INSTITUTO TOMIE OHTAKE
APRESENTA
TOMIE OHTAKE – PINTURAS CEGAS
Abertura: 12 de abril, às 20h – até 19 de junho de 2011
Paulo Herkenhoff coloca luz sobre as chamadas pinturas cegas de Tomie Ohtake nesta mostra que repensa a presença da artista na história e na historiografia da arte brasileira, com patrocínio da Mercedes-Benz do Brasil. A desafiadora tarefa de reunir as 30 obras provenientes de acervos e coleções particulares espalhadas pelo Brasil e exterior resulta na oportunidade de se contemplar, pela primeira vez, um conjunto expressivo desta série desconhecida do grande público, realizada há cerca de 50 anos (1959-1962), e pequena diante da extensa produção de pintora.
“No início da década de 1960, quando a arte brasileira se aprofunda diante do desafio da construção mais densa de uma alternativa não geométrica para a pintura, Tomie Ohtake oferece um novo paradigma para o processo pictórico com as pinturas cegas”, afirma Herkenhoff.
Segundo o curador, estas telas, concebidas de olhos cobertos, se problematizam como fenômeno do olhar. “A venda, como a cegueira para Diderot, ilumina o conhecimento sobre o olhar”. O crítico esclarece também que essas pinturas não buscam produzir uma imagem que corresponda à interioridade do Ser. “É uma pintura transiente: o acontecer pictórico acontecendo (...) nesse sentido, o trabalho das pinturas cegas é sempre uma operação crítica sobre o ocularcentrismo que rege a modernidade”.
O crítico ressalta que esta série articula o ponto cego (região no campo visual do disco ótico no qual a visão entra em colapso), o acaso e a intencionalidade – as bases do projeto de pintura de Tomie Ohtake. Neste conjunto pode-se reconhecer ainda a presença de elementos constantes ao longo de toda a produção posterior da artista, tais como o seu diálogo com o tempo, a importância do gesto e certa tensão em relação ao espaço. Trata-se, nestes casos, entretanto, da exploração de limites sensoriais e perceptivos que acabam por se converter em potências de linguagem e de expressividade.
Nas pinturas cegas de Tomie ocorre a predominância do dinâmico sobre o estático na formação do espaço que ela explora através do pincel, mantendo a tela como campo experimental de ação. “Ohtake contamina a medida com o tempo. A pincelada rápida, ou alongada por lentidão. A escuridão é espaço imensurável. (...) O paradoxo a que nos submete a pintura de Ohtake é uma poética que é simultaneamente produção de linguagem e de conhecimento e, ao mesmo tempo, se apresenta como experiência do não saber e da intuição”, afirma Herkenhoff.
A mostra tem ainda a intenção de refletir acerca do espaço reservado à produção de Tomie na historiografia da arte brasileira. Para o curador, os problemas acadêmicos levantados por esta série configuram-se como escotomas (pontos cegos) historiográficos da arte no Brasil, para utilizar a terminologia extraída das discussões conceituais dessa própria produção. Herkenhoff reivindica, assim, a necessidade de focos mais amplos para a disciplina de história da arte brasileira, bem como uma avaliação mais profunda das contribuições de Tomie Ohtake à arte contemporânea e à cultura do Brasil.
Exposição: Tomie Ohtake – Pinturas Cegas
Patrocínio: Mercedes-Benz do Brasil
Abertura: 12 de abril de 2011, às 20h (convidados)
Até 19 de junho de 2011, terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés) - Pinheiros SP Fone: 11.2245-1900
Informações à Imprensa
Marcy Junqueira – Pool de Comunicação / Contato: Martim Pelisson
marcy@pooldecomunicacao.com.br / martim@pooldecomunicacao.com.br
Fone: 11.3032-1599 Fax: 11. 3814 -7000
É dessa intuição que nasce uma poesia.
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