Sem nenhuma dúvida esta é a melhor exposição em cartaz hoje em São Paulo.
Com uma seleção nada mais do que magnífica de obras, quase todas de coleções particulares que não estão à venda, consegue nos mostrar as várias fases do trabalho do artista, como as naturezas-mortas, as paisagens e os retratos.
Admirável o trabalho da curadora ao lidar com variáveis improváveis como disposição dos colecionadores, seguradoras, transporte, conservação e segurança das mesmas no salão da mostra.
O espaço perfeitamente adequado aos trabalhos mostrados cumpre perfeitamente seu objetivo.
A Galeria Almeida e Dale transcende sua função básica que é o comércio de arte, passando a ser um importante centro cultural na rica cena paulistana.
Um grande passeio.
Portal da Cor - Milton Nascimento
Abaixo das imagens, o "press-release" fornecidos pela assessoria de imprensa do evento.
GALERIA ALMEIDA E DALE
APRESENTA
GUIGNARD – SONHOS E SUSSUROS
Com
curadoria de Denise Mattar, exposição traça panorama da carreira do pintor
Alberto da Veiga Guignard. De 23 de setembro a 29 de novembro
No
próximo dia 23, terça-feira, a Galeria
Almeida e Dale inaugura a exposição GUIGNARD
– Sonhos e Sussurros, com curadoria de Denise
Mattar. São 48 obras de Alberto da Veiga Guignard, de coleções
particulares e institucionais, de diferentes regiões do Brasil e raramente
expostas, que permitem uma visão global da produção de um dos maiores ícones da
pintura brasileira.
A
rica seleção feita pela curadora revela um olhar que destaca
a poética do artista, mostrando que, entre nuances e mudanças, o Guignard dos
trabalhos fluídos de 1960 já está contido nas obras de traços vigorosos dos
anos 1930, com destaque para as paisagens, flores e retratos, além de
obras que contemplam a temática religiosa e da natureza morta.
“Em Guignard a figuração é um suporte para a pura emoção
estética, toda a obra do artista é uma experiência espiritual. Seus universos
são etéreos, instáveis e luminosos. Nas paisagens de sonho nada se revela, tudo
é sussurro, e, apesar de marcada por profunda melancolia, a obra de Guignard é
doce.” diz a curadora Denise Mattar.
A
exposição torna possível um olhar geral sobre a carreira de Guignard, ao juntar
obras que dificilmente são expostas ao público. Estão na exposição quadros de
coleções particulares importantes, entre elas as de Angela Gutierrez, Ronaldo
Cezar Coelho, Airton Queiroz, Israel Vainboim, Paula e Silvio Frota, Yolanda
Queiroz e Priscila Freire, e de instituições renomadas, como Fundação Edson
Queiroz e Museu Casa Guignard, além da Coleção Roberto Marinho e da Coleção
Gilberto Chateaubriand – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Do
Museu Casa Guignard, em Minas Gerais, vem o imponente quadro Paisagem, de 1947. Com 1,58 m de altura
e 2,08 m de largura, a obra é exposta pela primeira vez em uma galeria. As
belezas de Minas Gerais também podem ser vistas em Paisagem de Ouro Preto, de 1962, uma das últimas obras de Guignard.
Representações
do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, raras pela extrema qualidade, também
estão na mostra, assim como Flores,
pintado na década de 1940, e Vaso Com
Flores e Maçãs, de 1931, considerados alguns dos mais belos vasos de flores
de Guignard.
A
seleção de retratos também apresenta obras há muito tempo não expostas, como Família Paisagem de Minas, da década de
1930. Retrato de Semiramis (1942), cuja
moldura também foi pintada por Guignard, e Retrato
de Menina (1935) também estão na mostra.
A
exposição GUIGNARD – Sonhos e Sussurros
fica em cartaz até 29 de Novembro, com visitação de segunda a sexta das 10 às
18h, sábados das 10 às 14h.
GUIGNARD – Sonhos e
Sussurros, na galeria Almeida e Dale
Coquetel
de abertura (para convidados): terça-feira, dia 23 de setembro, das 19h às 23h
Visitação:
De 24 de setembro a 29 de novembro
De segunda a sexta das 10h às 18h, sábado das 10h às 14h
De segunda a sexta das 10h às 18h, sábado das 10h às 14h
Entrada
franca
Rua Caconde 152, 01425-010, São Paulo
SP
Telefone: (11) 3882-7120/ 3051-2311
Telefone: (11) 3882-7120/ 3051-2311
Informações para a imprensa:
A4 Comunicação
+55113897-4122
Evandro Pimentel – evandropimentel@a4com.com.br
Juliana Martins – julianamartins@a4com.com.br
Neila Carvalho – neilacarvalho@a4com.com.br
Guignard é um caso a parte na pintura mineira.
ResponderExcluirDaqueles artistas cujo conjunto de obras deve ser admirado juntamente com a trajetória do artista. Assim como fica difícil de entender "Campo de trigo com corvos", de Van Gogh, sem saber o momento trágico de sua concepção, é impossível entender os casarios oníricos de Ouro Preto, pintados por Guignard em um de seus momentos mais difíceis.
Essa eu gostaria imensamente de ver!
Oi José, obrigado pela visita.
ExcluirRealmente as obras de Guignard são mesmo intrigantes, percebi um grande misticismo católico em sua paisagens, quase todas permeadas de igrejas. Gostaria de saber mais sobre esse detalhe, e quem melhor do que você para nos ilustrar.
Abraços.
É possível analisar bastante a personalidade de um artista pelos temas que ele utiliza em suas obras. Todos eles tem uma dose generosa de informação que servem perfeitamente como parâmetro para fazê-lo.
ExcluirPrefiro analisar Guignard apenas pelas suas paisagens mineiras, que por si só, dão um mapa fiel do seu resumo de vida. E olha que ele chegou por aqui bem tardiamente, já não muito longe de suas melhores fases produtivas.
As primeiras paisagens mineiras de Guignard eram bem realistas. Havia quase que a necessidade dele afirmar ali o bom desenhista que havia no artista que era. Mas, os grandes artistas já não precisam provar muita coisa em determinada fase de suas vidas, e a sua paisagem foi ganhando então um apelo onírico, cada vez mais verticalizadas, já sem nenhum compromisso fiel com a paisagem que era sua inspiração e que ele tanto admirava. Sob grossas ou às vezes ralas nuvens, as paisagens de Guignard escondiam festas, em cores brilhantes ou quase sempre azuladas. Estados interiores que tentavam representar um artista que nunca foi assim em vida. A tragédia de carregar lábios leporinos, desde o nascimento, marcara para sempre a trajetória de um homem solitário, triste e que, sob grossas ou ralas nuvens, sentia-se mais à vontade na felicidade de seu mundo próprio.
Incompreendido em seu tempo, até mesmo por críticos e artistas respeitados, ele é hoje um dos ícones da pintura brasileira.