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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Gabriela Machado - Doida disciplina

Trem das cores - Caetano Veloso



Estive nesta exposição no mesmo dia em que vi as mostras de Rossini Perez e de Victor Brecheret.
Apesar das qualificações mostradas no "realese" da Caixa Cultural, abaixo das imagens, o que vi foi uma cacofonia visual.
Não conheço o resto da obra da artista, portanto vou comentar somente o que estava na mostra.
Aquilo exposto não é arte, e sim telas em que foram espremidos tubos de tinta, espalhadas com espátula e pincel.
Observando os quadros percebi que as cores são as básicas das palhetas dos fabricantes, não tendo a autora tentado aprimorar ou criar um novo matiz, simplesmente os tubos foram escolhidos aleatoriamente e comprimidos nas telas.
Outro aspecto que acho grave é o de ter vários quadros realizados em 2009, parecendo que foram feitos a toque de caixa, sem trocadilho, para completarem a exposição.
Eu tinha resolvido não colocar nenhuma música neste "post", mas para manter o hábito, escolhi "Trem das Cores" do Caetano, já que o mote da exposição é a cor.


Joaquina - 2009

Série Cascas - 2006

Malta Azul - 2008




CAIXA CULTURAL SÃO PAULO APRESENTA A EXPOSIÇÃO DOIDA DISCIPLINA
Brasilia, 11 de Novembro de 2009
Cores vibrantes retratam a essência da pintura da artista plástica contemporânea Gabriela Machado, com a curadoria de Ronaldo Brito

A CAIXA Cultural São Paulo (Sé) inaugura, no dia 28 de novembro, a exposição Doida Disciplina, da artista plástica contemporânea Gabriela Machado. Com curadoria e texto do crítico Ronaldo Brito, a mostra apresenta três pinturas de tamanho grande (2,10 x 1,90m) e dez desenhos de formatos variados (pequenos, 56 x 76cm e grandes, 152 x 100cm) da série Jacas, frutos de pesquisas realizadas nos últimos dois anos, com estudos de cores e do contato com a natureza.

Cascas de frutas espalhadas pelo chão, só como pretexto; frutos e folhas secas elegantemente distribuídas pelo ateliê; objetos simples e acumulados; estruturas de pano que descem lânguidas do teto, feitas pela artista para servirem de lembrete da sensualidade do movimento; o dia-a-dia vivido com extremo prazer, dentro de quatro paredes, invadidas pela claridade do sol.

No lugar da casa, o casulo, o envolvimento com a atmosfera do seu espaço de criação. É dele que brotam os impulsos que vão para as telas. Seu transe é induzido pelas coisas simples. Essas são frases que tentam descrever o cenário e a intensidade da mostra.

Sobre a artista:

Gabriela convive com as cores, por horas. Como fazia ainda criança, numa fazenda centenária de café, onde cresceu, cercada pelas pinturas murais do espanhol José Maria Villaronga que adornavam as paredes de estilo colonial.

Ao preparar suas tintas, as cores são introjetadas e, neste ritual, o pensamento cartesiano é suspenso - começa um outro pensar. Tudo é livre neste gesto - desprendimento e disponibilidade ao acaso advindos da constância e disciplina.

Em março deste ano, seu trabalho foi adquirido para o acervo do Espaço Cultural Contemporâneo- ECCO, por meio do Prêmio Funarte de Artes Plásticas Marcos Antonio Vilaça. Em 2008, a artista inaugurou a sua primeira exposição individual em Lisboa, na galeria 3+1 Arte Contemporânea, e lançou o livro “Gabriela Machado” pela editora espanhola Dardo. Neste mesmo ano, participou da ARCO, em Madri, na qual o Brasil foi o país homenageado.

As cores pulsam na tela, a pintura vibra.

“Em vários sentidos as pinturas e os desenhos de Gabriela Machado procuram atualizar, num mundo muito diferente, essa lógica espontânea e esse rigoroso frescor. Só valem aqui as cores que acabam de se descobrir como tais e que respondem de imediato a uma sensação vital e corpórea: do mesmo modo, feitas todas as mediações, também essas obras buscam renovar, à sua maneira, o contato com a natureza”, observa Ronaldo Brito, crítico e professor de História da Arte na PUC-RJ, cuja obra recentemente foi reunida na coletânea Experiência Crítica (Editora CosacNaify). Autor do texto de apresentação do catálogo, Brito acompanha a trajetória da artista de perto. “Quando conheci esta série de pinturas tive sorte: vi o trabalho no exato momento em que estava emergindo. A grande transformação aqui é a descoberta da cor. Gabriela pensa e sente através da cor”, observa ele.

Presente em grandes coleções brasileiras, como as de José Mindlin, Fundação Castro Maya, Gilberto Chateaubriand e Alexandre Martins Fontes, a obra de Gabriela Machado alcança gradualmente novos espaços fora do país. A Neuhoff Gallery, que inseriu o trabalho da artista em duas coletivas – uma delas, The Gesture, com conceituados pintores americanos como Frank Stella e Franz Kline – e realizou uma individual em 2002, também levou sua produção para feiras internacionais como as de Colônia (Alemanha) e Chicago (EUA).

SERVIÇO:
Exposição: Doida Disciplina, de Gabriela Machado
Local: Caixa Cultural São Paulo (Sé) - Galeria Florisbela e Espaço Octogonal - Praça da Sé, 111, Centro – São Paulo (SP)
Abertura: 28 de novembro de 2009, sábado, 11h (aberto para o público)
Datas para visitação: 28 de novembro de 2009 a 17 de janeiro de 2010
Horários: Terça-feira a domingo, das 9h às 21h
Entrada: franca
Recomendação etária: livre
Visitas monitoradas para grupos, agendamento e informações: (11) 3321-4400
Realização: CAIXA Cultural São Paulo
Patrocínio: Caixa Econômica Federal

2 comentários:

  1. Macário,



    É interessante teus comentários mas contrastante com os dos críticos da mostra.

    Preciso visitar a exposição para saber se terei o mesmo impacto que você.

    Espero e continuo rezando para a tua completa recuperação.

    Bjs,

    Elaine

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  2. Macário, é tão difícil nos dias de hoje ter a coragem de dizer o que realmente vemos e o que sentimos, não o que pensamos conceitualmente. Hoje há um compadrio, uma promiscuidade estética (?) e intelectual(?)entre grupos e tribos que, caso não tenhamos discernimento e uma intuição vigorosa, caimos na bestialidade de maioria "maria-vai-com-as-outras." Concordo plenamente com você. Esses trabalhos de Gabriela Machado são semelhantes aos de minha sobrinha Thalita, quando fazia o jardim. Minha cunhada achou belíssimos e superior aos de alguns artistas contemporâneos e os emoldurou e pendurou na parede da sala. Ah! Os de Thalita me emocionam mais, pois na sua inconsciência ela jogou as cores com mais intensidade. Ela brinca com o preto, que tanto gosto, o laranja o vermelho e o verdão, enfim, cores quentes e apaixonantes, como uma criança. Essas telas de Gabriela me passam idéia de fraqueza, esgotamento. Valores que não aprecio em nenhuma obra de arte. Beijos

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