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quinta-feira, 14 de abril de 2011

DIONÍSIO DEL SANTO

Dionísio Del Santo consegui transformar seu concretismo, uma arte geométrica e matemática, em pura poesia, colocando dentro dos desenhos elementos que fazem a obra contar uma história, sem fugir do rigor e da exatidão desta escola, perfeitamente integrados dentro do contexto numa harmonia encantadora.

As serigrafias das séries Linhas Vibratórias (1973), Labirinto (1970), Espaço Rítmico (1970) e Sem Título (1982) provocam diferentes efeitos óticos entre si, só se trocando as cores de seu preenchimento.

Nas telas, interessantes composições geométricas, que exploram as cores, realçando os desenhos.

Há também lindas xilogravuras, que mostram uma técnica apurada nesta forma de expressão, feitas nos anos 50.

Para acompanhar este comentário, uma música do seu mais conhecido conterrâneo, Roberto Carlos, que neste mês faz 70 anos.


Fera Ferida - Roberto Carlos


Abaixo das imagens, fornecidas pela assessoria de imprensa do evento e da Caixa Cultural, o "press-release" dos curadores.










O CONCRETISMO DE DIONÍSIO DEL SANTO NA CAIXA CULTURAL SÃO PAULO

Exposição mostra a trajetória do artista capixaba evidenciada pelo figurativismo e sua particular apreensão da tradição construtiva brasileira

A CAIXA Cultural São Paulo inaugura, na próxima quarta-feira (02), às 19h, na Galeria Vitrine da Paulista, a mostra individual ‘Dionísio Del Santo e o Concretismo’, com 51 obras desse artista capixaba. Com curadoria de Maria Alice Milliet, a exposição abrange quase quatro décadas da produção do artista, reunindo 11 xilogravuras dos anos 1950; 30 serigrafias dos anos 1970 e 80 e, por fim, uma seleção de 10 óleos sobre tela realizados no final dos anos 1980 e início dos 90. A exposição foi organizada pela Fundação Nemirovsky, em módulos distintos, evidenciando a receptividade das idéias e técnicas, deixadas pelo Concretismo brasileiro, na obra do artista, morto em 1999.

“Cinquenta anos depois de seu declínio, o Concretismo é tomado como chancela de qualidade”, afirma Maria Alice no catálogo da mostra. “Ter participado do movimento concreto funciona, hoje, como salvo-conduto para o ingresso no hall da fama da arte brasileira”, completa. “Dionísio Del Santo, capixaba, residente durante toda sua vida produtiva no Rio de Janeiro, foi dos que beberam da tradição construtiva no convívio com os concretos”, assinala a curadora.

“Os princípios teóricos do movimento concreto e neoconcreto, fundamentados no raciocínio, ou seja, na dimensão clara do pensamento, foram decisivos para minha evolução”, dizia o artista, cuja produção combinava, de forma peculiar, o figurativismo ligado às tradições da xilogravura às linguagens de base geométrica e a racionalidade de seu processo de produção. Assumindo certo isolamento, Dionísio conseguiu “formalizar um código todo seu com teor, pode se dizer, semiótico ”, como apontou Mario Pedrosa na apresentação de sua exposição individual no Rio de Janeiro, em1970.

Para Maria Alice, “parecia inadmissível que um artista tão dotado e próximo aos concretistas, conservasse em sua pintura elementos figurativos, ainda que integrados à geometria plana das composições. Essa aparente contradição, somada ao retraimento natural do artista, acabou por prejudicar a receptividade de sua obra que, só recentemente, começa a ser devidamente valorizada”. O que o atraía no Concretismo, segundo a curadora, era a possibilidade de submeter os conteúdos subjetivos ligados ao seu passado, à vida rude que conhecera na infância, ao crivo da racionalidade, e assim libertar-se do peso dessa experiência traumática.

