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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Wake Up Everybody

Com uma expectativa até um pouco exagerada, pus a tocar o novo disco do John Legend & The Roots - Wake Up, muito bem citado pela crítica especializada.

Considero o artista quase no mesmo nível de Al Green, Barry White, Marvin Gaye ou quiçá, Quincy Jones, uma referência na moderna "soul music".

E não é que fui desagradavelmente surpreendido pela música título do álbum, num arranjo exatamente igual ao da versão original, com os lindos vocais de John Legend e Melanie Fiona, que foi maculada no final com a introdução de um "rap" de Common, que atravessa o arranjo e a harmonia.

Que direito tem qualquer artista de modificar a obra alheia introduzindo dissonâncias ou cacofonias numa criação já clássica da música mundial?

Aqui no Brasil temos o exemplo de uma grande artista, Fernanda Porto, que cometeu alguns equívocos em "remix" de alguns clássicos de nosso cancioneiro.

Refletindo sobre este assunto lembrei de um clássico de Paulinho da Viola, Argumento, onde ele diz :

"Tá legal, eu aceito o argumento
Mas não me altere o samba tanto assim
Olha que a rapaziada está sentindo a falta
De um cavaco, de um pandeiro ou de um tamborim".

Acho que a boa arte deve sempre ser fruto de estudo, trabalho e aprimoramento dentro de cada mister, senão daqui a um tempo, haverá algum preguiçoso e vagabundo tirando músicas de um tronco de árvore oco com um fêmur ou algum outro osso dos animais.

No player a versão original deste clássico e no vídeo a nova versão com o indesejado adendo ao final, mas não deixa de ser um belo clipe.






Harold Melvin & Bluenotes - Wake Up Everybody



John Legend & The Roots - Wake Up Everybody


5 comentários:

  1. Concordo com você, a boa arte é fruto de trabalho sim. Não é qualquer coisa e de qualquer jeito. bjs

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  2. Adorei os instrumentos musicais: Fêmur de algum animal e um tronco de árvore oco. Sem querer você foi bastante atual no quesito criação, inovação. Diferente de você, acho que as artes têm mais é que ser modificadas, reconstruídas, inovadas até à exaustão. Senão, teríamos uma arte morta, um artista passadista. Ás vezes detesto meus textos por achá-los tãolugar comum! Aliás, os melhores artistas são justamente aqueles que pegam o velho e o recriam com a linguagem do seu tempo. Você não gosta dos intrumentos inusitados de Hermeto Pascoal? Beijos

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  3. Eu tenho muitas reservas com remixes, apesar de gostar de muitos. Mas você conseguiu definir bem: há de ser com muito cuiddo, trabalho, respeitando e valorizando muito a homenagem. o final foi mesmo uma forçação de barra! E ótimo re-conhecer John Legend & the roots.

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  4. Oi Ana,

    Talvez eu não tenha sabido me expressar corretamente, mas é claro que penso que a arte tem que estar um perpétua evolução, só que acho que este processo deve ser feito por artistas que tem uma grande base teórica, como Hermeto Pascoal, que consegue extrair lindas melodias dos mais simples objetos do cotidiano, veja o meus post , O Bruxo Hermeto Pascoal, onde já digo alguma coisa sobre isto.
    Se não houvesse evolução não teríamos os impressionistas e outras tantas escolas maravilhosas de pintura.
    Pablo Picasso disse: "A los doce años sabía dibujar como Rafael, pero necesité toda una vida para aprender a pintar como un niño."

    Penso que esta frase resume o que penso sobre alguns pseudo artistas que se dão uma importância que não tem.

    Bjs,

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  5. Oi Thiago,

    Acho que você pegou a essência do que eu quis dizer.
    Obrigado por enriquecer o assunto.

    Abraços,

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