trabalho de Raquel Arnaud, conta com 116 obras de 45 artistas
diferentes que estiveram com a marchand nesses anos.
A mostra busca apresentar o seu percurso, por meio de obras
provenientes de várias coleções capturadas por seu olhar afinado ao longo deste
período, que se constituem hoje em trabalhos históricos e referências da
produção atual. Muitas histórias estão contidas nestas obras, como a de Lygia
Clarck, que até a sua morte trabalhou com Raquel. Em uma exposição da artista
realizada em 1982 na galeria então situada na Av.9 de julho, Lygia apesar de
elogiar a montagem, disse a Raquel que não se considerava mais artista, mas
psicoterapeuta e, portanto, não iria nem à abertura. “Eu insisti, ela veio, entusiasmou-se e se esqueceu de que “não era mais
artista”, lembra com humor a marchand.
Ainda
neste mesmo endereço, Raquel fez, em 1981, a primeira exposição de jóias da Marquesa de Sade do Tunga e, em 1985, a Xifópagas Capilares, com as marcantes
“tranças”, esculturas em cobre e latão que imitam cabelos. A localização da
galeria permitia que as tranças conectadas, saíssem do espaço da exposição pela
Avenida 9 de Julho, passassem pela Rua João Cachoeira e voltassem pela Joaquim
Floriano. Foi um acontecimento tanto para os visitantes como para os
transeuntes.
Assim muitas histórias saborosas se passaram desde quando Raquel
começou, ao dirigir a Galeria Global, na década de 70, depois de trabalhar no
MASP junto ao Professor Bardi. Nesta época, a marchand já celebrava a geração seguinte
ao modernismo. Assim nomes como Mira Schendel, Ligia Pape e Amilcar de Castro,
além de Lygia Clark, formavam o universo das exposições por ela aí organizadas,
ou em seu Gabinete
de Artes Gráficas, fundado em parceria com Mônica Filgueiras.
Nesta época também obras como as de Sergio Camargo, Franz
Weissmann, Tomie Ohtake, Willys de Castro, Hercules Barsotti, Arthur Luz Piza,
Anna Maria Maiolino, Carmela Gross, Julio Le Parc e Leon Ferrari figuravam na
programação dos dois espaços.
Já no final dos 70 e começo dos 1980 as suas apostas em jovens
como Tunga, Waltercio Caldas, José Resende e tantos outros são bons exemplos de
sua sensibilidade em vislumbrar novas potências na arte. Uma resposta de Raquel
a Rodrigo Naves em seu livro editado pela Cosacnaify já demonstra este seu
olhar para o futuro: “O que conta para mim, é poder defender amanhã aquilo que
vendi ontem”.
A declarada admiração de Raquel pela marchand Denise René, fez
com que ela estivesse muito ligada a esta última, precursora da difusão da arte
cinética. Ao envolver artistas europeus e latino-americanos, este movimento
fortificou a afinidade entre as duas, até a morte de René em 2012, trazendo
para a galeria brasileira alguns nomes referenciais do cinetismo, como
Cruz-Diez e Jesus Soto.
Raquel tinha a obstinação pela qualidade da arte, e na forma de
atuação de um galerista - influir nas coleções e difundir os artistas. Foi com
esta prática que colaborou para ampliar a gama de colecionadores brasileiros,
inclusive se orgulha de ter colaborado com a formação de muitas coleções
nacionais e internacionais.
A exposição será acompanhada de um catálogo bilíngue editado
pela Cosacnaify. Com textos e imagens, tem tiragem de 3.000 exemplares.
Exposição: Afinidades – Raquel Arnaud 40 anos
Abertura: 19 de março, às 20h
Até: 04 de maio de 2014, terça a domingo,
das 11h às 20h
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima 201 (Entrada
pela Rua Coropés) - Pinheiros SP
Fone: 11 2245 1900
Exposição: Trajetória
Galeria Raquel Arnaud
Abertura: 01 de abri, às 19h
Visitação: de 02 de abril a 03 de maio de 2014
De segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado, das 12h às 16h.
Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena – Fone: 11. 3083-6322
Informações à Imprensa
Pool
de Comunicação - Marcy Junqueira
Contato:
Martim Pelisson
Fone: 11 3032 1599
marcy@pooldecomunicacao.com.br / martim@pooldecomunicacao.com.br
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