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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Debret - Viagem ao Sul do Brasil

Uma memorável exposição, daquelas de lembrarmos por muito tempo, tanto pela importância do artista, como pela beleza das obras expostas.

Os 60 desenhos e aquarelas apresentados primam pela riqueza de detalhes, precisão do colorido e por trazer-nos paisagens de nossas terras que nunca conheceríamos de outra forma.

É de se admirar o preciosismo com que as obras foram executadas, quase todas em suportes de aproximadamente 30X15 cms, com minúcias que nos levam para dentro da cena.

Da coleção dos Museus Castro Maia, nos lembram da importância de Raimundo Ottoni de Castro Maia dentro do universo das artes plásticas brasileiras, que junto com Assis Chateaubriand, Roberto Marinho, Gilberto Chateaubriand, Armando Álvares Penteado entre outros criaram a memória pictórica brasileira, sejam como compradores de obras consagradas ou como mecenas de novos talentos, dispondo depois seus acervos à disposição do público.



Valsa de uma cidade - Tim Maia


Abaixo das imagens, carregadas em alta definição, o "press-release" fornecidos pela assessoria de imprensa da Caixa Cultural.









VIAGEM DE DEBRET COMEÇA PELA CAIXA CULTURAL SP

A mostra reúne 60 obras (aquarelas e desenhos) do famoso pintor francês

que retratam o sul do Brasil no início do Século XIX

A Caixa Cultural São Paulo inaugura, no dia 3 de maio, às 19h, a exposição “Debret – Viagem ao Sul do Brasil”. A mostra, com a curadoria de Anna Paola Baptista, reúne 60 aquarelas e desenhos, realizados pelo artista francês Jean-Baptiste Debret, que chegou ao Brasil em 1816, integrando a Missão Artística Francesa, e aqui permaneceu por 15 anos. Todo o conjunto pertence ao acervo dos Museus Castro Maya, detentor da maior coleção de obras de Debret existente no Brasil. A exposição segue até o dia 19 de junho, com entrada gratuita, na galeria Vitrine da Paulista.

A exposição é dividida em dois conjuntos: aquarelas e desenhos, feitos pelo artista na viagem ao Sul do Brasil, em 1827, na comitiva do imperador D. Pedro I, que percorreu os estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O artista pintou belas marinas da costa sul brasileira, paisagens da mata nativa, índios, brancos e negros, em seu cotidiano, destacando-se as festas e as tradições populares. O segundo conjunto é composto por célebres aquarelas realizadas no Rio de Janeiro, que retratam a vida urbana na Corte, desde a pompa do Império até o dia-a-dia de escravos, seus hábitos, vestimentas, e os trabalhos por eles executados. Toda a crônica do cotidiano urbano da cidade, e de seus habitantes, transparece nas aquarelas do artista.

Debret é o mais conhecido dos artistas que compunham a Missão Artística Francesa. Sua obra fez a crônica da vida urbana no Brasil imperial, apresentando os tipos humanos, hábitos, costumes e festas populares, além de espetaculares paisagens da mata atlântica e de marinas que revelam a iconografia histórica do Brasil, num grupo de obras que poucas vezes itinerou pelo país.

As obras, que compõem a exposição “Debret – viagem ao Sul do Brasil”, foram adquiridas pelo mecenas Raymundo Ottoni de Castro Maya, em Paris, no final dos anos 1930, com o intuito de resgatar os originais de Debret, que haviam servido de base para o livro Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, que o artista lançou na França. O colecionador também adquiriu um importante material inédito, que ficara de fora da publicação.

Segundo a curadora Anna Paola, as imagens do sul contrariam algumas das mais marcantes características do trabalho de Debret: a flagrante sensação de intimidade e proximidade com a cena retratada, que emana de suas aquarelas sobre o Rio de Janeiro. Nas cenas do sul, ao contrário, predominam as vistas ao longe, tomadas a partir de um ponto de observação distante e alto.

“Alguns historiadores acreditam que Debret não chegou realmente a empreender o deslocamento ao sul, tendo se utilizado de relatos e desenhos de outros viajantes para compor os trabalhos” explica a curadora. “Até o momento, não temos documentos que resolvam essa questão, mas pergunto: isso é o mais importante? A viagem de Debret ao sul pode até não ter sido física, revela-se, porém, como construção mental e artística de uma paisagem, de uma representação que a coloca indubitavelmente na categoria de viagem”, completa.

