Se essa é uma declaração de amor a São Paulo, o curador dever ter sérios problemas afetivos-emocionais.
Uma exposição pequena para um salão grandioso. Penso que houve, ou uma super valorização da mostra, ou uma sub valorização do espaço.
Com obras dispersas, quase jogadas ao acaso, com uma disposição desconexa, deixa as obras perdidas na imensidão. Espero que isso não seja uma metáfora com o tamanho da cidade, já que São Paulo tem uma imensidão condensada.
Apresenta trabalhos em diversos suportes que tentam um ponto em comum, a cidade, como grafite, vídeo-arte, depoimentos, instalações e maquetes.
As vídeo-instalações deveriam ter salas especiais, pois os sons, ou cacofonia que emanam de cada uma, quando misturadas, causam um enorme desconforto, não nos permitindo aprecia-las, fazendo que tenhamos a vontade de deixar esse espaço o mais rápido possível.
Uma pena, essa está fadada a ser logo esquecida.
Apesar da gentileza e atenção da assessoria de imprensa do evento, só me foi fornecida a imagem abaixo, junto com o "press-release", penso que até em função da falta de interesse ou experiência dos curadores.
P.S.: O que tem a ver com São Paulo uma foto tirada aos pés da Torre Eiffel?
...Tem uma cidade - Rita Lee
“SÃO PAULO MON AMOUR - SPMA”
Depois
de uma primeira edição em Paris, exposição coletiva que reúne fotografia,
vídeo-arte e intervenções urbanas apresenta a vida contemporânea na metrópole.
Depois de surpreender o público
parisiense em 2009 com o cartaz da nudez de Alessandra Cestac pelas escadarias
de Montmartre e destacar o olhar de Gal Oppido entre outros incríveis artistas na
Maison des Metallos em Belleville, a exposição São Paulo Mon Amour – SPMA toma
lugar na cidade que a motivou.
Desta vez, acontece no MuBE (Museu Brasileiro da Escultura) uma
exposição coletiva sobre a produção artística presente e inspirada pela
metrópole de São Paulo, apresentando um cruzamento entre olhares de brasileiros
e franceses para revelar o suporte cultural da cidade que os agrega. Ela
acontecerá entre os dias 13 de março e 01
de abril.
Nesta edição serão 8 artistas:
Alessandra Cestac, Breno Rodrigues, Caecilia Tripp, Djan Ivson, Gal Oppido,
Paulo Ito, Rogério Canella, Xavier Faltot.
Além de parte das obras da exposição
em Paris que inclui a vídeo-arte de Xavier Faltot e de Caecilia Tripp, e as
fotografias da construção da linha 4 do Metrô de Rogério Canella, estarão
expostos trabalhos fruto da residência artística em Montmartre, com ensaios concebidos
entre Gal Oppido e a Alessandra Cestac. Haverá também obras de novos artistas
brasileiros, com Djan Ivson abordando a pixação, Paulo Ito, cujo traço virtuoso remete à Egon Schiele, com um
painel de 20 metros, e Breno Rodriguez com uma instalação que explora a Arquitetura
Moderna.
Os assuntos que atravessam as
obras são o vazio e a multidão, onde a solidão permeia a carência afetiva no
hedonismo, a experiência cosmopolita que conduz à subjetividade do indiferente,
e o deslumbramento apaixonado de todo aquele que se lança na metrópole com o
espírito da aventura e da sorte.
Esta curadoria condensa a
trajetória de Sérgio Franco, sociólogo, pesquisador de arte urbana, que teve
nesta exposição um desdobramento de sua pesquisa acadêmica realizada na FAU-USP. Ele desenvolve seu trabalho como instrumento de união cultural
entre a periferia e o centro, e neste momento realiza a co-curadoria da pixação
na Bienal de Berlin 2012.
• ARTISTAS
Alessandra Cestac (Residência
em Paris) é paulistana filha de argentinos, artista como o seu pai, atua
com toda sorte de suportes. Sua obra almeja restituir a autonomia do feminino
diante o olhar masculino, para tanto coordena o fotógrafo e tenta não se portar
simplesmente como modelo, sempre submissa ao olhar do homem, soberano na
sexualização do corpo da mulher. Trabalhando com a fotografia realizou
intervenções urbanas onde coloca a delicadeza de seu corpo nu sobre a
brutalidade do concreto, e além do que vemos pela cidade, na SPMA criou a
instalação do quarto que condensa a solidão contemporânea.
No MuBE ela apresentara os
ensaios da nudez nos ícones de Paris: Louvre, Torre Eiffel, numa sintonia com
uma bailarina clássica no Café Bar 11 em Belleville, nas ruas de Pigalle. O
erotismo destas imagens trabalha com a espontaneidade cotidiana do corpo em
ambiente clássico, dos movimentos precisos, delicados e rígidos de uma
bailarina com a sedução de seu olhar, de seus gestos, de sua paixão pelo
enredamento dos corpos.
Gal Oppido (Residência em Paris) é arquiteto, fotógrafo,
músico e multi-artista. Autor de livros sobre a arquitetura e o urbanismo de
São Paulo e presente nas coleções Pirelli no Masp, entre outras. Na SPMA explora
a escala do macro e do micro da metrópole moderna em fotografias.
Suas obras na SPMA serão o fruto
da residência dos artistas em Montmartre em parceria com Alessandra Cestac,
revelados em ensaios fotográficos ocorridos durante tal estada.
