Muito mais que fotos documentais, o artista buscava imagens que retratassem cenas insólitas com grande carga dramática.
Tirava do cotidiano e de seus desvões pura poesia, que é o mote da exposição, fazendo com que as imagens nos enlevem e extasiem.
Sua longevidade permitiu que ele convivesse com todos os grandes fotógrafos do século XX, influenciando e sendo influenciado por seus pares.
Os ensaios de nus dos anos 30 comparados com os dos anos 70 e 90, mesmo que distantes em sessenta anos, carregam um certo surrealismo, os mais antigos são mais crus, enquanto os recentes estão carregados de um erotismo sutil.
A arte da fotografia em preto e branco vai se perdendo, os fotógrafos que estão surgindo esqueceram da complexidade e das possibilidades de registros neste suporte. A falta da cor realça o olhar do artista, escancarando a beleza de um momento. O jogo de luz e sombra proporciona infinitas possibilidades de se mostrar uma cena. A foto em PB permite uma atemporariedade que transcende a realidade, mantendo atual um instante fugidio.
Penso que o mais importante para um fotógrafo, além de ter seu equipamento pronto, é ter o dom da visão periférica, sempre disposto a registrar um momento, que se perderá após frações de segundos (vide post).
Mais uma oportunidade de gozarmos da vocação principal do IMS, que é a de recuperar, manter e compartilhar o seu acervo e o de terceiros dentro desse universo da fotografia.
Agustín Lara - NOCHE DE RONDA
Abaixo das imagens, o "press-release", fornecidos pela assessoria de imprensa do IMS.
Figuras no
castelo, década de 1920
Foto: Manuel Álvarez Bravo © Colette Urbajtel/
Asociación Manuel Álvarez Bravo, a.c.
Barbeiro,
1924
Foto: Manuel Álvarez Bravo © Colette Urbajtel/
Asociación Manuel Álvarez Bravo, a.c.
Instrumental, 1931
Foto: Manuel Álvarez Bravo © Colette Urbajtel/
Asociación Manuel Álvarez Bravo, a.c
O eclipse,
1933
Foto: Manuel Álvarez Bravo © Colette Urbajtel/
Asociación Manuel Álvarez Bravo, a.c.
Lembrança
de Atzompan, 1943
Foto: Manuel Álvarez Bravo © Colette Urbajtel/
Asociación Manuel Álvarez Bravo, a.c.
Nathalia
Pazini -
(11) 3371-4490
IMS-SP
APRESENTA RETROSPECTIVA DO FOTÓGRAFO MEXICANO MANUEL ÁLVAREZ BRAVO
O Instituto Moreira
Salles de São Paulo abre em 22 de março, às 20h, a exposição Manuel Álvarez Bravo: fotopoesia,
com obras do mexicano, que é referência na fotografia moderna em
seu país. A mostra enfatiza a produção seminal de Álvarez Bravo (1902-2002)
entre os anos 1920 e 1950, percorrendo extensivamente sua obra ao longo de mais
de 70 anos de atividade artística. A exposição, exibida no IMS-RJ entre novembro
de 2011 e fevereiro deste ano, foi produzida em colaboração com a Associação
Manuel Álvarez Bravo, dirigida por Aurélia Álvarez Urbajtel e Colette Álvarez
Urbajtel, respectivamente filha e viúva do fotógrafo, e conta também com o apoio
do Museu de Arte Moderna, Instituto Nacional de Belas Artes, no México.
Um dos grandes ícones
da fotografia mundial, Manuel Álvarez Bravo é o nome de maior relevância na
fotografia do século XX de seu país. Nascido na Cidade do México, cresceu em uma
família que valorizava o contato com a cultura. Na adolescência, frequentou
assiduamente museus, livrarias e sebos, formando sua própria biblioteca. Nesse
período, foi introduzido à fotografia por Luis Ferrari, um amigo de escola de
Tlalpan. Seus primeiros trabalhos fotográficos, no começo dos anos 1920,
exploram alguns elementos da tradição fotográfica pictorialista, influenciados
pela obra de fotógrafos então atuantes no México, como Hugo Brehme, Guillermo
Kahlo, pai da pintora Frida Kahlo, e Agustín Casasola, que documentou
extensamente a revolução mexicana.