Sobre o artista:

Dionísio del Santo (Colatina - ES,1925 – Vitória - ES,1999). Gravador, desenhista e pintor. Nasceu no interior do Espírito Santo, numa família de modestos agricultores de origem italiana. Em 1943, muda-se para Vila Velha (ES), onde freqüenta cursos de geometria, perspectiva exata e desenho de observação. Em 1947, transfere-se para o Rio de Janeiro e realiza cursos livres de modelo vivo e teoria das cores na Associação Brasileira de Desenho (ABD), até 1952.

Retorna à sua terra natal em 1949, para expor no Clube Recreativo Colatinense, onde acaba provocando forte repúdio de seus conterrâneos. Essa rejeição determina sua fixação definitiva no Rio de Janeiro, onde sobrevive desenhando para gráficas.

Em 1957, entra em contato com o movimento concretista e realiza seus primeiros trabalhos abstratos. Em 1965, faz sua primeira individual no Rio de Janeiro, na Galeria Relevo. Nessa década, integra importantes coletivas, tais como: Opinião 66, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; a IX Bienal de São Paulo (1967), na qual recebe o Prêmio Itamaraty; o Salão Nacional de Arte Moderna (1968), no qual é contemplado com Isenção de Júri.

Em 1970, realiza individual na Galeria do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), no Rio de Janeiro, com apresentação de Mário Pedrosa, e participa da VII Bienal de Gravura de Tóquio (Japão). Em 1975, sua individual de serigrafias, na Galeria Contorno, em São Paulo, é apontada como a Melhor Exposição de Gravura do Ano, pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Com a introdução de cordéis aplicados à tela, cria sua Pintura Cinética, que apresenta no Museu Nacional de Belas Artes (RJ), em 1976.

Em 1977, integra a mostra Projeto Construtivo na Arte, realizada no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro e, no ano seguinte, na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Segue expondo regularmente no Rio e em São Paulo. Em 1984/5, participa da exposição Tradição e Ruptura: síntese da Arte Brasileira, organizada pela Fundação Bienal de São Paulo. Em 1988, ocupa Sala Especial na VIII Mostra de Gravura Cidade de Curitiba (PR). Em 1989, tem lugar a Retrospectiva de sua obra, no Paço Imperial (RJ); exposição que, no ano seguinte, segue para o MAM de São Paulo. Em 1998, uma grande exposição de seus trabalhos inaugura o Museu de Arte do Espírito Santo, em Vitória.

Em 2008, o Museu capixaba – agora com o nome de Dionísio Del Santo acoplado – comemora seus dez anos de atividade com a apresentação de um importante conjunto de sua obra, cuja inserção na história da arte brasileira começa merecidamente a se consolidar.

Mais informações:

Décio Hernandez Di Giorgi

Adelante Comunicação Cultural

Email: dgiorgi@uol.com.br

Tel.: (011) 3589-6212 e 8255-3338

SERVIÇO:

Exposição Dionísio Del Santo e o Concretismo

Curadoria: Maria Alice Milliet

Abertura para convidados e imprensa: 02 de março de 2011, às 19h
Datas: 03 de março a 24 de abril de 2011
Horário de visitação: terça-feira a sábado, das 9h às 21h e domingos e feriados das 10h às 21h.

Local: CAIXA CULTURAL São Paulo Galeria Vitrine da Paulista Conjunto Nacional Av. Paulista, 2083 Cerqueira César, São Paulo (SP) - Metro Consolação

Informações, agendamento de visitas mediadas e translado (ônibus) para escolas públicas: (11) 3321-4400

Acesso a pessoas com necessidades especiais

Entrada: franca
Recomendação etária: livre
Patrocínio: Caixa Econômica Federal

Um comentário:

  1. Uma mostra que nos leva a compreender melhor o concretismo e seus criadores. Às vezes tenho dificuldade de entendê-los, mas como é interessante o figurativo num plano geométrico. As cores também são quentes, intensas.E o lúdico nos convida a sorrir de uma infância bem longe de cavalinhos de madeira pintada. Admirável Dionísio. Obrigada pela descoberta de mais um grande artista brasileiro. Bjo

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