Agora não foram para Paris
absorver as tendências do estrangeiro, chegaram para irradiar comportamentos,
desconstruir o clássico numa representação contemporânea do cotidiano da
cidade. Foi a experiência do artista brasileiro na ocupação do espaço, como um
vórtice sugando tudo ao seu redor. Os ensaios produzidos estiveram nos ícones
da cidade, na Torre Eiffel, no Louvre, num café em Belleville, nas ruas de
Pigalle, nas catacombes que esconderam Marat e trouxeram suas pragas na pele.
Partindo deste principio a
exposição é uma critica à antropofogia de Oswald de Andrade, numa nova forma de
reunir o nacional com o estrangeiro, entendendo ainda, que a antropofagia
vislumbrada por ele com a referência dos nossos índios tupinambás é um tremendo
engano, pois o canibalismo ali era um ritual para envolver a todos num ciclo de
vingança entre as tribos guerreiras.
Breno Rodriguez dedica-se à criação artística desde 2007.
Arquiteto de formação, o artista leva ao campo da arte procedimentos e
materiais empregados em sua atividade anterior, desenvolvendo projetos que
exploram os limites entre Arte e Arquitetura.
Neste trabalho, o artista ocupa
a galeria embaixo da clarabóia do MuBE, trazendo o elemento escultórico da luz
para dentro do museu. Busca também instigar o público a prestar atenção ao sol
e à todas as suas atribuições numa cidade que, apesar de bastante
verticalizada, pouco olha para cima e percebe a luz natural.
Caecilia Tripp é artista nascida em Frankfurt que trabalha
e reside em Paris. Realizou exposições em varias cidades da Europa e Estados
Unidos (New Orleans, New York, Berlin, Moscou, Genebra, Amsterdam e Bruxelas)
explorando toda sorte de suportes da imagem, na SPMA ela apresenta a
solidariedade orgânica da periferia na video-arte Mad Dog.
Djan Ivson é vídeo artista, pixador
e idealizador dos ataques recentes realizados nas últimas Bienais de São Paulo
mobilizando grande polêmica na mídia.
Tais
proezas promoveram sua inserção em exposições marco como a “Né dans la Rue” na
Fundação Cartier (Paris 2009), e mais recentemente no convite para participar
da 7ª Bienal de Berlin, que acontece este ano com o desafio de atingir
criticamente o próprio sistema das Bienais pelo mundo.
No MuBE
ele apresentara o vídeo que acompanhou todo o processo da intervenção na obra
Bandeira Branca de Nuno Ramos na 29ª Bienal de 2010. Nela realiza uma cobrança
de coerência conceitual com os pressupostos que inauguram a instalação: a
desmaterialização do objeto artístico, a assimilação de outra obra como suporte
para sua criação e a declaração de Duchamp de que “o livre arbítrio de todo e
qualquer artista determinava se uma obra era em si uma obra de arte, ou não”. O
Pixo é arte em contexto, processual, que requisitou uma exigência de
correspondência entre o discurso e as práticas artísticas quando atacou a
“Bandeira Branca”.
Paulo Ito é paulistano, formado em Artes Visuais pela
Unicamp, e pintor com intervenções urbanas por toda cidade, famoso pelo desenho
de corpos deslumbrantes inspirados em Egon Schiele, e por criar trabalhos com
os olhos vendados, onde a expressão possui conexões diretas com as camadas mais
profundas da subjetividade.
Sua obra na exposição é um grande
painel com a técnica da pintura cega, trazendo de memória as expressões que sua
mão assimilou da experiência com a cidade.
Rogério Canella é fotógrafo formado pela FAAP, e iniciou seu
trabalho no ano de 1998 registrando objetos obsoletos e locais em
transformação. Sua obra é a manifestação contundente da velocidade
vertiginosa de destruição e reconstrução da paisagem urbana. Na SPMA apresenta
os subterrâneos da construção do Metrô da linha 4, num empreendimento hercúleo
que perfura a alma da cidade e revela a solidão deste bastidor sem platéia.
Xavier Faltot é francês, um artista mutante, utilizando-se
de múltiplos suportes midiáticos para se expressar, criador de programas de
rádio em que monta o Studio “La Controverse” nas ruas, e na SPMA realizou a
vídeo-arte que sintetiza a reunião deste grupo de artistas.
No MuBE ele reapresentara sua
vídeo-arte, onde todos os artistas da primeira edição de 2009 escolhem um lugar
significativo de São Paulo para abarcar sua diversidade espacial e histórica e
são filmados para a composição das imagens e das palavras que traduzem a
experiência nesta cidade.
• FICHA TÉCNICA
Gestão cultural: Doble
Cultura+Social.
Produção: Agenda Projetos
Culturais
Patrocínio: Biolab
Farmacêutica | Apoio: Etnies.
• SERVIÇO
Exposição “São Paulo
MonAmour”
De: 13/03 a 03/04
Horário de funcionamento:
Terça a domingo das 10:00 às 19:00 hrs.| Entrada
Franca
Local: MuBE (Museu
Brasileiro da Escultura) | Avenida Europa, 218 – Jardim Europa - São Paulo / SP
Telefone: [11] 2594-2601
Informações
para Imprensa
Alfredo Cesar de Souza – alfredo@sacomunicacao.com
(11) 3054-3336/ 9954-6684
Rogério Araújo –rogerio@sacomunicacao.com
(11) 3054-3338/ 8015-0060
Nenhum comentário:
Postar um comentário