A produção da mostra está a cargo de Izabel Ferreira, da Memória Visual Produção Cultural, e é patrocinada pela Caixa Econômica Federal.

Sobre Jean-Baptiste Debret

O artista nasceu em Paris, em uma família de artistas, sobrinho-neto do pintor e gravador François Boucher e primo de Jacques-Louis David, grande mestre do Neoclassismo. Estudou na Academia de Belas Artes e tornou-se um dos pintores oficiais do império francês, retratando as façanhas de Napoleão. Desgostoso com a morte de seu único filho e com a derrocada de Napoleão Bonaparte, o artista aceita participar da Missão Artística Francesa, que vem ao Brasil à convite de D. João VI.

Nos 15 anos passados no Brasil o artista retratou a vida urbana do Rio de Janeiro, o cotidiano da corte, desde as celebrações oficiais com desfiles militares até o dia-a-dia da damas, as vestimentas, seus hábitos e costumes, as tradições e festas populares, os escravos que tudo vendiam nas ruas da cidade, a bela arquitetura colonial e a floresta, a natureza luxuriosa da floresta atlântica brasileira.

Sobre os Museus Castro Maya

Os Museus Castro Maya, no Rio de Janeiro – Museu do Açude e Museu da Chácara do Céu –, têm origem na coleção de arte, formada ao longo da vida, pelo empresário, colecionador e mecenas das artes Raymundo Ottoni de Castro Maya (1894-1968).

Filho de colecionadores, Castro Maya conservou e aumentou significativamente a coleção herdada, adquirindo obras de arte, nacionais e estrangeiras, do Século IV a.C. ao Século XX. Sua coleção se apoia em múltiplos interesses, incluindo a arte moderna brasileira, arte oriental, arte européia dos séculos XIX e XX, Brasiliana, mobiliário, porcelana e prataria, azulejaria e louça do Porto, arte popular brasileira, livros raros etc.

Foi editor de livros e grande incentivador das artes, criador da Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil, da Sociedade dos Amigos da Gravura, fundador e primeiro presidente do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, presidente da Associação de Amigos do Museu Nacional de Belas Artes e membro do Conselho Federal de Cultura. Chamado de “um Medicis dos nossos dias”, foi mecenas e amigo de artistas brasileiros de seu tempo.

Castro Maya foi pioneiro, no Brasil, ao transformar sua coleção particular em patrimônio público, criando em 1963 a Fundação Castro Maya, e doando-lhe suas coleções e suas residências.

As casas do Açude e da Chácara do Céu começaram a funcionar como museus, respectivamente, em 1964 e 1972. E foram tombadas, juntamente com todo o acervo, em 1974. Na década de 1980, se deu a extinção da Fundação Castro Maya e os museus passaram para a esfera pública federal, integrados ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) do Ministério da Cultura. Em 2009, passaram a ser vinculados ao Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM)

FICHA TÉCNICA:

Curadoria: Anna Paola Baptista

Coordenação Geral: Izabel Ferreira

Design de Montagem: Anderson Eleotério

Programação Visual: Mauro Campello

SERVIÇO:

Exposição Debret – Viagem ao Sul do Brasil

Abertura para convidados e imprensa: dia 03/05, às 19h

Visita guiada com a curadora: dia 03/05, às 20h30

Datas: de 4 de maio a 19 de junho de 2011

Horário de visitação: terça-feira a sábado, das 9h às 21h, e domingos e feriados das 10h às 21h

Local: CAIXA CULTURAL São Paulo (Paulista) Conjunto Nacional Av. Paulista, 2083 Cerqueira César, São Paulo (SP) Metrô Consolação

Informações, agendamento de visitas mediadas e translado (ônibus) para escolas públicas: (11) 3321-4400

Acesso para pessoas com necessidades especiais

Entrada: franca

Recomendação etária: livre

Patrocínio: Caixa Econômica Federal

Um comentário:

  1. Um grande trabalho.
    Valiosas informações sobre Debret, que retratou o cotidiano do Brasil em suas telas, deixando-nos este importante legado.

    abç

    Betha

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