Na
segunda metade dos anos 1920, Álvarez Bravo desenvolve uma abordagem mais
autoral, que se distingue por imagens de natureza experimental, formal e
abstrata. Essa primeira fase, de caráter mais geométrico e purista, é
influenciada pela fotografia direta (straight photography) norte-americana no
México, em virtude da presença no país, naquele momento, dos fotógrafos Edward
Weston e Tina Modotti.
Mas
são os ecos da revolução mexicana (1910-1920) e a influência temática de
fotógrafos como Hugo Brehme – que contribuiu para estabelecer uma iconografia
fotográfica mexicana centrada em sua cultura indígena, em sua gente e em sua
paisagem –, que levam Álvarez Bravo a uma fotografia de vanguarda desconstrutiva
já nos anos 1930. Bravo, como muitos outros fotógrafos do período – entre eles
Paul Strand, nos eua, e Thomaz
Farkas, no Brasil –, passa a produzir uma fotografia mais complexa e simbólica.
Em
Álvarez Bravo, o movimento crítico em direção a uma linguagem mais engajada
manifesta-se por uma profunda estética "fotopoética", tendo a cultura e o povo
mexicano como seu tema principal. Há um resgate dos valores mais profundos da
cultura popular e, simultaneamente, uma negação crítica da sobrevalorização da
autoria na obra de arte. Uma referência concreta para sua concepção do artista
popular foi o gravador José Guadalupe Posada, cuja obra influenciou o círculo de
artistas próximos a Álvarez Bravo nos anos 1920 a 1940, como os pintores Diego
Rivera, Frida Kahlo e José Clemente Orozco.
O
trabalho fotográfico de Álvarez Bravo dialogaria ainda com diversos movimentos
artísticos em meados dos anos 1930, quando, com a guerra já sendo antecipada na
Europa, muitos artistas e intelectuais europeus e norte-americanos dirigiram-se
ao México, entre eles André Breton, Antonin Artaud, Henri Cartier-Bresson, Paul
Strand e Sergei Eisenstein. A presença de André Breton na Cidade do México nesse
período e sua interação com Álvarez Bravo levam a uma intensa colaboração dos
dois artistas em torno do movimento surrealista, contribuindo também para
aproximar Álvarez Bravo ainda mais de uma linguagem poética em sua obra, já que
o próprio movimento surrealista caracterizou-se por incluir a poesia como ponte
para a descrição de aspectos do subconsciente.
Sua
obra, que visitou diversas tendências da modernidade e das vanguardas, e
inclusive o aproximou posteriormente do cinema, manteve dessa maneira ao longo
de toda sua vida uma linha estética e artística ancorada no potencial poético
das imagens que criava. Seu trabalho influenciou diversos fotógrafos no México e
em outros países, entre eles Marcel Gautherot. Esta exposição inclui um reduzido
conjunto de imagens realizadas por Gautherot no México em 1936-1937,
pertencentes ao acervo do ims. A
serviço do Musée de l’Homme de Paris, Gautherot documentou o país e conheceu
Álvarez Bravo pessoalmente, fato este que declaradamente marcaria sua produção
fotográfica posterior realizada no Brasil.
Paralelamente à
abertura da exposição, o IMS apresenta o livro Manuel Álvarez Bravo:
fotopoesia, com 374 imagens do fotógrafo. O volume tem prefácio
de Colette Alvarez Urbajtel, viúva do fotógrafo, ensaios de apreciação crítica
assinados pelo historiador da fotografia francês Jean-Claude Lemagny e pelos
romancistas John Banville (irlandês) e Carlos Fuentes (mexicano), bem como uma
cronologia e bibliografias completas.
Manuel
Álvarez Bravo: fotopoesia
R$
90
336
pp.
26 x
ISBN
978-85-86707-62-9
|
Manuel
Álvarez Bravo: fotopoesia
Abertura:
22 de março de 2012,
às 20h
Exposição: de 23 de março a 1 de
julho de 2012
De
terça a sexta, das 13h às 19h
Sábados, domingos e
feriados, das 13h às 18h
Entrada
franca
Classificação
livre
Instituto
Moreira Salles – São Paulo
Rua
Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis
Tel.:
(11) 3825-2560
Informações
para a imprensa:
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