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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A arte indígena de Victor Brecheret

Para este comentário escolhi a música "Amor de Índio" de Beto Guedes, só que com arranjo e interpretação de Milton Nascimento, pois esta versão é uma exceção a uma de minhas regras, de sempre achar que a versão original de uma composição é sempre melhor do que as outras.
















Como tem sido amplamente divulgado pela imprensa, estão em cartaz em São Paulo duas exposições de obras de Victor Brecheret, uma na Caixa Cultural e outra no SESC Vila Mariana. Neste fim de semana estive no centro da cidade especialmente para ver a mostra "A arte indígena de Victor Brecheret”.
Cheguei cheio de expectativa, pois considero o artista a referência em escultura brasileira. Escutei com a audição periférica uma parte de depoimento contido no documentário exibido dentro da exposição onde foi falado que Victor Brecheret dizia que só foi capaz de executar a arte moderna, após ter estudado e conhecer profundamente a arte clássica acadêmica.
Picasso quem disse: "Quando eu tinha essa idade sabia desenhar como Rafael, mas precisei uma vida inteira para aprender a desenhar como as crianças".
Portanto penso que a excelência artística se consegue com muito estudo, aperfeiçoamento de técnicas e com trabalho, não basta pensar que se tem talento e sair sujando telas, amassando gesso ou dispondo objetos nos ambientes.
Esta exposição nos mostra obras do período em que ele desenvolve a estética naturalista, abandonando suas influências europeias. É muito interessante observarmos os desenhos dos estudos para as esculturas, onde podemos visualizar todo o processo de criação.
Estão expostas obras deste período, notadamente as que são inspiradas em temas indígenas, e também algumas de temas religiosos, com o mesmo padrão estético desta fase.
Como sempre a Caixa Cultural nos traz uma mostra espetacular, tanto na montagem como no catálogo, que é um livro de capa dura para ser guardado em qualquer biblioteca, e servir como referência futura para diversas consultas.
Abaixo das imagens, o press-realese da Caixa.


















OBRAS DO ESCULTOR BRECHERET CHEGAM À CAIXA CULTURAL SP
Brasilia, 26 de Outubro de 2009
Com curadoria de Maria Aparecida Brecheret, a exposição traz obras inspiradas nos antepassados indígenas e no primitivismo milenar

Ícone da escultura nacional, criador de grandes monumentos e obras, homem que transformava pedras, terracota e madeira em arte. Mesmo dono de cultura erudita, o ítalo-brasileiro Victor Brecheret encontrou nas matas brasileiras a inspiração máxima: os índios. A exposição A Arte Indígena de Victor Brecheret, com curadoria de Maria Aparecida Brecheret, será inaugurada no dia 04 de novembro, na CAIXA Cultural São Paulo e ficará em cartaz até o dia 10 de janeiro de 2010.
Foram selecionadas 24 esculturas e 23 desenhos, inspirados na cultura indígena, brasilianista e marajoara, oriunda da Ilha do Marajó, no Pará. Inspirado nos antepassados e no primitivismo milenar, o artista criou grafismos que lembram escritas antigas. A terracota é um dos materiais que ele usava para entalhar lendas e mitos indígenas, como as obras “Drama Marajoara”, “Filha da Terra Roxa” e “Índio e a Suaçuapara”, que ganhou o prêmio de melhor escultura nacional na 1ª Bienal de Arte de São Paulo, em 1951.
Além da terracota e da madeira, ele esculpia em pedras. Encontrou três pedras enormes que foram arrastadas pela maré até a praia, e nelas entalhou a história de uma índia e um peixe. Nesta obra, o autor se aproxima do primitivismo e marca o instante em que a escultura deixa de ser baixo relevo e se transforma em gravura. Para executar estas peças, ele fez uma série de estudos em desenho, até encontrar a melhor composição.
Foi Mário de Andrade, amigo de Brecheret, que lançou a sugestão de abrasileirar a produção, pouco antes da Semana de Arte Moderna. ‘‘Estude os tipos dos nossos índios, tipos não desprovidos de beleza, estilize-os, unifique-os num tipo único, original, e terá adquirido assim a maior das suas qualidades”, disse ele. Anos depois, as palavras do escritor influenciariam a obra do escultor, considerado um dos precursores do Modernismo no país.
A fase indígena é considerada a terceira na trajetória do artista, mas outros momentos e trabalhos também ajudaram a celebrizá-lo no meio artístico. É dele o Monumento às Bandeiras, no Parque do Ibirapuera, um dos cartões postais obrigatórios da cidade de São Paulo. Brecheret também esculpiu o Fauno, estátua que pode ser vista no Parque Trianon, em frente ao MASP e Duque de Caxias, na Praça Princesa Isabel, também na capital paulista.
A exposição A Arte Indígena de Victor Brecheret tem patrocínio da Caixa Econômica Federal. A mostra já percorreu os espaços da CAIXA Cultural de Brasília, Curitiba, Salvador e Rio de Janeiro, finalizando esta itinerância na cidade de São Paulo.


Sobre Victor Brecheret

Italiano de nascença, o escultor se considerava um brasileiro. Em 1912, já no Brasil, freqüentou o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. No ano seguinte, voltou à Itália, para estudar escultura com Arturo Dazzi. Em 1915, abriu seu primeiro ateliê, na capital italiana. Nesta fase, sofreu influência dos renascentistas, do impressionista Rodin e de Mestrovic. Depois de seis anos na Itália, voltou para o Brasil impregnado com as ideias da escultura moderna. Depois de passar um tempo em Paris, voltou para o Brasil e participou da Semana de Arte Moderna de 22, ao lado dos amigos Oswald e Mário de Andrade e Di Cavalcanti.
Foi premiado no Salão da Sociedade dos Artistas Franceses, em 1925. Dedicou-se a obras abstratas nos anos 30. Em 36, começou a trabalhar no monumento que lhe deu visibilidade e ao qual dedicou boa parte da carreira: o Monumento às Bandeiras, próximo ao Parque do Ibirapuera. No final dos anos 40, começou a trabalhar com temas nacionais e indígenas e com formas mais orgânicas e essenciais.
Brecheret participou das XXV e XXVI Bienais de Veneza (1950 e 1952) e das I, III e IV Bienais de São Paulo. Na Bienal de 1951, recebeu o prêmio de Melhor Escultor Nacional. Morreu em 1955, em São Paulo.

SERVIÇO:
Exposição: “A Arte Indígena de Victor Brecheret”
Local: CAIXA Cultural - Edifício Sé - Praça da sé, 111 – Galeria Michelon - São Paulo (SP)
Abertura para imprensa e convidados: 04 de novembro de 2009, quarta-feira, 19h
Datas para visitação: 05 de novembro de 2009 a 10 de janeiro de 2010
Horários: Terça-feira a domingo, das 9h às 21h
Entrada: franca
Recomendação etária: livre
Visitas monitoradas para grupos, agendamento e informações: (11) 3321-4400
www.artepadilla.com.br
www.caixa.gov.br/caixacultural
Realização: CAIXA Cultural São Paulo
Patrocínio: Caixa Econômica Federal



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